Vocês conhecem o Armandinho? Armandinho é o nosso juiz. Pois é juiz de futebol. Todo sábado à tarde a gente joga bola lá no campinho, perto da casa do seu Manuel. O juiz toda vez é o Armandinho. A turma se dá bem, a gente não briga muito não. Mas antigamente...
Era assim: começava o jogo. Um pegava a bola, começava a correr. Vinha outro por trás e pimba! Pregava um pontapé.
Armandinho apitava logo:
- Piiiiii!
O que tinha levado o pontapé gostava, é claro. Mas o que tinha dado... ficava danado!
-Falta nada, eu não fiz nada, o Armandinho está torcendo por outro time!
A torcida sempre vaiava:
- Juiz ladrão! Juiz ladrão!
Armandinho não ligava!
- Vida de juiz é assim mesmo.
Mas, uma vez, passou da conta. A turma do Passa-por-cima veio jogar com a gente. Veio o Xande, o Edil, o Barriga. Veio o Nilo, o Flavião. Veio a turma toda.
Logo no começo do jogo, o Barriga deu uma entrada no Caloca. Armandinho deu falta. Eles não gostaram.
Depois foi o Catapimba que deu um empurrão no Xande. Armandinho marcou. Fomos nós que não gostamos. E cada vez que o Armandinho marcava alguma coisa a torcida caía em cima:
- Juiz ladrão, juiz ladrão ...
Quando não xingava de coisa pior... Mas o Armandinho não ligava.
Foi quando o Armandinho marcou uma falta do Edil. Eu não sei contar direito como foi, só sei que saiu uma briga daquelas! A torcida entrou na pancadaria e todo mundo apanhou. Mas quem mais apanhou foi o Armandinho, que saiu todo machucado. Precisou até passar iodo e botar esparadrapo.
Aí o Armandinho se enfezou:
- Sabe do que mais? Não quero mais ser juiz. Agora eu quero é jogar, me divirto muito mais e ninguém me chama de ladrão.
Pra falar a verdade, a turma já estava meio enjoada daquele negócio de juiz, apitando toda a hora, interrompendo o jogo. O segundo tempo começou sem juiz. Logo de saída já houve uma dificuldade.
Olha só! Duas bolas em campo. Enquanto o nosso time, o Estrela-d’Alva, atacava por um lado, o Passa-por-Cima atacava pro outro, com outra bola. Foram dois gols de uma vez.
E pra resolver qual das duas bolas é que valia? Mas de meia hora de discussão!
Depois de jogar um tempinho, nós começamos a achar que tinha muito jogador em campo. Parou o jogo pra contar.
Nós estávamos jogando com sete e o Passa-por-Cima com nove. Essa não! Pra encurtar a história, sabe quantas vezes nós paramos o jogo?
Oito vezes!
Uma vez porque tinha duas bolas. Uma vez porque tinha gente demais.
Uma vez porque o Caloca pegou a bola com a mão e disse que não tinha pegado. Uma vez porque o Edil e o Barriga esqueceram que eram do mesmo time e resolveram brigar no meio do campo. E, cada vez que o jogo parava, levava um tempão para resolver o caso. Cada um achava que tinha razão, não queria saber de nada:
- Não fui eu, foi o Barriga!
- Ninguém viu, é mentira dele!
- Foi ele que começou!
E o jogo não ia nem pra frente e nem pra trás. Foi aí que o Beto gritou:
- Também, essa droga de jogo nem tem um juiz...
Todo mundo olhou pro Armandinho. Armandinho fingiu que não entendeu. O Xande insinuou, meio sem jeito:
- É, o juiz esta fazendo uma bruta falta.
Armandinho não deu sinal de ter entendido.
Afinal, nós mandamos o Catapimba, que é o mais jeitoso da turma, falar com ele. No começo, o Armandinho não queria nem por nada. Quer dizer, parecia que não queria...
-Ah! Vocês querem que eu seja o juiz porque o jogo está bagunçado. Mas é só eu apitar uma falta e todo mundo me chama de ladrão.
- A gente não chama mais, nunca mais, palavra de honra!
Agora sempre que a gente joga, o Armandinho é o juiz.
Vocês podem perguntar:
- E vocês, não chamam mais o Armandinho de ladrão?
- Bem, chamar, a gente chama, mas agora a gente sabe que o jogo sem juiz não dá pé. A gente chama só pra não perder o hábito...
Ruth Rocha
Armandinho o Juiz, FTD
Interpretação de texto
1) A turma sempre reclamava de Armandinho, mas ele não se importava. Quando foi que ele se enfezou?
2) Destaque os problemas que os dois times enfrentaram por jogarem sem juiz?
3) O que Armandinho disse ao deixar de ser juiz?
4) Mesmo sabendo que não dava pra jogar sem juiz, a turma ainda chamava Armandinho de ladrão. Como o narrador justifica isso?
5) Essa história está sendo contada por um dos jogadores e ele é, ao mesmo tempo, personagem e narrador. Copie do texto um trecho que mostre a presença desse narrador – personagem.
6) Olha só quantos animais soltos na nossa página! Observe os encontros de sons vocálicos nos nomes dos animais e separe-os em dois parques diferentes.
beija-flor
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boi
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papagaio
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canário
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besouro
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carneiro
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gaivota
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faisão
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piolho
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leopardo
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tamanduá
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coala
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hiena
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coelho
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joaninha
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baleia
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centopéia
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arraia
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cutia
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cão
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a) Parque dos ditongos:
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b) Parque dos hiatos:
__________________________________________________________________________________________________________________________________
c) Você deve ter percebido que há animais que podem estar nos dois parques. Quais são eles?
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b) Separe as sílabas dos nomes desses animais.
d) Agora explique por que os nomes desses animais podem pertencer aos dois parques: ao parque dos ditongos e ao parque dos hiatos.
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7) Leia o trecho e separe as palavras destacadas classificando quanto á silaba tônica:
Nós estávamos jogando com sete e o Passa-por-Cima com nove. Essa não! Pra encurtar a história, sabe quantas vezes nós paramos o jogo?
Oito vezes!
Uma vez porque tinha duas bolas. Uma vez porque tinha gente demais.
Uma vez porque o Caloca pegou a bola com a mão e disse que não tinha pegado. Uma vez porque o Edil e o Barrigaesqueceram que eram do mesmo time e resolveram brigar no meio do campo. E, cada vez que o jogo parava, levava um tempão para resolver o caso.
OXÍTONA
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PAROXÍTONA
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PRPAROXÍTONA
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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Uma história eu vou contar
Já fui cabo de vassoura. Sou cavalo-de-pau. Estive quase a ser lenha. Ou lixo, que ainda é mais triste. Sem falar no meu passado mais antigo, de quando fui árvore.
Vida incerta é a de madeira, explorada e escravizada pelo bicho homem. Onde estivermos nós, subindo em árvore, com tronco, folha e ramos vários, lá chega o homem.
E quando o homem chega, quase sempre “dá galho...” Feliz é a planta ou árvore carregada de frutos ou flores. Em geral é poupada, embora roubada nas flores e frutos... Mas, nos outros casos, machado e fogo nos perseguem... E nada podemos fazer.
O bicho homem, que se intitula, vaidoso, de “homo sapiens”, palavras de uma língua esquecida, cuja tradução é “cara sabido”, é orgulhoso, convencido e, muitas vezes, cruel.
Mas tem realmente, uma força contra a qual nada podemos. Até hoje não entendi bem esse estranho poder desse bicho terrível.
Orígenes Lessa
1. Qual é a opinião do cabo de vassoura a respeito do homem?
2. O que o narrador-personagem já foi? E o que ele é agora?
3. Qual é a opinião do autor sobre a vida de madeira?
4. Qual é a opinião do narrador sobre o homem?
5. O que você diria para defender o homem de tudo o que o cabo de vassoura falou a seu respeito?
6. Os personagens que aparecem no texto são:
( ) um cavalo-de-pau ( ) uma flor
( ) o homem ( ) um animal da floresta
( ) um menino ( ) uma lata de lixo
7. Quem conta a história é:
( ) narrador-personagem ( conta a história e faz parte dela)
( ) narrador-observador ( conta a história e não participa dela)
8. Este texto é narrado segundo a opinião do:
( ) homem ( ) do cavalo-de-pau.
9. Marque a alternativa que contém o mesmo significado da frase em destaque;
E quando o homem chega, quase sempre “dá galho”...
( ) com a vinda do homem, quase sempre é chato.
( ) com a chegada do homem, quase sempre dá problema.
( ) com o aparecimento do homem, quase sempre vem boas novas.
10. Marque x na alternativa que destaca o antônimo (contrário) das palavras destacadas:
A) Vida certa é a de madeira.
( ) falsa ( ) incerta ( ) correta
B) O bicho homem é humilde e, muitas vezes, bondoso.
( ) malvado ( ) caridoso ( ) esperto
C) E quando o homem chega quase sempre dá galho.
( ) todas as vezes ( ) nunca ( ) de vez em quando
- Imagine que você é uma árvore. O que faria para não virar lenha?
Pense a respeito e escreva um pequeno texto falando sobre o assunto.
Márcia Alexandra
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
Chapeuzinho Vermelho de raiva
- SENTA AQUI MAIS PERTO, CHAPEUZINHO. FICA MAIS PERTINHO
DA VOVÓ, FICA.
- MAS VOVÓ, QUE OLHO VERMELHO... E GRANDÃO... O QUE
HOUVE?
- AH, MINHA NETINHA, ESTES OLHOS ESTÃO ASSIM DE TANTO
OLHAR PRA VOCÊ. ALIÁS VOCÊS ESTÁ QUEIMADA HOJE, HEIN ?
- GUARUJÁ, VOVÓ. PASSEI O FIM DE SEMANA LÁ. A SENHORA
NÃO ME LEVA A MAL, NÃO, MAS A SENHORA ESTA COM UM NARIZ TÃO
GRANDE, MAS TÃO GRANDE, TÃO ESQUISITO, VOVÓ.
- ORA, CHAPÉU, É A POLUIÇÃO. DESDE QUE COMEÇOU A
INDUSTRIALIZAÇÃO DO BOSQUE, QUE É UM DEUS-NOS-ACUDA. FICO
O DIA TODO RESPIRANDO ESTE AR HORRÍVEL. CHEGUE MAIS PERTO,
MINHA NETINHA, CHEGUE.
- MAS, EM COMPENSAÇÃO, ANTES EU LEVAVA MAIS DE DUAS
HORAS PARA VIR DE CASA ATÉ AQUI E AGORA, COM A ESTRADA
ASFALTADA, EM MENOS DE QUINZE MINUTOS CHEGO AQUI COM A
MINHA MOTO.
- POIS É, MINHA FILHA. E O QUE TEM AI NESTA CESTA ENORME ?
- PUXA, JÁ IA ME ESQUECENDO: A MAMÃE MANDOU UMAS
COISAS PARA A SENHORA. OLHA AI: MARGARINA, MAIONESE
HELLMANN’S,
MAS É PARA A SENHORA COMER UM SÓ POR DIA, VIU ? LEMBRA DA
INDIGESTÃO DO CARNAVAL ?
- SE LEMBRO, SE LEMBRO...
- VOVÓ SEM QUERER SER CHATA.
- ORA, DIGA.
- SUAS ORELHAS. A ORELHA DA SENHORA ESTÁ TÃO GRANDE.
E, AINDA POR CIMA PELUDA. CREDO, VOVÓ !
- AH, MAS A CULPADA É VOCÊ. SÃO ESTES DISCOS MALUCOS
QUE VOCÊ ME DEU. ONDE JÁ SE VIU FAZER MUSICA DESSE TIPO ?
UM HORROR !! VOCÊ ME DESCULPE PORQUE FOI VOCÊ QUE ME
DEU, MAS ESTAS GUITARRAS, É GUITARRA QUE DIZ, NÃO É ? POIS É,
ESTAS GUITARRAS SÃO MUITO BARULHENTAS... NÃO HÁ OUVIDO QUE
AGÜENTE MINHA FILHA. MÚSICA É A DO MEU TEMPO, AQUILO SIM, EU
E SEU FINADO AVÔ, DANÇANDO VALSAS... AH, ESSA JUVENTUDE ESTÁ
PERDIDA MESMO.
- POR FALAR EM JUVENTUDE, O CABELO DA SENHORA ESTÁ UM
BARATO,
ISSO ?
- TAMBÉM TENHO DE ENTRAR NA MODA, NÃO É MINHA FILHA ?
OU VOCÊ QUERIA QUE EU FOSSE DOMINGO AO PROGRAMA DO GUGU
DE
CHAPEUZINHO PULA PRA TRÁS:
- E ESTA BOCA IMENSA ??!!
A AVÓ PULA DA CAMA E COLOCA AS MÃOS NA CINTURA, BRAVA:
- ESCUTA AQUI, QUERIDINHA: VOCÊ VEIO AQUI HOJE PRA ME
CRITICAR, É?
MÁRIO PRATA
INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
1- PELA LEITURA DA TEXTO, ONDE SE PASSA A HISTORIA ?------
2- QUAIS SÃO OS PERSONAGENS DO TEXTO ?
3- POR QUE VOCÊ ACHA QUE O TEXTO RECEBEU O NOME
“CHAPEUZINHO VERMELHO DE RAIVA”?
4- ESTAVA QUEIMADA ?
5- DE ACORDO COM O TEXTO POR QUE O NARIZ DA VOVÓ ESTAVA
GRANDE?
6- QUAL O BENEFÍCIO QUE A INDUSTRIALIZAÇÃO PROPORCIONOU A
CHAPEUZINHO ?
7- NA HISTORIA ORIGINAL O QUE CHAPEUZINHO LEVAVA PARA A
VOVÓ ?
8- O QUE A VOVÓ ACHA DO ROCK ?
9- QUAL O PROGRAMA DE TELEVISÃO QUE A VOVÓ GOSTA ?
10- QUANDO A VOVÓ PULOU DA CAMA O QUE VOCÊ PENSOU QUE ELA
IRIA FAZER ?
11- ESTA HISTORIA É UMA ADAPTAÇÃO DE UM CONTO DE FADA.
A- QUAIS ERAM OS PERSONAGENS DO TEXTO NA HISTORIA ORIGINAL ?
B- QUAL A DIFERENÇA DO CONTO ORIGINAL DE CHAPEUZINHO
VERMELHO PARA O CHAPEUZINHO VERMELHO DE RAIVA ?
C- COMO ACABAVA A HISTORIA ORIGINAL ?
12- O QUE VOCÊ ACHOU DA HISTORIA CHAPEUZINHO VERMELHO DE
RAIVA
13- QUANDO A VOVÓ DISSE: “- ESCUTA AQUI QUERIDINHA: VOCÊ VEIO
AQUI PRA ME CRITICAR É ?!”, NO LUGAR DE CHAPEUZINHO, O QUE
VOCÊ RESPONDERIA ?
VIVENCIANDO OS FATOS
1- VOCÊ TEM AVÓS ?
2- COMO É SEU RELACIONAMENTO COM ELES ?
3- ALGUMA VEZ ELES JÁ PERDERAM A PACIÊNCIA COM VOCÊ ? POR QUÊ ?
4- SEUS AVÓS JÁ LHE CONTARAM ALGUMA HISTORIA DA ÉPOCA DE
CRIANÇA DELES ? QUAL ?
5- O QUE VOCÊ GOSTARIA DE DIZER PRA ELES MAS NUNCA TEVE
CORAGEM DE FALAR ?
GRAMÁTICA
1- CIRCULE NO TÍTULO DA HISTÓRIA UM ADJETIVO:
CHAPEUZINHO VERMELHO DE RAIVA
2- LEIA O TRECHO A SEGUIR:
GUARUJÁ, VOVÓ. PASSEI O FIM DE SEMANA LÁ. A SENHORA NÃO ME
LEVA A MAL, NÃO, MAS A SENHORA ESTÁ COM UM NARIZ TÃO GRANDE,
MAS TÃO GRANDE, TÃO ESQUISITO, VOVÓ.
RETIRE DESTE TRECHO:
A) UM SUBSTANTIVO COMUM: __________________________________
B) UM ARTIGO DEFINIDO:______________________________________
C) PRONOME DEMONSTRATIVO:________________________________
D) PRONOME DE TRATAMENTO:_________________________________
3- VEJA O TRECHO A SEGUIR:
MAS, EM COMPENSAÇÃO, ANTES EU LEVAVA MAIS DE DUAS HORAS
PARA VIR DE CASA ATÉ AQUI E AGORA, COM A ESTRADA ASFALTADA,
EM MENOS DE QUINZE MINUTOS CHEGO AQUI COM A MINHA MOTO.
RETIRE DESTE TRECHO:
A) UMA PALAVRA MONOSSÍLABA __________________________________
B) UMA PALAVRA DISSÍLABA ________________________________________
C) UMA PALAVRA TRISSÍLABA: _________________________________
D) UMA PALAVRA POLISSÍLABA ____________________________________
4- QUANTOS PARÁGRAFOS TEM O TEXTO: ___________
5- IDENTIFIQUE OS TIPOS DE FRASES:
A) -TAMBÉM TENHO DE ENTRAR NA MODA,NÃO É MINHA FILHA?
_________________________________________________
B) - SUAS ORELHAS. A ORELHA DA SENHORA ESTÁ TÃO GRANDE. E,
AINDA POR CIMA PELUDA. CREDO, VOVÓ !
_____________________________________________________________
C) - ORA, CHAPÉU, É A POLUIÇÃO.
______________________________________________________________
D) - NÃO HÁ OUVIDO QUE AGUENTE MINHA FILHA.
______________________________________________________________
6- NA FRASE ABAIXO, QUAL É O SUJEITO E QUAL É O PREDICADO?
A MAMÃE MANDOU UMAS COISAS PARA A SENHORA.
SUJEITO DA ORAÇÃO: _________________________
VERBO: __________________________________________
PREDICADO DA ORAÇÃO: ___________________________
Vania Londe - Professores Solidários