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terça-feira, 7 de março de 2017



Ambientes escolares inclusivos são fundamentados em uma concepção de identidade e diferenças, em que as relações entre ambas não se ordenam em torno de oposições binárias (normal/especial, branco/negro, masculino/feminino, pobre/rico). Neles não se elege uma identidade como norma privilegiada em relação às demais. A identidade normal é tida sempre como natural, generalizada e positiva em relação às demais e sua definição provém do processo pelo qual o poder se manifesta na escola, elegendo uma identidade específica pela qual as outras são avaliadas e hierarquizadas.

O poder que define a identidade normal, detido por professores e gestores próximos ou mais distantes das escolas, perde a sua força diante dos princípios educacionais inclusivos, nos quais a identidade não é entendida como natural, estável, permanente, acabada, homogênea, generalizada.

Na perspectiva da inclusão escolar, as identidades são transitórias, instáveis, inacabadas e, portanto, os alunos não são categorizáveis, não podem ser reunidos e fixados em categorias, grupos, conjuntos, que se definem por certas características arbitrariamente escolhidas.
Atribuir a certos alunos identidades que os mantém nos grupos de excluídos: dos alunos especiais, com necessidades educacionais especiais, portadores de deficiências, com problemas de aprendizagem e outros tais é tudo o que a inclusão não admite. E é incabível fixar em outros uma identidade normal, que não só justifica a exclusão dos demais, como igualmente determina alguns privilegiados.
Por esses motivos é que entendemos a escola inclusiva como escola das diferenças, que a defendemos como uma escola democrática e de todos e que estamos com aqueles que reconhecem o seu papel na constituição de uma sociedade em que o sistema educacional não ensina a exclusão de alguns com o pretexto de se diferenciarem identidades fixadas em categorias, como a dos alunos especiais, e outros que entendem as diferenças como coletivas e com base igualitária.
Aos pais de crianças com e sem deficiência essas considerações me parecem importantes, neste momento em que se defendem movimentos em favor da manutenção de escolas especiais, sem entender o que está nas raízes das escolas comuns e para todos.
Aos professores, penso que essas idéias, tão rapidamente organizadas, possam ser um bom motivo para que se juntem a todos os que lutam em favor de uma formação de nossos alunos pautada nos princípios inclusivos, como prescreve a Constituição Brasileira e os mais recentes e avançados documentos sobre os direitos humanos, entre os quais a


Fonte:Maria Teresa Églér Mantoan. Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas.

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