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quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

A Bola


        Muitos antes de o Brasil ter-se tornado campeão mundial de futebol, nossos antepassados já faziam as suas “peladas”. Só que não eram como as de hoje, é claro, com traves, bandeirinhas, juiz e torcida. O futebol veio muito depois, com suas regras criadas pelos ingleses.
           Mas a bola, ou pelota, ou balão, ou “menina”, ou “redonda”, como dizem os locutores de futebol, já era usada desde a pré-história. É mencionada nos livros mais antigos e nas mais antigas gravuras. Home-
Ro e outros escritores da antiga Grécia nos contam que o jogo de bola era considerado importante para dar maior elasticidade e graça ao corpo.São encontradas referências sobre jogos de bola entre os egípcios e mesmo entre os hebreus, que pouco se dedicavam ao atletismo.
            Os antigos romanos não eram também muito apreciadores de esportes. Gostavam de assistir às lutas dos gladiadores, é verdade, mas só de assistir: não participavam. Pois, mesmo entre eles, os jogos de bola eram muito difundidos.
              As casas de banho romanas tinham até um cômodo para esses jogos, e muitos senhores possuíam campos para os jogos de bola em suas casas.
               As antigas bolas também não eram como as de hoje. As primeiras bolas eram feitas de pedaços de couro costurados e “recheadas” dos mais diversos materiais. A menor das bolas, a harpastum, era uma bola muito dura e socada de penas. As maiores, as follis, eram cheias de ar, feitas de bexigas de animais, muito parecidas com as bolas atuais.
               A bola da Copa do Mundo de 2010, foi desenvolvida pela Adidas e se chama “Jabulani”, cujo significado é “para celebrar” em dialeto Bantu isiZulu (um dos onze oficiais da África do Sul). Com predomínio da cor branca, a bola apresenta traços africanos em 11 cores diversificadas. Com apenas 8 gomos, a bola foi desenvolvida com mais avançada tecnologia, que proporcionará total estabilidade.

                          Manual do Escoteiro Mirim. São Paulo: Nova Cultural.



Responda de acordo com o texto:

1)    Quem criou as regras do futebol?
(A)         brasileiros
(B)         ingleses
(C)         franceses
(D)         africanos

2)    Quais são os outros nomes dados à bola?
(A)         laranja, fubeca, mulher, rodinha
(B)         ciranda, rebola, gorducha, moleca
(C)         pelota, balão, menina, redonda
(D)         rolinha, gorducha,xuxinha, rola-rola

3)    Desde quando a bola era usada?
(A)         Desde a criação do primeiro mascote o leão Willie em 1966.
(B)         Desde a primeira Copa do Mundo em 1930 no Uruguai.
(C)         Desde 1928 pelo francês Jules Rimet.
(D)         Desde a pré-história.

4)    Em que povos da antiguidade o jogo de bola era difundido?
(A)         egípcios, hebreus, romanos
(B)         gregos, persas, incas
(C)         maias,astecas,fenícios
(D)         babilônicos,

5)    Como eram feitas as primeiras bolas?
(A)         couro de crocodilo e plástico cheias de água.
(B)         Borracha de pneu e bexiga de ar.
(C)         Feitas de pedaços de couro costurados,recheadas dos mais diversos materiais, penas e outras feitas de bexiga de animais e eram cheias de ar.
(D)         Lã de ovelha e bolas de meia, cheias de areia.
 
6)    O que eram harpastum e follis?
(A)         nome do primeiro mascote da Copa de 1966 e nome do segundo mascote da Copa de 1970.
(B)         Bola muito dura feita de pedaços de couro e recheadas de diversos materiais e bola pequena feita de bexiga de animais, cheias de ar.
(C)         nome dado aos gols em Copas e nome dado as faltas dos jogadores.

7)    Qual o significado do nome da bola “Jabulani”  em dialeto Bantu isiZulu da Copa do Mundo 2010?
(A)         um dos doze dialetos oficiais do Brasil.
(B)         um dos doze dialetos oficiais  da Argentina.
(C)         um dos doze dialetos oficiais da África do Sul.
(D)         Um dos doze dialetos oficiais da Itália. 

 Atividade enviada por Valéira Kavalek para Professores Solidários.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

O Macaquinho Carinhoso


Toda noite o macaquinho passava para a cama do pai e ficava mexendo, pulando, dando chute, e não deixava o pai dormir.
                     Então, o pai perguntava para ele:
                     __Por que você passa toda noite para minha cama?
                     __Porque sinto frio.
                     O pai cobriu com o lençol, a colcha e o cobertor e o macaquinho ficou muitas noites sem passar para sua cama.
De repente, lá estava o macaquinho outra vez.E dava chute e não deixava o pai dormir.
                     O pai quis saber:
                     __Por que você passa toda noite para minha cama?
                     __Porque tenho fome.
                     E o pai dava mamadeira e ele ficava muitos dias sem incomodar o pai.
                     (...)
                     Em poucos dias, lá estava ele.
                     E quando o pai perguntava um dia era de vontade de fazer xixi, outro dia era medo, no outro era porque o berço estava apertado.
                     E tudo o pai resolvia.
                     E sempre o macaquinho estava de volta.
                     Até que um dia o macaquinho resolveu falar claro:
                     __Eu quero ficar na sua cama porque fico com saudades de você.
                     E o pai entendeu, e o macaquinho o abraçou e o beijou.
                     E daí para frente, não passou mais para a cama do pai, porque brincavam juntos e o pai tinha tempo para ele.
 Ronaldo Simões Coelho





Uma Família tão Comum


           Daniela cruzou os braços, à espera. Irão discutir sobre os nazistas, novamente?
- Alguém já decidiu se quer vitamina? – indaga a dona da casa.
- Querem, ela serve. Acabam de tomar, ela recorda:
- Hoje é dia de os homens ficarem na cozinha. Pedro, por favor, tire a louça da mesa e leve para a pia. Nós arrumaremos a sala.
-       Teu pai lava louça? – estranha Daniela para a amiga.
- Como não? Só que normalmente o serviço da casa é feito por todos, homens e mulheres juntos. Cada um faz um pouco. Mas aposto que essa noite a mãe inventou agorinha.
-       Lá em casa meu pai não ajuda em serviço de mulher.
-       E o que é serviço de mulher? – interessa-se seu Murilo.
-       Arrumar a cozinha, eu acho.
-       Ah, teu pai não faz as refeições com vocês?
-       Sim, mas não lava a louça.
-       Por quê? Ele não suja a louça que usa para comer?
-       Quer dizer . . suja. Suja, mas não lava.
Seu Murilo interrompe o embaraço da menina.
-       Deixa, depois conversamos sobre isso. Venha, Pedro: ao trabalho!
-       Sobre o que vocês conversam, quando estão à mesa? – pergunta tia Clara.
-       Conversamos?
Daniela revê os almoços em sua casa. O pai reclamando do emprego (“Todos uns incompetentes, nem sei de que escola saíram. Só eu trabalho!”), a mãe atenta aos modos dos filhos (“Coma direito! Não enfia tudo na boca de uma vez só! Não fale com a boca cheia!”). Suspirando e sonhando (“Como vou dar conta das contas no fim do mês? Tem o vestido que vi na vitrina, e as empregadas que não param, não se consegue mais nenhuma, elas pedem uma fortuna, fazem tudo errado, a gente tem dar duro sozinha, quem agüenta?”) . Daniela relembra as vezes que tentou conversar, explicar, perguntar. Chega à conclusão de que a confusão em sua casa é maior do que a que encontra em casa da amiga.
-       Vocês se falam à mesa? – insiste tia Clara.
-       Não, só escutamos. O Carlinhos, a Regina e eu.
-       Mas ninguém pode só escutar.
-       Lá em casa, sim.
As mulheres dirigem-se para a sala de visitas. Tia Clara pega o crochê.
-       Minha avó também faz crochê; quando vai lá em casa, leva o trabalho para adiantar.
-       Ela gosta de crochê?
Daniela espanta-se com a pergunta.
-       Acho que sim. Ela diz que não devemos ficar com as mãos desocupadas.
-       Por quê?
-       Não sei . . . A mãe faz tricô.
-       E seu pai?
-       Ah, ele chega, cansado do serviço, então senta e lê o jornal, janta, escuta o noticiário.
-       Sua mãe não trabalha?
-       Trabalha. Numa loja – é gerente – e em casa. Eu ajuda na casa, ela não dá conta.
-       Seus irmãos ajudam no serviço?
-       Só a Regina. O pai diz que serviço de casa é coisa de mulher.
-       Sua mãe não se cansa no serviço, no emprego dela?
-       Eu não sei . . . Deve cansar, sim, por isso a Rê e eu ajudamos.
- Pois é – fala dona Maria do Carmo. – Teu pai não tem culpa, se não auxilia nos trabalhos de casa. Tua mãe é que precisa dizer pra ele que ela também se cansa, como gerente, que ela é gente como ele. Se ela não exigir a divisão de trabalhos em casa, cada vez mais você três farão tudo sozinhas.
Daniela põe em dúvida a questão: “Lá em casa . . . Acho que não dará certo . . .”
(Maria de Lourdes Ramos Krieger)


Entendendo o texto
1)    Onde Daniela se encontra no momento da conversa?

2)    Por que Daniela estranha o fato de o pai da amiga lavar louça?

3)    Como se sente Daniela diante do interrogatório de seu Murilo? Por quê?

4)    Como é o relacionamento dos familiares de Daniela durante as refeições?

5)    Na casa da amiga de Daniela, como é o relacionamento familiar durante as refeições?

6)    Assinale as características corretas em relação à mãe de Daniela:
a) Adora trabalhos domésticos.        
b) Relaciona-se bem com as empregadas.
c) Chama a atenção dos filhos durante as refeições.     
d) É muito preocupada com a aparência.
e) Trabalha só em casa.                                            
f) Trabalha dentro e fora de casa.

7)    Assinale as características corretas em relação ao pai de Daniela:
a) Considera-se o melhor funcionário da firma.   
b) Não ajuda nos trabalhos domésticos.
c) Não tem diálogo com os filhos.    
d) É dominado pela mulher.
e) É muito machista.

8)    Em que medida, a avó e a mãe de Daniela contribuem para a atitude machista do pai?

9)    Na sua opinião, por que para alguns homens é tão difícil aceitar que devem ajudar nas tarefas domésticas?

10)  O que você acha dos pais que não conversam com os filhos?

11)  Há uma frase muito famosa que diz: “Ser mãe é padecer num paraíso.” Você concorda com essa afirmativa? Comente.

Atividade enviada por Susana Felix para Professores Solidários.

Quitutes das Gerais



            Parece que o mineiro gosta mais de doce do que de sal; de doce e de quitandas de nomes poéticos e sensuais.
            Não é preciso ser psicanalista para descobrir na doçaria um leve tom erótico. Vejam-se estes nomes: “beijos-de-freira”;  “bolos-de-noiva”, “fatias-de-amor”, “amarra-marido”, “amor-em-pedaços”, “baba-de-moça”, “beijinhos e beijos” (de cabocla, de moça, de velha bonita), “bem-casados”, “boquinha-de-moça”, “casadinhos”, “chuvisco-de-amor”, “ciúme-de-arlequim”, “espera-marido”, “lua-de-mel”, “maria-sapeca”, “suspiros”, etc., etc.
            A lista vai longe, mas eu prefiro ficar com as “fatias”, que me abrem um mundo de recordações. Tal como Proust, quando trincou a sua “Madeleine” à hora do chá. E me lembro de Joaquim “Fatia”, quem em Itabira andava pelas ruas com baú às costas, vendendo doces e quitandas. E gritava, dia e noite: “Olha a fatia, olha a fatia!”
            Ora, aconteceu que Joaquim “Fatia” era também goleiro do Atlético Itabirano e aos domingos ia jogar bola levando o seu baú de folha-de-flandres. Goleiro tão exótico como Ortiz. Nos momentos mais críticos do jogo, largava a sua meta para vender fatias, mãos-bentas e bolos de feijão. O gol vazio. A bola entrava mansamente, aninhando-se no brejo. Não havia redes naqueles tempos. Mas havia “fatias-de-amor”, que se vendiam por tostão.
(Clóvis Alvim. O Estado de Minas, 21 jan.1978.)

1. A palavra Gerais pode ter vários significados.  É pela frase que o descobrimos. Pelo título do texto você já conclui a que ela se refere?
2. O autor afirma que o mineiro tem o dom de trabalhar com a força da palavra, dando a ela um tom poético, sensual e até erótico. Você pode verificar o fato através de palavras do texto? Justifique sua resposta.
3. Qual a força da palavra Fatia no texto?
4. Descreva Joaquim Fatia e conclua o que Clóvis Alvim, o autor do texto, quis sugerir nas palavras que falam sobre o abandono do gol para Joaquim vender suas “fatias”. Argumente sobre sua resposta.

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