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domingo, 28 de fevereiro de 2016



O SAPO APAIXONADO

Era uma vez um sapo que estava sentado à beira do rio. Sentia-se esquisito. Não sabia se estava contente ou se estava triste.
Toda a semana tinha andado a sonhar. Que teria?
Foi então dar uma volta, a meio do seu caminho encontrou o Porquinho.
- Olá, Sapo – disse o Porquinho. – Estás bem? É que não estás com muito bom ar.
- Não sei – disse o Sapo. – Tenho vontade de rir e de chorar ao mesmo tempo. E aqui dentro de mim tenho uma coisa que faz tum-tum.
- Talvez estejas constipado – disse o Porquinho. – Acho que devias de ir para casa.
Preocupado o Sapo continuou o seu caminho.
Depois passou por casa da Lebre e preocupado exclamou:
- Lebre, não me sinto bem.
- Entra e senta-te um bocadinho – respondeu ela muito simpática. – Ora então, que se passa?
- Umas vezes fico com calor e outras fico com frio. E aqui dentro de mim tenho uma coisa que faz tum-tum.
E meteu a mão da Lebre no peito, para esta sentir.
Preocupada com o que sentiu, a Lebre entrou em casa e foi direito à estante, dela tirou um enorme livro. Depois de virar algumas folhas pensou muito, como um verdadeiro médico e ao fim de um tempo disse:
- Já sei. É o teu coração. O meu também faz tum-tum.
- Mas o meu às vezes faz tum-tum mais depressa do que o costume.
Faz um-dois, um-dois, um-dois – disse o Sapo.
- Aha! – disse ela. – Coração a bater acelerado, ataques de calor e de frio…quer dizer que estás apaixonado!
- Apaixonado? – Disse o Sapo, surpreendido. – Epa! Nunca tive uma cena dessas…
Ficou tão contente que deu um salto enorme pela porta fora.
O Porquinho assustou-se muito quando o Sapo de repente lhe caiu do céu.
- Estás melhor? – perguntou o Porquinho.
- Se estou! Sinto-me ótimo – disse o Sapo. – Estou apaixonado!
- Bem, isso é uma boa notícia. Quem é a sortuda? – Perguntou o Porquinho.
O Sapo não tinha tido tempo para pensar nisso.
Confuso e pensativo disse:
- Já sei! Estou apaixonado pela linha e adorável patinha branca!
- Não pode ser – disse o Porquinho. – Um sapo não pode estar apaixonado por uma pata. Tu és verde e ela é branca.
Mas o Sapo não se importou com o que o Porquinho disse.
O Sapo não sabia escrever, mas sabia fazer bonitas pinturas. Quando voltou para casa fez uma linda pintura, com muito verde, que era a cor que gostava mais.
Quando caiu a noite, o Sapo saiu de casa com a pintura e enfiou-a por baixo da porta da Pata.
Devido à emoção, tinha o coração a bater com toda a força.
A pata ficou muito admirada quando encontrou a pintura.
- Quem terá colocado esta pintura debaixo da porta? É tão linda, vou pendurá-la na parede.
No dia seguinte o Sapo colheu um belo ramo de flores. Ia oferecê-las à Pata.
Mas quando chegou à porta não teve coragem para a enfrentar. Pôs as flores ao pé da porta e fugiu o mais depressa possível.
E durante muito tempo as coisas continuaram assim.
A Pata adorava aqueles presentes. Mas quem é que os mandaria?
Pobre Sapo! Apesar de perder o apetite, à noite também não dormia. E assim, continuou durante semanas.
Como é que havia de mostrar à Pata que gostava dela?
- Tenho que fazer uma coisa que mais ninguém seja capaz – decidiu ele. – Tenho de bater o recorde do mundo de salto em altura! A Patinha vai ficar muito surpreendida, e depois ela também vai gostar de mim.
O Sapo começou logo a treinar. Praticou salto em altura dias a fio.
Saltava cada vez mais alto, até às nuvens. Nunca nenhum sapo do mundo tinha saltado tão alto.
- O que terá o Sapo? – perguntava a Pata, preocupada. – Saltar assim é perigoso. Ainda acaba por se magoar. E tinha razão.
Às duas horas e treze minutos da tarde de sexta-feira, as coisas correram mal. O Sapo estava a dar o salto mais alto da história quando perdeu o equilíbrio e caiu ao chão.
A Pata, que ia a passar nessa altura, veio a correr ajudá-lo.
O Sapo mal conseguia andar. A Pata levou-o para casa e tratou dele com muito carinho.
- Ó Sapo, podias ter-te matado! – disse ela. – Olha que tens que ter cuidado. Gosto tanto de ti!
Então, finalmente o Sapo lá conseguiu arranjar coragem:
- Eu também gosto muito de ti, querida Pata – balbuciou ele.
Tinha o coração a fazer tum-tum mais depressa do que nunca, e ficou com a cara muito verde.
Desde então, amam-se perdidamente.
Um sapo e uma pata….
Verde e branca.
O amor não conhece barreiras.   

Autoria: Max velthuijs

A Baleia Alegre

 A Baleia Alegre, fábula infantil




A baleia é o maior animal do planeta. E, com todo esse seu tamanho, sem querer pode tornar-se uma ameaça aos outros animais, caso não tome alguns cuidados.

A baleiazinha era jovem cheia de vontade de brincar, nadar e saltar.
Era cheia de vida e sempre muito bem disposta.

- Que mosca mordeu você? Perguntavam os outros habitantes do mar.



Ninguém sabia a resposta. Mas a verdade era que a baleiazinha estava causando graves problemas aos pescadores.

Eles saíam inocentemente em seus pequenos botes e, de repente, encontravam-se com uma muralha de ondas, levantadas pelas brincadeiras dela. E assim, quase sempre soçobravam.

Mais de um pescador havia se afogado e a baleiazinha continuava brincando perto da costa, alheia às tristezas que causava.


- Baleiazinha, fico muito contente vendo você sentir-se tão feliz e brincalhona. Mas, por agir precipitadamente, já causou algumas tristezas aos pescadores, disse-lhe o golfinho.

- Oh! Lamento muito, amigo golfinho! Exclamou a baleiazinha, muito arrependida.
Diga-me o que posso fazer para remediar o mau que causei? Perguntou ela.

- Basta que você brinque em alto mar, longe da costa, aconselhou-a ele.

A baleiazinha tinha um coração bondoso. Desejosa de fazer o bem aos outros e evitar novos prejuízos para os pescadores, rumou para o mar alto.
A partir desse dia acabaram-se as tristezas dos pobres pescadores.
E a baleiazinha pode continuar a alegrar os habitantes do mar, sem prejudicar os habitantes da terra.



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