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terça-feira, 16 de abril de 2013

LENDAS

JUCA MULATO

A Voz das Coisas E Juca ouviu a voz das coisas. Era um brado:
"Queres tu nos deixar, filho desnaturado?"

E um cedro o escarneceu: "Tu não sabes, perverso,
que foi de um galho meu que fizeram teu berço?

E a torrente que ia rolar no abismo:
"Juca, fui eu quem deu a água para o teu batismo".

Uma estrela a fulgir, disse da etérea altura:
"Fui eu que iluminei a tua choça escura
no dia em que nasceste. Eras franzino e doente.
E teu pai te abraçou chorando de contente...
- Será doutor! - a mãe disse, e teu pai, sensato:
- Nosso filho será um caboclo do mato,
forte como a peroba e livre como o vento! -
Desde então foste nosso e, desde esse momento,
nós te amamos seguindo o teu incerto trilho
com carinhos de mãe que defende seu filho!

" Juca olhou a floresta: os ramos, nos espaços,
pareciam querer apertá-lo entre os braços!

"Filho da mata, vem! Não fomos nós, ó Juca,
o arco do teu bodoque, as grades da arapuca,
o varejão do barco e essa lenha sequinha
que de noite estalou no fogo da cozinha?
Depois, homem já feito, a tua mão ansiada
não fez, de um galho tosco, um cabo para a enxada?"

"Não vás" - lhe disse o azul - "Os meus astros ideais
num forasteiro céu tu nunca os verás mais.
Hostis, ao teu olhar, estrelas ignoradas
hão de relampejar como pontas de espadas.
Suas irmãs daqui, em vão, ansiosas, logo,
irão te procurar com seus olhos de fogo...
Calcula, agora, a dor destas pobres estrelas
correndo atrás de quem anda fugindo delas..."

Juca olhou para a terra e a terra muda e fria
pela voz do silêncio ela também dizia:

"Juca Mulato, és meu! Não fujas que eu te sigo.
Onde estejam teus pés, eu estarei contigo.
Tudo é nada, ilusão! Por sobre toda a esfera
há uma cova que se abre, há meu ventre que espera.

Nesse ventre há uma noite escura e ilimitada,
e nela o mesmo sono e nele o mesmo nada.
Por isso o que te vale ir, fugitivo e a esmo,
buscar a mesma dor que trazes em ti mesmo ?
Tu queres esquecer? Não fujas ao tormento.
Só por meio da dor se alcança o esquecimento.
Não vás. Aqui serão teus dias mais serenos,
que, na terra natal, a própria dor dói menos...
E fica que é melhor morrer (ai, bem sei eu!)
no pedaço de chão em que a gente nasceu!"

A LENDA DO URUBU


LENDA SOBRE CORUJAS



Desde tempos imemoriais, contam-se diversas histórias sobre corujas.
Para os antigos gregos, ela era sagrada para a deusa Atena,
e era venerada por eles.
Como era associada à deusa do aprendizado e da sabedoria, a coruja era considerada sábia e bondosa.
Mas, em algum lugar do tempo e da história, a reputação das corujas mudou
e o seu piado é tido como prenúncio de má sorte.
Lógico que, como toda boa lenda, existe uma maneira de conter essa má sorte.
Para tanto, é necessário jogar ferro no fogo ou queimar pimentas fortes e vinagre que, com isso, a coruja queimará a língua
e ficará com ela dolorida e nunca mais piará.
Assim, nem você e nem ninguém ao seu redor, receberá má sorte!
Mas, se você já ouviu o pio da coruja, a única solução é tirar toda sua roupa,
virar do avesso e colocar de novo.
Não creio que essa seja uma atitude muito polida para se tomar em público...
Mulheres!
Eis aqui a parte boa dessa lenda:
caso queiram que seus maridos sejam totalmente escravos e submissos a vocês,
basta que ele coma um bom prato de coruja assada!
 - Lendas Urbanas - Corujas - texto sem autoria)



A lenda do girassol

Dizem que existia no céu uma estrelinha tão apaixonada pelo sol, que era a primeira a aparecer de tardinha, no céu, antes que o sol se escondesse. E toda vez que o sol se punha, ela chorava lágrimas de chuva.
A lua falava com a estrelinha que assim não podia ser. Que estrelinha nasceu para brilhar de noite, para acompanhar a lua pelo céu, e que não tinha sentido este amor tão desmedido! Mas a estrelinha amava cada raio de sol como se fosse a única luz da sua vida, esquecia até a sua própria luzinha.
Um dia ela foi falar com o rei dos ventos para pedir a sua ajuda, pois queria ficar olhando o sol, sentindo seu calor, eternamente, por todos os séculos. O rei dos ventos, cheio de brisas, disse à estrelinha que seu sonho era impossível, a não ser que ela abandonasse o céu e fosse morar na Terra, deixando de ser estrela.
A estrelinha não pensou duas vezes: virou uma estrela cadente e caiu na terra, em forma de uma semente. O rei dos ventos plantou esta sementinha com todo o carinho, numa terra bem macia. E regou com as mais lindas chuvas da sua vida.
A sementinha virou planta. Cresceu sempre procurando ficar perto do sol. As suas pétalas foram se abrindo, girando devagarzinho, seguindo o giro do sol no céu. E, assim, ficaram pintadas de dourado, da cor do sol.
É por isso que os girassóis até hoje explodem o seu amor em lindas pétalas amarelas, inventando verdadeiras estrelas de flores aqui na terra.



A LENDA DA VITÓRIA RÉGIA


A LENDA DA VITÓRIA RÉGIA






A enorme folha boiava nas águas do rio. Era tão grande que, se quisesse, o curumim que a contemplava poderia fazer dela um barco. Ele era miudinho, nascera numa noite de grande temporal. A primeira luz que seus pequeninos olhos contemplaram foi o clarão azul de um forte raio, aquele que derrubara a grande seringueira, cujo tronco dilacerado até hoje ainda lá estava.
“Se alguém deve cortá-Ia, então será meu filho, que nasceu hoje”, falou o cacique ao vê-la tombada depois da procela.“ Ele será forte e veloz como o raio e, como este, ele deverá cortá-Ia para fazer o ubá com que Iutará e vencerá a torrente dos grandes rios... “
Talvez, por isso, aquele curumim tão pequenino já se sentisse tão corajoso e capaz de enfrentar, sozinho, os perigos da selva amazônica. Ele caminhava horas, ao léu, cortando cipós, caçando pequenos mamíferos e aves; porém, até hoje, nos seus sete anos, ainda não enfrentara a torrente do grande rio, que agora contemplava.
Observando bem aquelas grandes folhas, imaginou navegar sobre uma delas, e não perdeu tempo. Pisou com muito cuidado – os índios são sempre muito cautelosos – e, sentindo que ela suportava o seu peso, sentou-se devagar, e, com as mãozinhas improvisou um remo. Desceu rio abaixo.
É verdade que a correnteza favorecia, mas, contudo, por duas vezes quase caiu. Nem por isso se intimidou. Navegou no seu barco vegetal até chegar a uma pequena enseada onde avistou a mãe e outras índias que, ao sol, acariciavam os curumins quase recém-nascidos embalando-os com suas canções, que falam da lua, da mãe d’água do sol e de certas forças naturais que muito temem.
Saltando em terra, correu para junto da mãe, muito feliz com a façanha que praticara:
– Mãe, tenho o barco. Já posso pescar no grande rio?
– Um barco? Mas aquilo é apenas um uapê; é uma formosa índia que Tupã transformou em planta.
– Como, Mãe? Então não é o meu barco? Você sempre me disse que eu um dia haveria de ter meu ubá...
– Meu filho, o teu barco, tu o farás; este é apenas uma folha. É Naia, que se apaixonou pela lua...
– Quem é Naia? – perguntou curioso o indiozinho.
– Vou contar-te... Um dia, uma formosa índia, chamada Naia, apaixonou-se pela lua. Sentia-se atraída por ela e, como quisesse alcançá-la, correu, correu, por vales e montanhas atrás dela. Porém, quanto mais corriam, mais longe e alta ela ficava. Desistiu de alcançá-la e voltou para a taba.
“A lua aparecia e fugia sempre, e Naia cada vez mais a desejava.
“Uma noite, andando pelas matas ao clarão do luar, Naia se aproximou de um lago e viu, nele refletida, a imagem da lua.
“Sentiu-se feliz; julgou poder agora alcançá-la e, atirando-se nas águas calmas do lago, afundou.
“Nunca mais ninguém a viu, mas Tupã, com pena dela, transformou-a nesta linda planta, que floresce em todas as luas. Entretanto uapê só abre suas pétalas à noite, para poder abraçar a Iua, que se vem refletir na sua aveludada corola.
“Vês? Não queiras, pois, tomá-la para teu barco. Nela irás, por certo, para o fundo das águas.
“Meu filho, se se sentes bastante forte, toma o machado e vai cortar aquele tronco que foi vencido pelo raio. Ele é teu desde que nasceste.
“Dele farás o teu ubá, então, navegarás sem perigo.
“Deixa em paz a grande flor das águas...”
Eis aí, como nasceu da imaginação fértil e criadora de nossos índios, a história da vitória-régia, ou uapê,ou iapunaque-uapê, a maior flor do mundo.

Machado, Irene. Literatura e redação. São Paulo (SP): 1994, pp. 105-106, Editora Scipione

BEOWULF E O DRAGÃO


BEOWULF E O DRAGÃO

Havia um rei dinamarquês que era valente na guerra e sábio nos tempos de paz. Vivia num castelo esplêndido. Recebia muitos convites e dava festas maravilhosas. Mas tudo isso era bom demais para durar eternamente.
Um dia, no final de uma festa, todos ouviram um ruído estranho. Era o dragão Grandel, que saíra do lago e entrara no castelo. Engoliu o primeiro homem que encontrou e gostou tanto do sangue humano que atacou muitos outros. Deixou um rastro vermelho como marca de sua passagem.
Desse dia em diante, a vida no castelo mudou completamente. O terrível Grandel aparecia todas as noites, matava os homens, bebendo seu sangue, e carregava o corpo para o lago. Nem mesmo os guerreiros mais fortes conseguiam vencê-lo, e o castelo acabou sendo abandonado.
Depois de doze anos, esta história chegou aos ouvidos de Beowulf, um cavaleiro jovem e corajoso, capaz de vencer trinta homens ao mesmo tempo.
Quando soube da desgraça que tinha se abatido sobre os súditos do rei dinamarquês, ficou comovido e não pensou duas vezes. Escolheu catorze combatentes e partiu para a Dinamarca.
– Quem é você? – perguntou-lhe o rei.
– Sou Beowulf, viemos libertá-lo do terrível Grandel.
O rei sentiu o coração encher-se de esperança. Deu uma grande festa.
Enquanto todos celebravam, um estranho assobio atravessou o castelo. As portas de ferro caíram por terra e o terrível Grandel entrou pela sala. Os olhos brilhavam, a boca cuspia fogo e as garras eram espadas que rasgavam o chão. Mas antes que ele conseguisse engolir um guerreiro, sentiu uma dor insuportável.
Beowulf havia se lançado na direção do dragão e apertava sua garganta com uma força igual a de trinta homens. Grandel se retorceu, urrou, mas não conseguiu se soltar. Foi empurrado por Beowulf até o lago e morreu.
O rei agradeceu ao herói e a vida voltou para o castelo. Mas no fundo do lago, uma velha feiticeira, a mãe de Grandel, resolveu vingar a morte de seu filho. Penetrou na grande sala do castelo e aprisionou o conselheiro do rei.
— Caro Beowulf, disse o rei, preciso novamente de sua ajuda.
Nesse mesmo dia, Beowulf e o rei montaram a cavalo e foram até o lago. Boiando sobre as águas, estava a cabeça ensanguentada do conselheiro.
Beowulf mergulhou imediatamente, até que chegou no antro dos monstros. Viu uma mulher horrorosa sentada em cima de ossadas humanas.
Era a mãe de Grandel. A bruxa se atirou sobre ele. Beowulf foi mais rápido. Sua espada cortou a garganta da velha. Mas ela continuou a atacá-lo.
Nisso, o cavaleiro avistou uma espada gigantesca. Agarrou-a e arrancou a cabeça da velha. Foi só então que ele viu, ao lado, o corpo monstruoso de Grandel. Beowulf também lhecortou a cabeça e carregou-a até a superfície.
Mas depois que Beowulf libertou a Dinamarca desse monstro sinistro, sentiu muitas saudades de seu próprio país. Seu tio havia acabado de morrer. E como ele era o único herdeiro, foi coroado rei. Governou durante cinquenta anos com sabedoria e justiça.
Foi quando novamente recebeu notícias de que um dragão incendiava a Dinamarca. Não perdeu tempo. Convocou sua tropa e viajou para enfrentar o monstro.
O animal o esperava. De sua garganta saíam chamas envenenadas e uma fumaça verde. Os cavaleiros de Beowulf apavoraram-se e fugiram, Beowulf viu-se só diante do monstro. Mas havia alguém a seu lado: Wiglaf, o mais jovem dos homens de sua tropa.
Esquecendo-se da espada, Beowulf atacou o dragão com tanta força que nem parecia que havia envelhecido. O monstro grunhiu e o sangue escorreu do ferimento de sua garganta. Mesmo assim Beowulf foi atingi-Io com o golpe mortal e percebeu que sua espada havia se partido ao meio.
Estava condenado. Então ouviu uma voz:
– Estou a seu lado, meu rei.
Era Wiglaf, que imediatamente atacou o dragão, ferindo-o mortalmente.
O dragão estendeu a pata e atingiu o rei com suas garras venenosas. Beowulf sentiu o veneno penetrar nas profundezas de seu corpo. Antes que a vida o deixasse, disse:
– Eu te nomeio rei, fiel Wiglaf. E como prova disso, aqui está o meu anel.
Estas foram as últimas palavras do célebre matador dedragões, Beowulf.
Ele morreu tranquilo, porque sabia que seu sucessor era o mais corajoso de todos os homens, o melhor de todos os guerreiros, e que reinaria com justiça, trazendo felicidade a seu povo.
Machado, Irene. Literatura e redação. São Paulo (SP): 1994, pp. 99-100, Editora Scipione

Santo Tomás e o boi que voava


Santo Tomás e o boi que voava
Contam os fastos da ordem de São Domingos que, achando-se Santo Tomás de Aquino na sua cela, no convento de São Jacques, curvado sobre obscuros manuscritos medievais, ali entrou, de repente, um frade folgazão, que foi exclamando com escândalo:
— Vinde ver, irmão Tomás, vinde ver um boi voando!
Tranquilamente, o grande doutor da igreja ergueu-se do seu banco. Deixou a cela e, vindo para o átrio do mosteiro, pôs-se a olhar o céu, protegendo os olhos com as mãos. Ao vê-lo assim, o frade jovial desatou a rir com estrondo.
— Ora, irmão Tomás, então sois tão crédulo a ponto de acreditardes que um boi pudesse voar?
— Por que não, meu amigo? — tornou o santo. E com a mesma singeleza, fora da sabedoria: — Eu preferi admitir que um boi voasse a acreditar que um religioso pudesse mentir.
Machado, Irene. Literatura e redação. São Paulo (SP): 1994, p. 97, Editora Scipione

A LENDA DO PREGUIÇOSO


A LENDA DO PREGUIÇOSO



Diz que era uma vez um homem que era o mais preguiçoso que já se viu debaixo do céu e acima da terra.
Ao nascer nem chorou, e se pudesse falar teria dito.
“Choro não, depois eu choro”.
Também a culpa não era do pobre. Foi o pai que fez pouco caso quando a parteira ralhou com ele:
“Não cruze as pernas, moço, não presta! Atrasa o menino pra nascer e ele pode crescer na preguiça, manhoso”.
E a sina se cumpriu. Cresceu o menino na maior preguiça e fastio. Nada de roça de lida, tanto que um dia o moço se viu sozinho no pequeno sítio da família onde já não se plantava nada. O mato foi crescendo em volta da casa e ele já não tinha o que comer. Vai então que ele chama o vizinho, que era também seu compadre, e pede pra ser enterrado ainda vivo.
O outro no começo não queria atender ao estranho pedido, mas quando se lembrou de que negar favor e desejo de compadre dá sete anos de azar...
E lá se foi o cortejo, carregado por alguns poucos, nos braços de Josefina sua rede de estimação. Quando passou diante da casa do fazendeiro mais rico da cidade, este tirou o chapéu, em sinal de respeito, e perguntou:
“Quem é que vai ai? Que Deus o tenha!”.
“Deus não tem ainda não, moço. Ta vivo”.
E quando o fazendeiro soube que era porque não tinha mais o que comer, ofereceu dez sacas de arroz. O preguiçoso levantou a aba do chapéu e ainda da rede cochichou no ouvido do homem:
“Moço, esse seu arroz ta escolhidinho, limpinho e cozidinho?”.
“Tá não”.
“Então toque o enterro, pessoal”.
E é por isso que se diz que é preciso prestar atenção nas crendices e superstições da ciência popular. (conto de Giba Predroza).

A LENDA DO MILHO


A LENDA DO MILHO





TABAJARA ERA UM VELHO ÍNDIO MUITO BONDOSO E QUERIDO PELO SEU POVO.
A TRIBO ESTAVA PASSANDO POR MUITA DIFICULDADE. NÃO HAVIA CAÇA E A PESCA ESTAVA DIFÍCIL.
O VELHO ÍNDIO, SENTINDO QUE IA MORRER, REUNIU OS HOMENS DE SUA TRIBO E DISSE:
— ENTERREM MEU CORPO NUMA COVA BEM RASA. CUBRAM-ME COM PALHA SECA E POUCA TERRA. ESPEREM VIR O SOL E A CHUVA. ALI NASCERÁ ALIMENTO PARA TODA TRIBO.
APÓS A MORTE DE TABAJARA, SEU POVO FEZ O QUE ELE HAVIA MANDADO.
SOBRE A COVA DO VELHO GUERREIRO, APARECEU UMA PLANTA. SUAS FOLHAS COMPRIDAS LEMBRAVAM A LANÇA DE TABAJARA.
SUA FLOR VISTOSA PARECIA O COCAR DO CHEFE ÍNDIO E A TRIBO DESCOBRIU QUE SUA ESPIGA ERA UM DELICIOSO ALIMENTO.
FOI ASSIM QUE SURGIU O MILHO.
(ADAPTAÇÃO DO FOLCLORE BRASILEIRO)


INTERPRETAÇÃO DO TEXTO

1-TABAJARA ERA UM:
A( )VELHO ÍNDIO
B( )VELHO NEGRO
C( )VELHO DOENTE

2-A TRIBO ESTAVA PASSANDO POR DIFICULDADES, POIS ESTAVA SEM:
A( )PESSOAS PARA PLANTAR
B( )CAÇA E PESCA
C( ) SEM MILHO E MANDIOCA

3-O VELHO ÍNDIO, AO VER QUE IA MORRER PEDIU PARA QUE:
A-( )JOGASSE SEU CORPO NO RIO
B-( )ENTERRASSE SEU CORPO NO MEIO DA FLORESTA
C-( )ENTERRASSE SEU CORPO NUMA COVA BEM RASA E CUBRISSEM COM PALHA E POUCA TERRA

4- NASCEU NA COVA DO VELHO ÍNDIO : 
A( )MANDIOCA
B( )MILHO
C( )GUARANÁ

A lenda das duas orelhas


A lenda das duas orelhas



Tupã criou o céu, as estrelas e a terra com água, plantas e animais.
Depois chegou a vez de criar o homem.
Com barro limpo e fresco, começou a modelar o primeiro ser humano.
E fez:
- dois olhos para enxergar o mundo.
- duas pernas para caminhar.
- duas mãos para continuar a construção do mundo.
Tupã contemplou sua obra-prima e percebeu que o homem tinha ficado com uma boca e uma orelha. E resolveu acrescentar outra orelha para o homem ouvir duas vezes mais do que falar.

Lenda Tupi

Interpretação

1 - Com o que Tupã fez o primeiro homem?
( ) folhas verdes,palha seca e frutos silvestres.
( ) água ,farinha de mandioca e tinta de árvore.
( ) barro limpo e fresco.

2 -Tupã fez o homem com:
( ) dois olhos para enxergar o mundo
( ) um pé para correr
( ) três mãos

3 – Para caminhar Tupã fez o homem com:
( ) duas barrigas
( ) duas pernas
( ) duas bocas

4- Tupã fez o homem com duas mãos para_______________________
___________________________________________.

5-Por que o homem recebeu duas orelhas?
__________________________________________________________________________________________________________________________
6 - Faça um desenho da lenda.

A Gata Encantada


A Gata Encantada

Texto e desenhos: Claudio Seto



Há muito, muito tempo, existia um lavrador que, por mais honesto e
trabalhador que fosse, sempre vivia na pobreza. Já estava na casa dos 40
anos e ainda não havia conseguido uma esposa.
Numa noite chuvosa, ouviu um miado na porta de sua casa.
– Deve ser algum gato que perdeu o caminho de casa devido à forte
chuva – pensou o homem.
Ao abrir a porta, deparou-se com uma gata molhada e logo conheceu a
bichana. Pertencia à família mais rica da aldeia.
O homem apanhou a gata e enxugou seus pêlos molhados com uma
toalha. Em seguida, deu-lhe uma tigela de arroz.
– Sou pobre, não tenho comidas gostosas como as da casa em que você mora, porém, não posso
deixá-la passando fome.
Cuidou da gata da melhor maneira possível e tratou de arrumar um cantinho quente para a bichana
dormir. Como o homem não tinha com quem conversar, disse à gata, brincando:
– Se você moesse as sementes de trigo enquanto eu cuido da lavoura, eu seria um homem feliz, pois
adiantaria bastante o meu serviço.
No dia seguinte, quando retornou do trabalho, logo percebeu que a gata não tinha ido embora. Viu,
com grande surpresa, que ela havia moído as sementes de trigo e produzido farinha usando pilão e
almofariz.
– Oh, meu Deus! Que gata maravilhosa! Você moeu o trigo e fez farinha! Como sou feliz em ter
uma gata tão agradável como você!
O homem preparou bolinhos de chuva e comeu junto com a gata.
– Que coisa engraçada, parece que você entende o que digo, só falta falar.
Três dias depois, a gata falou, de repente, umas palavras:
– Caro mestre, eu fui chutada pelos meus donos anteriores, porque não tinha nenhuma serventia
para eles. Eles são ricos e têm bastante serviçais, nada restando para eu fazer. Aqui, encontrei a
felicidade de poder servir meu novo amo. Porém, como gata, meu trabalho pode ser limitado, por isso,
gostaria de ir ao Santuário de Ise para rogar por minha transformação em ser humano.
O rapaz não acreditou muito que isso fosse possível, porém, amarrou um amuleto em torno do
pescoço da gata e disse:
– Isso é para eu reconhecê-la quando virar humana.
Dias depois, uma linda mulher apareceu na casa do rapaz.
– Não está me conhecendo? – perguntou a bela donzela.
Vendo o amuleto no pescoço dela, o rapaz foi tomado de uma grande sensação de felicidade. Os
dois se casaram e trabalharam muito dia e noite. Dizem que, anos depois, ele era um dos homens mais
ricos da aldeia.

(Lenda japonesa)

Estrela do mar


Estrela do mar











No tempo em que não existiam estrela do mar, um grãozinho de areia do mar olhava para o céu numa noite estrelada. Viu uma estrela bem pequenina e delicada e apaixonou-se por ela.
O grão de areia era sonhador e poeta. Fez versos e disse palavras tão belas que a estrela também ficou apaixonada.
À distância entre o céu e o mar era imensa. Assim o grãozinho e a estrela teriam que viver eternamente separados. Mas eles gostavam tanto de conversar e tinham tantos segredos para dizer um ao outro que pediram a Deus para ficarem juntos.
Deus então, transformou a estrela do céu em uma estrela-do-mar. E desde então o grãozinho de areia e a estrelinha nunca, nunca mais se separaram.
Lendas brasileira

A HUMANIDADE DESCE A TERRA


A HUMANIDADE DESCE A TERRA


Antigamente, todos os homens viviam no céu. Alguns ainda estão lá, são as estrelas.
No tempo da vida celeste, um velho, numa caçada, viu um tatu e o perseguiu. O tatu enfiou-se terra adentro e o homem cavava cada vez mais fundo para apanhá-lo.
Cavou o dia todo sem conseguir pegar o tatu.
Voltou para casa, mas no dia seguinte recomeçou a cavar.
Dizia a mulher:
__ Quero pegar o tatu!
Cavou durante oito dias e estava quase apanhando o tatu quando o animal caiu num buraco.
O velho o viu descer como um avião, cair num campo e correr em direção à floresta.
Ele alargou o buraco para poder olhar para baixo, mas o vento estava tão violento que o levou de volta à superfície.
O vento continuava a soprar pelo buraco, aumentando cada vez mais a abertura.
Quando o velho voltou a aldeia, os outros lhe perguntaram:
__ Onde está o tatu?
__ Caiu numa terra debaixo da nossa, uma terra com belos campos, que não é como a nossa, é coberta de floresta. Mas o vento soprou e me trouxe de volta para cá.
A história foi discutida no ngobe, a casa dos homens. Os homens mandaram um meokre, que é um menino de 13 a 14 anos, buscar o velho para que ele contasse o que lhe acontecera.
Toda a assembléia resolveu ir ver o buraco. O vento o alargara e dava para ver os belos campos. Tomados pelo desejo de descer, os homens juntaram todas as cordas e fios de algodão que possuíam. Fizeram uma corda única que experimentaram no outro dia, mas ainda era muito curta, só chegava à metade do caminho.
Com outras pontas de fios, os homens encompridaram a corda até que ela alcançasse a terra. Um kuben-kra ( que quer dizer o filho de um homem) quis ser o primeiro a descer.
Amarraram-no bem e o fizeram escorregar. O vento o empurrava de um lado para o outro.
Enfim, ele chegou aos campos, achou-os belíssimos e subiu de volta. No céu, ele disse:
__ Os campos lá embaixo são lindíssimos, vamos viver lá!
Fizeram-no descer mais uma vez e ele amarrou a extremidade inferior da corda numa árvore.
Então, homens, mulheres e crianças escorregaram ao longo da corda.
Pareciam formigas descendo por um tronco.
Muitos não tiveram coragem de descer, preferindo ficar no céu. E cortaram a corda para impedir mais um descida.

O primeiro homem e outros mitos dos índios brasileiros.
Lenda brasileira
1. Em que tempo se passam os fatos narrados no texto “A humanidade desce à terra”?
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2. Onde se passa o episódio da caçada, em que o homem vê e persegue um tatu?
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3. Com base no título do texto e no início da narrativa, onde vivia a humanidade nesse tempo?
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4. Releia:

“Toda a assembléia resolveu ir ver o buraco.O vento o alargava e dava para ver os belos campos. Tomados pelo desejo de descer, os homens juntaram todas as cordas e fios de algodão que possuíam.”

Que sentimentos as pessoas demonstram:
(A) medo
(B) curiosidade
(C) tristeza
(D) alegria

5. Por que nem todos desceram? Copie o trecho onde esta essa afirmação:
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6. OBSERVE:
De modo geral, as lendas são narrativas que se caracterizam por apresentar:

* uma situação inicial tranqüila;
* um fato que quebra essa tranqüilidade;
* um rápido encadeamento dos acontecimentos, chegando-se a um clímax, isto é, a um ponto decisivo ou de suspense máximo;
* um desfecho no qual se completa uma explicação sobre a origem de um elemento da natureza, do ser humano, do universo, dos deuses, etc.

A. Qual o fato que quebra a tranqüilidade na história?
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B. Qual é o clímax da história? Copie o trecho em que ele se encontra.
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C. Qual é o desfecho?

MARIA PAMONHA - Lenda latino-americana



 MARIA PAMONHA - Lenda latino-americana
Certo dia apareceu na porta da casa-grande da fazenda uma menina suja e faminta. Nesse dia, deram-lhe de comer e de beber. E no dia seguinte também.
E no outro, e no outro, e assim sucessivamente.
Sem que as pessoas da casa se dessem conta, a menina foi fi cando, fi cando, sempre calada e de canto em canto.
Uma tarde, os garotos da fazenda perguntaram-lhe como se chamava e ela
respondeu com um fiozinho de voz:
– Maria.
E os garotos, às gargalhadas, fecharam-na numa roda e começaram a debochar dela:
– Maria, Maria Pamonha, Maria, Maria Pamonha…
Uma noite de lua cheia, o fi lho da patroa estava se arrumando para ir a um baile, quando Maria Pamonha apareceu no seu quarto:
– Me leva no baile? – pediu-lhe.
O jovem fi cou duro de espanto.
– Quem você pensa que é para ir dançar comigo? – gritou. – Ponha-se no seu lugar! Ou quer levar uma cintada?
Quando o rapaz saiu para o baile, Maria Pamonha foi até o poço que havia no mato, banhou-se e perfumou-se com capim-cheiroso e alfazema. Voltou para casa, pôs um lindo vestido da fi lha da patroa e prendeu os cabelos.
Quando a jovem apareceu no baile, todos fi caram deslumbrados com a beleza da desconhecida. Os homens brigavam para dançar com ela, e o fi lho da patroa não tirava os olhos de cima da moça.
– De onde é você? – perguntou-lhe, por fi m.
– Ah, eu venho de muito, muito longe. Venho da Cidade de Cintada – respondeu a garota. Mas o rapaz a olhava tão embasbacado que não percebeu nada.
Quando voltou para casa, o jovem não parava de falar para a mãe da beleza daquela garota desconhecida que ele vira no baile. Nos dias que se seguiram, procurou-a por toda a fazenda e pelos povoados vizinhos, mas não conseguiu encontrá-la. E fi cou muito triste.
Uma noite sem lua, dez dias depois, o jovem foi convidado para outro baile.
Como da primeira vez, Maria Pamonha apareceu no seu quarto e disse-lhe com sua vozinha:
– Me leva no baile?
E o jovem voltou a gritar-lhe:
– Quem você pensa que é para ir dançar comigo? Ponha-se no seu lugar! Ou quer levar uma espetada?
Logo que o jovem saiu, Maria Pamonha correu para o poço, banhou-se, perfumou- se, pôs outro vestido da fi lha da patroa e prendeu os cabelos.
De novo, no baile, todos se deslumbraram com a beleza da jovem desconhecida.
O fi lho da patroa aproximou-se dela, suspirando, e perguntou-lhe:
– Diga-me uma coisa, de onde é você?
– Ah, ah, eu venho de muito, muito longe. Venho da Cidade de Espetada – respondeu
a jovem. Mas ele nem se deu conta do que ela estava querendo lhe dizer, de tão apaixonado que estava. Ao voltar para casa, não se cansava de elogiar a desconhecida do baile.
Nos dias que se seguiram, procurou-a por toda a fazenda e pelos povoados vizinhos, mas não conseguiu encontrá-la. E fi cou mais triste ainda.
Uma noite de lua crescente, dez dias depois, o rapaz foi convidado para outro baile. Pela terceira vez, Maria Pamonha apareceu em seu quarto e disse-lhe com aquele fi ozinho de voz:
– Me leva no baile?
E pela terceira vez ele gritou:
– Quem você pensa que é para ir dançar comigo? Ponha-se no seu lugar! Ou quer levar uma sapatada?
Outra vez, Maria Pamonha vestiu-se maravilhosamente e apareceu no baile. E outra vez todos fi caram deslumbrados com sua beleza.
O jovem dançou com ela, murmurando-lhe palavras de amor, e deu-lhe de presente um anel. Pela terceira vez, ele lhe perguntou:
– Diga-me uma coisa, de onde é você?
– Ah, ah, ah, eu venho de muito, muito longe. Venho da Cidade de Sapatada.
Mas como o rapaz estava quase louco de paixão, nem se deu conta do que queriam dizer aquelas palavras.
Ao voltar para casa, ele acordou todo mundo para contar como era bela a jovem desconhecida. No dia seguinte, procurou-a por toda a fazenda e pelos povoados vizinhos, sem conseguir encontrá-la.
Tão triste ele fi cou que caiu doente. Não havia remédio que o curasse, nem reza que o fi zesse recobrar as forças. Triste, triste, já estava a ponto de morrer.
Então Maria Pamonha pediu à patroa que a deixasse fazer um mingau para o doente. A patroa fi cou furiosa.
– Então você acha que meu fi lho vai querer que você faça o mingau, menina?
Ele só gosta do mingau feito por sua mãe.
Mas Maria Pamonha fi cou atrás da patroa e tanto insistiu que ela, cansada, acabou deixando.
Maria Pamonha preparou o mingau e, sem que ninguém visse, colocou o anel dentro dele.
Enquanto tomava o mingau, o jovem suspirava:
– Que delícia de mingau, mãe!
De repente, ao encontrar o anel, perguntou, surpreso:
– Mãe, quem foi que fez este mingau?
– Foi Maria Pamonha. Mas por que você está me perguntando isso?
E antes mesmo que o jovem pudesse responder, Maria Pamonha apareceu no quarto, com um lindo vestido, limpa, perfumada e com os cabelos presos.
E o rapaz sarou na hora. E casou-se com ela. E foram muito felizes.

2. Em seu caderno, copie os trechos sublinhados transformando o discurso direto em indireto e vice-versa. Lembre-se de usar dois-pontos, parágrafo e travessão
quando necessário!
3. Ao terminar, compartilhe com seu professor e colegas o modo como foi construindo
os diálogos entre os personagens.

a lenda do Negrinho do pastoreio




A lenda do Negrinho do pastoreio

No tempo dos escravos, havia um estancieiro muito ruim. Naqueles fins de mundo, fazia o que bem entendia, sem dar satisfação a ninguém.
Entre os escravos da estância, havia um negrinho, encarregado do pastoreio dos animais.
Pois de uma feita, o pobre negrinho, que já vivia sofrendo as maiores judiarias às mãos do patrão, perdeu um animal no pastoreio. Prá quê! Apanhou uma barbaridade atado a um palanque e depois foi mandado procurar o animal extraviado. Como a noite vinha chegando, ele acendeu um toquinho de vela e saiu campeando. Mas nada! O toquinho acabou, o dia veio chegando e ele teve que voltar para a estância sem o animal.
Então foi outra vez atado no palanque e desta vez apanhou tanto que morreu, ou pareceu morrer. Vai daí, o patrão mandou abrir a “panela” de um formigueiro e atirar lá dentro, de qualquer jeito, o pequeno corpo do negrinho.
No outro dia, o patrão foi com a peonada e os escravos ver o formigueiro. Qual não é a sua surpresa ao ver o negrinho vivo e contente, ao lado do animal perdido.
Desde aí, o Negrinho do pastoreio ficou sendo o achador das coisas extraviadas. E não cobra muito: basta acender um toquinho de vela.

LENDA DA REGIÃO NORDESTE A SEMENTE DE SACAIBU


LENDA DA REGIÃO NORDESTE
A SEMENTE DE SACAIBU


Há muitos anos, os índios não sabiam cultivar a terra, nem domesticar os animais. Nunca tinham visto tecer ou fiar. Não construíam malocas. Habitavam em cavernas ou alto das árvores. Pareciam animais selvagens. Nesse tempo, havia uma tribo cujo pajé era prudente e sábio. Chamava-se Sacaibu. Um dia, esse tuxaua resolveu mudar-se com seus companheiros para um lugar bastante elevado, onde havia boas florestas e muita caça.
Sacaibu aí construiu as primeiras malocas da tribo e plantou uma semente que lhe fora oferecida por Tupã. E esperou que essa semente germinasse.
Perto da montanha onde vivia a tribo, abria-se um grande abismo. Os índios passavam horas e horas, olhando para o fundo desse grotão, no desejo de conhecer o vale misterioso que ali devia existir, mas que não se podia ver por causa das florestas espessas que o recobriam.
Enquanto isso a semente plantada por Sacaibu germinou, desenvolveu-se e transformou-se numa bela árvore. Certo dia, os índios viram que as flores dessa árvore se abriam, mostrando lindos tufos brancos. Era o algodão.
Aconselhados por Sacaibu, os indígenas colheram os tufos brancos, desfiaram- nos, teceram os seus fios e fizeram com os mesmos cordas longas e fortes.
Com essas cordas puderam descer o abismo. E foi grande a sua surpresa quando viram que o vale era habitado por um povo adiantado, forte e bem organizado. Os moradores do vale eram também generosos e prestativos. E, atendendo ao pedido de Sacaibu, subiram pelas cordas e foram auxiliar os índios a cultivar suas terras. Assim nasceram os primeiros algodoeiros no Brasil.

A Besta-Fera

A Besta-Fera
Christiane Angelotti



Dizem que a Besta-Fera é uma mistura do Lobisomem com a Mula-Sem-Cabeça, que poderia ser filha dos dois.
Outros dizem que se trata de um bicho que nasceu com uma má-formação. Se é maldição ou coisa feia mesmo, ninguém sabe. Sabe-se que espalha um medão.
A Besta-Fera costuma aparecer nas noites de lua cheia.É uma criatura cruel. Sai correndo pelas ruas das cidades pequenas, alvoroçada em busca de um cemitério. Chegando ao local fica em silêncio e desaparece.
Não se sabe se ela ataca o homem, mas por prevenção, é melhor não atravessarmos seu caminho.
É possível identificar seus passos pelo barulho dos cascos. Solta gemidos pavorosos.
Os conhecedores da lenda contam que a fera detesta crianças. Logo, os pais procuram deixar as crianças bem quietinhas para que a Besta-Fera não pare em frente às suas casas. 

O Arranca-línguas

O Arranca-línguas

É uma lenda muito comum na região do Rio Araguaia (Região Centro-Oeste do Brasil), e por todo estado de Goiás.
Muitas pessoas descrevem o Arranca-línguas como sendo um monstro de dez metros.
Há quem diga que se parece com uma mistura de gorila com homem.
Sua lenda diz que ele se alimenta de línguas dos animais e do homem, daí seu nome. Costuma atacar suas vítimas à noite, matando-as e retirando-lhes a língua para comer. 

A Bruxa

A Bruxa
Christiane Araújo Angelotti



As bruxas já são nossas velhas conhecidas. Elas estão por todas as partes, nas histórias dos contos de fada, nas histórias de terror, nos desenhos animados...
O que muitos desconhecem é que as bruxas podem estar por aí, pertinho de você.
São seres cheios de maldade no coração. Invejosas e traiçoeiras elas semeiam discórdia. Em geral, são feias e estranhas, às vezes, narigudas e com verrugas.
Gostam de ficar sozinhas. Moram, geralmente, em casarões abandonados, casas isoladas. Não gostam de vizinhos e detestam crianças.
As bruxas costumam criar em casa seus animais preferidos: aranhas, morcegos, gatos pretos e sapos. Muitos deles usados em seus feitiços.
Possuem caldeirões de tamanhos diversos e ingredientes horripilantes em suas cozinhas. Língua de cobra, asa de morcego, xixi de sapo e minhocas são alguns deles.
Ter plantas em casa como a arruda e a Comigo-Ningém-Pode ajudam a espantar a magia.
Não se deve deixar crianças sozinhas em locais sem nenhuma adulto conhecido por perto. As bruxas costumam sumir com bebês e crianças pequenas.
Para se proteger desses seres deve-se ter um coração bondoso e fazer o bem a todos. O bem e o amor anulam o feitiço da bruxa. 

O Véu da Noiva

O Véu da Noiva



O pai da índia Pingo d'Água chamou-a para comunicar que ela estava prometida em casamento para Pucaerin, um bravo caçador. A jovem, assustada, disse a seu pai que não amava o valente índio, e sim Itaerê e lhe suplicou que reconsiderasse a decisão. O velho índio, no entanto, disse que não haveria como, pois tal casamento seria conveniente à paz entre as tribos vizinhas. A bela índia, então, muito triste, disse que pediria forças a deusa Jaci para suportar tal encargo.
Á noite, Pingo d'Água saiu a caminhar, pedindo a Tupã que a salvasse do triste destino.
Infelizmente, as preparações para a festa de casamento prosseguiram, e Pingo d'Água ia ficando cada vez mais angustiada.
Pingo D’ Água resolveu então, fugir com seu amado Itaerê. Mas ele não apareceu. Quando começou a celebração do casamento, o grande-chefe iniciou a cerimônia, ordenando que trouxessem a noiva. Houve demora, até que vieram avisar que ela não se encontrava na oca. Imediatamente, os índios saíram para procurá-la. Todos desconfiavam que Itaerê a tinha raptado.
Seguiram o rastro da moça até perto da cachoeira, de onde as águas caíam a grande altura. Pingo d'Água não mais apareceu. Dias depois, um curumim correu para avisar a tribo que havia um corpo boiando próximo às rochas em que as águas da cachoeira despencavam. Era Pingo D’Água, a noiva índia que acabara morrendo pelo amor de outro homem. A cachoeira recebeu, então, o nome de "Véu da Noiva".

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