"A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo. (Nelson Mandela) "

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Cyberbulling e a Responsabilidade da Instituição de Ensino
"Se precisamos de leis para nos ensinar o Bom Senso, então, trazemos de berço a insensatez"
Autora: Joseane de Souza Heineck[1]

CyberbullingTramita no Senado Federal o Projeto de Lei nº 196/2011, que altera o art. 12 da Lei de Diretrizes e Bases e impõe às escolas o dever de combater o assédio escolar, mais conhecido como bullying, através de ações educativas e de prevenção. A iniciativa pretende tornar indiscutível que a Instituição de Ensino é responsável por desenvolver práticas que conscientizem os alunos de que as agressões intencionais, verbais ou físicas, contra um ou mais colegas repetidamente, caracteriza o bullying e pode trazer prejuízos, algumas vezes irreversíveis.
A importância do Projeto é incontestável, no entanto, PL 196 corre o risco de ficar ultrapassado antes mesmo de ser votado e colocado em prática. Nos termos em que está redigido, o texto não menciona a responsabilidade das escolas diante das ocorrências de cyberbullying, o qual se caracteriza por agressões verbais veiculadas em qualquer meio eletrônico de comunicação - como e-mail, sites, blogs, redes sociais e celulares. Apesar de ser praticado de forma virtual e, na maioria das vezes, fora do ambiente escolar, a Instituição de Ensino tem o dever de abordar o assunto e adotar posturas que previnam o cyberbullying.

Restrição de acesso a sites de relacionamentos e chats nos laboratórios de informática, orientação aos estudantes para nunca ceder ou emprestar senhas e logins, e conscientização de que o anonimato na internet não é absoluto são algumas das medidas que as escolas podem adotar. Além disso, é importante ressaltar aos alunos que as agressões efetuadas em ambientes virtuais serão reprimidas com sanção proporcional e que existem, inclusive, delegacias especializadas em crimes online.

Não são poucos os relatos no Brasil e no exterior, de alunos que entram em depressão após sofrerem, por meio de mensagens eletrônicas, discriminação e diversas ofensas. Nesse sentido, a escola tem papel determinante no sentido de auxiliar e promover atividades que envolvam os espectadores do bullying.

Através de oficinas de teatro, por exemplo, as instituições podem fazer com que as crianças e jovens abandonem a posição passiva em que se encontram e passem a ser agentes que combatam a prática. Assim, podem também levar as discussões para suas famílias, colegas e grupos de amigos, atingindo, ao final, a sociedade como um todo.




Autora: Joseane de Souza Heineck
email: joseane@gianellimartins.com.br
Nove Regras para Criarmos uma Criança Tímida
"Poucas pessoas sabem disso, mas, assim como os vícios são hábitos, pensar negativamente também o é..."
Autor: Jon Talber[1]

criança tímida

Imagine que uma criança tem o potencial para ser qualquer coisa, inclusive fazer a diferença que não fizemos... 
A timidez é um aprendizado, um estado de comportamento criado por nós, do mesmo modo que se cria um hábito, como por exemplo, o colecionar carrinhos em miniatura, ou selos; ou a preferência por um refrigerante, ou a ver o belo como feio e vice e versa.

Somos capazes de criar, tanto aquilo que preferimos e desejamos, quanto aquilo que repudiamos. E tudo isso são comportamentos, facetas psicológicas que depois de se tornarem partes integrantes de nossas personalidades, servirão para alguma coisa, e serão usadas, sejam para nos proporcionar insatisfações, ou satisfações.

É como um filho que criamos. Podemos lhes dar carinho e atenção, mas, não podemos nos assegurar que jamais terão contato com a coisa contrária e seguirão um caminho adverso. Um comportamento, depois de criado, ficará dormente, em estado de espera, ou será aplicado imediatamente, a depender da ocasião. Sem uso, jamais permanecerá, mesmo que o seja apenas em nossos sonhos inconscientes.
Com freqüência nos chegam as crianças tímidas. Não porque assim nasceram, mas porque foram fabricadas, criadas até de forma involuntária, uma vez que poucos, como pais e educadores, conhecem as regras a seguir. São observações simples, que podem ser facilmente constatadas, em nosso convívio diário, seja em casa ou na escola, seja entre incultos, ou cultos.

Evidentemente a lista não se presta a criar estados de timidez em quem quer que seja, mas, antes disso, serve como guia para nos inteirarmos das causas e assim evitarmos a criação de algum, estando ou não sob nossos cuidados.
  1. Sempre compare sua criança com a criança do vizinho, ou do seu amigo, ou com seu irmão, especialmente quando se trata de uma habilidade que a mesma não possui.
  2. Cubra-a de elogios, de modo que cresça ofuscada pelo mimo caseiro, ocultando assim suas falhas, suas limitações de qualquer natureza, assim ela ficará surpresa quando o mundo lá fora a rejeitar, sem que ela compreenda o motivo.
  3. Revele, diante dos seus colegas, situações que lhe sejam embaraçosas, especialmente aquelas pequenas manias que ela tenta a todo custo ocultar; ou pequenas preferências, que antes eram apenas segredos caseiros. Mas antes saiba que, isso a fará sentir-se envergonhada, menor que as outras.
  4. Obrigue-a a ser irreverente, assim como a mais extrovertida da classe, ou da rua onde mora, indicando claramente que seu comportamento, que representa seu modo natural de “ser”, seja qual for ele, é considerado anormal, uma deformação.
  5. Defina “o ser” a mais bela das belas como sendo uma obrigação, assim ela poderá se olhar no espelho, e ao comparar-se com a beleza das outras e sentir-se impossibilitada de imitar, se sentir um traste, uma aberração digna de ser rejeitada pelo mundo.
  6. Ignore seus talentos naturais, sempre preferindo as qualidades dos outros; sempre tomando como referência os mais hábeis, os vencedores de fora, os famosos, mesmo sabendo que tudo aquilo são personalidades falsas, especialmente construídas para o mercado das aparências, do consumo.
  7. Faça-a sentir-se embaraçada na frente dos amigos ou convidados, com comentários jocosos, citando o modo como se veste, como anda, como fala, seus gostos pessoais, etc. Desse modo ela sentirá vergonha de se expressar, de estar diante dos outros, e tenderá a ver-se como uma coisa anormal, diante de um mundo de normais, que evidentemente, são diferentes de si.
  8. Menospreze suas opiniões, mesmo sabendo que uma criança ainda carece de experiência para tê-las com coesão. Ressalte as opiniões daqueles que sabem tudo, especialmente crianças superdotadas, ou as consideradas gênios, assim, doravante, ela sentir-se-á naturalmente insegura, temerosa de comentar qualquer coisa, de opinar, na sua presença e diante dos de fora.
  9. Esconda-lhe ou ignore suas limitações, assim, ao entrar em contato com o mundo real, lá fora, longe do seguro ambiente do lar, local onde se sente importante, quando de fato puder constatar que não o é, se sentirá humilhada e naturalmente fraca, sem saber lidar com a verdade óbvia, sem compreender o porquê das críticas sobre si.
Agindo dessa forma, com certeza, em pouco tempo, terá diante de si uma criança capaz de temer até a própria sombra.

Novos Paradigmas na Educação Privada
"Educar não é disciplinar segundo um padrão, mas, antes disso, tornar a responsabilidade pelos próprios atos uma disciplina"
Autor: Marcelo Oronoz[1]

Novos paradigmas na EducaçãoMais do que nunca, o ensino deve ser tratado de modo profissional. Passou o tempo em que professores extrapolavam suas atribuições típicas e assumiam a gestão de instituições de ensino. Conhecimento na docência, intuição e experiência com pais e alunos já não são mais suficientes para administrar um educandário, face a complexidade das relações institucionais e com o mercado

Entidades que almejam ser referência devem ter visão empresarial. Professor não é gestor. As melhores instituições do País mostram que passar o controle administrativo, financeiro, contábil, jurídico, recursos humanos, enfim, todos os alicerces da operação educacional, a profissionais técnicos especializados em cada área, é o caminho para o salto qualitativo.
Atualmente, o ensino está passando por uma drástica mudança de paradigmas. Renomadas instituições têm buscado em grandes empresas, inclusive multinacionais, alguns de seus mais importantes profissionais, para ocuparem cargos executivos. Aliando essa estratégia à centralização da administração, os educandários têm reduzido consideravelmente seus custos e aumentado geometricamente sua eficiência.

Outra ferramenta desafiante para os mais conservadores é o ensino a distância. Apenas desconhecimento e preconceito justificam a contrariedade a essa modalidade, que propicia acesso ao ensino e inclusão digital a uma grande parcela da população, que não teria condições de fazê-lo no sistema presencial.

Na contramão dessa evolução, alguns sindicatos e órgãos públicos seguem com as já desgastadas bandeiras contra o trabalho extraclasse e a meritocracia, dentre outras reivindicações, pretendendo impedir a avaliação da eficiência dos profissionais.

O Governo Federal já anunciou que cerca de 10% do PIB serão destinados a investimentos na educação. Além disso, grandes negócios estão ocorrendo em instituições privadas, desde compra e venda até abertura de capital na bolsa. E ainda, o aumento do poder aquisitivo da população ampliará a inserção de novos estudantes nas universidades. Neste cenário, não há mais espaço para amadorismo e muito menos para discussões ideológicas.

O profissional da educação e a escola devem ser parceiros em busca do mesmo ideal: prestar serviço de qualidade e estarem atentos para os movimentos do mercado educacional, pois, em curto prazo, apenas os preparados permanecerão.




Autor: Marcelo Oronoz
email: marcelo@gianellimartins.com.br
Disciplina Dentro de Casa
"Educação não é a simples transferência do conteúdo de um livro, para o cérebro."
Autor: Jon Talber[1]



A experiência do aprender não pode resultar de teorias, fazer isso é coisa inútil. Como atividade para momentos ociosos serve, mas não pode ser chamada de pedagogia. 
Não desenvolvemos nosso tato, ou audição, ou paladar, o que na verdade ocorre, é a simples adaptação dos mesmos às condições ambientais. O resto é interpretação, é dar nomes ao que estamos fazendo, ao que estamos sentindo. Não se amplia o tato, ou audição, ou paladar, através do conhecimento adquirido, apenas nos especializamos em interpretar aquilo com o qual temos contato.

Seria de grande utilidade que aprendêssemos sobre nós mesmos, antes de nos propormos a ensinar nossos filhos e alunos. Não deveríamos ensinar aquilo que não somos, mas podemos fazê-los repetir aquilo que também já repetimos. Isso não é educar, trata-se apenas de fazê-los, à força de alguma sugestão, adaptarem-se ao que também já nos adaptamos antes deles. Repassamos instruções, assim também como nos repassaram um dia. Instruções não educam, mas ajudam a tornar o indivíduo, um excelente profissional, um exímio imitador de gestos, expressões e palavras alheias.
Poderíamos começar do básico, com nossos medos. O que são os nossos medos e por que, a despeito de toda força da tradição, da cultura milenar, da nossa especialização que atinge o mais elevado nível intelectual, ainda não somos capazes de lidar adequadamente com ele? Por que ele persiste em nos atormentar vida afora apesar de todo poderio intelectual conquistado pelo homem até esse momento? Criam-se especialistas na psique humana, especialistas em angústias, em tristezas, mas a despeito de tanto empenho, por que tais perturbações continuam a fazer parte dos nossos mais importantes problemas?

Não começamos agora, somos o resultado de milênios de cultura e tradição; do poder das autoridades doutrinárias, dos reformadores "bem intencionados", das centenas de homens de "boa vontade" que já povoaram as muitas civilizações de todos os tempos, e nossos problemas, ao contrário de nós, não são coisa nova. Somos recentes sobre a terra, nossos problemas não o são. Perduram a milhares de homens e tradições; de mudanças e guerras sociais, e a despeito do progresso material alcançado, psicologicamente parece que não progredimos um passo sequer.

Ainda somos tão medrosos quanto nossos mais primitivos ancestrais, e nossos estados emocionais, nunca compreendidos, portanto nunca resolvidos, continuam a ser nosso principal embaraço existencial. Por que insistem as instituições chamadas de educacionais, em manter os seus modelos que já sabem tratar-se de uma metodologia estúpida, e sem pretensão nenhuma de construir um homem sensato? São capazes de instruir alunos a se tornarem repetidores voluntários, que agindo como se fossem máquinas, vivem no seu dia a dia como autômatos, seguindo ordens, obedecendo à comandos, sem a menor sensibilidade; repletos de todos os medos e angústias que já experimentaram todos os outros homens.

Não poderia ser diferente a angústia desse homem, uma vez que como imitadores perfeitos que são, que simplesmente se adaptam às situações do dia a dia, ou se deixam levar como pesos mortos, sem opor resistência alguma, ao sabor da correnteza, continuam a repetir até a forma dos sofrimentos dos ancestrais.

Se o objetivo da vida de cada homem, "educado" segundo estes critérios for à manutenção do caos humano, da angústia e sofrimento que se arrasta civilização após civilização; da manutenção dos seus medos e violência, das guerras cujo objetivo é tão somente defender a supremacia de opiniões estúpidas e sem valor, então as escolas atuais são perfeitas para ele. Se ao contrário, qualquer uma dessas coisas o incomoda, não o são, uma vez que não cuidam de ajudar a resolver esse problema.

Observando a ordem interna de nossas casas, logo podemos perceber, que o bom senso que buscamos fora dela, deve-se ao fato de não o praticarmos internamente. Na maioria das vezes, os melhores amigos de nossos filhos e filhas, não são seus pais, mas amigos de fora. Isso é quase uma regra geral, que faz parte da tradição e cultura, que é mesmo incentivado pelas escolas e pelos próprios pais, e alguns poucos que se aventuram em contrariar tal prática, logo são considerados estranhos, de fora de moda, ou caretas.

A criança, mais que um adulto, necessita de cuidados especiais, de uma atenção maior por parte dos educadores e pais. Estão elas sendo "formatadas" para se tornarem adultos, e a depender dessa formatação, construirão um mundo de desarmonia ou harmonia. Mas como podemos construir nosso filho ou aluno, à imagem do bom senso, se as influências de todas as partes, a nosso ver, teimam em fazer o contrário? Será que o exemplo não começa dentro de casa? Afinal de contas, esse é o ponto de origem de qualquer criança. É seu ponto de partida e de chegada ao final do dia, ou do período que se mantém afastado dos pais.


Os problemas do mundo já existiam antes de nós existirmos. Não existem novos problemas, apenas novos indivíduos experimentando as mesmas coisas.

Supondo que caminhemos sobre uma linha reta, sobre a qual podemos andar para trás ou para frente; e qualquer que seja o sentido ou a direção que venhamos a tomar, será sempre, para trás ou para frente. É uma linha inflexível, e esta representa o que nesse momento somos como indivíduo; nossa inteira formação psicológica, nosso modo de avaliar coisas e pessoas, nosso arquivo pessoal de informações com as quais julgamos qualquer situação do nosso viver. Essa linha inflexível representa o tempo, o tempo necessário para a assimilação das idéias do mundo, e construção de nossa personalidade. Não são idéias novas, pois nem o mundo é novo, nem suas tradições são novas. Mas como seres recém chegados ao mundo, logo nos tornaremos tão velhos quanto suas idéias e tradições, pois são elas que formatarão nossas personalidades, e sentimentos, e medos, e angústias.

Podemos constatar tudo isso de uma forma muito singular. Perguntemo-nos se há em nós algum sentimento emocional único, nunca experimentado e rotulado antes por mais ninguém; e mais ainda, se há alguma idéia absolutamente nova em nossos pensamentos, uma vez que qualquer idéia se baseia em tudo que existe, e que já assimilamos do próprio mundo. A resposta será não, pois o mesmo conhecimento que formou minha psique é também do mundo, e está disponível para todos. É claro que cada cultura contribui com uma parte, e na parte de nossa cultura, nos encaixamos. E todas as culturas juntas, como fragmentos, formam o conhecimento do mundo, a mente, ou psique possível desse mundo.

Isso inclui o conhecimento material e o emocional; os problemas criados e as soluções sempre parciais que se apresentam. Somos o resultado de tudo isso, e sensato seria questionarmos por que as soluções são sempre parciais, e por que ainda há o problema do medo, dos conflitos, do sofrimento.

Passados tantos séculos de tentativas; de planos para colocar o homem em ordem, de repressão violenta com a mesma intenção; de reformas sociais e religiosas, sem um resultado definitivo, resta-nos questionar se o pensamento do homem, todo o seu conhecimento, é capaz de promover essa tal transformação.

Podemos continuar a esperar pela escola, pelas reformas sociais ou políticas; que o tempo resolva a questão, a despeito de passados milhares de anos e civilizações, ainda não o ter feito, ou podemos, ao contrário, começarmos uma reforma em casa, um ajuste interno que não dependa mais de tais influências ou opiniões, de quem quer que seja. É um passo gigantesco, uma vez que não nos guiaremos mais por ninguém, nenhuma tradição ou propaganda. Será um aprendizado novo, a partir de nós mesmos, da prática com nossa família e amigos, do contato intimo com nossos filhos e cônjuges. Aprenderemos enquanto vivenciamos, enquanto sentimos; enquanto sofremos com nossos problemas, ou enquanto nos empenhamos em resolvê-los, e dessa experiência, certamente que nascerá um novo homem. 
A Criança e a Autoestima
"Série: Criando uma mente saudável"
Autor: Jon Talber[1]



Repetir procedimentos não é aprender. Um computador já faz isso com perfeição, mas, é ele um bom aprendiz ou um mestre imitador? 
Um processo autônomo, como o gesto de andar, depois correr, ou aprender a pegar, segurar alguma coisa, nada disso requer inteligência, uma vez que são processos involuntários, do mesmo modo que o são, o olhar, o sentir cheiro, o escutar sem direito a escolha. Já sabemos pegar nas coisas, de berço, e com o tempo, apenas vamos aperfeiçoando a técnica, depois aprendemos a dar nomes aos objetos que estamos segurando. E para nada disso é requerida a inteligência, pois trata-se de um mero gesto de repetição, imitação, assim como o faz um papagaio, que é capaz de imitar sons, mesmo sem saber o que significam.

Criatividade não significa estar apto a repetir, a imitar, a decorar pantomimas para depois praticá-las como se fossem habilidades. Podemos ter ideias, mas isso na verdade reflete apenas uma diferente forma de se ver algo já existente. Nesse caso, uma ideia anterior, segue modificada, com aparência de nova, assim como nosso comportamento, que se parece coisa nova, quando na verdade, apenas o veículo que é nosso corpo é novo, mas não os hábitos que está a repetir.
A insatisfação e satisfação, opostos de um mesmo estado, é a causa e efeito de toda ação humana. É o que determina o que devemos ou não desejar, procurar obter, evitar, criar nossos objetivos de vida. Também, a partir destes dois pontos, que são pontos equidistantes de uma mesma coisa, isto é, a busca por satisfação, todas as personalidades humanas são criadas.

E disso também resulta a maioria dos estados emocionais do homem. Tristezas e alegrias, melancolia e euforia, medo e coragem, falta de confiança e confiança em si mesmo. Também os motivos que causam cada um destes estados nos indivíduos, estão associados ao desejo de obter satisfação. Isso significa ser aceito, bem sucedido, bonito, capaz, idolatrado, desejado, ter poder.

Compreender porque desejamos sempre mais que nossas necessidades, liberta a mente da sede de poder. Assim, ainda na infância, as frustrações dos adultos, educadores involuntários das crianças, devem ser contidas diante destas. Uma frustração adulta, quando exortada diante de uma criança, sinaliza para a mesma, que aquele comportamento é natural, que deve ser imitado. E embora intelectualmente a mesma ainda seja incapaz de compreender o que está acontecendo, os efeitos emocionais, tais como ansiedade, inquietação, intolerância e irritabilidade, estes são de compreensão imediata.

Confiança em si mesmo, é quando conseguimos enfrentar nossos próprios medos. É o sentir-se capaz de superar obstáculos que se apresentam como grandes problemas. Isso se consegue quando se têm automotivação, que é um sentimento de certeza interior. Certeza de que os problemas podem ser superados, nunca pode existir no medroso, onde lhe falta a confiança em si mesmo. Essa qualidade não é inata, mas produto de aprendizado, com as pessoas que estão à nossa volta.

Uma criança que apenas aprendeu a ouvir lamentações, expressões de mágoas e ressentimentos, jamais terá forças para enfrentar seus dilemas pessoais. Terá sua motivação desviada para expressar os estados de apatia, frustrações, coisa própria daqueles que fazem do seu viver uma central para lamentações, que insistem em cultivar mágoas e ressentimentos.

Sentir-se-á incapaz de realizar qualquer coisa, inseguro por não se achar apto para nada, sequer para pensar com clareza, e acabará por repetir as lamentações que lhe serviram de lastro no passado. Desse modo, como a autopiedade se torna seu mestre psicológico, não terá forças para reagir diante de problemas, e procurará para sempre, depender daqueles que resolvam tais coisas para si.

Do mesmo modo, quando se exige de uma criança a perfeição, acabamos por criar um individuo isolado do mundo, demasiado critico, medroso de ser repreendido, que mais se preocupará com a opinião alheia, do que com sua própria felicidade. Terá medo até dos próprios pensamentos, embora, na maioria dos casos, jamais descubra a causa de agir dessa forma.

Mostrar desde cedo, com gentileza, sem exigências de perfeição, que os problemas são questões que podem ser resolvidas, desde que encarados de frente, com coragem, determinação e conhecimento, ajudará a criança a preparar o seu emocional para tais situações. De que adianta mostramos para elas apenas o resultado emocional de um problema, através de nossas expressões de raiva, de angústia? Isso apenas servirá para que se tornem ansiosas, sem uma causa aparente, diante de qualquer situação, mesmo de uma surpresa, ou alegria, ou uma simples espera por qualquer coisa.

Do mesmo modo, fazê-las compreender que os erros, de forma alguma são atributos de fraqueza ou imperfeições, mas que, antes disso, servem como guias para os acertos, capacitará todas elas para serem mais tolerantes, mais flexíveis em seus julgamentos e expectativas, diante de qualquer coisa.

E, finalmente, devemos nos lembrar de repreender uma falha com orientação, e um acerto com incentivo. Lembrando que na orientação, a paciência será fundamental para que ela apreenda o que está sendo dito. Do mesmo modo, um acerto não se incentiva com prendas ou elogios fáceis, mais com encorajamento, com apreciação verdadeira, com demonstração clara, inequívoca, de que aquilo tem algum valor.
Em Busca da Perfeição
"Procurar perfeição usando como medida pares de imperfeitos, é o mesmo que tentar calçar uma meia sem tirar o sapato..."
Autor: Jon Talber[1]



Acumular conhecimento em busca da perfeição tem o mesmo significado que o desejo de se ter uma grande colheita semeando grãos de plástico... 
Aparentemente não podemos evitar, trata-se de pura reação que mais parece uma atitude involuntária, e lá estamos, buscando nos outros, um modelo de perfeição que sequer sabemos do que se trata.

Não sabemos o que é a perfeição, mas fomos treinados desde o berço para procurar tal coisa em tudo que fixemos nossos sentidos. É o sabor perfeito, e também o som, a visão, o odor, a consistência táctil. E para nós perfeito significa superior, melhor em desempenho, aparência, nunca sujeito à falhas, ou seja lá o que for, que possui um algo mais do que aquilo que já vimos antes.

Respostas é o que queremos; não as respostas dúbias, aquelas que nos pedem para refletir, avaliar, ponderar, mas as prontas, já concluídas, definidas como resultado final, que irá direcionar nosso pensamento, nosso modo de ser, de agir, de nos relacionarmos com o mundo.
Palavras que nos induzam um comportamento qualquer, eis o que desejamos. Pensar é coisa problemática, confusa, e por isso buscamos os conselhos dos especialistas, dos sábios, dos santos, de quem quer que seja. Basta que nos digam onde encontrar, a coisa pronta, e lá estaremos.

E passamos a vida a agir dessa forma, desde nossa infância, quando idealizávamos nossos projetos num mundo de fantasia especialmente criado para nos agradar. O ideal de satisfação permanente, quando sequer sabemos o que é uma satisfação não permanente, é o que buscamos em vida.

Uma alegria é sempre de curta duração, uma alegria imperfeita então. Perfeita seria a permanente, ou, como nosso imaginário coletivo nos diz, uma alegria que gradualmente, com o tempo, se ampliará até chegar ao seu máximo. O máximo seria o perfeito, difícil porem é determinar o ápice desse máximo, o ponto de chegada, ou perfeição. Por isso buscamos ajuda, daqueles que supostamente já sabem, já possuem a resposta pronta.

Mas, estamos repletos de respostas, isso é tudo que existe em nossas memórias, em nosso banco de lembranças. Lá já estão todas as respostas, como num compêndio impresso, um imenso repositório de palavras que descrevem todas aquelas coisas. Mas, tais respostas prontas, têm o mesmo significado que o tentar explicar para uma criança que gosto tem uma maçã, quando sequer ela conhece o fruto.
E em nossas relações idealizamos a imagem de um “ser” perfeito, impecável, que não mais precisa de retoques, ou ajustes, um protótipo único que já atingiu sua plenitude existencial sobre a terra, sobre os demais mortais. A mesma regra se aplica às nossas aquisições materiais, ou idéias, ou ideais, ou crenças, etc.

Quando buscamos a perfeição, embora não saibamos do que se trata, também estamos nos colocando no topo da pirâmide do saber, uma vez que somos nós que iremos julgar, avaliar, aferir e finalmente decretar, que aquela é a coisa perfeita. Logo, perfeito, a nosso ver, somos nós mesmos. Outros podem nos dizer o que é perfeito, mas, no final, nossa palavra, nosso julgamento, nossa conveniência é que concordará ou não.


O erro é o caminho que nos indica onde encontraremos o acerto... 
Mas, o ente humano não é perfeito, está muito longe disso. E embora seja uma extraordinária máquina biológica, está longe de ser perfeita. Seu veículo físico se desgasta, adoece e morre, enquanto que, sua mente, seus pensamentos, se deformam, mudam, descartam, acrescentam, são contraditórios, se confundem, e imita sem critérios. Seus próprios princípios de escolhas são duvidosos, uma vez que se baseiam em opiniões ou “verdades” que na maioria das vezes não temos como atestar se são coisas falsas ou verdadeiras.

É possível à máquina defeituosa produzir uma peça perfeita? Se estamos sempre em busca do mais é porque temos de menos. Se ao mais sempre estamos acrescentando alguma coisa, é simplesmente porque aquilo que julgávamos perfeito, ainda está incompleto, imperfeito portanto.

Imagine se ao perfeito é possível acrescentar algo mais. Se é possível o acréscimo é porque não o é, nunca foi, e nunca será, uma vez que sempre se permitem mais e mais acréscimos. Então o que buscamos é um mito, uma fantasia criada em nossa mente, uma ilusão inexistente.

Se nos conscientizarmos de que somos imperfeitos, a cobrança excessiva cessa imediatamente. Por reflexo nos tornaremos mais compreensivos, mais tolerantes, e ficaremos atentos aos nossos próprios julgamentos, pois agora saberemos que eles são falhos, imperfeitos, parciais, tendenciosos, confusos, e sem razão de ser.

Teremos então diante de nós, como nós, indivíduos em fase de transição. Não em busca de algo que não existe, mas sabedores de que estamos vivendo um momento transitório, onde as mudanças, que é o definitivo atestado de nossa imperfeição, ocorrerão sem nosso consentimento, sem depender de nossos critérios pessoais ou de quem quer que seja.

O Compreender ocorre quando descobrimos que uma falha é um acerto em andamento. 
Compreender este estado é respeitar nosso próximo, sermos mais tolerantes, esperarmos menos, e nunca o máximo, que é o motivo de todo conflito e frustração em nossos relacionamentos. Sabedores de que somos imperfeitos, que todos somos, não criaremos falsas expectativas em relação a quem quer que seja, seja uma autoridade, seja um santo. Um santo foi eleito pelos nossos critérios, juízos equivocados, pensamento imperfeito, expectativas confusas e contraditórias, isso devemos considerar. A verdade que vemos nos sábios é um reflexo de nossas aspirações, nosso confuso pensamento, resultado de uma tradição que antecede a nossa própria existência.
As palavras nunca serão as coisas que tentam rotular. A palavra “perfeito” não passa de uma alegoria, uma representação simbólica de um estado transitório de alguma coisa, nada além disso. Perfeito quer dizer que os ciclos regentes das coisas existentes são inflexíveis, não foram criados por nós, não sabemos porquê foram criados, e este fato é coisa perfeita. Perfeito é o ciclo, imperfeitos os objetos sujeitos às leis desse ciclo.

E assim, rotulamos o mínimo com a palavra, com a qual julgamos o máximo. Uma coisa que para nós é bem feita, apenas reflete que aquilo atende às nossas expectativas, aos nossos critérios e julgamento. Outros terão outras medidas, outros meios de aferição dessa mesma coisa, e assim, o julgamento passa a ser uma coisa relativa à aquele que julga. Se a opinião de muitos diverge sobre uma mesma coisa, isso quer dizer que ninguém está capacitado a julgá-la, nem mesmo aquele que se julga o mais sábio dos homens. Para o mais sábio, há sempre outro que se julga mais, e ainda outro, e assim por diante.

Por fim, nossos critérios de avaliação criaram todos os sábios, é como o velho ditado que diz: “Em terra de cegos, quem tem um olho é rei.”. Assim, o sábio sabe-se imperfeito, embora outros, nós, o categorizemos como perfeito, logo, perfeito não é o sábio, mas compreender que somos imperfeitos, inclusive ele, o sábio. 
O Que as Crianças Deveriam Aprender
"Um animal irracional é domesticado pelo medo e recompensas, não precisamos imitá-los..."
Autor: Jon Talber[1]

mãe lendo para o filho

"Será que que toda inutilidade que sabemos para nada servir também precisamos ensinar para as crianças?"
Dentro de um mundo que chamamos de "mundo das aparências", um cenário ideal criado pela sempre faminta indústria do "vender qualquer coisa", onde se incluem objetos, idéias e ideais, a construção de uma personalidade "batizada", quer dizer condicionada, tornou-se sua principal meta existencial.

Observe o mundo artificial que criamos para nossos pequenos. Os personagens não são de verdade, os objetos são modificados, com uma aparência bizarra, que classificamos como engraçados. Quem define o que é engraçado, nós ou as crianças? Quem cria o engraçado, nós ou nossas crianças? Claro que não são elas, elas são os consumidores, o alvo de tais criações. Assim, se somos nós, não se trata tão somente de uma forma de condicioná-las? Idealizamos o engraçado, damos forma a esse engraçado, depois só nos resta convencê-las de que aquilo é de fato engraçado, e está feito.
A mesma coisa é válida para as fantasias, os reinos mágicos, encantados, criados para entretê-las. O que esperamos obter com isso ainda não sabemos, e se há algum ensinamento educativo, ético, o que seja, que esperamos conseguir com tal prática, aparentemente ainda não logrou o desejado, pretendido e didático efeito.

Para uma imensa, bem estruturada e sólida indústria, a mesma que cria tais fantasias e mundos abstratos, há um efeito, e este conhecemos bem, o lucro. E há todo um corpo docente, os criadores, a tentarem nos convencer que essa é a coisa certa. Diversão está muito distante de ilusão. Diversão é uma coisa, disso toda criança carece, mas ilusão, mentiras, fantasias inexistentes, não. Não se constrói uma realidade em cima de uma fantasia. Não se vislumbra um mundo melhor, mais justo, ciente de seus problemas e conseqüentes soluções, em cima de um mundo irreal, sem problemas, que mais se adequa como um estímulo a indiferença, ao comodismo.

Uma criança, e mesmo um jovem, pré-adolescente, ou mais velho, desconhece os problemas dos seus pais, dos adultos, desconhecem mesmo a sua fisiologia. Acreditamos que elas não são incapazes de assimilar tais informações, e, no entanto, criamos fantasias fantásticas para preencher seus dias, roteiros bizarros de coisas desnecessárias e inexistentes, e mesmo vendo como interagem com as novas tecnologias, provando que pensam rápido e de forma lógica, melhor que a maioria dos adultos, ainda assim, insistimos em lhes negar a realidade que terão pela frente, alegando que não é chegada a hora.
Não somos nós, mas, as autoridades, os regentes do conhecimento, que nos dizem o que fazer, o que pensar, o que sonhar, o que desejar, como se fossemos brinquedos sofisticados movidos aos seus impulsos e ordens. Apenas seguimos o roteiro, obedientes, submissos, tementes de questionar o porquê de cada uma dessas coisas. De perder é o nosso receio, seja uma ideologia, seja uma crença, seja o que for. Apoiamos-nos na autoridade de uma tradição na esperança de que nos dê força para também dominarmos, nossos filhos, nossas relações, quem estiver em nosso entorno.

Formar crianças livres e felizes não é nossa meta, não temos nenhuma meta, apenas seguimos ordens, a chamada "opinião oficial", metas alheias, cujas origens desconhecemos, e os resultados são meros acasos. Ser bem sucedido, ter uma profissão rentável, um padrão de vida material razoável, é a promessa que nos impulsiona, que rege nossas aspirações.
Locutor de rádio
"Se para descobrirmos o que vem a ser Bom Senso dependemos da condução dos meios de comunicações, então, estamos perdidos" 
E isso repassamos para nossos filhos. Mas não nos ocorre, questionarmos porque a maioria de nós, a despeito de seguirmos à risca a "cartilha", ainda não logrou pleno êxito em sua vida pessoal. Mas há a esperança de dias melhores, e como cegos seguindo um cão guia, nos encolhemos na acomodação, na crença de que as autoridades, as mesmas que ditam nosso destino, até o fim dos nossos dias, estejam zelando para um dia isso se concretizar.

Eis nossa herança para nossos filhos. Uma criança não compreende porque sua mãe muda tanto de humor em certos períodos do mês. Os conflitos são inevitáveis, produto de uma ignorância instituída, premeditada, cego guiando cego, quando a simples instrução, até como forma de respeito, resolveria de vez o problema. TPM, ou Tensão Pré-Menstrual, poderíamos explicar para nossas crianças que suas mães padecem de tal transtorno, natural, normal, comum, parte de suas fisiologias, nada de absurdo, mas que é capaz de transformar seu estado emocional, tornando-a mais sensível, irritadiça, ansiosa, nervosa, o que pode fazer parecer, para filhos e filhas ignorantes, que não conheçam o problema, que os conflitos motivados por tal estado temporal, é coisa pessoal?

Não estaria nessa simples explicação a solução de muitos problemas de relacionamento entre mães e filhos, e filhas? Se é um problema para os adultos, que já conhecem o problema, imagine para crianças, sensíveis, emocionalmente instáveis, que tendem a tudo levar para o lado pessoal, da vitimização?
mulher com dor de cabeça

"A mais importante coisa da existência humana deveria ser a harmonia nos relacionamentos"
Fazê-las compreenderem tal estado hormonal, físico, emocional das mães, evitaria muitos transtornos, e estas poderiam efetivamente ajudar a mesma a superar de forma menos traumática tal ciclo. Se elas compreendem como programar um computador, não estariam também aptas a compreenderem esta coisa, infinitamente, bem mais simples?

E sobre os problemas da velhice, isso também não faz parte dos seus dias, não é o futuro de cada uma delas, pelo menos da maioria? Compreender, conhecer os problemas da velhice, ou boa idade, ou qualquer outro nome que se institua, não as tornariam mais tolerantes, mais dispostas a conviverem sem conflitos com os mais velhos? Conhecer os problemas de cada idade, não as tornariam mais humanas, mais responsáveis, mais naturalmente disciplinadas e comprometidas com o bem estar social, que no final é o delas mesmo?
Estudar os limites de compreensão de cada idade, o que cada faixa etária é capaz de assimilar, isso deveria ser um quesito da grade curricular regular. Do mesmo modo que se institui adequação de brinquedos, filmes e programas por faixa etária, porque não instituir uma adequação daquilo que cada indivíduo em crescimento é capaz de assimilar? Por que os pais esperam pelos educadores, e os educadores esperam pelos especialistas, e os especialistas esperam pela oportunista indústria dos padrões de entretenimento, para então lhes informarem o que devem fazer? Informarão estes a coisa certa ou apenas aquilo que lhes convém? Eis o que ocorre.

Em nossa pauta de aprendizado há espaço para tudo. Para brincadeiras, para experiências pessoais, para nossas crenças, mas, devemos considerar o ensino como uma forma de instrução e não de lavagem cerebral. Ensinar nossos filhos pela forma mecanicista, onde não precisam pensar para executar, onde basta ser capaz de imitar, onde não consideramos aquilo que são capazes de assimilar, mas sempre o que são capazes de reproduzir como animais amestrados, não é educação, mas para construir mundos de mentira, repletos de fantasias bizarras, serve. O que podemos esperar depois senão que construam um mundo igualmente bizarro?





Verdades da Profissão de Professor
Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.
A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.
Paulo Freire
A Criança e a Motivação
"Para compreender a vida não se requer uma certa quantidade de energia, mas de toda disponível..."
Autor: Jon Talber[1]

criança com fantasia

"Lembre-se sempre, o resultado das ações do potencial adulto que está naquela criança, depende da qualidade da instrução que ora recebe"
Quando se ensina alguma coisa, o que seja, ensina-se também a colher com sabedoria os resultados, e também a se preparar para os contratempos. Ambos fazem parte do aprendizado, e não apenas a maneira de se fazer a coisa. Uma criança ainda requer de muita experimentação antes de ser capaz de compreender cada coisa, por isso, a expectativa de resultados insatisfatórios, ou parciais, assim como a perspectiva de resultados positivos em qualquer empreendimento, deve fazer parte de sua instrução preliminar.

Não existe ilustração melhor do que ensinar a fazer. Nada supera a confecção de uma obra pelo seu próprio autor. Assim, mostrar como fazer, vale mais que dizer que pode ser feito. Ainda assim, tudo começa com a demonstração de que aquilo pode ser realizado, desde que se possua a devida habilidade, ou instrução.
Uma obra sem utilidade, para uma criança, vale tanto quando uma pedra preciosa para uma galinha. Sua motivação é diretamente proporcional à utilidade da coisa produzida, seja para si mesmo, seja para outros. Do mesmo modo, enganá-la com falsas propostas ou promessas, equivale e comprometer sua auto-estima. Ocorre que ela não reage às frustrações como um adulto, mas antes disso, tende a se sentir rejeitada, inferiorizada, sem importância, já que vê no resultado do seu trabalho, a si mesmo.

Assim, seu trabalho representa sua pessoa, e a forma como esse trabalho será recebido, rejeitado, criticado, utilizado, apreciado, aceito, será também o modo como se sentirá como individuo. Ao sentir a inutilidade do seu trabalho, assim também se sentirá como pessoa, e a mesma coisa vale para a aceitação, ou crítica construtiva.

Uma crítica construtiva, longe de ser um elogio, ou uma espécie de recompensa, tem mais valor se bem compreendida como função motivadora. Comentar de forma clara sobre o trabalho, como, por exemplo, discutir um texto escrito, de modo que ela perceba que o mesmo foi lido e analisado, torna-se uma excelente forma de motivação, e abre espaço para a crítica construtiva. Desse modo, ela tenderá a aceitar as ressalvas, correções, como uma forma clara de orientação e nunca de rejeição.
Conhecer uma criança, não apenas seu nome, ou o nome dos seus pais, mas, daquilo que não gosta, ou gosta, abre um espaço gigantesco, para que o educador tenha acesso à mesma. Ela o permitirá, pois saberá que ele a conhece, e por isso mesmo, deve saber o que é melhor para ela. Também, o educador sensato, o deve demonstrar publicamente, que conhece cada uma delas. Isso se consegue com comentários discretos, enfatizando ou ilustrando os gostos pessoais de cada uma. Mentalmente ela dirá: "Nossa, ele ainda lembra de mim...".

Cuidado deve ter, entretanto, para nunca, sob nenhuma circunstância ou alegação, criar ambientes competitivos entre elas. Seja por preferir uma ou outra, seja por elogiar o pior ou melhor desempenho de quem quer que seja. Motivar uma criança não deve ter como terreno a desmotivação do restante do grupo, e é exatamente isso que ocorre, ao preferirmos ou destacarmos alguém, ou seu trabalho, de forma seletiva, ou ostensiva.
criança
"Fazer a criança sentir-se necessária é a fórmula certa para se ter um adulto autoconfiante" 
O educador consciente sabe como fazer para nivelá-las, sem destacar uma ou outra, sem fazê-las sentirem-se inferiores ou superiores aos seus amigos, o que poderia incentivar a competição interna, a disputa por preferências, a falta de entendimento e sintonia do grupo. Aquela que sabe mais, ou que demonstra maior interesse, deve ser tratada com a devida atenção, mas sem demonstração explicita de que há preferências, ou que as demais são inferiores, ou preteridas.

Incentiva-se uma criança claramente destacada no meio do grupo, de forma discreta e com inteligência. Se ela é curiosa, deve ser incentivada de forma indireta a desenvolver ainda mais sua curiosidade. Nesse caso, a mensagem deverá ser dada para todo o grupo, e aqueles indivíduos mais interessados, entenderão que se trata de uma orientação direta para eles.
criança escrevendo

"Uma criança motivada é naturalmente disciplinada"
Recompensas, elogios fáceis, promessas de sucesso, práticas comuns usadas para motivar ou incentivar as crianças a realizarem suas tarefas, obrigações, ou mesmo cuidados pessoais, devem ser evitadas à todo custo. Deverá o educador, substituir tudo isso, pelo simples reconhecimento de um trabalho bem feito, ou interesse sincero pelo andamento de uma tarefa ainda pendente. Deve estar disposto a ouvir as explicações das mesmas, de como realizaram aquele trabalho, e mesmo, contribuir pessoalmente, com sugestões individuais ou coletivas.
Outra forma de elogiar, de dar novo ânimo a todo grupo, de modo a não haver comparações, ou despertar ciúmes, é ensiná-las a trabalhar em equipe, deixando claro que, para uma tarefa dessa natureza, onde cada uma tem uma função, todas são igualmente necessárias e importantes. Deve ainda enfatizar ao grupo, que o tamanho de uma atividade, não quer dizer menos ou mais, mas igualmente importantes. Use pequenos contos como analogias, elas gostam de ouvir e ainda aprenderão alguma coisa útil.

Na formatação de uma equipe, o educador deve conhecer as capacidades e personalidades de cada um, cuidando de não incluir num mesmo grupo, crianças de temperamentos contrários. Conhecendo as disposições psicológicas e habilidades individuais, poderá agrupá-las em equipes que se complementem.

Finalmente, não se motiva uma criança, comparando seu resultado com o do seu colega, ou de um estranho. Mais eficaz e sensato, é dar-lhe desafios sempre crescentes, e acompanhar de perto seu progresso, ou dificuldades. E ao perceber o interesse do educador pelo seu trabalho, ela se sentirá motivada e responsável, pois, como foi dito antes, para ela, o trabalho e a sua pessoa, é uma só coisa. 
Encontrei esses textos no saite Dicas da Educação São textos espetaculares.
AQUI ESTÃO ESCRITOS DICAS PARA PAI E PROFESSORES

Texto sobre educação

Textos sobre educaçãoA Educação é um dos setores mais importantes da sociedade, somente ela pode determinar o progresso de um país. Uma nação só se desenvolve por completo se o povo tem acesso a escola e sabe requerer os direitos e cumprir com os deveres.

Os textos de educação costumam debater diferentes questões, intelectuais da área buscam respostas para o déficit de aprendizado nos países em desenvolvimento. Os textos ainda podem relatar métodos pedagógicos que ajudem no aprendizado.

Você pode encontrar textos relacionados a educação na internet, será uma ótima oportunidade de conhecer os métodos utilizados pelas instituição de ensino. Se você está fazendo um curso de licenciatura, deve procurar se informar sobre os principais tópicos da educação.