"A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo. (Nelson Mandela) "

sábado, 6 de dezembro de 2014

A Princesa dos Sapatos Vermelhos

A Princesa dos Sapatos Vermelhos
Um rei que tinha três filhas, todas elas muito bonitas. Dormiam juntas no mesmo quarto e com as camas umas ao lado das outras. O rei, que era muito desconfiado, fechava sempre a porta à chave, quando se iam deitar. Mas uma manhã, quando voltou a abri-la, descobriu com espanto que as solas dos sapatos da sua filha mais velha estavam gastas.
Passado algum tempo, os sapatos das outras duas princesas também começaram a aparecer completamente estragados todas as manhãs.
Ninguém conseguia explicar o que acontecia durante a noite e parecia que as princesas não se lembravam de nada. Então o rei, muito preocupado, fez saber aos seus súditos que aquele que descobrisse onde é que as suas filhas iam todas as noites casaria com uma delas. Mas, se não conseguisse descobrir o segredo em três dias, seria mandado para a prisão. No dia seguinte, um príncipe apresentou-se no palácio disposto a tentar esclarecer o mistério.
Nessa noite, o príncipe sentou-se à frente da porta do quarto das princesas; mas, pouco a pouco, as suas pálpebras iam-se fechando, até que adormeceu profundamente. De manhã, quando acordou, viu que as jovens tinham saído, porque as solas dos seus sapatos estavam outra vez gastas. Aconteceu o mesmo nas duas noites seguintes, e o rei mandou prender o príncipe. Vieram depois outros príncipes e cavaleiros, dispostos a descobrir onde é que as princesas iam todas as noites. Mas todos fracassaram, e foram encerrados nas masmorras do castelo, um a seguir ao outro.
Um pobre soldado, que saíra do exército por causa das suas feridas de guerra, dirigia-se ao palácio para tentar a sorte quando lhe apareceu uma velha que lhe deu um conselho:

- Se quiseres saber onde é que as princesas vão, não bebas o vinho que te servirem.

E, dito isto, entregou-lhe uma capa que tinha o poder de tornar invisível quem a vestia.
Quando chegou ao palácio, o soldado, tal como os que o tentaram antes, sentou-se à porta do quarto das princesas. Antes de se deitar, a filha mais velha do rei ofereceu-lhe um copo de vinho, mas o soldado, seguindo o conselho da velha, fingiu que o tinha bebido e sentou-se de vigia. Logo depois, fingiu que estava a ressonar para as princesas o ouvirem.

- Este podia ter poupado a viagem!

Espera-o o mesmo fim que o dos outros!- exclamou a pequena.
Quando as princesas já estavam prontas, a mais velha deu uma pancadinha com o pé no chão e este abriu-se. Umas atrás das outras desceram por uma escada que então ficou à vista. O soldado, que tinha visto tudo, vestiu a capa invisível e foi atrás delas.
No fim da escada esperava-as um exuberante prado, cheio de árvores com brilhantes folhas de prata.
O soldado arrancou uma e guardou-a. Pouco depois chegaram a um lago, onde três príncipes encantados esperavam as princesas em três barquinhos.
Cada princesa subiu para um barco, e sentou-se junto ao seu príncipe. O soldado que estava invisível graças à capa, subiu para o bote da filha mais velha. Remaram até à outra margem do lago, onde havia um fabuloso palácio de onde saía uma alegre melodia interpretada por uma orquestra.
Ali as princesas dançaram com os seus príncipes até os sapatos de todas elas estarem gastos. Então, os príncipes acompanharam novamente as jovens até à outra margem. Quando as princesas chegaram à escada, o soldado já se encontrava no palácio e fingia que continuava a dormir. As três irmãs, acreditando no sono profundo do soldado, despiram os seus vestidos, esconderam os seus sapatos gastos debaixo da cama e deitaram-se.
O soldado não quis contar logo ao rei o que tinha visto. Durante as duas noites seguintes o jovem seguiu as raparigas e, de todas as vezes, dançaram até estragar os sapatos. Ao quarto dia, o soldado decidiu revelar ao rei o que tinha descoberto.

- Majestade, finalmente descobri onde é que as princesas gastam as solas dos sapatos – afirmou. – Num palácio subterrâneo, dançando com três príncipes!

E como prova de que era verdade aquilo que estava a dizer, tirou a folha de prata que tinha apanhado no caminho para o lago, e mostrou-a ao rei.
O rei mandou chamar as suas filhas imediatamente, pois era difícil acreditar nas palavras do soldado.

- Minhas filhas, é verdade que durante todas estas noites estiveram a dançar num palácio subterrâneo com uns príncipes desconhecidos? – perguntou-lhes.

As princesas olharam umas para as outras, coradas de vergonha. Nenhuma se atrevia a responder ao seu pai, porque tinham medo do castigo. Por fim, após um longo silêncio, a irmã mais velha confessou ao rei toda a verdade. O monarca, ainda que ao principio se tenha zangado com elas, acabou por lhes perdoar o que tinham feito.
Depois, disse ao soldado:

- Cumpriste o que prometeste, e eu cumprirei a minha promessa. Qual das minhas filhas queres para tua esposa?

- Como já não sou muito novo – respondeu o soldado -, escolho a mais velha.

Alguns dias depois celebrou-se o casamento e o soldado transformou-se num futuro rei.
Os três príncipes continuaram à espera das princesas, noite após noite, e em vão já que estas nunca mais voltaram ao palácio subterrâneo.

Autoria desconhecida.
Quem souber a autoria favor deixar nos comentários.

Ali Babá e os Quarenta Ladrões

Ali Babá e os Quarenta Ladrões

Era uma vez um jovem chamado Ali Babá. Ele viajava pelo reino da Pérsia levando e trazendo notícias para o rei.

Numa das viagens, enquanto descansava,ouviu vozes. Subiu numa árvore e viu quarenta ladrões diante de uma enorme pedra. Um deles adiantou-se e gritou:

- Abre-te Sésamo!

A enorme pedra se moveu, mostrando a entrada de uma caverna, os ladrões entraram e a pedra fechou-se.

Quando os ladrões saíram, Ali Babá resolveu experimentar e gritou para a pedra:

- Abre-te Sésamo!

A enorme pedra se abriu e Ali Babá entrou na caverna. Viu um imenso tesouro e carregou o que pôde no seu cavalo e partiu direto em direção ao palácio para pedir a filha do sultão, por quem estava apaixonado há muito tempo, em casamento. Quando o sultão viu o dote,aceitou imediatamente.

Ali Babá ficou muito feliz e resolveu contar para todos que ia se casar. Mas para isso precisava comprar um palácio para a sua princesa. Voltou à pedra e falou:

- Abre-te Sésamo!

Um dos ladrões estava escondido e viu Ali Babá sair da caverna carregando o tesouro. O ladrão foi contar aos outros o que viu e decidiram pegá-lo. Com as jóias, Ali Babá comprou um palácio para sua amada e avisou a todos que daria uma festa no dia do seu casamento.

Os ladrões, sabendo da festa, enfiaram-se em tonéis de vinho vazios para atacar Ali Babá à meia-noite, quando estivesse dormindo. A festa foi tão alegre que o vinho acabou. Ali Babá então, foi à adega verificar se havia mais e, sem querer, escutou um susurro:

- Já deu meia-noite? - perguntou um dos ladrões.

- Já, mas esperem a festa acabar! Aí vamos pegar aquele que está usando o nosso tesouro.

Voltando à festa, Ali Babá disse:

- O vinho estragou e preciso de ajuda para levá-lo daqui.

Alguns guardas ajudaram a levar os tonéis até um despenhadeiro.

- Vamos jogá-los lá em baixo - disse Ali Babá.

Ao perceber que seriam jogados, os quarenta ladrões entregaram-se aos guardas.
Com os ladrões presos, Ali Babá ficou com o tesouro, e a princesa e ele viveram felizes para sempre com a fortuna encontrada.

A Pequena Vendedora de Fósforos

A Pequena Vendedora de Fósforos
Fazia um frio terrível; caía a neve e estava quase escuro; a noite descia: a última noite do ano.
Em meio ao frio e à escuridão uma pobre menininha, de pés no chão e cabeça descoberta, caminhava pelas ruas.
Quando saiu de casa trazia chinelos; mas de nada adiantavam, eram chinelos tão grandes para seus pequenos pézinhos, eram os antigos chinelos de sua mãe.
A menininha os perdera quando escorregara na estrada, onde duas carruagens passaram terrivelmente depressa, sacolejando.
Um dos chinelos não mais foi encontrado, e um menino se apoderara do outro e fugira correndo.
Depois disso a menininha caminhou de pés nus - já vermelhos e roxos de frio.
Dentro de um velho avental carregava alguns fósforos, e um feixinho deles na mão.
Ninguém lhe comprara nenhum naquele dia, e ela não ganhara sequer um níquel.
Tremendo de frio e fome, lá ia quase de rastos a pobre menina, verdadeira imagem da miséria!
Os flocos de neve lhe cobriam os longos cabelos, que lhe caíam sobre o pescoço em lindos cachos; mas agora ela não pensava nisso.
Luzes brilhavam em todas as janelas, e enchia o ar um delicioso cheiro de ganso assado, pois era véspera de Ano Novo.
Sim: nisso ela pensava!
Numa esquina formada por duas casas, uma das quais avançava mais que a outra, a menininha ficou sentada; levantara os pés, mas sentia um frio ainda maior.
Não ousava voltar para casa sem vender sequer um fósforo e, portanto sem levar um único tostão.
O pai naturalmente a espancaria e, além disso, em casa fazia frio, pois nada tinham como abrigo, exceto um telhado onde o vento assobiava através das frinchas maiores, tapadas com palha e trapos.
Suas mãozinhas estavam duras de frio.
Ah! bem que um fósforo lhe faria bem, se ela pudesse tirar só um do embrulho, riscá-lo na parede e aquecer as mãos à sua luz!
Tirou um: trec! O fósforo lançou faíscas, acendeu-se.
Era uma cálida chama luminosa; parecia uma vela pequenina quando ela o abrigou na mão em concha...
Que luz maravilhosa!
Com aquela chama acesa a menininha imaginava que estava sentada diante de um grande fogão polido, com lustrosa base de cobre, assim como a coifa.
Como o fogo ardia! Como era confortável!
Mas a pequenina chama se apagou, o fogão desapareceu, e ficaram-lhe na mão apenas os restos do fósforo queimado.
Riscou um segundo fósforo.
Ele ardeu, e quando a sua luz caiu em cheio na parede ela se tornou transparente como um véu de gaze, e a menininha pôde enxergar a sala do outro lado. Na mesa se estendia uma toalha branca como a neve e sobre ela havia um brilhante serviço de jantar. O ganso assado fumegava maravilhosamente, recheado de maçãs e ameixas pretas. Ainda mais maravilhoso era ver o ganso saltar da travessa e sair bambaleando em sua direção, com a faca e o garfo espetados no peito!
Então o fósforo se apagou, deixando à sua frente apenas a parede áspera, úmida e fria.
Acendeu outro fósforo, e se viu sentada debaixo de uma linda árvore de Natal. Era maior e mais enfeitada do que a árvore que tinha visto pela porta de vidro do rico negociante. Milhares de velas ardiam nos verdes ramos, e cartões coloridos, iguais aos que se veem nas papelarias, estavam voltados para ela. A menininha espichou a mão para os cartões, mas nisso o fósforo apagou-se. As luzes do Natal subiam mais altas.
Ela as via como se fossem estrelas no céu: uma delas caiu, formando um longo rastilho de fogo.

"Alguém está morrendo", pensou a menininha, pois sua vovozinha, a única pessoa que amara e que agora estava morta, lhe dissera que quando uma estrela cala, uma alma subia para Deus.

Ela riscou outro fósforo na parede; ele se acendeu e, à sua luz, a avozinha da menina apareceu clara e luminosa, muito linda e terna.

- Vovó! - exclamou a criança.

- Oh! leva-me contigo!

Sei que desaparecerás quando o fósforo se apagar!

Dissipar-te-ás, como as cálidas chamas do fogo, a comida fumegante e a grande e maravilhosa árvore de Natal!

E rapidamente acendeu todo o feixe de fósforos, pois queria reter diante da vista sua querida vovó. E os fósforos brilhavam com tanto fulgor que iluminavam mais que a luz do dia. Sua avó nunca lhe parecera grande e tão bela. Tornou a menininha nos braços, e ambas voaram em luminosidade e alegria acima da terra, subindo cada vez mais alto para onde não havia frio nem fome nem preocupações - subindo para Deus.
Mas na esquina das duas casas, encostada na parede, ficou sentada a pobre menininha de rosadas faces e boca sorridente, que a morte enregelara na derradeira noite do ano velho.

O sol do novo ano se levantou sobre um pequeno cadáver.
A criança lá ficou, paralisada, um feixe inteiro de fósforos queimados. - Queria aquecer-se - diziam os passantes.
Porém, ninguém imaginava como era belo o que estavam vendo, nem a glória para onde ela se fora com a avó e a felicidade que sentia no dia do Ano Novo.

Hans Christian Andersen

Cachinhos de Ouro

Cachinhos de Ouro
Era uma vez... uma menina chamada Cachinhos de Ouro. Ela gostava de passear pela floresta nas manhãs de primavera. Numa dessas manhãs, ela ia andando, andando, andando, quando avistou lá longe uma casinha. Curiosa, apressou o passo e logo, logo chegou bem perto.

Cachinhos de Ouro ficou encantada com a formosura da casa.

Mas nunca imaginaria que ali moravam o Senhor Urso, a Dona Ursa e o filhote do casal, o Ursinho.

Cachinhos de Ouro, ao ver que a casa estava fechada, espiou pela janela e viu que não havia ninguém. Deu uma volta ao redor da casa e nada, ninguém... Então, ela teve a certeza de que os donos daquela casa tinham saído.

Mas ela não queria voltar pra casa sem ver o que havia dentro daquela casinha. E com um forte empurrão, conseguiu abrir a porta e entrou. Na sala havia uma mesa com três pratros cheios de sopa. A menina, que estava com muita fome, sentou-se e rapidinho tomou a sopa.

Em seguida, ela sentou na cadeira do senhor Urso; depois, na cadeira do Dona Ursa e, por fim, na cadeirinha do Ursinho, que era a mais bonitinha e muito gostosa de se sentar. Logo que ela sentou, ela começou a se espreguiçar. Ah! Ah! Foi quando a cadeirinha... ploft... quebrou, e a menina foi ao chão.

Daí, Cachinhos de Ouro foi até o quarto e lá viu três camas. Deitou na cama do senhor Urso, depois na cama de Dona Ursa. E a caminha do Ursinho, assim como a cadeirinha, parecia a mais gostosa de todas pra se dormir. Não parou para pensar. Deitou-se nela e acabou dormindo suavemente.

A família Urso, que despreocupada passeava pela floresta, resolveu voltar. Ao chegarem, logo perceberam que alguém tinha tomado a sopa toda. Aí o Ursinho exclamou:

- Alguém tomou a minha sopa!

Viram depois que alguém tinha sentado em todas as cadeiras da casa. E imediatamente o Ursinho berrou:

- Minha cadeirinha está quebrada!

Os três olharam muito espantados e foram juntos para o quarto pra ver se alguma coisa tinha acontecido ali também. E o Ursinho gritou logo:

- Tem alguém dormindo na minha caminha!

Com os gritos do Ursinho, Cachinhos de Ouro acordou muito assustada... porque se viu frente a frente com toda a família Urso. Então, ela pulou da cama e, muito envergonhada, pediu desculpas e saiu correndo pra casa.

A Cigarra e a Formiga

A Cigarra e a Formiga, para se pensar!

Era uma vez uma cigarra que vivia saltitando e cantando pelo bosque, sem se preocupar com o futuro. Esbarrando numa formiguinha, que carregava uma folha pesada, perguntou:

- Ei, formiguinha, pra que todo esse trabalho? O verão é pra gente aproveitar! O verão é pra gente se divertir!

- Não, não, não! Nós, formigas, não temos tempo pra diversão. É preciso guardar comida para o inverno.


Durante o verão, a cigarra continuou se divertindo e passeando por todo o bosque. Quando tinha fome, era só pegar uma folha e comer.

Um belo dia, passou de novo perto da formiguinha carregando outra pesada folha. A cigarra então aconselhou:

- Deixa esse trabalho pras outras! Vamos nos divertir. Vamos, formiguinha, vamos cantar! Vamos dançar!

A formiguinha gostou da sugestão. Ela resolveu ver a vida que a cigarra levava e ficou encantada. Resolveu viver também como sua amiga.

Mas, no dia seguinte, apareceu a rainha do formigueiro e, ao vê-la divertindo, olhou feio pra ela e ordenou que voltasse ao trabalho. Tinha terminado a vidinha boa.

Dai, a rainha das formigas falou pra cigarra:

- Se não mudar de vida, no inverno você há de se arrepender, cigarra! Vai passar fome e frio.

A cigarra nem ligou, fez uma reverência pra rainha e comentou:

- Hum!! O inverno ainda está longe, querida!

Pra cigarra, o que importava era aproveitar a vida, e aproveitar o hoje, sem pensar no amanhã. Pra que construir um abrigo? Pra que armazenar alimento?

Começou o inverno, e a cigarra começou a tiritar de frio. Sentia seu corpo gelado e não tinha o que comer. Desesperada, foi bater na casa da formiga. Abrindo a porta, a formiga viu na sua frente a cigarra quase morta de frio. Puxou-a pra dentro, agasalhou-a e deu-lhe uma sopa bem quente e deliciosa.

Naquela hora, apareceu a rainha das formigas que disse à cigarra.

- No mundo das formigas, todos trabalham e se você quiser ficar conosco, cumpra o seu dever: toque e cante pra nós.

Pra cigarra e pras formigas, aquele foi o inverno mais feliz das suas vidas.



A Patinha Esmeralda

A Patinha Esmeralda História Infantil 
Uma linda historinha contada pela patinha Esmeralda sobre sua vida! 




Meu nome é Esmeralda.
Antes de nascer, eu era assim, um ovo!
Depois de um tempo, quebrei a casca e saí de dentro e agora sou uma patinha.
Aí, eu vi que tinha muitos irmãos patinhos. E todos eles gostam de banho de sol pela manhã. Eu também!
Então, eu fico com muita sede. Mas sou desastrada e muitas vezes caio na tigela ao tomar água. Os patos gostam de se refrescar nadando no lago. É uma aventura muito divertida.
Certa vez, um ganso correu atrás de mim. Acho que os gansos não gostam de patinhos como eu. Os patos adultos comem milho. Mas eu sou pequena, por isso, como farelo de fubá com água para não engasgar.
No final da tarde, mamãe pata fica contente ao ver seus filhotes em fila atrás dela, voltando para casa.



Uma Mãe, que era muito má (severa e rude) para os filhos, deu de presente a sua filhinha um par de brincos de ouro. 
Quando a menina ia à fonte buscar água e tomar banho, costumava tirar os brincos e botá-los em cima de uma pedra. 
Um dia ela foi à fonte, tomou banho, encheu o pote e voltou para casa, esquecendo-se dos brincos. 
Chegando em casa, deu por falta deles e com medo da mãe brigar com ela e castigá-la correu à fonte para buscar os brincos. 
Chegando lá, encontrou um velho muito feio que a agarrou, botou-a nas costas e levou consigo. 
O velho pegou a menina, meteu ela dentro de um surrão (um saco de couro), coseu o surrão e disse à menina que ia sair com ela de porta em porta para ganhar a vida e que, quando ele ordenasse, ela cantasse dentro do surrão senão ele bateria com o bordão (cajado). 
Em todo lugar que chegava, botava o surrão no chão e dizia:

Canta, canta meu surrão,
Senão te bato com este bordão.


E o surrão cantava:

Neste surrão me puseram,
Neste surrão hei de morrer,
Por causa de uns brincos de ouro
Que na fonte eu deixei.


Todo mundo ficava admirado e dava dinheiro ao velho. 
Quando foi um dia, ele chegou à casa da mãe da menina que reconheceu logo a voz da filha. Então convidaram Ele para comer e beber e, como já era tarde, insistiram muito com ele para dormir. 
De noite, já bêbado, ele ferrou num sono muito pesado.
As moças foram, abriram o surrão e tiraram a menina que já estava muito fraca, quase para morrer. Em lugar da menina, encheram o surrão de excrementos.
No dia seguinte, o velho acordou, pegou no surrão, botou às costas e foi-se embora. Adiante em uma casa, perguntou se queriam ouvir um surrão cantar. Botou o surrão no chão e disse:

Canta,canta meu surrão, 
Senão te bato com este bordão.
Nada. O surrão calado. Repetiu ainda. Nada. 

Então o velho bateu com o cajado no surrão que se arrebentou todo e lhe mostrou a peça que as moças tinham pregado.


A Menina e o Vampiro

A Menina e o Vampiro, um conto de Emílio Carlos

Era uma vez uma menina chamada Patrícia que adorava sair para brincar na rua longe da sua mãe.
A mãe sempre avisava:

- Patrícia: não vá muito longe.

Mas não adiantava. Patrícia não obedecia.
Começou brincando perto de casa, com os vizinhos de perto. Logo estava brincando no fim da rua. Depois no outro quarteirão. E no outro.
A mãe saía atrás da Patrícia:

- Patrícia! Hora de fazer tarefa!

E às vezes sabe o que a menina fazia? Se escondia atrás de uma árvore ou de um muro para a mãe não vê-la e ela não ter que fazer tarefa.
Um dia Patrícia saiu de casa depois do almoço. Foi brincando e brincando cada vez mais longe. E quando deu por si estava em outro bairro, sozinha, longe de tudo que ela conhecia.
Para piorar estava anoitecendo e a Patrícia longe de casa. Era a primeira vez que ela ia tão longe.

- Deixe-me ver: se eu for reto aqui saio na rua do meu bairro.

E como tinha descoberto o caminho de casa começou a andar lentamente de volta, brincando pelo caminho.
A noite caiu e Patrícia continuava a andar de volta. Passou por um beco escuro e nem percebeu que dois olhos brilhantes a observavam.
A menina ia calmamente pela rua. E do beco escuro saiu um vulto que ia atrás dela. A menina andava tranqüila. E o vulto a acompanhava de perto.
De repente o vulto pisou no rabo de um gato, que gritou. Patrícia olhou para trás e viu pelo rabo dos olhos o vulto se aproximar. E começou a andar mais rápido.
O vulto também começou a andar mais rápido. Patrícia apertou o passo e o vulto também. Patrícia olhou para trás e pode ver o brilho de dois dentes caninos pontiagudos. Agora ela tinha certeza: era um vampiro que estava atrás dela!
Patrícia começou a correr. E o vulto também corria. Só que como ele era adulto corria mais que ela. E estava se aproximando rápido. Rápido. Cada vez mais rápido.
Patrícia corria mas não conseguia fugir. O vampiro estava bem perto dela agora. Patrícia estava quase ao alcance das mãos do vampiro. E corria o mais que podia.
O vampiro até deu uma risada enquanto ia pra cima da menina. Por sorte nessa hora o vampiro pisou numa casca de banana e caiu de cabeça no chão. Ficou meio tonto e Patrícia conseguiu chegar na rua de sua casa.
Entrou em casa como um foguete e fechou a porta atrás dela.
Contou toda história para sua mãe e prometeu:
- De hoje em diante só brinco no portão de casa.

Autor da História:  Emílio Carlos

A Dama e o Vagabundo

A Dama e o Vagabundo, linda historinha!

Que natal feliz! Uma jovem recém-casada recebeu de presente uma pequena cadelinha que chamou de Lady.
E desde então é um festival de carinhos que não tem fim!
Lady é tão linda que os cães do quarteirão não tem olhos para nada, a não ser para ela.
Especialmente Vagabundo!
Porém, Lady recusa-se a falar com ele. Ela acha tão despenteado, tão mal-educado!
Um belo dia, Lady deu adeus à sua boa vida.
Sua dona teve um bebê.
Todos os sorrisos, todos os carinhos são para o recém-nascido.
Mas o pior de tudo é quando tia Sarah chega em casa com seus dois horríveis gatos, Si e Ão.
Os dois siameses malvados começam imediatamente a atacá-la e a mexer em tudo que havia dentro de casa. Lady defende, porém quebra tudo na sala.
Como punição lhe colocam uma focinheira. Lady se debate, salta, dá pulos, se enfurece! Para onde será que ela vai?
Ela foge desesperada para a rua, e os cães vadios a atacam sem piedade.
Mas eis que chega o Vagabundo! Ele rosna, morde, afasta os cachorrões, salvando Lady.
Lady se encanta com a bravura de Vagabundo e começa se apaixonar!
Vagabundo conduz Lady à uma cantina do seu amigo Tony. E aquele dia em especial Tony prepara uma deliciosa macarronada para os dois.
E ali começou um grande romance.


Mais tarde eles se casaram, tiveram muitos filhotes e Lady pode voltar com sua família para casa, onde todos puderam ser felizes.





Entre os bichos da floresta, espalhou-se a notícia de que haveria uma festa no Céu. 
Porém, só foram convidados os animais que voam. 
As aves ficaram animadíssimas com a notícia, começaram a falar da festa por todos os cantos da floresta. Aproveitavam para provocar inveja nos outros animais, que não podiam voar.
Um sapo muito malandro, que vivia no brejo,lá no meio da floresta, ficou com muita vontade de participar do evento. Resolveu que iria de qualquer jeito, e saiu espalhando para todos, que também fora convidado. 
Os animais que ouviam o sapo contar vantagem, que também havia sido convidado para a festa no céu, riam dele. 
Imaginem o sapo, pesadão, não agüentava nem correr, que diria voar até a tal festa! 
Durante muitos dias, o pobre sapinho, virou motivo de gozação de toda a floresta. 

- Tira essa idéia da cabeça, amigo sapo. – dizia o esquilo, descendo da árvore.- Bichos como nós, que não voam, não têm chances de aparecer na Festa no Céu. 

- Eu vou sim.- dizia o sapo muito esperançoso. - Ainda não sei como, mas irei. Não é justo fazerem uma festa dessas e excluírem a maioria dos amimais. 

Depois de muito pensar, o sapo formulou um plano. 
Horas antes da festa, procurou o urubu. Conversaram muito, e se divertiram com as piadas que o sapo contava. 
Já quase de noite, o sapo se despediu do amigo: 

- Bom, meu caro urubu, vou indo para o meu descanso, afinal, mais tarde preciso estar bem disposto e animado para curtir a festa. 

- Você vai mesmo, amigo sapo? - perguntou o urubu, meio desconfiado. 

- Claro, não perderia essa festa por nada. - disse o sapo já em retirada.- Até amanhã! 


Porém, em vez de sair, o sapo deu uma volta, pulou a janela da casa do urubu e vendo a viola dele em cima da cama, resolveu esconder-se dentro dela. 
Chegada a hora da festa,o urubu pegou a sua viola, amarrou-a em seu pescoço e vôou em direção ao céu. 

Ao chegar ao céu, o urubu deixou sua viola num canto e foi procurar as outras aves. O sapo aproveitou para espiar e, vendo que estava sozinho, deu um pulo e saltou da viola, todo contente. 

As aves ficaram muito surpresas ao verem o sapo dançando e pulando no céu. Todos queriam saber como ele havia chegado lá, mas o sapo esquivando-se mudava de conversa e ia se divertir. 
Estava quase amanhecendo, quando o sapo resolveu que era hora de se preparar para a "carona" com o urubu. Saiu sem que ninguém percebesse, e entrou na viola do urubu, que estava encostada num cantinho do salão. 
O sol já estava surgindo, quando a festa acabou e os convidados foram voando, cada um para o seu destino. 
O urubu pegou a sua viola e vôou em direção à floresta. 
Voava tranqüilo, quando no meio do caminho sentiu algo se mexer dentro da viola. Espiou dentro do instrumento e avistou o sapo dormindo , todo encolhido, parecia uma bola. 

- Ah! Que sapo folgado! Foi assim que você foi à festa no Céu? Sem pedir, sem avisar e ainda me fez de bobo! 

E lá do alto, ele virou sua viola até que o sapo despencou direto para o chão. 
A queda foi impressionante. O sapo caiu em cima das pedras do leito de um rio, e mais impressionante ainda foi que ele não morreu. 
Nossa Senhora, viu o que aconteceu e salvou o bichinho. 
Mas nas suas costas ficou a marca da queda; uma porção de remendos. É por isso que os sapos possuem uns desenhos estranhos nas costas, é uma homenagem de Deus a este sapinho atrevido, mas de bom coração.

Autor desconhecido