Sugestões de atividades com dobradurasAs
dobraduras mais acessíveis às crianças da pré-escola são aquelas que
exigem no máximo quatro ou cinco movimentos de dobrar. Os primeiros
movimentos devem ser o de dobrar um papel ao meio, abri-lo e depois
novamente dobrar ao meio. Dobrar na diagonal também é importante.
Todo
o caminho da dobradura deverá ser feito por etapas. O professor realiza
a ação de dobrar e os alunos imitam. Cada peça dobrada merece uma
conversa. Assim: “Vamos dobrar o papel bem no meio e colocá-lo em pé
sobre a mesa. O que temos? Uma cabana.” A conversa prossegue: “E se
dobrarmos novamente? O que vamos conseguir? Uma cabaninha.” As cabanas
poderão ser decoradas com lápis de cor, pintadas com tinta, decoradas
com colagem de pauzinhos, serragem, aparas de lápis, etc.
Para
iniciar qualquer dobradura é interessante que o professor entregue as
crianças um papel quadrado, do tamanho ideal para confeccionar as peças.
Colorir:
qual sua importância?
Colorir
desenhos é uma atividade tão natural para as crianças como dormir e
chorar. Muito mais do que formas aleatórias, colorações monocromáticas
ou rabiscos quase ilegíveis, o ato de colorir é extremamente importante
nos artistas de palmo e meio, incentivando o desenvolvimento de várias e
essenciais capacidades.
Expressão pessoal
Desenhar
e colorir são formas de expressão pessoal por excelência das crianças,
que nem sempre conseguem exprimir-se adequadamente através da fala ou da
escrita. Vários estudos já comprovaram que é bastante fácil perceber o
que alguém está sentindo através das imagens que desenha ou das cores
que utiliza para colorir. Por exemplo, uma criança que desenha facas,
pistolas, caveiras ou outros objetos perturbantes pode estar pedindo
ajuda. Por outro lado, uma criança que desenha o sol, passarinhos,
corações ou outros objetos alegres, pode estar expressando o seu
contentamento. É um exercício excelente para desenvolver personalidades e
deixar a criatividade fluir!
Identificação das cores
A
maioria das crianças tem a sua primeira (e muitas vezes única!)
exposição à roda das cores e ao conceito de arte, graças às brincadeiras
infantis com lápis de cor, de cera e marcadores. Aprender a distinguir
as diferentes cores bem cedo é meio caminho andado para perceber as suas
várias e corretas aplicações, bem como possíveis misturas entre cores
primárias e secundárias, mais tarde.
Uma forma de terapia
O
simples ato de colorir pode ser terapêutico para muitas crianças e é
uma atividade utilizada em muitos hospitais, centros de aprendizagem e
instituições para possibilitar o “descarregar” de emoções, sentimentos e
frustrações. Uma criança zangada pode perfeitamente pintar o seu
desenho de uma árvore toda preta, a tal ponto que a própria figura deixe
de ser visível. De outra perspectiva, uma criança organizada, que gosta
das coisas à sua maneira, pode colorir o seu desenho meticulosamente,
sem ultrapassar qualquer linha do mesmo. Independentemente da forma como
vai colorir ou desenhar, esta é uma excelente forma de acalmar as
crianças.
Aprender a segurar e a controlar
Um
lápis de cera é, para muitas crianças, o primeiro objeto que aprendem a
segurar, para o poderem controlar. Dominar um lápis de cera é a rampa
de lançamento para conseguirem dominar as restantes ferramentas de
colorir – lápis de cor, marcadores, pincéis – e, mais tarde, os de
escrita – caneta e lápis. Quanto melhor desenvolvidas estiverem as suas
capacidades de segurar e de controlar um lápis de cera, mais facilitada
será a sua aprendizagem mais tarde, quando começarem a escrever.
Coordenar para pintar
O
desenvolvimento da coordenação olho-mão é outra grande lição que as
crianças retiram das suas sessões de colorir. Desde segurar firmemente o
lápis de cera, a reconhecer as cores que devem ser utilizadas, até ao
ato de afiar os lápis, a verdade é que colorir desenhos implica uma
enorme coordenação entre os olhos e as mãos. Quanto mais praticarem,
mais desenvolverão esta aptidão tão básica para a vida.
Aperfeiçoamento das capacidades motoras
Colorir
é divertido, não é? Pois é! Mas também é muito mais do que isso –
enquanto as crianças se entretêm a colorir, interagindo com marcadores,
tintas, lápis de cor, de cera e papel, estão trabalhando e a
fortalecendo os músculos das mãos. Colorir exige uma coordenação básica e
um esforço conjunto entre os músculos dos braços e os das mãos que, uma
vez desenvolvidos, permitirão às crianças executar atividades mais
exigentes, mas com dificuldade mínima.
Concentração máxima
As
crianças que se dedicam a 100% à coloração dos seus desenhos fazem-no
na perfeição: não há espaço que fique por preencher, nem linha que tenha
sido cruzada! E isto porquê? O simples ato de colorir tem a capacidade
de prender a atenção de uma criança, estimulando a sua concentração
máxima, mesmo face a um ambiente barulhento como uma sala de aula ou a
cozinha antes da hora de jantar. Com o passar do tempo, os seus níveis
de concentração vão continuar melhorando.
Estabelecer limites
Uma
criança mais nova não saberá respeitar as linhas do seu desenho tão bem
como uma criança mais velha que já faz um esforço enorme para colorir
dentro das mesmas… mas depressa chega lá! E ainda bem! Reconhecer e
respeitar estes limites (mesmo que sejam os de um desenho!) é uma
excelente experiência e método de aprendizagem para aquilo que se segue:
escrever letras e números nas linhas de um caderno!
Missão cumprida!
A
satisfação e o sorriso no rosto de qualquer criança que consegue
colorir um desenho inteiro dentro das linhas, é uma vitória muito
importante para os artistas de palmo e meio! O sentido de cumprimento,
de que tudo é possível, é fundamental para as crianças porque dá-lhes
motivos para se sentirem orgulhosos, capazes, confiantes e, claro, para
ser congratulado pela sua comunidade mais imediata. Para além disso, é
um sentimento de “missão cumprida” que dificilmente esquecerão.