"A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo. (Nelson Mandela) "

sexta-feira, 5 de abril de 2013

A Baleia Alegre

 A Baleia Alegre, fábula infantil




A baleia é o maior animal do planeta. E, com todo esse seu tamanho, sem querer pode tornar-se uma ameaça aos outros animais, caso não tome alguns cuidados.

A baleiazinha era jovem cheia de vontade de brincar, nadar e saltar. Era cheia de vida e sempre muito bem disposta.

- Que mosca mordeu você? Perguntavam os outros habitantes do mar.



Ninguém sabia a resposta. Mas a verdade era que a baleiazinha estava causando graves problemas aos pescadores.

Eles saíam inocentemente em seus pequenos botes e, de repente, encontravam-se com uma muralha de ondas, levantadas pelas brincadeiras dela. E assim, quase sempre soçobravam.

Mais de um pescador havia morrido afogado e a baleiazinha continuava brincando perto da costa, alheia às desgraças que causava.


- Baleiazinha, fico muito contente vendo você sentir-se tão feliz e brincalhona. Mas, por ser estouvada, já causou algumas desgraças aos pescadores, disse-lhe o golfinho.

- Oh! Lamento muito, amigo golfinho! Exclamou a baleiazinha, muito arrependida. Diga-me o que posso fazer para remediar o mau que causei? Perguntou ela.

- Basta que você brinque em alto mar, longe da costa, aconselhou-a ele.

A baleiazinha tinha um coração bondoso. Desejosa de fazer o bem aos outros e evitar novos prejuízos para os pescadores, rumou para o mar alto. A partir desse dia acabaram-se as desgraças dos pobres pescadores. E a baleiazinha pode continuar a alegrar os habitantes do mar, sem prejudicar os habitantes da terra.


Mulan

Mulan, linda história infantil.
Historia da Mulan para crianças
Naquela Manhã, Mulan, uma jovem chinesa,
precisava ir ao encontro da casamenteira do povoado.Estava na hora de escolher um marido.
Antes de sair, Mulan correu para servir o chá a seu pai.
- É bom se apressar! - disse ele.
- Você está atrasada - repreendeu a avó.
- Vá se vestir e se pentear, rápido!
Finalmente Mulan ficou pronta.
- Leve esse gafanhoto - disse a avó.
- Ele vai lhe trazer sorte.
Que catástrofe!
Diante da casamenteira, Mulan só fez bobagens.
Irritada, a casamenteira mandou Mulan voltar para casa.
A jovem ficou muito triste!
- Não faz mal - consolou-a o pai.
- Você ainda não estava pronta para o casamento!
Estourou a guerra! Seu pai foi convocado para servir, mas Mulan tinha medo, pois seu pai já estava velho. Resolveu então ir no seu lugar.
Mulan se disfarçou de rapaz e partiu
a todo o galope para juntar-se ao exército.
- Capitão! - exclamou Mulan quando chegou ao acampamento militar.
- Quero me tornar um soldado!
Mas não é fácil aprender a lutar quando se é desajeitada!
Porém Mulan fez progressos e se tornou mais hábil que qualquer outro soldado.
Com a ajuda de seu companheiro,
Mushu e graças a sua audácia e coragem os chineses ganharam a guerra.
Mais tarde no palácio, o Imperador felicitou Mulan, e todos os súditos se inclinaram diante dela.
- Minha filha, estamos muito orgulhosos de você! - declarou o pai, abraçando-a.



 
O Paraíso

"Como podemos reconhecer o paraíso, se nada parece suficiente para nós?"

Autor: Alberto Grimm[1]

ilha

A ideia de um paraíso faz o homem esquecer que já o possui
Diário do primeiro dia:
"O lugar, a julgar pelas construções, que dessa distância podemos visualizar, parece ser povoado, embora ainda não tenhamos feito nenhum contato visual que possa comprovar esse fato. As construções são grandes e diversas em formatos, o que sugere, claramente, a existência de seres inteligentes na área. Portanto, todo cuidado é pouco."

Resumo do Segundo dia:
"Começamos a explorar o local marcado como alvo. Ainda não nos aproximamos da cidade. Em volta, conforme já diziam os antigos relatórios, há de fato muita água. Lagos e rios imensos. Água límpida, cristalina, perfeita para nossas futuras colônias. Um dos nossos batedores foi enviado para uma varredura mais apurada nos arredores da cidade. Ele tem consigo todos os equipamentos e acessórios necessários para a medição dos níveis locais de poluição ambiental, assim como da qualidade do ar. Aguardamos seu retorno com mais notícias."
Resumo do terceiro e quarto dias:
"De fato, o batedor nos informou via rádio, que, numa primeira análise, o ar é adequado. No entanto, não se sentiu pronto para fazer uma aproximação mais efetiva ao centro da cidade. Continua recolhendo amostras dos arredores e informa que ainda não viu nenhum habitante local. Pessoalmente, acredito que estamos diante da lendária terra prometida tão falada nos poemas dos antigos profetas..."

Início do quinto dia:
"Amanheceu há três horas e nenhuma notícia do batedor até agora tivemos. O combinado seria um relatório a cada seis horas. Talvez seja necessário enviarmos uma equipe ao local para verificar se algum imprevisto ocorreu. Enquanto isso, já coletamos amostras das águas da região e comprovamos que são de fato adequadas para uso. Mas, estamos em meio à mata fechada, não sabemos se as reservas da cidade possuem a mesma qualidade. Dependemos de respostas do batedor para prosseguirmos em direção ao alvo principal..."

Quinto dia, 14:00 horas:
"Não tivemos nenhum contato com o batedor. Uma equipe tática já foi enviada ao local para averiguações. Encontramos, em meio à selva, uma habitação e dela nos aproximamos. Os habitantes locais têm, por hábito, o cultivo de plantas suspensas em pequenos vasos com pratos maiores embaixo, que ficam pendurados em suas varandas, ou espalhados pelo chão, todos com água dentro. No entanto, não fizemos contato visual com nenhum desses moradores. Um dos nossos técnicos constatou que não há ninguém dentro da casa, talvez tenham viajado. Daí, segundo ele, o feliz costume de deixar nos recipientes das plantas, uma quantidade de água para vários dias. Vamos montar um posto de observação perto da casa."

Resumo do sexto dia:
"Fizemos o primeiro contato visual com um dos habitantes locais. Não pareceu perigoso ou digno de maiores cuidados da nossa parte. Ainda não tivemos notícia do batedor, mas a equipe de resgate encontrou suas anotações espalhadas pela selva, assim como seus equipamentos de análises. Esperamos que nos digam algo sobre o que aconteceu..."

Noite do sexto dia:
"Hoje, fizemos um plantão noturno. As anotações recolhidas são bastante relevantes e precisavam ser estudadas com urgência. Aqui, em nosso posto de observação não corremos perigo algum. Não há predadores ou riscos aparentes para nenhum do grupo. Sobre as anotações, o batedor informa que fez contato direto com os habitantes locais e agora, se preparava para averiguar as condições para implantação do núcleo de povoamento. Acreditava ele que encontrara o lugar perfeito. Observou ainda que, em quase todas as residências, as condições ambientais são adequadas. Temos o mapa da região, iremos verificar pela manhã."

Tarde do sétimo dia. Relatório final preliminar.
"Desculpe se pareço eufórico, mas, na verdade estou. Fizemos uma varredura completa do local indicado para o povoamento. São as condições, verdadeiramente excelentes. Não há agentes tóxicos, para nós, no meio ambiente, assim como não encontramos resistência alguma, da parte dos residentes. Poucos moradores nativos se preocupam com a possibilidade de uma ocupação pelos nossos colonos. O alimento, isso é importante, é farto e fácil de se obter. Isso é importante especialmente para os mais novos, da nossa espécie."

"Junto com esse relatório preliminar, na verdade quase final, estamos enviando um mapa completo com a localização perfeita para a instalação dos primeiros núcleos habitacionais. Imagino que em pouco tempo seremos muitos. Mas, alimento e condições para procriação não é um problema que tenhamos pela frente. Só quero acrescentar que as antigas profecias estavam corretas, quando falavam da sonhada terra prometida para o nosso povo. Acredito que a encontramos. E, senhores, podemos afirmar com grande júbilo, que, uma nova etapa em nossa existência terá início. Finalizando, este lugar, a terra prometida para nós, osMosquitos Aedes Aegypti, ou mosquito da Dengue, é o maior país do continente Sul-americano. Podemos começar já os planos de mudança para cá. Em tempo, sobre nosso batedor, ele sucumbiu por excessos, devido a fartura da alimentação."





Autor: Alberto Grimm
Veja mais detalhes sobre o autor nas notas abaixo.
email: alberto.grimm@gmail.com 
A Mansão Mal Assombrada

Para compreender o que desconhecemos, primeiro precisamos aceitar que não compreendemos..."
Autor: Alberto Grimm[1]

casarão na colina

Saber que as aparências enganam, não nos torna imunes às decepções! Precisamos de algo mais...
A casa era imensa e estava localizada em meio a um pequeno bosque, às margens de um lago profundo e de águas calmas e escuras. Tinha uma fama e tanto, de mal assombrada é claro. Ninguém conseguia passar uma noite lá dentro. Morar ali, nem pensar. Possuía muitos quartos em seus três andares construídos sobre uma sólida laje natural de pedra negra, quase à beira de um penhasco digno de por medo nos mais intrépidos alpinistas.

Passados dezenas de anos, ainda permanecia majestosa e firme, apesar das paredes sujas devido à falta de manutenção. Seus donos eram prósperos, mas o tempo implacável lhes tirara tudo. Agora, embora não mais existissem, ao menos fisicamente, lá estava sua robusta morada, feita para durar mais que todos da sua linha de descendência. Pouco se sabia sobre os acontecimentos que culminaram com o início das assombrações no local, mas a história era clara; os fantasmas do lugar não eram nada amigáveis com os visitantes.
Os últimos enxotados fora um grupo de religiosos, que resolveram fazer um exorcismo para limpar a casa. Naquele grupo, organizado como uma espécie de liga da justiça divina contra as forças do mal, todas as religiões enviaram seus mais competentes, ilustres e sábios ministros. Conta-se que logo na entrada, um deles ficou completamente surdo com o sopro que um dos fantasmas deu nos seus ouvidos; nos dois ao mesmo tempo. Ficou desorientado por um tempo, sem saber nem onde estava, nem qual era seu nome; depois recobrou a razão, mas não a audição.

Sorte que, por ser sábio, conhecia a linguagem dos sinais, motivo pelo qual, pode continuar se comunicando com os demais membros do grupo. Depois chegou a imaginar que fora beneficiado pela brincadeira da assombração, uma vez que os sons assustadores dos fantasmas arruaceiros não mais o perturbariam naquela noite. Infelizmente, para todos os presentes, a coisa não era tão simples assim. O fato é que, todos foram expulsos da casa poucas horas depois, mas não sem traumas psicológicos preocupantes.

O que mais impressionou ao grupo foi que, ao iniciarem o exorcismo, ao pronunciarem as primeiras palavras sagradas, os fantasmas completavam em voz alta toda a ladainha restante, inclusive com os cânticos dos rituais solenes, e ainda ensinaram aos religiosos, algumas técnicas secretas que estes desconheciam. Sem contar que havia um coro de fundo, que recitava em tom canônico, como a imitar os cânticos gregorianos, todos os salmos bíblicos, ora em Latim, ora em Aramaico. Saíram da casa moralmente arrasados, psicologicamente desorientados, questionando a própria fé.

Mas, sem dúvida o que mais abalou a auto-estima do grupo, foram as palavras finais daquele que parecia ser o fantasma chefe. Dissera em tom solene: "Voltem sempre e assim podemos ficar longas horas discutindo sobre todos os livros sagrados. Gostamos de realizar seminários para falar de coisas religiosas, doutrinas secretas e coisas assim. Nossas reuniões são sempre às terças e quintas, meia noite em ponto. Vocês são, a partir de hoje, nossos eternos convidados; não é pessoal?". Um gemido horripilante, algo como "Hum, hum...", em forma de coro, parecia ser a concordância do restante da comunidade fantasmagórica.

Detalhes à parte, uma nova família que ora estava chegando ao local, parecia não se importar com aquelas lendas e relatos assombrosos. Observaram a imponente fachada da enorme mansão, e aquela que parecia a matriarca comentou: "Pelo menos espaço teremos de sobra a partir de hoje!".

Entre eles, uma criança, que segurava na mão direita uma revista em quadrinhos, cujo título era, "Histórias Assombrosas", voltou-se para a senhora que fizera o comentário e disse: "Mãe, quero ver os fantasmas da casa, será que posso? A senhora deixa?".

"Deixa de coisa menino", ressaltou a senhora em tom resignado, "fantasmas é coisa de gente, existem para os seres humanos. Eles aparecem e assustam pessoas. Somos Ratos, e fantasmas não assustam ratos".

Meio desolado e olhando para o rabinho que dava voltas no ar, ele suspirou, pegou sua mochilinha e subiu lentamente os degraus em direção à porta principal da casa.




Autor: Alberto Grimm
Veja mais detalhes sobre o autor nas notas abaixo.
email: alberto.grimm@gmail.com 

O Menino o Burro
e o Cachorro
 O Menino o Burro e o Cachorro
  
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Um menino foi buscar lenha na floresta com seu burrico e levou junto seu cachorro de estimação.
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Chegando no meio da mata, o menino juntou um grande feixe de lenha, olhou para o burro, e exclamou:
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- Vou colocar uma carga de lenha de lascar nesse burro!
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Então o Jumento virou-se para ele e respondeu:
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- É Claro, não é você quem vai levar!
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O Menino muito admirado com o fato de ter o burro falado, correu e foi direto contar tudo
 Menino o Burro
e o Cachorro
 O Menino o Burro e o Cachorro
  
O Pai do menino, olhou-o de cima para baixo, e meio desconfiado o repreendeu:
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Você está dando para mentir agora. Onde já se viu tal absurdo, animais não falam!
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Nesse momento, o cachorro que estava ali presente, saiu em defesa do garoto e falou:
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Foi verdade, eu também estava lá e vi tudinho!
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Assustado o pobre camponês, julgando que o animal estivesse endiabrado, pegou um machado que estava encostado na parede e o ergueu para ameaçá-lo.
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Nesse momento, aconteceu algo ainda mais curioso. O machado começou a tremer em suas mãos, e de dentro dele saiu uma voz que soava temerosa:
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O senhor tenha cuidado, esse cachorro pode me morder!
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Nota:Conto popular no Nordeste sendo de origem desconhecida.
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 ao seu pai. Ao chegar em casa, quase sem fôlego, ele disse:
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- Pai, eu estava na mata juntando lenha, e depois de preparar uma carga para trazer, quando eu disse que ia colocá-la na garupa do burro, acredite se quiser, ele se virou para mim e disse: "É Claro, não é você quem vai levar!"
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O Velho Ambicioso
velho ambicioso
  Um Velho tinha um filho muito trabalhador. Não podendo ganhar a vida como desejava em sua terra, despediu-se do pai e seguiu viagem para longe a fim de trabalhar.
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A princípio mandava notícias e dinheiro mas depois deixou de escrever e o velho o julgava morto.
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Anos depois, numa tarde, chegou à casa do velho um homem e pediu abrigo por uma noite. Durante a ceia conversou pouco e deitou-se logo para dormir. O velho notando que o desconhecido trazia muito dinheiro, resolveu matá-lo.
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Relutou muito mas acabou cedendo à ambição e tentação e assassinou o hóspede, enterrando-o no quintal do sítio. Voltou para a sala e abriu a mala do morto.
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Encontrou ali as provas de que se tratava do próprio filho, agora rico, e que vinha fazer-lhe uma surpresa.
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Cheio de horror, o pai matador foi entregar-se à justiça e morreu na prisão, carregado de remorsos.
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Origem: Este é um conto da Tradição popular do Minho em Portugal. Esta versão, ligeiramento modificada, é comum no Nordeste do Brasil desde o século XIX.
A Roupa do Rei
A Roupa do Rei
  
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O povo esperou lá fora pela presença do rei e quando este apareceu todos aplaudiram com muito entusiasmo. Os alfaiates, aproveitando a festa, desapareceram no meio do mundo.
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O rei seguiu com o cortejo, mas, atravessando uma das ruas pobres da cidade, um menino gritou:
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- O Rei está de ceroulas!
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Todo mundo ali presente reparou e viu que realmente o rei estava apenas de ceroulas. Uma grande e entrondosa vaia foi o que se ouviu. O rei correu para o palácio morto de vergonha. Desse dia em diante corrigiu-se seu orgulho. E enquanto durou seu reino foi um rei justo e simples para o seu povo.
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Nota:
Conto da idade média compilado pela primeira vez na Espanha por Dom Juan Manuel, século XV, em um livro intitulado "Libro de Patronio ou do Conde Lucanor". Anderson o contista, mais tarde o modifcou e criou sua própria versão da história.
A Roupa do Rei
A Roupa do Rei
  
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Era uma vez um tão vaidoso de sua pessoa que só faltava pisar por cima do povo. Certa vez procuram-no uns homens que eram tecelões maravilhosos e que fariam uma roupa encantada, a mais bonita e rara do mundo, mas que só podia ser enxergada por quem fosse filho legítimo.
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O rei achou muita graça na proposta e encomendou o traje, dando muito dinheiro para sua feitura. Os homens trabalharam dia e noite num tear mágico, cozendo com linha invisível, um pano que ninguém via.
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O rei mandava sempre ministros visitarem a oficina e eles voltavam deslumbrados, elogiando a roupa e a perícia dos alfaiates. Finalmente, depois de muito dinheiro gasto, o rei recebeu a tal roupa e marcou uma festa pública para ter o gosto de mostrá-la ao povo.
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Os alfaiates compareceram ao palácio, vestindo o rei de ceroulas, e cobriram-no com as peças do tal traje encantado, ricamente bordado mas invisível aos filhos bastardos.
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O Fazendeiro e seus Filhos
Autor: Esopo[1]

 
Um rico e já idoso fazendeiro, que sabia não ter mais tantos de anos de vida pela frente, chamou seus filhos à beira da cama e lhes disse:

"Meus filhos, escutem com atenção o que tenho para lhes dizer. Não façam partilha da fazenda que por muitas gerações tem pertencido a nossa família. Em algum lugar dela, no campo, enterrado, há um valioso tesouro escondido. Não sei o ponto exato, mas ele está lá, e com certeza o encontrarão. Se esforcem, e em sua busca, não deixem nenhum ponto daquele vasto terreno intocado."

Dito isso o velho homem morreu, e tão logo ele foi enterrado, seus filhos começaram seu trabalho de busca. Cavaram com vontade e força, revirando cada pedaço de terra da fazenda com suas pás e seus fortes braços.

E continuaram por muitos dias, removendo e revirando tudo que encontravam pela frente. E depois de feito todo trabalho, o fizeram outra vez, e mais outra, duas, três vezes.
 
Nenhum tesouro foi encontrado. Mas, ao final da colheita, quando eles se sentaram para conferir seus ganhos, descobriram que haviam lucrado mais que todos seus vizinhos. Isso ocorreu porque ao revirarem a terra, o terreno se tornara mais fértil, mais favorável ao plantio, e consequentemente, a generosa safra.

 então eles compreenderam que a fortuna da qual seu pai lhes falara, era a abundante colheita, e que, com seus méritos e esforços haviam encontrado o verdadeiro tesouro.

Moral da História:O Trabalho diligente é em si um tesouro. 
figura
  O Garoto Pastor e o Lobo
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Um Jovem Pastor de ovelhas, encarregado que fora de tomar conta de um rebanho perto de um vilarejo, por três ou quatro vezes, fez com que os moradores e donos dos animais, viessem correndo apavorados ao local do pasto, sempre motivados pelos seus gritos: "Lobo! Lobo!".
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E quando eles chegavam ao pastoreio, imaginando que o jovem estava em apuros com o Lobo, encontravam-no zombando do pavor que estes demonstravam.
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O Lobo, entretanto, por fim, de fato se aproximou do rebanho. Então, o jovem pastor, agora realmente apavorado, tomado de pavor, gritava desesperado: "Por Favor, venham me ajudar; o Lobo está matando todo o rebanho!". Mas, ninguém deu ouvidos aos seus gritos.

Autor: Esopo
Moral da História:
Ninguém acredita em um mentiroso, mesmo quando fala a verdade.
O Boi e a Rã
figura
  Um Boi, indo beber água num charco, acidentalmente pisa numa ninhada de rãs e esmaga uma delas.
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A mãe das Rãs, ao dar pela falta de um dos seus filhotes, pergunta aos seus irmãos o que aconteceu com ele.
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Ele foi morto! Há poucos minutos atrás, uma grande Besta, com quatro enormes patas rachadas ao meio, veio até a lagoa e pisou em cima dele.
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A mãe começa a inchar e pergunta:
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A besta era maior do que eu estou agora?
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Pare mãe, pare de inchar - Pede seu filho - não se aborreça, mas eu lhe asseguro, por mais que tente, você explodiria antes de conseguir imitar o tamanho daquele Monstro.
Autor: Esopo

Moral da História:
Na maioria das vezes, as coisas insignificantes desviam nossa atenção do verdadeiro problema.
A Mulher com o Balde de Leite
Autor: Esopo[1]

 
Uma jovem Leiteira, que acabara de coletar o leite das vacas, voltava do campo com um balde cheio balançando graciosamente à sua cabeça.

E Enquanto caminhava, feliz da vida, dentro de sua cabeça, os pensamentos não paravam de chegar. E consigo mesma, alheia a tudo, planejava as atividades e os eventos que imaginava para os dias vindouros.

"Este bom e rico leite," ela pensava,"me dará um formidável creme para manteiga. A manteiga eu levarei ao mercado, e com o dinheiro comprarei uma porção de ovos para chocar. E Como serão graciosos todos os pintinhos ao nascerem. Até já posso vê-los correndo e ciscando pelo quintal. Quando o dia primeiro de maio chegar, eu venderei a todos e com o dinheiro comprarei um adorável e belo vestido novo. Com ele, quando for ao mercado, decerto serei o centro das atenções. Todos os rapazes olharão para mim. Eles então virão e tentarão flertar comigo, mas eu imediatamente mandarei todos cuidarem de suas vidas!"
 
Enquanto ela pensava em como seria sua nova vida a partir daqueles desejados acontecimentos, desdenhosamente jogou para trás a cabeça, e sem querer deixou cair no chão o balde com o leite. E todo leite foi derramado e absorvido pela terra, e com ele, se desfez a manteiga, e os ovos, e os pintinhos, e o vestido novo, e todo seu orgulho de leiteira.

Moral da História:Não conte seus pintos, quando sequer saíram das cascas. 
Os Dois Viajantes e o Urso
Autor: Esopo[1]

 figura
Dois homens viajavam juntos através de uma densa floresta, quando, de repente, sem que nenhum deles esperasse, um enorme urso surgiu do meio da vegetação, à frente deles.

Um dos viajantes, de olho em sua própria segurança, não pensou duas vezes, correu e subiu numa árvore.

Ao outro, incapaz de enfrentar aquela enorme fera sozinho, restou deitar-se no chão e permanecer imóvel, fingindo-se de morto. Ele já escutara que um Urso, e outros animais, não tocam em corpos de mortos.
 Isso pareceu ser verdadeiro, pois o Urso se aproximou dele, cheirou sua cabeça de cima para baixo, e então, aparentemente satisfeito e convencido que ele estava de fato morto, foi embora tranquilamente.

O homem que estava em cima árvore então desceu. Curioso com a cena que viu lá de cima, ele perguntou:

"Me pareceu que o Urso estava sussurrando alguma coisa em seu ouvido. Ele lhe disse algo?"

"Ele disse sim!" respondeu o outro, "Disse que não é nada sábio e sensato de minha parte, andar na companhia de um amigo, que no primeiro momento de aflição me deixa na mão!".


Moral da História:
"A crise é o melhor momento para nos revelar quem são os verdadeiros amigos."
 
O Lobo e o Leão
Autor: Esopo[1]

 Leão e Lobo
Um Lobo, que acabara de roubar uma ovelha, depois de refletir por um instante, chegou à conclusão, que o melhor seria levá-la para longe do curral, para que enfim, fosse capaz de servir-se daquela merecida refeição, sem o indesejado risco de ser interrompido por alguém.

No entanto, contrariando a sua vontade, seus planos bruscamente mudaram de rumo, quando, no caminho, ele cruzou com um poderoso Leão, que sem muita conversa, de um bote, lhe tomou a ovelha.

O Lobo, contrariado, mas, sempre mantendo uma distância segura do seu oponente, disse em tom injuriado, com uma certa dose de ironia: "Você não tem o direito de tomar para si aquilo que por direito me pertence!"
 
O Leão, sentindo-se um tanto ultrajado pela audácia do seu concorrente, olhou em volta, mas, como o Lobo estava longe demais, e não valia a pena o inconveniente de persegui-lo apenas para lhe dar uma merecida lição, disse com desprezo: "Como pertence a você? Você por acaso a comprou, ou por acaso, terá o pastor lhe dado como presente? Por favor, me diga, como você a conseguiu?"


Moral da História:Aquilo que se consegue pelo mau, pelo mau se perde. 
O Leão e o Asno
Autor: Esopo[1]

 Leão e Asno
Um Leão e um Asno combinaram que iriam caçar juntos. Em sua busca por presas, logo os caçadores viram um grupo de Cabras Selvagens que se esconderam numa caverna, e então resolveram traçar um plano para capturá-las. O Asno entraria na caverna e se encarregaria de atraí-las para fora. O Leão, claro, ficaria do lado de fora à espreita, pronto para atacá-las, tão logo de lá saíssem.

O plano funcionou com perfeição. Estando as Cabras tranqüilas, distraídas e confiantes de que estavam em segurança no seu retiro, não perceberam que o Asno ali adentrara. O animal invasor, de surpresa, fez um barulho tão assustador, pulando e zurrando, com toda força que lhe era possível dispor, que as Cabras, tomadas de pânico, não tiveram outra reação senão correrem para todos os lados assustadas.
 
E logo, um pouco recuperadas do susto, conseguiram encontrar a saída do confinamento, e julgando que estariam mais seguras do lado de fora, saíram dali correndo em disparada, apenas para caírem indefesas nas garras do Leão que, de prontidão, as aguardava à entrada da caverna.

Orgulhoso do seu feito, o Asno saiu para fora da caverna e disse: "Você viu como coloquei todas à correr?".

Ao que o Leão respondeu: "Sim, sem dúvida, e se eu não conhecesse você tão bem, certamente que faria a mesma coisa que elas".


Moral da História:O fanfarrão com seu vozeirão e exibicionismo, não é capaz de impressionar aqueles que já o conhecem.
As Duas Cabras
Autor: Esopo[1]

 Duas cabras
Duas Cabras brincavam alegremente sobre as pedras, na parte mais elevada de um vale montanhoso. Ocorre que se encontravam separadas, uma da outra, por um abismo, em cujo fundo corria um caudaloso rio que descia das montanhas.

O tronco de uma árvore caída era o único e estreito meio de cruzar de um lado ao outro do despenhadeiro, e nem mesmo dois pequenos esquilos eram capazes de cruzá-lo ao mesmo tempo, com segurança.

Aquele estreito e precário caminho era capaz de amedrontar mesmo o mais bravo dos pretendentes à travessia, Exceto aquelas Cabras.
 Mas, o orgulho de cada uma delas, não permitiria que uma permanecesse diante da outra, sem que isso não representasse uma afronta aos seus domínios, mesmo estando separadas pela funda garganta.

Então resolveram, ao mesmo tempo, atravessarem o estreito caminho, para brigarem entre si, com o propósito de decidir qual delas deveria permanecer naquele local. E no meio da travessia as duas se encontraram, e começaram a se agredir mutuamente com seus poderosos chifres.

Desse modo, firmes na decisão de levar adiante o forte desejo pessoal de dominação, nenhuma das duas mostrava disposição em ceder caminho à adversária. Assim, pouco tempo depois, acabaram por cair na profunda grota, e logo foram arrastadas pela forte correnteza do rio.

Moral da História:É melhor abrir mão do orgulho do que chamar para si a desgraça através da vaidade e teimosia. 
O Urso e as Abelhas
Autor: Esopo[1]

 Urso e Abelhas
Um Urso procurava por entre as árvores, pequenos frutos silvestres para sua refeição matinal, quando deu de cara com uma árvore caída, dentro da qual, um enxame de abelhas guardava seu precioso favo de mel.

O Urso, com bastante cuidado, começou a farejar em volta do tronco tentando descobrir se as abelhas estavam em casa.

Nesse exato momento, uma das abelhas estava voltando do campo, onde fora coletar néctar das flores, para levar à colméia, e deu de cara com o matreiro e curioso visitante.

Receosa do que pretendia o Urso fazer em seguida, ela voou até ele, deu-lhe uma ferroada e desapareceu no oco da árvore caída.
 O Urso, tomado de dor pela ferroada, ficou furioso, e incontrolável, pulou em cima do tronco com unhas e dentes, disposto a destruir o ninho das abelhas. Mas, isso apenas o fez provocar uma reação de toda colméia.

Assim, ao pobre Urso, só restou fugir o mais depressa que pode em direção a um pequeno lago, onde, depois de nele mergulhar e permanecer imerso, finalmente se pôs à salvo.

Moral da História:É mais sábio suportar uma simples provocação em silêncio, que despertar a fúria incontrolável de um inimigo mais poderoso. 
O Touro e a Cabra
Autor: Esopo[1]

 Touro e Cabra
Certa vez, um Touro, fugindo da perseguição de um feroz Leão, se escondeu numa caverna que os Pastores costumavam usar para abrigar seus rebanhos durante as tempestades ou à noite.

Ocorre que um dos animais, uma Cabra, que tinha ficado para trás, se achando dona do lugar, tão logo o Touro entrou na caverna, ainda distraído, extenuado e ainda se recuperando do tremendo susto que levara, aproveitando-se da situação, pelas costas, covardemente o atacou dando-lhe marradas com seus chifres.

Como o Leão ainda estava circulando em volta da entrada da gruta, o Touro teve que se submeter à aquela incompreensível agressão e injustificável insulto.
 Então ele disse em tom de alerta:

"Você não acredita que estou me submetendo, sem reagir, a esse injusto e covarde tratamento porque tenho medo de você não é? Mas te prometo uma coisa, Quando o Leão for embora, aí sim, te colocarei no teu devido lugar, e acredite, disso tenho a mais absoluta certeza, te darei tamanha lição, que decerto, dela, jamais irás esquecer enquanto viveres.".

Moral da História:Maldade mais profunda e desumanidade igual não há, do que tirar vantagem sobre os outros, aproveitando-se de um momento de vulnerabilidade.