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domingo, 16 de junho de 2013

Resumo: “Planejamento em questão” de Celso Vasconcelos



1 INTRODUÇÃO

A discussão sobre o planejando nos tem dado uma oportunidade importante para nossa postura como profissional. Portanto, a disciplina de planejamento educacional nos dá através da professora Ms Sheila Ximenes uma reflexão sobre o planejamento através da analise de uma das partes do capítulo do livro “Planejamento. Projeto de Ensino-aprendizagem e Projeto Político Pedagógico” do autorCelso Vasconcelos, 2010.
Porém nesta resenha estaremos fazendo algumas considerações sobre a 1ª parte do capítulo:“Planejamento em questão” onde o principal objetivo do livro é ajudar a prática educativa e convida o leitor a fazer uma reflexão que possa fazer com que os professores, educadores, acadêmicos de Pedagogia e assim consecutivamente possam aprender a agir, a mudar, a avançar.... Ainda nas faculdades é possível notar que o tema “planejamento” é taxado como “chato”, fazendo jus a fama “professor nenhum gosta de planejar”, mas assim como o autor esperar mudar isso, esperamos ser uma nova geração de pedagogos que valorize de fato o planejamento e o faça com força de vontade.

2 PRIMEIRA PARTE – PLANEJAMENTO EM QUESTÃO

Antes de qualquer coisa, o que é reflexão? Essa é uma boa maneira de começar a refletir sobre o termo propriamente tido, para só então a partir daí buscar os outros caminhos que nos leve a entender como se dá esse processo de reflexão.
A reflexão, portanto, é uma mediação no processo dede transformação. É como afirma Rubinstein (1967), que acredita que o caráter consciente e orientado a um fim caracteriza a atuação humana.
Baseado na ideia de que a ação humana pode ser alienada o autor acredita que a alienação não significa que o professor não esteja apto para agir, ou que não tenha um fim, um objetivo, ele trata isso como uma qualidade dos mesmos.

3 A FALTA DE SENTIDO DO PLANEJAMENTO

Quando adentramos no campo educacional, deparamo-nos com séculos de denuncia de uma escola desvinculada da vida, abstrata, formalista, autoritária passiva, etc., e, no entanto, uma observação mais atenta, nos damos conta que a prática, no seu conjunto, pouco tem mudado.

3.1 LOCALIZAÇÃO DA PROBLEMÁTICA

No cotidiano das escolas, em especial no final e inicio de ano, é realizada uma série de práticas como preencher formulários com objetivos, conteúdo estratégia,avaliação ,indicação de livros didáticos, etc.

4 ANÁLISE DAS IDEIAS DO AUTOR

Celso Vasconcellos, nos fragmentos sobre Planejamento de Ensino, discorre sobre o Papel da Reflexão como mediação no processo de transformação; Falta de sentido do planejamento e por último, enfoca a Análise do problema da falta de credibilidade do planejamento.
A reflexão encontra-se no campo da subjetividade, sendo que os obstáculos para a mudança estão tanto no campo subjetivo como no objetivo, enquanto tal, não pode interferir na realidade, nas condições objetivas; os sujeitos é que podem agir – direta ou indiretamente sobre a realidade.
A reflexão tem por função despertar o sujeito, além de capacitá-lo para caminhar. Neste sentido, a reflexão implica na articulação de duas dimensões: O Convencimento para reconstruir o sujeito mediador, despertando o desejo para a consciência se integrar, se motivar para a ação. A Intervenção para construir caminho viável de mediação, projetar objetivos para a ação.

v O que dizem os professores:

Não é possível planejar; do jeito que o planejamento vem sendo feito não funciona; não é necessário planejar. Como entender a descrença do educador em relação ao planejamento?

v Não é possível planejar

Há uma visão de que não da para planejar, porque a realidade da escola não e nada simples e a sala de aula e muito dinâmica (cada dia e cada dia, cada classe e cada classe, cada aula e uma aula...) tudo muda...

v Não há condições

Muitas vezes, o que esta em questão e a percepção da falta de condições mínimas favoráveis para poder se desencadear um processo de planejamento significativo.

v Não há jeito mesmo

Alem disto, há a questão do determinismo enraizado : se somos determinados (por fatores biológicos,sociais,psicológicos, etc.), se não da para mudar mesmo de que adianta planeja?isto nada mais seria que uma enganação,uma alienação, uma perda de tempo..

v É inútil

Esta e com certeza umas das maiores queixas dos professores: sentem que estão submetidos a um ritual que não tem conseqüências na pratica cotidiana da escola, e uma mera formalidade.

5 DUAS GRANDES CORRENTES DO PENSAMENTO

Na história do pensamento humano, a reflexão do homem orbitou em torno de duas grandes correntes: A Metafísica - Parmênides – defendia a estabilidade das coisas, não admitindo as contradições, para ele, a essência profunda do ser era imutável e o movimento (mudança) era um fenômeno de superfície.  A Dialética – Heráclito – admitia o movimento, no qual tudo estava num constante vir-a-ser. A linha de pensamento, metafísica, prevaleceu sobre a dialética de Heráclito. Uma das mais fortes vertentes do pensamento até hoje presente no nosso meio, corrente platônica, é o idealismo metafísico.

5.1 PROCESSO DE ALIENAÇÃO DO PROFESSOR:

O educador como cidadão está inserido num contexto mais amplo de sociedade, sendo, portanto atingido pela alienação imposta devida a toda forma de organização social. Enquanto profissional, participa da alienação midiatizada no conjunto de seu trabalho.
          A situação de alienação se caracteriza pela falta de compreensão e domínio nos vários aspectos da tarefa educativa: ao educador falta clareza com relação à realidade em que ele vive, não dominando, por exemplo, como os fatos e fenômenos chegaram ao ponto em que estão hoje (dimensão sociológica, histórico-processual; falta clareza quanto à finalidade daquilo que ele faz: educação para quê, em favor de quem, contra quem, que tipo de homem e de sociedade formar,etc.(dimensão política, filosófica) e, finalmente, falta clareza quanto à sua ação em sala de aula (dimensão pedagógica).     Efetivamente, faltando uma visão de realidade e de finalidade, fica difícil para o educador operacionalizar alguma prática transformadora, já que não sabe onde está, nem para onde quer ir.

6 (DES)CAMINHOS DO PLANEJAMENTO:

          Vamos analisar agora a questão específica do desgaste do planejamento junto aos educadores, levantando algumas hipóteses para explicá-las.
         
6.1 BREVE RETROSPECTIVA HISTÓRICA

 A atividade de planejar é tão antiga quanto o homem, mas a sistematização do planejamento ocorreu fora do campo educacional, ligada ao mundo da produção e à emergência da ciência da administração (final do séc.XIX).
Ao tratar de planejamento a administração utiliza temos como os objetivos e estratégias, remetendo-se às estratégias de guerra! Considerada como empreendimento que sempre buscou a eficiência...Mas talvez o elemento genealógico mais complicador em termos de alienação do trabalho – em geral e escolar – tenha sido a preconização por Taylor da necessidade de separar a tarefa de planejamento da execução, ou seja, organizar cientificamente o trabalho implicava a distinção radical entre concepção e realização.
Desta forma, esta nova ciência acaba por respaldar e justificar a prática tão antiga de uns conceberem (homens livres) e outro executarem (escravos), fundamentando o planejamento tecnocrático, onde o poder de decisão e controle está nas mãos de técnicos, especialistas e não no próprio agente transformador.
No início do séc.XX, o planejamento vai avançando para todos os setores da sociedade, provocando enorme impacto a partir do seu uso na União Soviética não como simples organização interna a uma empresa, mas como planificação de toda uma economia.

7 LINHAS DE PLANEJAMENTO ADMINISTRATIVO NA ATUALIDADE

Gerenciamento da qualidade total; Planejamento estratégico e Planejamento participativo. Ao analisar a história da educação escolar, percebemos diferentes concepções do processo de planejamento, de acordo com cada contexto sócio-político-econômico-cultura.
A profª.Margot Ott (1984) aponta três grandes concepções que vão se manifestando em diferentes momentos da história do planejamento:

v Planejamento como Princípio prático;
v  Concepção associada à tendência tradicional;
v  Instrumental/Normativo;
v  Tendência tecnicista de educação;
v Planejamento Participativo - fundamentos marcantes nesta concepção:

- consciência;
- intencionalidade;
- participação;

O saber deixa de ser considerado como propriedade dos especialistas, valorizando-se a construção, o diálogo, o poder coletivo local, a formação da consciência crítica a partir da reflexão sobre a prática de mudança. Planejamento, instrumento de intervenção no real para transformá-lo na direção de uma sociedade mais justa e igualitária.

8 NÚCLEO DO PROBLEMA DO PLANEJAMENTO.

Elementos que comprometem o sentido e a força do planejamento:

v Idealismo = tendência de valorizar as idéias em detrimento da prática;

v Formalismo = atividade desprovida de sentido para o sujeito, cumprimento de prazos não discutidos, preenchimento de formulários impostos, adequação a um saber já pronto (técnico);

v Não-Participação = planejamento tido como dispositivo de disciplinamento de professores e alunos, meio de dominação ao invés de liberação. Tal prática de planejamento introduz uma cisão na totalidade humana, tendo em vista que as pessoas não participam dos resultados do próprio trabalho.


9 CONCLUSÃO

O estudo deste capítulo foi muito importante para nós futuros pedagogos refletir sobre o assunto“Planejamento em questão” apresentado por Celso Vasconcellos, pois contribuiu de forma significativa para nossa reflexão e aproveitamento da disciplina “Planejamento educacional”.
 Ficou clara a intenção do autor em nos mostrar que o professor necessita planejar, refletir sobre sua ação antes, durante e depois de sua prática docente, saber de onde partir, onde quer chegar, que sujeito formar e em que sociedade atuar. (GANDIM, 1985).
Foi possível perceber que é normal ter uma certa descrença dos professores, afinal é difícil, cansativo, mas não é inútil como pensam alguns, é necessário.
Apesar de tudo parecer fácil no papel que (aceita qualquer coisa) como diz o autor, as vezes acontece que o professor é seduzido pelas promessas do planejamento, como se através dele tudo pudesse ser resolvido e isso não acontece na rapidez que o professor espera, nem ocorre como ele imaginou que aconteceria, causando assim um desanimo no ato de planejar, o professor cria a ilusão de que não vale a pena.
O sentimento que o professor tem ao encarar o planejamento e ver na prática não é tão fácil quanto no papel é o de decepção, ele finda desacreditando, mas é cobrado e obrigado a continuar planejando, aí ele planeja porque é uma formalidade e isso o faz ser um professor alienado, ele não planeja no sentido que deveria, apenas faz porque é uma prática e acaba fazendo disso algo mecanizado, apenas um método de trabalho.
Por fim ficou claro também que a dinâmica do planejamento é muito complicada, mas isso não dá o direto ao professor de descontar isso nos alunos, portanto, a partir da analise feita neste capítulo, fica clara a necessidade de superar a descrença no planejamento, recuperar seu sentido para buscar alternativas de praticá-lo.


REFERÊNCIAS


VASCONCELOS, Celso dos S. Planejamento. Projeto de Ensino-aprendizagem e Projeto Político-Pedagógico. 21ª Ed.São Paulo: Lebertad, 2010.

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