Páginas

domingo, 1 de março de 2015

egunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

DISORTOGRAFIA: O QUE É ISSO?


A disortografia pode ser definida como o conjunto de erros da escrita que afetam a palavra mas não o seu traçado ou grafia. A disortografia é a incapacidade de estruturar gramaticalmente a linguagem, podendo manifestar-se no desconhecimento ou negligência das regras gramaticais, confusão nos artículos e pequenas palavras, e em formas mais banais na troca de plurais, falta de acentos ou erros de ortografia em palavras correntes ou na correspondência incorreta entre o som e o símbolo escrito, (omissões, adições, substituições, etc.).

Sinais indicadores:

  • Substituição de letras semelhantes.
  • Omissões e adições, inversões e rotações.
  • Uniões e separações.
  • Omissão - adição de “h“.
  • Escrita de “n“ em vez de “m“ antes de “p“ ou “b“.
  • Substituição de “r“ por “rr“.

Problemas associados:

Perceptivos:

  • Deficiência na percepção e na memória visual auditiva
  • Deficiência a nível espácio-temporal (correcta orientação das letras), discriminação de grafemas com traços semelhantes e adequado acompanhamento da sequencia e ritmo da cadeia falada.

Linguístico:

  • Problemas de linguagem – dificuldades na articulação
  • Deficiente conhecimento e utilização do vocabulário

Afectivo-emocional:

  • Baixo nível de motivação

Pedagógicas:

  • Método de ensino não adequado, (utiliza frequentemente o ditado, não se ajusta à necessidades diferenciais e individuais dos alunos, não respeitando o ritmo de aprendizagem do sujeito).

O que pode fazer:

  • Encorajar as tentativas de escrita da criança, mostrar interesse pelos trabalhos escritos e elogiá-la.
  • Incitar a criança a elaborar os seus próprios postais e convites, a escrever o seu diário no final do dia como rotina.
  • Chamar a atenção da criança para as situações diárias em que é necessária a utilização da escrita.
  • Incite a criança a ajudá-la na elaboração de uma carta.
  • Não valorize demasiado os erros ortográficos da criança uma vez que estes já são motivo de repreensão e frustração demasiadas vezes.
  • Não corrija simplesmente os seus erros mas tente antes procurar a solução com a criança (ex.: "qual a outra letra que podemos usar para fazer esse som?").
  • Recorra a livros de actividades que existem no mercado que permitem à criança trabalhar os vários casos de ortografia.
  • Não sobrecarregue, contudo, a criança com trabalhos e fichas que a cansem demasiado e a levem a ver as actividades acadêmicas como desagradáveis.Também é preciso brincar.

Fonte: www.appdae.net/disortografia.html#




sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

O QUE É DISLALIA?




Esse distúrbio na fala é o que encontramos no personagem da Turma da Mônica
      Você conhece algum portador de Dislalia? Pode-se dizer que o mais famoso deles é o personagem de Maurício de Sousa, o Cebolinha, conhecido por trocar a letra “R” por “L”, além de roubar o coelhinho da Mônica. Esse é um caso clássico deDislalia, um distúrbio de fala, caracterizado pela dificuldade em articular as palavras e pela má pronunciação, seja omitindo, acrescentando, trocando ou distorcendo os fonemas. Podemos citar alguns casos: a troca de “bola” por “póla”; de “porta” por “poita”; de “preto” por “peto”; de “tomei” por “omei”; de “barata” por “balata”; de “atlântico” por “atelântico”. Outro exemplo comum envolve a pronuncia do “K” e do “G”: “ato” ao invés de “gato”; “ma a o” no lugar de “macaco”.
 As trocas mais comuns são:
- P por B;
- F por V;
- T por D;
- R por L;
- F por S;
- J por Z;
- X por S.

Até os quatro anos, o erro em pronunciar as palavras é considerado normal, mas, após essa idade, continuar falando mal pode acarretar sérios problemas, inclusive na escrita. Uma opção é fazer o trabalho preventivo à alfabetização, evitando dificuldades escolares. Possivelmente ocorra a estimulação do distúrbio caso a criança use chupeta, mame mamadeira ou chupe dedo por tempo prolongado, causando flacidez muscular e postura indevida da língua.
Vale ressaltar algumas dicas para não ajudar a desenvolver esse distúrbio. Em muitos casos, os tios, avós, pais, enfim, acham graça quando a criança fala de forma errada como “biito” (bonito), “tebisão” (televisão), “Tota-Tola” (Coca-cola)… Mas é importante não achar fofo e sempre corrigi-la. Falar certo diante da criança, para que ela cresça sabendo e se habituando ao correto. O professor deve articular bem a palavra, fazendo com que os fonemas estejam claros. Ao perceber em sala de aula que um determinado aluno não está pronunciando bem, deve procurar os pais e comunicá-los. E, como a fala é um ato motor elaborado, troque informações com os professores de educação física, que observam melhor o desenvolvimento psicomotor do aluno. O professor deve tomar muito cuidado na hora da correção, para o aluno não se sentir inferiorizado, por isso a necessidade e importância do fonoaudiólogo no tratamento.



Dislalia está subdividida em quatro tipos:
-      Evolutiva: considerada normal em crianças e corrigida gradativamente durante o desenvolvimento;
-      Funcional: quando ocorre a substituição ou eliminação das letras durante a fala e/ou distorção do som;
-      Audiógena: acontece em indivíduos com deficiência auditiva, pois não consegue imitar os sons.
-      Orgânica: ocorre em casos de lesão no encéfalo, o que impossibilita a pronuncia correta, ou quando há alteração na boca.
Cada caso exige um procedimento particular para o tratamento da dislalia, mas o trabalho do fonoaudiólogo sobre a falha e dificuldade é indiscutível.  A criança será trabalhada e estimulada para desenvolver algumas competências como a sensação e a capacidade de sentir os sons; percepção, ou seja, a aptidão para reconhecer o som; e a elaboração, que é a capacidade de reflexão sobre os sons percebidos. A partir daí, falamos da autoconfiança, bom relacionamento, crescimento pessoal… Acredite! A dislalia tem tratamento, e, para isso, uma equipe interdisciplinar de profissionais baseado em psicopedagogo, fonoaudiólogo, psicólogo entre outros, tem muita importância para o resultado positivo.



FONTE:



domingo, 1 de junho de 2014

CRIANÇAS COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM



Sobre o encaminhamento ao Psicopedagogo….

Muito discutida e ainda não totalmente resolvida é a questão do encaminhamento de crianças com problemas escolares a profissionais especializados em dificuldades de aprendizagem, os psicopedagogos. Quer por haver diferentes profissionais com múltiplas especialidades, quer pela dificuldade da escola em avaliar a quem encaminhar cada caso, o que se vê é que existe uma certa dúvida nessas conduções, o que em nada beneficia a criança e a sua família.
 Apesar de toda controvérsia quando o assunto se refere às dificuldades de aprendizagem de nossas crianças, a prática nos aponta para dois fatos inegáveis: esses problemas devem-se a diferentes fatores isolados ou associados entre si, e somente a avaliação e a intervenção precoce das dificuldades, pode levar ao sucesso na aprendizagem escolar. O papel da escola nesse em  muitos outros sentidos na vida das crianças, ultrapassa o âmbito pessoal e se reflete no crescimento da sociedade como um todo.
Escola, família e sociedade são responsáveis não só pela transmissão de conhecimentos, valores, cultura e mas também pela formação da personalidade social dos indivíduos.
As dificuldades e os transtornos de aprendizagem que se apresentam na infância tem sempre forte impacto sobre a vida da criança, de sua família e sobre o seu entorno, pelos prejuízos que acarretam em todas as áreas do desenvolvimento pessoal, assim como de sua aceitação e participação social.
A Aprendizagem é um processo que se realiza no interior do indivíduo e se manifesta por uma mudança de comportamento relativamente permanente.
Segundo Silvia Ciasca, a Dificuldade de Aprendizagem é compreendida como uma “forma peculiar e complexa de comportamentos que não se deve necessariamente a fatores orgânicos e que são por isso, mais facilmente removíveis”. Ela ocorre em razão da presença de situações negativas de interação social. Caracteriza-se fundamentalmente pela presença de dificuldades no aprender, maiores do que as naturalmente esperadas para a maioria das crianças e por seus pares de turma e é em boa parte das vezes, resistente ao esforço pessoal e ao de seus professores, gerando um aproveitamento pedagógico insuficiente e auto estima negativa.
Essa dificuldade é relacionada a questões psicopedagógicas e/ou sócio-culturais, ou seja, não é centrada exclusivamente no aluno e somente pode ser diagnosticada em crianças cujos déficits na aprendizagem não se devam a problemas cognitivos.
A dificuldade de aprendizagem, DA, não tem causa única que a determine, mas há uma conjugação de fatores que agem frente a uma predisposição momentânea da criança. Alguns estudiosos enfatizam os aspectos afetivos, outros preferem apontar os aspectos perceptivos, muitos justificam esse quadro alegando existir uma imaturidade funcional do sistema nervoso. Ainda há os que sustentam que essas crianças apresentam atrasos no desempenho escolar por fatores como a falta de interesse, perturbação emocional ou inadequação metodológica.
De modo mais pontual, acredita-se que as dificuldades de aprendizagem surgem por exemplo a partir de:
- Mudanças repentinas de escola, de cidade, de separações;
- Problemas sócio culturais e emocionais;
- Desorganização na rotina familiar, excesso de atividades extra curriculares, pais muito ou pouco exigentes);
- Envolvimento com drogas, separações;
- Efeitos colaterais de medicações que causam hiperatividade ou sonolência, diminuindo a atenção da criança;
- encontramos assim crianças com baixo rendimento em decorrência de fatores isolados ou em interação.
Pode ser percebida pela professora e diagnosticada por profissionais especializados já na  pré-escola. Pode ser evitada tomando-se cuidado em respeitar o nível cognitivo da criança e permitindo que esta possa interagir com o conhecimento: observar, compreender, classificar, analisar, etc.
O diagnóstico e a intervenção das dificuldades de aprendizagem envolvem interdisciplinaridade em pelo menos três áreas: neurologia, psicopedagogia e psicologia, para possibilitar a eliminação de fatores que não são relevantes e a identificação da causa real do problema.
Alguns sintomas podem ajudar os profissionais da escola a perceberem os sinais da Dificuldade de Aprendizagem, a partir da pré escola e durante todo trajeto escolar da criança:
- Persistentes problemas na área da Linguagem: de articulação, aquisição lenta de vocabulário, restrito interesse em ouvir histórias ,dificuldade em seguir instruções orais, soletração empobrecida,dificuldade em argumentar,problemas em redigir e resumir,etc;
- Problemas com a Memória: dificuldades na aprendizagem de números, dos dias da semana,em recordar fatos, em adquirir novas habilidades,em recordar conceitos, na memória imediata e de longo tempo, etc;
- Atenção: dificuldade em concentrar-se em algo que não seja de seu interesse pessoal, de planejar, de autocontrole, impulsividade,  atenção inconstante, etc;
- Problemas com a Motricidade: problemas na aquisição de comportamentos de autonomia (ex. amarrar os cordões do tênis); relutância para desenhar; problemas grafo-motores da escrita (forma da letra, pressão do traço, etc); escrita ilegível, lenta ou inconsistente; relutância em escrever;
- Lentidão na aquisição das  noções de espaço e tempo, domínio pobre de conceitos abstratos; dificuldade na planificação de tarefas; dificuldades na realização de tarefas acadêmicas, provas, etc; dificuldade de aquisição de novas aprendizagens cognitivas; problemas sociais.

TRANSTORNO OU DISTÚRBIO  DE APRENDIZAGEM 

DIS + TURBARE =  alteração violenta da ordem natural da  aprendizagem
No Transtorno de aprendizagem, há a presença de  uma disfunção neurológica, que pode envolver imaturidade,lesões específicas do cérebro, fatores hereditários e ou disfunções químicas. Devido à forma irregular que as habilidades mentais se desenvolvem, aparecem discrepâncias marcantes entre a capacidade e a execução nas tarefas acadêmicas.
São características marcantes dos Distúrbios de Aprendizagem:
- início do comportamento ou atraso sempre na infância;
- o transtorno está sempre ligado à maturação biológica do sistema nervoso central;
- curso estável;
- as funções afetadas incluem geralmente a linguagem, habilidades viso-espaciais e/ou condições motora;
- há uma história familiar de transtornos similares e fatores genéticos têm importância na etiologia (conjunto de possíveis causas) em muitos casos.
Segundo estimativas da  Organização Psiquiátrica Americana, a prevalência dos Transtornos da Aprendizagem, variam entre 2 a 10% na população, dependendo da natureza da averiguação e das definições aplicadas e estes podem persistir até a idade adulta.
Os principais Transtornos de Aprendizagem são os de Leitura e Escrita, de Cálculo, o Transtorno do Déficit de Atenção e/ou  Hiperatividade e o Transtorno não Verbal de Aprendizagem.
O diagnóstico desses Transtornos deve ser realizado por profissionais especializados e experientes, em uma equipe multiprofissional que garanta também o planejamento e a intervenção objetivando minimizar os efeitos de tais distúrbios sobre a vida da criança.
Essa equipe deve ter necessariamente a presença de um psicopedagogo, profissional habilitado em trabalhar com as questões da Aprendizagem e que partirá de seus conhecimentos transdisciplinares, para trabalhar e promover o desenvolvimento de estratégias cognitivas de aprendizagem, de estudo, as operações mentais para a realização das tarefas de cunho pedagógico, aumentar a auto estima e a motivação intrínseca da criança, etc.
É possível encontrarmos crianças cujo rendimento escolar apresenta-se empobrecido frente aquele esperado por seus pais e professores e que não apresentam transtornos  de aprendizagem,porém o fraco desempenho na aprendizagem nunca deve ser desconsiderado ou minimizado pois representa o ponto de partida para o diagnóstico da dificuldade e do transtorno no aprender.
Se uma criança chama a atenção de seu professor pela problemática que apresenta para aprender e se esta dificuldade não demonstrou ter ligação com a prática pedagógica usada, a avaliação desse profissional deve necessariamente ser levada aos pais, no sentido de os alertar a procurarem um trabalho especializado na área da aprendizagem.
O psicopedagogo tem formação multidisciplinar e informação suficiente, para após avaliar a criança, a encaminhar para outra especialidade se assim for necessário. E, no mínimo, no final da avaliação psicopedagógica, os pais já terão afastado  a maior parte das possibilidades de diagnósticos prováveis em dificuldades e transtornos de aprendizagem.

Por Maria Irene Maluf
(Especialista em Psicopedagogia e em Educação Especial / Editora da revista Psicopedagogia da ABPp /Profª convidada do Instituto Sedes Sapientiae / Coordenadora/SP do Curso de Especialização em Neuropedagogia do Instituto SaberCultura - www.irenemaluf.com.br)


domingo, 4 de maio de 2014

Agressividade Infantil e Adolescente, o que fazer?




 Para compreendermos a agressividade infantil e adolescente precisamos inicialmente aprender a distinguir a agressividade “normal” que é inerente a determinada faixa etária ou sexo e a agressividade que ultrapassou os limites, ou seja, que está fora dos padrões esperados para cada indivíduo.
Destaco algumas etapas do desenvolvimento cognitivo da teoria piagentiana que considero fundamentais para a compreensão dos estágios de todo o processo evolutivo do indivíduo.:
Sensório-motora (0 – 2 anos): é uma fase em que a criança conhece o mundo através dos sentidos e reage ao mundo através de reflexos, levando tudo à boca (fase oral)
Pré-operatória (2 – 7 anos): a criança começa a assimilar noções de tempo e a seu modo não há conserto para suas ações e o raciocínio lógico ainda não está desenvolvido.
É bastante comum a criança até os dois anos de idade morder um coleguinha, ou seja, é esperado para sua fase e não deve ser considerado como uma ação agressiva.
A criança nesta fase é egocêntrica, ou seja, imagina que o mundo gira em torno dela. Ela ainda não aprendeu a expressar em palavras os seus sentimentos e vontades e por isso usa o corpo empurrando, gritando, chorando ou mordendo como uma forma mais eficiente e rápida de conseguir o que quer .

Alguns comportamentos comuns:

  • A disputa por um brinquedo
  • A disputa pela atenção de alguém que gosta
  • Birras e gritarias quando contrariado
Estes são comportamentos muito comuns nesta fase, porém, é fundamental a imposição de limites, interferindo quando necessário e explicando que a atitude não é correta, já que as crianças desta idade não tem a noção de que estão machucando o “outro”. A agressividade pode ter o objetivo de machucar ou não, muitas vezes surge apenas pelo desejo de conquistar algo.
Aos 3 anos aproximadamente as crianças descobrem a satisfação de se comunicar e brincar com o outro, iniciando sua socialização, pois já sabem se comunicar bem melhor em função de uma linguagem muito mais rica. Neste período a criança já tem uma intenção nas reações de agressividade, mas não evoluem. É necessário o início da imposição de limites básicos com pequenas punições sem atitudes violentas, já que atos violentos geram mais violência.
Entre 4, 5 e 6 anos surgem os grupos ou panelinhas onde alguns comportamentos agressivos podem surgir em função das diferenças individuais: conflitos, brigas, provocações e desvalorização do outro, podem nomear-se por apelidos pejorativos e humilhantes.
Já na fase de 7 a 10 anos trata-se de uma faixa etária perigosa em que a criança já tem noção do que pode ou não fazer.



Os comportamentos agressivos podem ter início no ambiente escolar. A escola é um meio de convívio social onde a criança necessita adaptar-se ao grupo, conquistar amigos, ou seja, precisa aprender a relacionar-se com pessoas diferentes, fato que significa sair de um mundo mais “protegido” que é o meio familiar e migrar muitas vezes para um mundo de mais difícil convivência.
Pais e professores devem estar atentos à intensidade e freqüência das atitudes agressivas das crianças e, caso necessário buscar um apoio psicológico para extinção de tais comportamentos a fim de que eles não se instalem definitivamente e ocasionem um problema de conduta mais sério no futuro bem como traumas , complexos, bloqueios emocionais, e outros.
Existem acontecimentos na vida da criança como: a chegada de um irmãozinho, uma doença ou a perda de alguém querido, ou ainda a mudança de ambiente como a casa ou escola, que podem suscitar na criança reações passageiras de agressividade.
São situações consideradas comuns, porém, é preciso prestar a devida atenção para que tal comportamento não evolua para um transtorno de conduta na adolescência e posteriormente na vida adulta podendo gerar pessoas com transtornos psicológicos ou de personalidade como: suicidas, bandidos, assassinos, depressivos, e, ainda possíveis vítimas ou agentes de bullyng etc.
Outro fator fundamental que pode influenciar ou incentivar o comportamento agressivo é o ambiente em que a criança vive e interage no dia a dia: a relação familiar.
O comportamento agressivo pode surgir como o resultado de uma relação familiar deficiente em vários aspectos desde a infância. As reações agressivas que tem origem na infância podem apresentar diversas formas. Inicialmente podem ser demonstradas através de estados emocionais descontrolados e com o passar do tempo e a maturidade podem tornar-se ações mais elaboradas e premeditadas quando adulto.
Devem ser considerados também: aspectos individuais, inatos, como sexo e hereditariedade. Alguns estudos mostram que as meninas se socializam mais facilmente em relação aos meninos que geralmente tendem a demonstrar mais problemas na adaptação social, distinguimos assim uma tendência maior do aspecto da agressividade em relação ao sexo masculino.
É importante acrescentar que a agressividade infantil pode se manifestar em diferentes locais e intensidades e também pode se direcionar diretamente a quem causou a raiva ou a outra pessoa ou objeto . Outro fator importante é que a agressividade só pode ser considerada como um desvio de conduta quando manifestada por um longo período de tempo e quando não existem acontecimentos importantes que estejam trazendo instabilidade emocional para a criança.





Pontos importantes a serem observados:

  • Falta de imposição de limites; muitos pais acabam sendo extremamente permissivos com os filhos
  • Demasiada tolerância diante do surgimento da agressividade, ou seja, quando pais e professores não intervêm de maneira correta frente às primeiras evidências de traços agressivos da criança
  • Cobrança excessiva dos pais e poucos elogios: pode ocasionar a baixa auto-estima e o sentimento impotência em realizar tarefas, podendo sentir-se sempre abaixo das expectativas, inferiorizada e desqualificada em relação a outras. Não consegue realizar suas tarefas diárias, torna-se agressiva, pois tem medo e ansiedade. Os pais devem auxiliá-las na execução de trabalhos sem excesso de cobranças e melhorar a auto-estima convencendo-a de suas qualidades e seus méritos.
  • Desamparo: a criança pode sentir-se desamparada, demonstrar dificuldades em relacionar-se ou manter-se isolada do grupo: pode ser um sinal de que não sabe pedir ajuda, podendo ter explosões de ódio e revolta
  • Abuso de poder: maus tratos, agressão física ou qualquer tipo de abuso : sexual, físico ou emocional (qualquer tipo de controle que o adulto pode fazer)
  • Pouca afetividade na relação familiar onde não há expressão dos afetos, os pais agem de forma extremamente racional e lógica, como uma forma de manter uma distância emocional na relação com os filhos reprimindo assim sensações, desejos e sentimentos
  • Formas de torturas psicológica

A qualidade na relação com os filhos é fundamental principalmente até os 6 anos de idade que é o período de formação de personalidade. A compreensão, afeto, prazer , o elogio e o diálogo são formas muito eficientes de lidar com a criança no seu dia a dia.
Negligência ou omissões causam danos psicológicos, cognitivos e físicos a crianças. Elas precisam ter conhecimento sobre os acontecimentos do meio familiar, sentir-se participativa e integrante do âmbito familiar.

Como a Psicoterapia Pode Ajudar:

As crianças e adolescentes tem muita dificuldade em expressar seus sentimentos, pois estão em fases ainda imaturas e em desenvolvimento, onde muitos sentimentos são confusos e complicados de compreender e lidar com estes.
A psicoterapia utiliza-se de técnicas muito eficazes que facilitam a comunicação do paciente em relação a seus sentimentos, pois utilizam uma linguagem muito mais acessível.
O psicólogo irá investigar o histórico do paciente a fim de compreender qual ou quais são os fatores que estão suscitando impulsos agressivos na criança ou adolescente, em que momento e situação isto ocorreu, além de trabalhar com esses possíveis traumas e bloqueios psicológicos de forma a extinguir tais comportamentos ajudando-lhe a ser um adulto mais feliz.
Este é um trabalho que deverá ser realizado em conjunto com a família (principalmente com os pais), escola e demais relações importantes da criança, pois além da psicoterapia da criança, os pais também serão orientados no sentido de ajudar a criança neste processo.


FONTE: http://www.psicologaregina.com.br/?p=255#sthash.UQ3JVhZe.dpuf



sexta-feira, 25 de abril de 2014

O NÓ DO AFETO





Em uma reunião de pais, numa Escola da periferia,
Diretora ressaltava o apoio
que os pais devem dar aos filhos.
Pedia-lhes, também, que se fizessem
presentes o máximo de tempo possível.Ela entendia que, embora a maioria dos pais e mães daquela
comunidade trabalhassem fora,
deveriam achar um tempinho para se
dedicar e entender as crianças. Mas a Diretora ficou muito surpresa quando um pai se
levantou e explicou, com seu jeito humilde,
que ele não tinha tempo
de falar com o filho, nem de vê-lo, durante a semana. 


Quando ele saía para trabalhar, era muito cedo e o filho
ainda estava dormindo.
Quando voltava do serviço era muito tarde e
o garoto não estava mais acordado. 


Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover
o sustento da família. Mas ele contou, também,
que isso o deixava angustiado por não ter tempo
para o filho e que tentava se redimirindo beijá-lo todas as noites quando chegava em casa. 


E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava umnó na ponta do lençol que o cobria. Isso acontecia, religiosamente, todas as noites quando ia
beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó,
sabia, através dele, que o pai
tinha estado ali e o havia beijado. O nó era o meio decomunicação entre eles. 


A Diretora ficou emocionada com aquela história singela e
emocionante. E ficou surpresa quando constatou
que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola. 
O fato nos faz refletir sobre as muitas maneiras de um pai
ou uma mãe se fazerem presentes ,
de se comunicarem com o filho.
Aquele pai encontrou a sua, simples, mas eficiente.
E o mais importante é
que o filho percebia, através do nó afetivo,
o que o pai estava lhe dizendo. 
Por vezes, nos importamos tanto com a forma de dizer as
coisas e esquecemos o principal, que é
a comunicação através do sentimento.
Simples gestos como
um beijo e um nó na ponta do lençol,
valiam, para aquele filho, muito mais que
presentes ou desculpas vazias. 
É válido que nos preocupemos com nossos filhos, mas é
importante que eles saibam, que eles sintam isso.
Para que haja a comunicação,
é preciso que os filhos "ouçam" a linguagem do nosso
coração, pois em matéria de afeto,
os sentimentos sempre falam
mais alto que as palavras. É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro
afeto, cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho,
o ciúme do bebê que roubou o colo,
o medo do escuro. A criança pode não entender o
significado de muitas palavras, mas sabe
registrar um gesto de amor.
Mesmo que esse gesto seja apenas um nó.
Um nó cheio de afeto e carinho. 
E você... Já deu algum nó afetivo
no lençol do seu filho, hoje?


Autor: desconhecido



FONTE: CANTINHO ALTERNATIVO



sexta-feira, 11 de abril de 2014

6 PASSOS PARA SE TORNAR UMA MÃE AUTOCONFIANTE



Entre os papéis que representamos na vida, nenhum é tão rico, multifacetado e impossível como o de mãe. Nenhum outro oferece tantos desafios e surpresas quanto esse, que, afinal, faria parte do repertório instintivo de toda mulher. Será? A aflição provocada pelo choro do bebê vai ser mais tarde substituída pela ansiedade do primeiro dia de aula, e depois pela preocupação com as notas do boletim e, antes que essa desapareça, vai surgir o primeiro namorado com pelos nas pernas e, com ele, as viagens de férias e o amigo com moto - e tantas outras situações, que, a cada geração, vão mudando de roupagem nas diversas fases de desenvolvimento dos filhos, sempre provocando emoções difíceis. Para ter mais confiança, sugerimos:


1. Abrir-se para o prazer

Nossa cultura acredita que o valor de uma dádiva está no sacrifício necessário para alcançá-la. Assim, muitas vezes o prazer que uma relação proporciona é escamoteado. As comadres de plantão têm pressa em comunicar à gestante: "Depois que esse bebê nascer, você nunca mais terá uma noite de sono!" Mas ninguém comenta o que significa ser acordada pelo choro do bebê e se dar conta de que é o seu bebê e que basta o som da voz materna ("Está tudo bem, mamãe já vai!") para acalmá-lo. Ninguém conta como é gratificante perceber a alegria com que o bebê, antes assustado, recebe a mãe que se aproxima do berço. Onde mais a vida vai oferecer uma experiência de um narcisismo assim legítimo? Quem não se deixa paralisar pelas armadilhas da culpa e da idealização fica mais livre para desfrutar dos prazeres e privilégios de viver a experiência de gerar e criar um ser humano.


2. Admitir as fraquezas

Não existe uma lista dos atributos que fazem uma boa mãe, mas paciência, tolerância, bons olhos e, principalmente, bons ouvidos ajudam um bocado nessa tarefa. Fundamental é a capacidade de abdicar do desejo de ser perfeita e admitir que o filho também tem dificuldades e fraquezas. Mães inseguras, com dúvidas e hesitações, são menos perigosas do que as infladas de certezas e seguranças. Educar é mesmo complicado porque usamos princípios e parâmetros que aprendemos ontem para ensinar a criança a enfrentar o mundo de amanhã. Melhor sermos inseguras. Ainda que tenhamos certeza de nossos valores, não podemos estar certas de que sempre sabemos o que é melhor para o outro.


3. Perceber que as parcerias são vitais

Felizmente, a mãe não é a única pessoa importante na vida do filho. O pai e os avós podem se tornar excelentes aliados desde que sejam recebidos e tratados como parceiros, não como assistentes sem qualificações. Em geral, as mães concordam em abrir mão de uma parte do trabalho, mas não do poder. Melhor aprender a sair do foco dos holofotes, pois fatalmente a mãe terá de abandonar o posto de protagonista da vida dos filhos e dividir a cena com amigos, namorados e até com os filhos que eles terão.


4. Saber que a culpa não resolve, só paralisa

Há uma diferença fundamental entre culpa e responsabilidade. Assumir a responsabilidade por um erro permite corrigi-lo. Já a culpa paralisa, pois a necessidade de se penitenciar pela falha impede a reparação. Os educadores sabem que o erro é parte do processo de aprendizagem. Quem não pode errar não pode aprender. O sentimento de culpa é proporcional à fantasia de onipotência: quem se sente culpado no fundo acredita que pode fazer tudo perfeito e, se não o faz, é por negligência ou distração. Mas isso é assunto dos deuses. Por mais que a mãe ame os filhos, sempre haverá momentos em que ela se perguntará onde estava com a cabeça quando entrou nesse enredo. Esses sentimentos não ferem ninguém, o que fere são as palavras e as ações.


5. Ouvir a voz do coração

Das fraldas às camisinhas, do pediatra ao ginecologista, da orientadora escolar ao psicoterapeuta, levamos no olhar a mesma perplexidade, no coração a mesma angústia, nos braços a mesma impotência. Não podemos ter certezas absolutas. O melhor a fazer é seguir o coração para podermos nos defender quando, mais tarde, o filho reclamar que não fizemos o que ele acha que deveríamos ter feito - que provavelmente será o contrário do que fizemos. As que procuraram respeitar o espaço do filho serão acusadas de abandono; as que não quiseram se omitir serão chamadas de controladoras. Ao menos poderemos responder que fizemos o que podíamos e o que sabíamos. Mais do que isso, ninguém tem o direito de exigir.


6. Frustrar faz parte do jogo

O esforço para evitar a qualquer custo a frustração dos filhos é prejudicial porque transmite a falsa noção de que ela é consequência de uma falha. Uma pessoa sem tolerância à frustração seria incapaz de abrir mão de um prazer imediato e, assim, seria incompetente para atender às inevitáveis exigências da vida. Não adianta fazer todos os sacrifícios para oferecer o brinquedo da hora, a roupa da moda, os programas do momento. A frustração virá ou sob a forma do telefone que não toca (quando ele espera pela chamada da colega), ou da mudança do melhor amigo para o exterior, ou de qualquer situação importante cujo desfecho não depende do poder dos pais (e são tão poucas as que dependem, depois que eles crescem...). Ou seja, as mães não podem nem precisam resolver todos os problemas dos filhos.

FONTE: REVISTA CLÁUDIA



quinta-feira, 3 de abril de 2014

A INDISCIPLINA NA SALA DE AULA


Primeiro dia de aula. Professor novo. Turma pouco afeita ao estudo. No caminho para seus novos afazeres os corredores da escola não parecem nada animadores para o recém-chegado professor. Na sala de aula todos os alunos estão de pé, circulando despreocupadamente, sem qualquer tipo de compromisso com o trabalho que está apenas começando.
Querem falar de outros assuntos, mais próprios e interessantes em sua opinião para pessoas que, como eles, estão em idade para frequentar o Ensino Médio. Matemática não lhes parece parte integrante dos conhecimentos que necessitam para sobreviver na selva que percebem em seus cotidianos. Jaime, seu novo professor, mal consegue se apresentar, pois é interrompido com menos de 10 minutos em sala de aula pelo acionamento do sinal que faz com que todos os alunos saiam rapidamente da classe.
É apenas mais uma entre várias “brincadeiras” promovidas pelos alunos para interromper o trabalho que está sendo desenvolvido. Numa outra aula, quando as primeiras páginas do livro estavam sendo abertas no capítulo sobre frações e porcentagens, surgem dois novos alunos, atrasados, que trazem consigo justificativas que lhes permitem permanecer na aula.
Nenhum dos dois tem os materiais apropriados e ainda desrespeitam o professor com gestos obscenos. Ao ser interpelado pelo professor no final da aula um dos estudantes diz que não tem qualquer interesse pelo que está sendo ensinado e, além disso, ameaça o professor.
Para desestabilizar ainda mais as aulas de matemática, os jovens amotinados passam a assistir a aula tendo a seu lado outras pessoas que, como eles, não estão dispostos a estudar e que, da mesma forma como os primeiros, querem ameaçar e boicotar os esforços de Jaime. Para piorar ainda mais a situação, entre os outros membros do corpo docente a descrença na capacidade dos estudantes também se faz notar.
Nas reuniões pedagógicas ou mesmo nos intervalos (na sala dos professores), fica claro para o novo professor de matemática que entre seus colegas de trabalho não há nenhuma perspectiva positiva quanto ao futuro de seus novos alunos. Nem mesmo entre os pais a educação é vista como uma possibilidade de crescimento, de amadurecimento e de melhores chances no futuro...
A seqüência de acontecimentos acima descrita poderia retratar fatos ocorridos em qualquer escola do Brasil. Apresenta o que para muitos que trabalham com educação seriam situações corriqueiras, do cotidiano de seu trabalho.
Trata-se, entretanto de um recorte feito a partir do filme “O Preço do Desafio” (Stand and Deliver), do diretor Ramon Menendez, produzido pela Warner Bros em 1988 a partir da história real de Jaime Escalante, um professor de matemática.
Quando nos referimos a Instituição Escolar, não podemos deixar de enfocar essa questão que suscita muitas dúvidas a educadores, diretores, pais e até mesmo a alunos: a indisciplina.
- O que é uma classe indisciplinada?
- O que o professor pode fazer para ter controle perante situações de indisciplina?
No ambiente escolar em que trabalho, as principais queixas dos professores relativamente à indisciplina são: falta de limite dos alunos, bagunça, tumulto, mau comportamento, desinteresse e desrespeito às figuras de autoridade da escola e também ao patrimônio; alguns professores apontam que os alunos não aprendem porque são indisciplinados em decorrência da não imposição de limites por seus familiares; o fracasso escolar seria então o resultado de problemas que estão fora da escola e que se manifestam dentro dela pela indisciplina; de acordo com esses professores, nada pode ser feito enquanto a sociedade não se modificar. Condutas como essas são também observadas em outras instituições particulares e em escolas públicas. Podemos afirmar que no mundo atual a maioria das escolas enfrenta estas questões, que perduram há anos, sofrendo obviamente alterações históricas de acordo com as contingências sócio-culturais.

Atualmente a indisciplina tornou-se um “obstáculo” ao trabalho pedagógico e os professores ficam desgastados, tentam várias alternativas, e já não sabendo o que fazer, chegam mesmo em algumas oportunidades a pedir ao aluno indisciplinado que se retire da sala já que ele atrapalha o rendimento do restante do grupo. Nesses casos, os alunos são encaminhados ao Serviço de Orientação Educacional. Muitas vezes há pressões por parte dos professores para que sejam aplicadas punições severas a esses estudantes.
- Como agir nessa situação? De que forma ajudar?

O que é uma Classe Indisciplinada?
Para iniciarmos uma reflexão sobre essas questões, vamos destacar o que significa a palavra indisciplina a partir de algumas definições quanto ao termo.

Indisciplina – procedimento, ato ou dito contrário à disciplina; desobediência, desordem, rebelião. (Dicionário Aurélio).
De acordo com o sociólogo francês François Dubet (1997), “a disciplina é conquistada todos os dias, é preciso sempre lembrar as regras do jogo, cada vez é preciso reinteressá-los, cada vez é preciso ameaçar, cada vez é preciso recompensar”. Isso nos coloca diante de um antônimo de indisciplina, nos lembrando que o respeito às regras dentro de uma instituição é de fundamental importância para o seu funcionamento pleno e que, conseqüentemente, a indisciplina representa a ameaça pela desobediência às regras estabelecidas. Por isso Dubet ressalta a necessidade dos professores relembrarem as regras e estimularem o seu cumprimento no decorrer do ano letivo.
Segundo o professor Júlio Groppa Aquino: ”O conceito de indisciplina, como toda criação cultural, não é estático, uniforme, nem tampouco universal. Ele se relaciona com o conjunto de valores e expectativas que variam ao longo da história, entre as diferentes culturas e numa mesma sociedade.”
Groppa ressalta que a manutenção da disciplina era uma preocupação de muitas épocas como vemos em textos de Platão e nas confissões de Santo Agostinho, de como a sua vida de professor era amargurada pela indisciplina dos jovens que perturbavam “a ordem instituída para seu próprio bem”.
Diante dessa idéia de Júlio Groppa, não podemos deixar de lembrar da forma como as escolas até os anos 1960, conseguiam fazer com que seus alunos se comportassem. A disciplina era imposta de forma autoritária, com ameaças e castigos.
Os educandos temiam as punições e esse medo levava a obediência e a subordinação. Além de submetidos a uma rigorosa fiscalização, não podiam se posicionar utilizando-se de questionamentos e reflexões. Os professores eram considerados modelos e, em virtude do conhecimento que possuíam, agiam como donos do saber.
“A educação se torna um ato de depositar, em que os educandos são os depositários e o educador o depositante” (Freire, 1998) por isso passa a ser chamada de “educação bancária”. Segundo a educadora Rosana Ap. Argento Ribeiro, “a educação bancária é classificada também como domesticadora, porque leva o aluno a memorização dos conteúdos transmitidos, impedindo o desenvolvimento da criatividade e sua participação ativa no processo educativo, tornando-o submisso perante as ações opressoras de uma sociedade excludente. O papel da disciplina na educação bancária é fundamental para o sucesso da aprendizagem do aluno. Nela, a obediência e o silêncio dos alunos são aspectos importantes para garantir que os conteúdos sejam transmitidos pelos professores”.
Atualmente, nos primeiros anos do século XXI, estamos vivendo num outro contexto. Influenciados por mudanças políticas, sociais, econômicas e culturais, professores e alunos, e mesmo a própria instituição escolar, assumem um papel diferente na sociedade. Nessa nova realidade a educação bancária já não deveria ser aplicada dentro das escolas.
Acredita-se hoje que os professores devem estar mais preocupados com seu aperfeiçoamento, permitindo que seus alunos questionem, tirem suas dúvidas, se posicionem. Enquanto os alunos, por sua vez, têm mais acesso à informação, se consideram livres para questionar, criar e participar. Outro aspecto importante quanto à educação no 3° milênio refere-se ao fato de que a instituição escolar deveria estar mais aberta para a participação dos pais e da comunidade em suas atividades e mesmo, nas propostas curriculares.
François Dubet reforça a idéia de que “os professores mais eficientes são, em geral, aqueles que acreditam que os alunos podem progredir, aqueles que têm confiança nos alunos. Os mais eficientes são também os professores que vêem os alunos como eles são e não como eles deveriam ser”.
Quanto às afirmações anteriores percebo em minha realidade que alguns professores se mostram preocupados quanto a sua formação e prática profissional enquanto uma quantidade expressiva ainda demonstra grande resistência à reflexão e ao aperfeiçoamento do seu trabalho por se considerarem experientes e prontos para o exercício do magistério.
No que se refere aos estudantes é possível verificar que há um grande incentivo da família quanto aos estudos e ao mesmo tempo há um maior acesso a recursos que facilitam e promovem o processo de ensino-aprendizagem, como livros, computadores, internet, revistas, jornais, filmes... Essa circunstância realmente os torna mais críticos, questionadores e participativos. Porém, nem todos conseguem utilizar essas ferramentas de forma consciente e produtiva.
Os pais, por sua vez, comparecem a escola para presenciar a apresentação de trabalhos realizados por seus filhos apenas como observadores, sem posicionamentos mais efetivos e críticos. Há, porém baixo índice de comparecimento nas reuniões solicitadas pela escola, especialmente entre os pais cujos filhos freqüentam turmas da sexta série do ensino fundamental ao ensino médio.

O que o professor pode fazer para ter controle perante situações de indisciplina?
Sabemos que para obter disciplina em qualquer ambiente em que vivemos não podemos deixar de falar de respeito. Segundo Tardeli (2003), o tema respeito está centralizado na moralidade. Isso quer dizer que cada pessoa tem, junto com sua vida intelectual, afetiva, religiosa ou fantasiosa, uma vida moral. E o primeiro a atribuir um significado a moralização e inserir no conceito de ética foi o filósofo Demócrito.
Sabemos que atualmente o papel do professor dentro da escola é muito mais abrangente, pois ele precisa estar atento às capacidades cognitivas, físicas, afetivas, éticas e para preparação do educando para o exercício de uma cidadania ativa e pensante.
Será que sabemos ouvir nossos alunos? O diálogo envolve o respeito em saber ouvir e entender nossos alunos, mostrando a eles nossa preocupação com suas opiniões e com suas atitudes e o nosso interesse em poder dar a assistência necessária ao aperfeiçoamento do seu processo de aprendizagem.
É também compromisso do educador se preocupar com a disciplina e a responsabilidade de seus alunos. Para Piaget (1996), “o respeito constitui o sentimento fundamental que possibilita a aquisição das noções morais” .Conseguimos atingir a responsabilidade, desenvolvendo a cooperação, a solidariedade, o comprometimento com o grupo, criando contratos e regras claras e que precisarão ser cumpridas com justiça.
O professor passa a se preocupar com a motivação de seus alunos, tendo maior compromisso com seu projeto pedagógico e as questões afetivas, obtendo dessa forma uma relação verdadeira com seus educandos. Sob uma visão Piagetiana, o professor que na sala de aula dialoga com seu aluno, busca decisões conjuntas por meio da cooperação, para que haja um aprendizado através de contratos, que honra com sua palavra e promove relações de reciprocidade, sendo respeitoso com seus alunos, obtendo dessa forma um melhor aproveitamento escolar.
Segundo Tardeli (2003), “Só se estabelece um encontro significativo quando o mestre incorpora o real sentido de sua função, que é orientar e ensinar o caminho para o conhecimento, amparado pela relação de cooperação e respeito mútuos”.

Como agir nessa situação? De que forma ajudar?
Não podemos deixar de ter como foco em nosso trabalho o SER HUMANO. Precisamos valorizar as pessoas. Uma frase de Walt Disney ilustra bem essa idéia: “Você pode sonhar, criar, desenhar e construir o lugar mais maravilhoso do mundo... Mas é necessário TER PESSOAS para transformar seu sonho em realidade”. Estamos envolvidos com pessoas em nosso dia a dia: alunos, professores, pais, coordenadores, orientadores e diretores e, por isso, precisamos aprender a trabalhar em equipe para obter uma instituição forte, competente e coesa. A qualidade é obtida através do esforço de todos os seus integrantes, onde cada profissional é importante e cada aluno também. A escola é uma organização humana em que as pessoas somam esforços para um propósito educativo comum.

    AUTORA: Sheila Cristina 

Nenhum comentário:

Postar um comentário