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sexta-feira, 5 de abril de 2013

Nove Regras para Criarmos uma Criança Tímida
"Poucas pessoas sabem disso, mas, assim como os vícios são hábitos, pensar negativamente também o é..."
Autor: Jon Talber[1]

criança tímida

Imagine que uma criança tem o potencial para ser qualquer coisa, inclusive fazer a diferença que não fizemos... 
A timidez é um aprendizado, um estado de comportamento criado por nós, do mesmo modo que se cria um hábito, como por exemplo, o colecionar carrinhos em miniatura, ou selos; ou a preferência por um refrigerante, ou a ver o belo como feio e vice e versa.

Somos capazes de criar, tanto aquilo que preferimos e desejamos, quanto aquilo que repudiamos. E tudo isso são comportamentos, facetas psicológicas que depois de se tornarem partes integrantes de nossas personalidades, servirão para alguma coisa, e serão usadas, sejam para nos proporcionar insatisfações, ou satisfações.

É como um filho que criamos. Podemos lhes dar carinho e atenção, mas, não podemos nos assegurar que jamais terão contato com a coisa contrária e seguirão um caminho adverso. Um comportamento, depois de criado, ficará dormente, em estado de espera, ou será aplicado imediatamente, a depender da ocasião. Sem uso, jamais permanecerá, mesmo que o seja apenas em nossos sonhos inconscientes.
Com freqüência nos chegam as crianças tímidas. Não porque assim nasceram, mas porque foram fabricadas, criadas até de forma involuntária, uma vez que poucos, como pais e educadores, conhecem as regras a seguir. São observações simples, que podem ser facilmente constatadas, em nosso convívio diário, seja em casa ou na escola, seja entre incultos, ou cultos.

Evidentemente a lista não se presta a criar estados de timidez em quem quer que seja, mas, antes disso, serve como guia para nos inteirarmos das causas e assim evitarmos a criação de algum, estando ou não sob nossos cuidados.
  1. Sempre compare sua criança com a criança do vizinho, ou do seu amigo, ou com seu irmão, especialmente quando se trata de uma habilidade que a mesma não possui.
  2. Cubra-a de elogios, de modo que cresça ofuscada pelo mimo caseiro, ocultando assim suas falhas, suas limitações de qualquer natureza, assim ela ficará surpresa quando o mundo lá fora a rejeitar, sem que ela compreenda o motivo.
  3. Revele, diante dos seus colegas, situações que lhe sejam embaraçosas, especialmente aquelas pequenas manias que ela tenta a todo custo ocultar; ou pequenas preferências, que antes eram apenas segredos caseiros. Mas antes saiba que, isso a fará sentir-se envergonhada, menor que as outras.
  4. Obrigue-a a ser irreverente, assim como a mais extrovertida da classe, ou da rua onde mora, indicando claramente que seu comportamento, que representa seu modo natural de “ser”, seja qual for ele, é considerado anormal, uma deformação.
  5. Defina “o ser” a mais bela das belas como sendo uma obrigação, assim ela poderá se olhar no espelho, e ao comparar-se com a beleza das outras e sentir-se impossibilitada de imitar, se sentir um traste, uma aberração digna de ser rejeitada pelo mundo.
  6. Ignore seus talentos naturais, sempre preferindo as qualidades dos outros; sempre tomando como referência os mais hábeis, os vencedores de fora, os famosos, mesmo sabendo que tudo aquilo são personalidades falsas, especialmente construídas para o mercado das aparências, do consumo.
  7. Faça-a sentir-se embaraçada na frente dos amigos ou convidados, com comentários jocosos, citando o modo como se veste, como anda, como fala, seus gostos pessoais, etc. Desse modo ela sentirá vergonha de se expressar, de estar diante dos outros, e tenderá a ver-se como uma coisa anormal, diante de um mundo de normais, que evidentemente, são diferentes de si.
  8. Menospreze suas opiniões, mesmo sabendo que uma criança ainda carece de experiência para tê-las com coesão. Ressalte as opiniões daqueles que sabem tudo, especialmente crianças superdotadas, ou as consideradas gênios, assim, doravante, ela sentir-se-á naturalmente insegura, temerosa de comentar qualquer coisa, de opinar, na sua presença e diante dos de fora.
  9. Esconda-lhe ou ignore suas limitações, assim, ao entrar em contato com o mundo real, lá fora, longe do seguro ambiente do lar, local onde se sente importante, quando de fato puder constatar que não o é, se sentirá humilhada e naturalmente fraca, sem saber lidar com a verdade óbvia, sem compreender o porquê das críticas sobre si.
Agindo dessa forma, com certeza, em pouco tempo, terá diante de si uma criança capaz de temer até a própria sombra.

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