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quarta-feira, 17 de julho de 2013

10 Passos para trabalhar com criança com 


necessidades especiais.

10 Passos para trabalhar com criança com necessidades especiais.
Como o numero de crianças com necessidades especiais continua a crescer, mais e mais líderes de escoteiros, treinadores de futebol, professores de educação religiosa, bibliotecários, professores de música e Educação Infantil, e muitos deles  estão começando  trabalhar com estas crianças pela primeira vez.
Com a escola inclusiva veio a necessidade de adaptação e captação de novos conhecimentos, infelizmente a maior parte de nossos professores ainda tem pouco ou quase nenhum conhecimento sobre o assunto
Aqui estão dez dicas importantes que você deve passar para as pessoas que irão trabalhar com seu filho ou aluno especial.

1. Interação sem discriminação com crianças com Necessidades Especiais.

O maior erro que os adultos fazem quando encontram alguém com necessidades especiais é não interagir com ele. Ou interagir aos gritos e gesticulando, dando ênfase a necessidade da criança. Normalmente eles tentam fazer perguntas (eles não gostam de perguntas, eles não vão responder). A menos que você tenha a confiança dele e ele se sinta seguro com você e isso não acontece de uma hora para outra, leva um pouco de tempo variando de um caso para outro, seja paciente, não tenha presa. Faça a criança se sentir confortável com sua presença e com seu modo de perguntar. Faça perguntas de formas diferentes. Não seja massivo no modo de perguntar, pergunte no máximo 3 vezes e de 3 formas diferentes. Não fale aos gritos. Não gesticule demais. As mesmas regras de uma conversa educada se aplicam a adultos e crianças. Em primeiro lugar, apresentar-se e explicar quem você e porque você está ali. Dependendo das necessidades especiais da criança, pode ser necessário tomar a mão da criança, coloque uma mão sobre o ombro da criança ou mesmo tocar os rostos uns dos outros para fazer uma boa introdução.
Em seguida, explicar a atividade que você vai fazer com a criança. Explicar as diferentes etapas da atividade, incluindo o início e o fim - ao mesmo tempo tenha o maior contato visual possível. Olhe nos olhos ao falar.

2. Aprendo observando crianças com Necessidades Especiais.

Algumas crianças com necessidades especiais percebem estímulos sensoriais de diferentes maneiras e pode ser incapaz de verbalizar o desconforto. Lembre-se que todo comportamento é comunicação. Sempre manter-se atento estas diferenças e pensar sobre o comportamento da criança, se determinada atitude está se comunicando com você, tentando lhe dizer alguma coisa. Se você não tem certeza do que você está vendo, peça aos pais da criança ou outros profissionais para lhe explicar.
Não existe fórmula pronta para trabalhar com humanos, são pessoas, e a subjetividade humana varia muito de uma pessoa para outro, e muito mais com crianças com necessidades especiais.

3. Inclua a criança com Necessidades Especiais

Ao realizar jogos e brincadeiras, certifique-se que a criança com necessidades especiais poderá participar, se ela não puder participar,  certifique-se que durante este período ela esteja envolvida com outra atividade para ocupar o tempo e não sentir deslocada e excluída dentro da sala de aula. Coloque a segurança em primeiro lugar e organizar o ambiente para o conforto físico e emocional. As jamais deixe o fator exclusão tomar parte da sua sala, pois isso irá afetar os outros alunos.

O sistema de integração é organizado a partir do conceito de corrente principal, conhecido como “mainstream”. [...] O processo de integração através da corrente principal é definido pelo chamado sistema de cascatas. Nele, todos os alunos têm o direito de entrar na corrente principal e transitar por ela. Podem tanto descer ou subir na cascata em função de suas necessidades específicas. [...] A inclusão questiona o conceito de cascatas [...] A objeção é que o sistema de cascatas tende para a segregação [...] porque um sistema que admite tamanha diversificação de oportunidades para os alunos que não conseguem ‘acompanhar a turma’ no ensino regular não força a escola a se reestruturar para mantê-los.[...] Inclusão é, assim, o termo utilizado por quem defende o sistema caleidoscópio de inserção. [...] No sistema de caleidoscópio não existe uma diversificação de atendimento. A criança entrará na escola, na turma comum do ensino regular, e lá ficará. Caberá à escola encontrar respostas educativas para as necessidades específicas de cada aluno, quaisquer que sejam elas. A inclusão [...] tende para uma especialização do ensino para todos.[...] A inclusão exige rupturas.Werneck (1997, p. 51-53),


4. Aceite a criança com Necessidades Especiais.

Devido ao pouco conhecimento, e a falta de cursos de treinamento na área, tenho visto, lamentavelmente, muitos profissionais da educação rejeitando crianças com Necessidades Especiais. Estão perdendo uma excelente oportunidade melhorarem como pessoa, além de obter acumulo teórico e experiência profissional e de vida. Alguns profissionais dizem que eles não vão mudar a maneira como eles fazem as coisas para acomodar uma pessoa em um grupo. Mas toda a questão do ensino é a utilização de uma variedade de métodos para ajudar outra pessoa a entender e a dominar novas habilidades. Por exemplo, se uma criança se recusa a abrir mão. Convide um dos pais para participar das atividades por alguns minutos para reduzir a ansiedade, em seguida, peça para o pais sair de forma sutil. Se uma criança não tem as habilidades motoras adequadas para uma atividade, ajude a criança a percorrer as propostas ou peça a um coleguinha (construa valores)para que já saber fazer para ajudar a criança por alguns minutos. Em uma aula de educação Infantil, uma criança pode ter dificuldade em compreender alguns conceitos, mas quando esses mesmos conceitos são apresentados em um jogo ou em uma brincadeira, eles fazem mais sentido.

Mudanças na terminologia são necessárias para refletir as mudanças políticas e práticas; - um exemplo específico é a mudança de “especial” para “inclusiva” (UNESCO, 1994, p. 32)
  

5. Não trate a criança com Necessidades Especiais, diferente das outras.

Este é um erro comum, tratar a criança com necessidades especiais como se fosse um “coitadinho”, “digno de pena”. Isso não é inclusão. Trate como uma pessoa. As mesmas regras que são aplicadas ao resto da turma, precisam ser aplicadas a Criança com necessidades especiais também. Se um conjunto de regras é apresentado ao grupo, aplicar essas regras de forma coerente a todos.  O fato de você nunca ter trabalhado com crianças com necessidades especiais não pode ser fator impeditivo para seu aprendizado.

“inclusão e exclusão como processos ao invés de eventos, [e as definem respectivamente como] processos de aumento e redução da participação de alunos do currículo, da cultura, das comunidades locais e das escolas regulares. [Para eles], Qual quer escola real, em qualquer tempo, reflete um complexo interjogo de forças inclusivas e excludentes, atuando em indivíduos e grupos de alunos “. Booth e Ainscow (1998, p.194)

6. Use material visual, táteis, sensoriais, e bem explicados.

Antes de iniciar uma atividade, certifique-se que todos entenderam bem como funcionará a atividade, jogo ou brincadeira. Tendo explicado corretamente poderá significar a diferença entre a participação e não participação de muitas crianças com necessidades especiais.
Estímulos táteis, como tocar suavemente o ombro de uma pessoa, oferecendo um cobertor ou outro tecido macio, ou o fornecimento de bolinha de borracha são maneiras fáceis para marcar a transição e chamar a atenção de uma pessoa. A maior parte do aprendizado se obtém através da visão, mas uma boa parte do que sabemos, aprendemos através do tato, dos sons. Tire proveito deste formato de conhecimento. Pergunte a si mesmo, qual é o som de uma bola rolando? E se ela estiver saltando? Qual é o som de uma moeda caindo? Como é a textura de um pedaço de isopor? E se for um pedaço de madeira ou papel amassado? Use e abuse de aulas sensoriais, elas vão acrescentar muito a sua prática.

7. Tenha sempre mais de uma solução para cada dificuldade encontrada.

Você sabe o que eles dizem sobre os melhores planos. No mundo de necessidades especiais, há sempre um plano B e, normalmente, um plano C. Certifique-se de que há espaço para se acalmar e se movimentar livremente se as coisas correrem mal. Pense sobre o que cada participante pode fazer em vez de se concentrar no que eles não podem contribuir.
Aumente as possibilidades de acertos e diminua as possibilidades de erros.

8. Seja positivo e ame o que você está fazendo.

Uma atitude positiva é a qualidade mais importante para quem trabalha com crianças com necessidades especiais. Eu vi especialistas altamente treinados incapaz de interagir por causa de sua atitude negativa e suposições. Mas algumas pessoas com nenhuma experiência ou conhecimentos mudar a vida de crianças com necessidades especiais, você pode ser uma delas. Se você ama a profissão de educar, com certeza sempre haverá espaço na sua turma para um aluno com necessidades especiais.

9. Seja apenas professor.

Tenha visto muitas falas erradas sobre a sublime tarefa de educar. Professor não é psicólogo, nem assistente social, ou qualquer outra profissão. Professor é professor, e esta já é uma tarefa grande por demais. Concentre se em ser o melhor professor possível, e fará a diferença na vida de muitas crianças. Mesmo que você seja formado em outras profissões, se você está como professor, na sala de aula seja professor, não seja outra coisa, além disso. Toda vez que dentro de uma sala de aula você misturar profissões e atribuições estará plantando semente de problemas em longo prazo. Deixe cada campo de atividade profissional cuidar de suas atribuições.

10. Não seja pai dos alunos com Necessidades Especiais.

Aluno precisa de carinho? Guardadas as devidas proporções, sim. Mas não o trate com condescendência ou paternalismo exacerbado. Precisamos tratá-los como pessoas, e isso se aplica a todos os alunos. Mas ainda mais aos alunos com Necessidades Especiais. O mundo é cheio de pessoas que tratam essas crianças como defeituosos, aleijados, incapazes, e infelizmente muitos educadores o fazem. Então quando estas crianças encontram pessoas que os tratam como iguais, passam a respeitar estas pessoas. Mesmo na hora de chamar a atenção, ou de corrigir algo, eles se sentem bem ao perceberem que estão sendo tratados da mesma forma que as demais crianças. Você quer formar filhos na sua sala de aula? Ou pessoas autônomas?

...à criação de comunidades estimulantes, seguras, colaboradoras, em que cada um é valorizado, como base para o maior sucesso de todos os alunos. Ela se preocupa com o desenvolvimento de valores inclusivos, compartilhados entre todo o staff, alunos e responsáveis, e que são passados a todos os novos membros da escola. Os princípios derivados nas escolas de culturas inclusivas orientam decisões sobre as políticas e as práticas de cada momento de forma que a aprendizagem de todos seja apoiada através de um processo contínuo de desenvolvimento da escola. (BOOTH , 2000, p.45).


BOOTH, T. et al. Index for Inclusion – developing learning and participation in schools. Bristol: CSIE, 2000.

BOOTH, T. ; AINSCOW, M. (Eds) From them to Us. London: Routledge, 1998.

UNESCO. Ministry of Education and Science of Spain.  Final Report:  World Conference
on Special Needs Education: Access and Quality. Salamanca: UNESCO, 1994

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