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sábado, 6 de dezembro de 2014

A Princesa dos Sapatos Vermelhos

A Princesa dos Sapatos Vermelhos
Um rei que tinha três filhas, todas elas muito bonitas. Dormiam juntas no mesmo quarto e com as camas umas ao lado das outras. O rei, que era muito desconfiado, fechava sempre a porta à chave, quando se iam deitar. Mas uma manhã, quando voltou a abri-la, descobriu com espanto que as solas dos sapatos da sua filha mais velha estavam gastas.
Passado algum tempo, os sapatos das outras duas princesas também começaram a aparecer completamente estragados todas as manhãs.
Ninguém conseguia explicar o que acontecia durante a noite e parecia que as princesas não se lembravam de nada. Então o rei, muito preocupado, fez saber aos seus súditos que aquele que descobrisse onde é que as suas filhas iam todas as noites casaria com uma delas. Mas, se não conseguisse descobrir o segredo em três dias, seria mandado para a prisão. No dia seguinte, um príncipe apresentou-se no palácio disposto a tentar esclarecer o mistério.
Nessa noite, o príncipe sentou-se à frente da porta do quarto das princesas; mas, pouco a pouco, as suas pálpebras iam-se fechando, até que adormeceu profundamente. De manhã, quando acordou, viu que as jovens tinham saído, porque as solas dos seus sapatos estavam outra vez gastas. Aconteceu o mesmo nas duas noites seguintes, e o rei mandou prender o príncipe. Vieram depois outros príncipes e cavaleiros, dispostos a descobrir onde é que as princesas iam todas as noites. Mas todos fracassaram, e foram encerrados nas masmorras do castelo, um a seguir ao outro.
Um pobre soldado, que saíra do exército por causa das suas feridas de guerra, dirigia-se ao palácio para tentar a sorte quando lhe apareceu uma velha que lhe deu um conselho:

- Se quiseres saber onde é que as princesas vão, não bebas o vinho que te servirem.

E, dito isto, entregou-lhe uma capa que tinha o poder de tornar invisível quem a vestia.
Quando chegou ao palácio, o soldado, tal como os que o tentaram antes, sentou-se à porta do quarto das princesas. Antes de se deitar, a filha mais velha do rei ofereceu-lhe um copo de vinho, mas o soldado, seguindo o conselho da velha, fingiu que o tinha bebido e sentou-se de vigia. Logo depois, fingiu que estava a ressonar para as princesas o ouvirem.

- Este podia ter poupado a viagem!

Espera-o o mesmo fim que o dos outros!- exclamou a pequena.
Quando as princesas já estavam prontas, a mais velha deu uma pancadinha com o pé no chão e este abriu-se. Umas atrás das outras desceram por uma escada que então ficou à vista. O soldado, que tinha visto tudo, vestiu a capa invisível e foi atrás delas.
No fim da escada esperava-as um exuberante prado, cheio de árvores com brilhantes folhas de prata.
O soldado arrancou uma e guardou-a. Pouco depois chegaram a um lago, onde três príncipes encantados esperavam as princesas em três barquinhos.
Cada princesa subiu para um barco, e sentou-se junto ao seu príncipe. O soldado que estava invisível graças à capa, subiu para o bote da filha mais velha. Remaram até à outra margem do lago, onde havia um fabuloso palácio de onde saía uma alegre melodia interpretada por uma orquestra.
Ali as princesas dançaram com os seus príncipes até os sapatos de todas elas estarem gastos. Então, os príncipes acompanharam novamente as jovens até à outra margem. Quando as princesas chegaram à escada, o soldado já se encontrava no palácio e fingia que continuava a dormir. As três irmãs, acreditando no sono profundo do soldado, despiram os seus vestidos, esconderam os seus sapatos gastos debaixo da cama e deitaram-se.
O soldado não quis contar logo ao rei o que tinha visto. Durante as duas noites seguintes o jovem seguiu as raparigas e, de todas as vezes, dançaram até estragar os sapatos. Ao quarto dia, o soldado decidiu revelar ao rei o que tinha descoberto.

- Majestade, finalmente descobri onde é que as princesas gastam as solas dos sapatos – afirmou. – Num palácio subterrâneo, dançando com três príncipes!

E como prova de que era verdade aquilo que estava a dizer, tirou a folha de prata que tinha apanhado no caminho para o lago, e mostrou-a ao rei.
O rei mandou chamar as suas filhas imediatamente, pois era difícil acreditar nas palavras do soldado.

- Minhas filhas, é verdade que durante todas estas noites estiveram a dançar num palácio subterrâneo com uns príncipes desconhecidos? – perguntou-lhes.

As princesas olharam umas para as outras, coradas de vergonha. Nenhuma se atrevia a responder ao seu pai, porque tinham medo do castigo. Por fim, após um longo silêncio, a irmã mais velha confessou ao rei toda a verdade. O monarca, ainda que ao principio se tenha zangado com elas, acabou por lhes perdoar o que tinham feito.
Depois, disse ao soldado:

- Cumpriste o que prometeste, e eu cumprirei a minha promessa. Qual das minhas filhas queres para tua esposa?

- Como já não sou muito novo – respondeu o soldado -, escolho a mais velha.

Alguns dias depois celebrou-se o casamento e o soldado transformou-se num futuro rei.
Os três príncipes continuaram à espera das princesas, noite após noite, e em vão já que estas nunca mais voltaram ao palácio subterrâneo.

Autoria desconhecida.
Quem souber a autoria favor deixar nos comentários.

Ali Babá e os Quarenta Ladrões

Ali Babá e os Quarenta Ladrões

Era uma vez um jovem chamado Ali Babá. Ele viajava pelo reino da Pérsia levando e trazendo notícias para o rei.

Numa das viagens, enquanto descansava,ouviu vozes. Subiu numa árvore e viu quarenta ladrões diante de uma enorme pedra. Um deles adiantou-se e gritou:

- Abre-te Sésamo!

A enorme pedra se moveu, mostrando a entrada de uma caverna, os ladrões entraram e a pedra fechou-se.

Quando os ladrões saíram, Ali Babá resolveu experimentar e gritou para a pedra:

- Abre-te Sésamo!

A enorme pedra se abriu e Ali Babá entrou na caverna. Viu um imenso tesouro e carregou o que pôde no seu cavalo e partiu direto em direção ao palácio para pedir a filha do sultão, por quem estava apaixonado há muito tempo, em casamento. Quando o sultão viu o dote,aceitou imediatamente.

Ali Babá ficou muito feliz e resolveu contar para todos que ia se casar. Mas para isso precisava comprar um palácio para a sua princesa. Voltou à pedra e falou:

- Abre-te Sésamo!

Um dos ladrões estava escondido e viu Ali Babá sair da caverna carregando o tesouro. O ladrão foi contar aos outros o que viu e decidiram pegá-lo. Com as jóias, Ali Babá comprou um palácio para sua amada e avisou a todos que daria uma festa no dia do seu casamento.

Os ladrões, sabendo da festa, enfiaram-se em tonéis de vinho vazios para atacar Ali Babá à meia-noite, quando estivesse dormindo. A festa foi tão alegre que o vinho acabou. Ali Babá então, foi à adega verificar se havia mais e, sem querer, escutou um susurro:

- Já deu meia-noite? - perguntou um dos ladrões.

- Já, mas esperem a festa acabar! Aí vamos pegar aquele que está usando o nosso tesouro.

Voltando à festa, Ali Babá disse:

- O vinho estragou e preciso de ajuda para levá-lo daqui.

Alguns guardas ajudaram a levar os tonéis até um despenhadeiro.

- Vamos jogá-los lá em baixo - disse Ali Babá.

Ao perceber que seriam jogados, os quarenta ladrões entregaram-se aos guardas.
Com os ladrões presos, Ali Babá ficou com o tesouro, e a princesa e ele viveram felizes para sempre com a fortuna encontrada.

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