Brasil negocia condições para trazer
médicos da Espanha, diz ministro
Autorização específica pode eliminar necessidade de revalidar diploma.
Padilha afirmou que termos de cooperação ainda estão em discussão.
Os Ministérios da Saúde de Brasil e Espanha negociam as condições específicas para que médicos espanhóis possam reforçar o atendimento de saúde nas periferias e no interior do país, afirmou nesta terça-feira (21) o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O ministro destacou que representantes dos dois governos se reuniram durante encontro da Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra, na segunda (20).
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"O Ministério da Saúde da Espanha sinalizou interesse de algum tipo de cooperação, há interesse de intercâmbio para profissionais médicos. Vamos estreitar a negociação e preparar um memorando bilateral", disse Padilha, durante evento de apresentação de dados sobre a campanha de vacinação deste ano. Segundo o ministro, esse memorando apontará os termos do acordo entre os países.
O governo brasileiro estuda formas de contratar médicos estrangeiros para suprir o déficit em atendimento de saúde, ainda que em caráter provisório. Portugal e Espanha seriam virtuais candidatos a mandar médicos ao Brasil, já que enfrentam alto desemprego por causa da crise econômica.
Padilha disse que há possibilidade de que sejam criados programas que estimulem a revalidação do diploma e outros que concederiam autorização especial temporária para trabalhar em locais específicos – nesse caso, sem necessidade de revalidar o diploma. A segunda opção pode ser adotada no caso da Espanha.
"Temos um foco muito claro que é ter programas específicos que fixem o médico para dar autorização para o médico atuar em áreas de carência. E vamos estudar o que o país faz de critérios de avaliação desses médicos", afirmou Padilha, que destacou que, com a revalidação, o médico poderia atuar também em clínicas particulares, o que não é o foco do governo.
O ministro também pediu "respeito" às entidades de classe de médicos que questionam a importação de profissionais. As associações são contra contratar profissionais sem que eles passem por uma avaliação antes de validar o diploma no Brasil, o Revalida. Em 2012, apenas 77 dos 884 médicos que prestaram a prova foram aprovados.
"Vamos ouvir as entidades médicas e continuar com o diálogo que não seja agressivo, cheio de diálogos. Não concordo com caracterização de quem não passa no Revalida de pseudomédico ou médico de segunda categoria. É preciso respeito."
Segundo o ministro, há uma "grande pressão" de prefeitos e prefeitas de todo o país para a contratação de médicos. Ele ressaltou que o governo descarta a revalidação automática do diploma e a contratação de profissionais em países com menos de um médico para cada mil habitantes ou formados em universidade cujo diploma não seja válido dentro do próprio país.
Padilha disse que formados na Escola Latinoamericana de Medicina (Elan), de Cuba, cuja autorização para trabalhar no país exige cursos de capacitação, só serão aceitos se tiverem concluído as capacitações necessárias. Ele voltou a dizer que não haverá "preconceito" com nenhuma nacionalidade.
O ministro completou que, paralelamente, o governo brasileiro manterá atividades de estímulo à formação de médicos dentro do próprio país
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