"A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo. (Nelson Mandela) "

sexta-feira, 24 de maio de 2013

A Boneca e a Rosa

Apressada, entrei em um shopping center para

comprar alguns presentes

de última hora para o Natal. Olhei para toda

aquela gente ao meu redor e

me incomodei um pouco. "Ficarei aqui uma

eternidade; com tantas coisas

para fazer", pensei. O Natal já havia se

transformado quase em uma

doença.

Estava pensando em dormir enquanto durasse o

Natal.

Mas me apressei o máximo que pude por entre as

pessoas que estavam no

shopping. Entrei numa loja de brinquedos. Mais uma

vez me surpreendi

reclamando para mim mesma sobre os preços.

Perguntei-me se os meus

netos realmente brincariam com aquilo.

Parti para a seção de bonecas. Em uma esquina

encontrei um menino de

aproximadamente 5 anos segurando uma boneca bem

cara. Estava tocando

seus cabelos e a segurava com muito carinho. Não

pude me conter; fiquei

olhando para ele fixamente e perguntava-me para

quem seria a boneca que ele

segurava com tanto apreço, quando dele se

aproximou uma mulher que ele

chamou de tia.

O menino lhe perguntou: "Pra essa boneca tem

dinheiro suficiente?". E

a mulher lhe falou com um tom impaciente: "Você

sabe que não tem dinheiro

suficiente para comprá-la".

A mulher disse ao menino que permanecesse onde

estava enquanto ela

buscava outras coisas que lhe faltavam. O menino

continuou segurando a

boneca.

Depois de um tempo, me aproximei e perguntei-lhe

para quem era a boneca.

Ele respondeu: "Esta é a boneca que minha

irmãzinha tanto queria ganhar

no Natal". Ela estava certa de que Papai Noel iria

trazê-la". Então eu

disse ao o menino que o Papai Noel a traria. Mas

ele me disse: "Não, Papai Noel

não pode ir aonde minha irmãzinha está. Eu tenho

que entregá-la à minha mãe

para que ela leve até a minha irmãzinha".

Então eu lhe perguntei onde estava a sua irmã.

O menino, com uma feição triste,

falou: "Ela se foi com Jesus.

Meu pai me disse que a mamãe irá encontrar-se com

ela". Meu coração quase

parou de bater. Voltei a olhar para o menino. Ele

continuou: "Pedi ao papai

para falar para a mamãe para que ela não se vá ainda.

Para pedir-lhe para esperar até que eu volte do shopping".

O menino me perguntou se eu gostaria de ver a sua

foto e respondi-lhe

que adoraria. Então, ele tirou do seu bolso

algumas fotografias que

tinham sido tiradas em frente ao shopping e me disse:

"Vou pedir para o papai levar

estas fotos para que a minha mãe nunca se esqueça

de mim.

Gosto muito da minha mãe,

não queria que ela partisse.

Mas o papai disse que ela tem

que ir encontrar a minha irmãzinha".

Me dei conta de que o menino havia

baixado a cabeça e ficado muito calado.

Enquanto ele não olhava, coloquei a mão na minha

carteira e retirei algumas notas.

Pedi ao menino para que contasse o

dinheiro novamente.

Ele se entusiasmou muito e comentou:

"Eu sei que é suficiente".

E começou a contar o dinheiro outra vez.

O dinheiro agora era

suficiente para pagar a boneca.

O menino, em uma voz suave, comentou :

"Graças a Jesus por dar-me dinheiro suficiente".

Ele falou ainda:

"Eu acabei de pedir a Jesus que me desse

dinheiro suficiente para que eu pudesse comprar esta

boneca para a mamãe levar até a minha irmãzinha.

Ele ouviu a minha oração.

Eu queria pedir-Lhe dinheiro suficiente para

comprar uma rosa branca para a minha mãe também,

mas não o fiz.

Mas Ele acaba de me dar o bastante

para a boneca da minha irmãzinha

e para a rosa da minha mãe.

Ela gosta muito de rosas brancas...".

Em alguns minutos a sua tia voltou e eu,

despercebidamente, fui embora.

Enquanto terminava as minhas compras,

com um espírito muito diferente

de quando havia começado,

nao conseguia deixar de pensar naquele menino.

Segui pensando em uma historia que havia lido dias

antes num jornal,

a respeito de um acidente,

causado por um condutor alcoolizado,

no qual uma menininha falecera e sua

mãe ficara em estado grave.

A família estava discutindo

se deveria ou não manter a mulher com vida artificial.

Logo me dei conta de que aquele menino

pertencia a essa família.

Dois dias mais tarde li no jornal

que a mulher do acidente havia sido removida

das máquinas que a mantinham viva e morrido.

Não conseguia tirar o menino da minha mente.

Mais tarde,

comprei um buquê de rosas brancas

e as levei ao funeral onde estava o corpo da mulher.

E ali estava; a mulher do jornal,

com uma rosa branca em uma de suas mãos,

uma linda boneca na outra,

e a foto de seu filho no shopping.

Eu chorava e chorava...

Minha vida havia mudado para sempre.

O amor daquele menino pela sua mãe e irmã era enorme.

Em um segundo,

um condutor alcoolizado

havia destroçado a vida daquela criança.

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