"A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo. (Nelson Mandela) "

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Relatório de Avaliação Pedagógica–Equipe Multidisciplinar–Visão da Neurociências- passo a passo

Relatório de Avaliação Pedagógica – passo a passo
dat        O Relatório de Avaliação Pedagógica é solicitado à Equipe multidisciplinar (ao pedagogo ou psicopedagogo) de alunos encaminhados com queixas de dificuldades acentuadas de aprendizagem. Essa solicitação pode ser feita pelo professor, pela família ou por profissionais da saúde: psicólogo, fonoaudiólogo, pediatra, hebiatra ou neurologista.
A finalidade dessa solicitação é obter dados relevantes que possam levar à identificação da origem da dificuldade que o aluno está apresentando, situação momentânea que pode ser trabalhada pala própria equipe multidisciplinar da escola ou que poderá ser levada a uma investigação mais aprofundada se as causas estiverem ligadas a algum tipo de transtorno mental.
O aluno deve ser acolhido pela equipe multidisciplinar e após estabelecer vínculos afetivos há vários passos a serem seguidos para concluir um relatório: análise das queixas principais, atividades pedagógicas do aluno, observação feita pelo avaliador em sala de aula e outros ambientes da escola, anamnese com a mãe (preferencialmente) e várias entrevistas para avaliar todos os aspectos do desenvolvimento global do aluno, através de exercícios lúdicos e significativos. Há várias sugestões de matérias e como usá-los na avaliação, inclusive o teste da psicogenética da escrita, neste artigo.

sssssImagem:http://www.escolinhaeducar.com.br/wp-content/uploads/2011/04/educar_sala_aula
Agora tendo em mãos todas as conclusões dos diversos momentos avaliativos vamos dar uma sugestão da formatação deste relatório, que deve fornecer o maior número de informações de forma concisa.
VEJA NO BLOG: IMPACTO DA PEDAGOGIA MODERNA  a conceituação e relevância dos aspectos oservados e avaliados nesta introdução do relatório pedagógico clicando > AQUI
Observação:
A avaliação do aluno que se encontra em pleno desenvolvimento global em que a sua evolução é diretamente dependente da plasticidade neuronal, que ocorre tanto no desenvolvimento normal quanto nos casos de lesão, na tentativa de restauração funcional, deve, portanto ser considerada como um momento de desenvolvimento neuropsicomotor capaz de sofrer alterações. Essa observação deve ser colocada no relatório e ser respeitada dentro do processo de investigação pedagógica, psicológica e neurológica, evitando, dessa forma, um resultado conclusivo errôneo.
Veja um modelo(fictício):
RELATÓRIO PEDAGÓGICO
(Cabeçalho)
1 – Identificação
Nome da Instituição, aluno (dados pessoais), professor, ano/série em curso, local e data).
2 – Recomendações gerais:
• Recomenda-se zelo em relação aos dados da vida do aluno, no sentido de evitar que os mesmos sejam divulgados a pessoas não envolvidas no processo ensino-aprendizagem, preservando dessa forma a individualidade do aluno;
• Solicita-se zelo em relação aos dados da avaliação que possam gerar dúvidas ou má interpretação. Sugerimos que neste caso, seja procurada imediatamente a equipe responsável pelo trabalho;
• As informações contidas neste relatório foram colhidas no período..._.
Convém ressaltar que as mesmas se referem a este momento da vida escolar do aluno e, portanto, estão sujeitas a mudanças contínuas, de acordo com o processo de desenvolvimento dinâmico e evolutivo do ser humano.
3 – Identificação da equipe:
(dados dos profissionais que compõem a equipe multidisciplinar)
4 – Motivo do Encaminhamento
(principal queixa e origem da solicitação: escola, família, profissionais da saúde).
5 – Síntese da investigação:
Após encaminhamento do aluno (avaliação pedagógica e comportamento em sala de aula e ambientes da escola) foi solicitado à professora um relatório do desempenho escolar do aluno.
A Equipe Especializada de Apoio à Aprendizagem observou o aluno em sala de aula e em outros ambientes da escola, análise de material da criança e entrevista com a mãe. O aluno após se sentir acolhido e familiarizado com o ambiente e com a Equipe participou de vários encontros lúdicos, significativos com fins avaliativos.
O aluno de conformação física forte evidencia estar bem fisicamente, estatura normal para sua idade, apresentou-se com os cabelos bem cortados à moda atual dos garotos da sua idade, uniforme limpo demonstrando cultivar bons hábitos e cuidados com a higiene.
Foram observados na sala de aula, nos ambientes da escola e na Sala da Equipe de Apoio à Aprendizagem a sua interação social e conhecimentos adquiridos de acordo com sua idade e ano em curso (série): a atenção, orientação, memória, inteligência, afetividade, pensamento lógico, senso crítico, verbalização, psicomotricidade, comportamento e linguagem escrita, leitura interpretação e oralidade.
O aluno  com 9 (nove) anos de idade, cursando o 4º ano (séries iniciais), sem nenhuma repetência após se sentir acolhido e estimulado pela Equipe de Apoio Pedagógico, apresentou-se nos diversos momentos da avaliação com tranquilidade, humor estável, comunicativo e uma postura sugerindo afetivo triste. Interagiu bem, com naturalidade, através do contato de olhos inconstante sugerindo, em alguns momentos de seus relatos da vida diária, um pouco de tensão e ansiedade.
       Durante a entrevista “L” manteve uma atividade motora com poucos movimentos físicos, pouca gesticulação, expressão facial triste, pouca alteração na expressividade, a mesma entonação de voz: baixa de vez em quando uma leve gagueira, com relatos longos e detalhados, usando constantemente a expressão “às vezes”. A atitude do aluno ante a pedagoga/avaliadora foi amigável, cooperativa.
       O aluno com 9 (nove) anos de idade, cursando o 4º ano, sem nenhuma repetência após se sentir acolhido e estimulado pela Equipe de Apoio Pedagógico, apresentou-se nos diversos momentos da avaliação com tranquilidade, humor estável, comunicativo e uma postura sugerindo afetivo triste. Interagiu bem, com naturalidade, através do contato de olhos inconstante sugerindo, em alguns momentos de seus relatos da vida diária, um pouco de tensão e ansiedade.
        Durante a entrevista “L” manteve uma atividade motora com poucos movimentos físicos, pouca gesticulação, expressão facial triste, pouca alteração na expressividade, a mesma entonação de voz: baixa, de vez em quando uma leve gagueira, com relatos longos e detalhados, usando constantemente a expressão “às vezes”.
         O aluno despertou durante a entrevista uma sensação de inacessibilidade à realidade de seus posicionamentos e sentimentos em relação á família, evidenciando sentir-se "estigmatizado”, pela mesma, associando esta evidência ao relato da mãe. Em relação à escola assinalou ser uma atividade prazerosa.

*Estes primeiros parágrafos da Síntese da Investigação-configuram uma introdução muito importante, pois são mencionados os aspectos gerais do aluno: físico, emocional, mental e motor - dentro de uma situação de conforto que foi lhe foi favorecida. Estes aspectos são os primeiros indicativos que darão consistência à anamnese, entrevista com a mãe (importantíssima) e nortearão os caminhos da interpretação das avaliações dos fatores ligados às queixas apresentadas. São aspectos importantes ao avaliador pedagógico quanto ao psicólogo, fonoaudiólogo, neurologista, enfim ao profissional da saúde que dará continuidade ao processo investigativo, ou simplesmente ao professor caso as causas sejam evidenciadas, nesta avaliação, e dirimidas através de ações do professor, da família e do acompanhamento da Equipe.
Veja na próxima postagem: itens que devem constar na anamnese (próximas informações que se seguem á introdução do relatório pedagógico)
Por Júlia Virginia de Moura – Pedagoga
Fonte de Pesquisa
Transtornos da Aprendizagem – Abordagem Neurobiológica e Multidisciplinar
Rotta, Newra Tellechea; Ohlweiller,Lygia; Riesgo, Rudimar dos Santos Artmed Editora S/A- 2007

Atividade de produção de Texto- crônica de Luis Fernando Veríssimo motivando o reconto––6º ao 9º ano

A criação de um texto a partir de um outro texto já existente(intertextualizando), buscando através do humor e de textos de interesse dos alunos, tornar a leitura um momento de prazer e dessa forma criar o hábito e o gosto por essa prática. A boa receptividade do aluno, ao utilizar o material de leitura elaborado comprovou que se oferecer um material atrativo, ele é capaz de fazer excelente reprodução e é   possível despertar nele o gosto pela leitura.
Nesta atividade há  a sugestão de como produzir um texto a partir de uma crônica de Luis Fernando Veríssimo
, que mesmo sendo um texto intertextualizado, é tão atrativo, provocativo, e bem-humorado, que dificilmente os alunos deixarão de se sentirem motivados á uma nova produção com a técnica que vamos descrever.
A crônica que será trabalhada, do Luis Fernando Veríssimo, tem o título “Detalhes” e faz parte da coletânea da obra “O Analista de Bagé”. Nesta crônica o autor reconta com uma grande “pitada” de humor o clássico dos Contos de Fadas “Cinderela” ou a “A Gata Borralheira” que é já do conhecimento dos alunos, e não pense que adolescentes não vão gostar por ser um conto infantil. Ao contrário adolescentes adoram voltar ao tempos de  criança, mesmo quando não admitem ou fazem piadas.
O autor, nesta crônica, faz um reconto com muito humor, provoca uma nova visão da trama, indo e vindo nos “detalhes” dos tempos antigos das fadas aos tempos atuais. A trama é narrada por um dos personagens da história, que embora não seja citado, todos sabem que estava lá no local dos acontecimentos. O que é bem divertido.
A intenção desta estratégia é perceber todas essas nuances e concluir que os fatos (geralmente contidos em crônicas ou noticiários e até mesmo em contos fictícios,tem diversas maneiras de serem vistas de acordo com o ponto de vista de quem as relata.
Vamos então à atividade. Pode –se introduzir com muito entusiasmo, na sala de aula,hoje vamos saber tudo sobre  uma crônica, e a  crônica que eu escolhi para essa primeira vez é muito engraçada e vocês vão adorar” ( e vão mesmo, pode acreditar).
“Sabem o que é uma crônica?” O professor pode relatar  todo a história, ou deixar para um segundo momento e resumir assim:
A crônica enquanto estilo literário: Ligada à vida quotidiana; Narrativa informal, familiar, intimista; Uso da oralidade na escrita: linguagem coloquial;  Sensibilidade no contato com a realidade; Síntese; Leveza; Diz coisas sérias por meio de uma aparente conversa fiada; Uso do humor; É um fato moderno: está sujeita à rápida transformação e à fugacidade da vida moderna. Enfim, é uma história do dia-a-dia, com uma pitada de humor, transformada em textos maravilhosos aí, o humor faz  com que fique mais interessante.
Essa é uma  característica bem marcante do Luis Fernando Veríssimo .
A crônica que hoje vamos conhecer é também é intextualizada, significa que Veríssimo escreveu sobre um texto de um outro autor. .
Estratégia da Produção, reprodução ou reconto
1-Conhecimento Prévio dos Alunos
Quem Conhece a historinha “Cinderela”? (explorar o tema com os alunos)
 
-2-Fazer a leitura do texto original ( no livrinho infantil, resumidinho, mesmo, de preferência) – Cinderela ou a Gata Borralheira .
 
  cind
2- Extrapolação do texto:
Pedir aos alunos que comparem fatos marcantes, como princesas que esperavam os príncipes de suas vidas, para a vida moderna atual.Esse tempo existiu, em que as mulheres esperavam pelos homens que seriam seus maridos e “sonhavam com príncipes encantados”, isso ainda existe, na vida moderna?

  3- Analisando a Crônica
(levar um impresso com a transcrição da Crônica para cada aluno)
DETALHES
Luis Fernando Veríssimo
O velho porteiro do palácio chega em casa, trêmulo. Como sempre que tem baile no
palácio, sua mulher o espera com café da manhã reforçado. Mas desta vez ele nem
olha para a xícara fumegante, o bolo, a manteiga, as geleias. Vai direto à
aguardente. Atira-se na sua poltrona perto do fogão e toma um longo gole de
bebida, pelo gargalo.
___ Helmuth, o que foi?
___ Espera, Helga. Deixa eu me controlar primeiro.
Toma outro gole de aguardente.
___ Conta, homem! O que houve com você? Aconteceu alguma coisa no baile?
___ Co-começou tudo bem. As pessoas chegando, todo mundo de gala, todos com
convite, tudo direitinho. Sempre tem, é claro, o filhinho de papai sem convite que
quer levar na conversa, mas já estou acostumado. Comigo não tem conversa. De
repente, chega a maior carruagem que eu já vi. Enorme. E toda de ouro. Puxada
por três parelhas de cavalos brancos. Cavalões! Elefantes! De dentro da carruagem,
salta uma dona. Sozinha. Uma beleza. Eu me preparo para barrar a entrada dela
porque mulher desacompanhada não entra no baile do palácio. Mas essa dona tão
bonita, tão sei lá, radiante, que eu não digo nada e deixo ela entrar.
___ Co-começou tudo bem. As pessoas chegando, todo mundo de gala, todos com
convite, tudo direitinho. Sempre tem, é claro, o filhinho de papai sem convite que
quer levar na conversa, mas já estou acostumado. Comigo não tem conversa. De
repente, chega a maior carruagem que eu já vi. Enorme. E toda de ouro. Puxada
por três parelhas de cavalos brancos. Cavalões! Elefantes! De dentro da carruagem,
salta uma dona. Sozinha. Uma beleza. Eu me preparo para barrar a entrada dela
porque mulher desacompanhada não entra no baile do palácio. Mas essa dona tão
bonita, tão sei lá, radiante, que eu não digo nada e deixo ela entrar.
___ Bom, Helmuth. Até aí...
___ Espera. O baile continua. Tudo normal. Às vezes rola um bêbado pela
escadaria, mas nada de mais. E então bate a meia-noite. Há um rebuliço na porta do
palácio. Olho para trás e vejo uma mulher maltrapilha que desce pela escadaria,
correndo. Ela perde uma sapato. E o príncipe atrás dela.
___ Bom, Helmuth. Até aí...
___ Espera. O baile continua. Tudo normal. Às vezes rola um bêbado pela
escadaria, mas nada de mais. E então bate a meia-noite. Há um rebuliço na porta do
palácio. Olho para trás e vejo uma mulher maltrapilha que desce pela escadaria,
correndo. Ela perde uma sapato. E o príncipe atrás dela.
___ O príncipe?
___ Ele mesmo. E gritando para mim segurar a esfarrapada. “Segura! Segura!” Me
preparo para segura-la quando ouço uma espécie de “vum” acompanhado de um
clarão. Me viro e...
___ E o quê, meu Deus?
O porteiro esvazia a garrafa com um último gole.
___ Você não vai acreditar.
___ O príncipe?
___ Ele mesmo. E gritando para mim segurar a esfarrapada. “Segura! Segura!” Me
preparo para segura-la quando ouço uma espécie de “vum” acompanhado de um
clarão. Me viro e...
___ E o quê, meu Deus? 186
O porteiro esvazia a garrafa com um último gole.
___ Você não vai acreditar.
___ Conta!
___ A tal carruagem. A de ouro. Tinha se transformado numa abóbora.
___ Numa o quê?
___ Eu disse que você não ia acreditar.
___ Uma abóbora?
___ E os cavalos em ratos.
___ Helmuth...
___ Não tem mais aguardente?
___ Acho que você já bebeu demais por hoje.
___ Juro que não bebi nada!
___ Esse trabalho no palácio está acabando com você, Helmuth. Pede para ser
transferido para o almoxarifado.
VERÍSSIMO, L. F. O analista de Bagé. 100. ed. Porto Alegre: L&P Editore
4-Identificação: o narrador é um personagem – o porteiro do palácio do Rei. Vejam o nome dele e da sua mulher:
Helmut e Helga então porque o Luis Fernando Veríssimo escolheu esses nomes?
Esses nomes Alemães se referem a quem? - Ao Green. Isso ao Jacob Green, que ele é a referencia no mundo do conto de fadas, aqui o é Jacob Grimm é o sobrenome, ( Jacob grimm e Wilhelm Grimm -autores alemães dos contos de fadas infantis). Então a escolha desses nomes foi intencional, do Luis Fernando.
6- INTERPRETAÇÃO
a)Trabalhar primeiro o título: Porque que o  Luis Fernando Veríssimo colocouDetalhes, porque que vocês acham que ele colocou esse título Detalhes? No começo do texto fala dos detalhes da casa do porteiro, a mulher colocou bolo, manteiga, totalmente detalhado o dia dele. Mas há também os detalhes do conto da Cinderela: a abóbora, os ratinhos…
b)o que daria para identificar o humor aqui nesse texto porque que fica engraçado?
c)  Por que ele ficou espantado? (Ima moça chegar ao baile sozinha, os bêbados, os que entram sem ingresso) Isso aqui vocês acham que poderia ter ocorrido assim na atualidade ou em tempos lá da Cinderela, o que vocês acham?
 
7- COMENTANDO PARTES DA CRONICA
Então, vejam que interessante que interessante, o porteiro  até gagueja… começou tudo bem, as pessoas chegando todo mundo de gala(O QUE É GALA? enriquecer o vocabulário na interpretação) todos com convite tudo direitinho, sempre tem é clarofilhinho de papai ( É UM FATO ATUAL?) sem convite que “quer levar na conversa”, mas já estou acostumado, esse filhinho de papai  è  de  que tempo? Do nosso tempo, da nossa atualidade.  Do nosso tempo: ele conseguiu fazer essa intertextualidade de uma coisa que já aconteceu com os dias atuais por isso que é crônica. E isso que dá humor. Vejam como FICOU BEM INTERESSANTE – CONTADO ASSIM POR VERISSIMO-
7- Após a análise da Crônica vem a produção individual do texto, em que o professor vai propor que cada aluno escola um personagem do texto original e este personagem seja o narrador e reconte a história sob o seu ponto de vista, como “ele viu e imaginou a história da Cinderela”, dentro das característica de uma crônica.
O  professor pode começar a relatar, oralmente, como o ratinho(transformado em cocheiro descreveria somente o que viu e o que aconteceu com ele também… apenas um trechinho para que a turma entenda o que se pede), e se prepare para a surpresa de crônicas nunca antes  imagináveis escritas pelos alunos da sua turma. Pode abrir um concurso para a melhor, porque vai haver excelentes produções.
Esta estratégia pode ser usada desde o 4º ano das séries iniciais ao Fundamental II, com esta crônica do Veríssimo ou com outros excelentes contos ( que sejam breves, como as fábulas) brasileiros e mesmo com contos sem intertextualizações. Um ideia bem legal, para não recair em contos com cunho mais  antigo, peça aos alunos que tragam crônicas de jornais ou revistas sobre assuntos atuais e até mesmo políticos, econômicos, sobre assuntos que estão na mídia, para serem trabalhados  na produção de textos intextualizados como o a que foi usada  nesta e em outras estratégias de recontos.
Por: Júlia Virginia de Moura – pedagoga
  

Circuito de Psicomotricidade- tente e invente: sugestões de atividades práticas

Circuito de Psicomotricidade
Um circuito de psicomotricidade com atividades psicomotoras dentro da própria sala de aula ou em atividades recreativas pode ser um elemento fundamental para minimizar dificuldades no desempenho escolar; quanto mais movimentos a criança for incentivada a fazer, mais favorecerá a prontidão para processo de alfabetização; o professor recebe em sua sala de aula alunos de diversas realidades socioeconômicas e familiares, crianças que tiveram pouca ou nenhuma estimulação psicomotora e não vai depender de muita “parafernália” que é divulgada. Tente, invente e veja os resultados. Abaixo das informações básicas
Esquema corporal - Baixa coordenação, caligrafia ruim, leitura não harmoniosa, gesto após palavra, não segue ritmo da leitura (frase, palavra), imitação/cópia.
Lateralidade - Ordem espacial, não distingue esquerda x direita, direção gráfica (è), ordem num quadro, letras / números em "espelho", discriminação visual.
Percepção espacial - Esquerda x direita: b/d; p/q; 21/12.
- Alto/baixo: b/p; n/u; ou/on.
- Dentro/fora: espaço para escrita e leitura.
- Progressão/grandeza; classificação/seriação.
- Orientação
- Cálculos: 1 3 8 - 6 5 - 1 3
Orientação espacial e Temporal - Antes x depois: ordenação de sílabas, palavras, números...
Matemática: noção de fileira, coluna, formas, ordem (dezenas/unidades).
Ordenação Controle muscular (tônus) - Perturbações do grafismo (motora fina)
- Manipulação/preensão
Percepção: Auditiva - visual - tátil - cinestésica - Escrita (ditado)
Leitura
- Escrita (ditado, cópia,).
Fonte: Fonseca (1996, p.142).
Veja atividades para um Circuito de Psicomotricidade ( trabalhe cada atividade de forma competitiva e com todas as variações possíveis: exemplo – equilíbrio: andar sobre uma linha ( fita crepe colada ao chão) pé direito diante do esquerdo e vice-versa; olhando para a fita, sem olhar para a fita, com um livro sobre a cabeça, uma não maçã... no final quem não deixar cair à maça vai comê-la).
Jogo Twister – divertido, competitivo, regras, limites, desafio, raciocínio lógico, atenção, concentração, tonicidade, esquema corporal e lateralidade:
jogam os pares quem errar saí.
  DSC01894  DSC01891
Bola ao Cesto – improvise um cesto preso á janela: eminos contra meninas: coordenação visomotora(visomotora têm como finalidade o domínio de campo visual, associado à motricidade fina das mãos, dois elementos básicos para o grafismo, concentração, atenção, lateralidade, estruturação espacial, (em cima/ embaixo, dentro/fora, perto,longe, do lado…,
/
DSC02214   DSC02213
Equilibrio -equilíbrio, que é a base essencial da coordenação dinâmica geral; destreza, o controle muscular e a leveza dos movimentos;melhora o comando nervoso, a precisão motora; orientação espacial, domínio do esquema corporal, organização e situaçãode si mesmo notempo eno espaço; e de objetos: corpo, espaço e tempo ; movimentação dos olhos da esquerda para a direita e vice versa; proporção de altura e largura ;
Aumentando o grau de dificuldade:
Bola na Bôca no Palhaço:
DSC02235    DSC02234 
Equilibrio:  Com inúmeras variações: olhando para fita, sem olhar, e objetos diferentes sobre a cabeça: criança se o resto da turma em silêncio, máximo de atenção e concentração de todos; articulação e da respiração; dominio do corpo aperfeiçoando o equilíbrio.
DSC02218   DSC02219

Viodeokê – com músicas infantis, cantigas de roda e movimentos do corpo. Desenvolvimento psicomotor através da música e ritmo ( canto e dança gestual):ajuda no raciocínio lógico-matemático, contribui para a compreensão da linguageme para o desenvolvimento da comunicação, para a percepção de sons sutis e para o aprimoramento de outras habilidades.
-desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, do prazer de ouvir e cantar música, da imaginação, memória, concentração, atenção, autodisciplina, respeito ao próximo, regras, limites, esquema corporal, autoconhecimento, autoestima, interação social, reforço do desenvolvimento cognitivo / linguístico, psicomotor, e socioafetivo:acalmar e disciplinar aquela turma desatenta e desobediente.
As atividades musicais agem sobre a mente favorecendo a reação motora e qualquer movimento adaptado a um ritmo é o resultado de um conjunto completo de atividades coordenadas.Linguagem oral e leitura.Ritmos, memória, sensorialiedade,motricidade, afetividade e autoestima
DSC02222     DSC02224
Bambolês –  montar  percurso em seqüência ou na forma de labirinto. Crie passagens secretas, trechos com larguras e alturas limitadas ;estruturação espacial, limites, equilíbrio, atenção, concentração,domínio do esquema corporal, lateralidade,coordenação motora,domínio das relações espaciais,orientação, para frente, para trás, à esquerda, à direita, e a inclusão de pontos de referência.
Variações:
  • colocar bambolês no chão e colocar o número máximo de alunos dentro de cada espaço do bambolê. Ao comando “Colelhinho sai da Toca” todos mudam de bambolê; no segundo comando retira um bambolê, a criança que ficar de fora, sai do jogo e assim sucessivamente até fica um só bambolê e o grupo ganhador.
  • Deixar que os alunos façam movimentos giratórios nos braços, pernas, mãos, pescoço e cintura com os bambolês.
  • Lançar a bola, de uma distância determinada, para que caia dentro do bambolê. Afaste o bambolê e peça para que lance a bola novamente; na frente da criança dois bambolês(um mais poerto dela e outro mais longe) e, em suas mãos, dois saquinhos de areia. Explique que cada um deve ser lançado dentro de um bambolê. Diga para não jogar os dois ao mesmo tempo. Aqui, o aluno vai perceber que poderá executar ações com um lado e o outro do corpo.
  • Deitar os bambolês presos em duas cadeiras grandes: passr por baixo, por cima, pular…
DSC02230   DSC02227
  Bonequinha Russa - Feitas em grupos de oito bonecas que se abrem, revelando outra série delas, representam a figura da família: a tradução literal de Matryoshka é “mãezinha”.Trata-se de uma bonequinha de madeira, normalmente de tília, que abre ao meio e tem dentro outra igual, mas de menor tamanho, que por sua vez contém outra, igualmente recheada com outras cada vez menores, numa sequência que varia de cinco a oito, geralmente, e que se repetem em escala decrescente de tamanho.
Estruturação espacial, coordenação motora (encaixe, desencaixe), percepção, noções de maior/menor, dentro/fora, grande/pequeno, conservação de quantidade, cálculo, resolução de situações problemas,desenvolvimento do pensamento criativo, concentração.
br          DSC02242 
DSC02240      DSC02238  
Quebra-Cabeça(robôs desmontáveis) com encaixe : lateralidade, estruturação espacial, percepção, memória, coordenação motora, visomotora, desenvolvimento do pensamento lógico, atenção, concetração.
   DSC02245   DSC02244
Coordenação motora fina: pinçagem – jogo de pega varetas, separar grãos misturados. Relações de quantidade, espaço, tamanho, ordem,conceitos pré-simbólicos de tamanho, número e forma; idéias de quantidade
DSC02247
Dominós – Damas e Xadrês - (os mais variados) para contagem ( matemática), animais, interpretação de figuras, percepção,discriminação , associação, raciocínio lógico; consciência sucessiva de elementos distintos.
DSC02250
    DSC02251
Jogo da Memória _

desenvolvem estratégias de memorização;

relações entre imagens e posição no tabuleiro, orientação espacial, cálculo mental, desafio, raciocínio lógioco, estratégias.

Esquema Corporal: Esquema corporal é estudado pela Psicomotricidade a onde representa ser a imagem do corpo um intuitivo que a criança tem de seu próprio.Correlação com o aspecto comunicativo do ser humano, do corpo, da gestualidade. A criança localiza coisas, seres e acontecimentos a partir do conhecimento que tem do seu corpo e de se situar no tempo e no espaço.
DSC02261  DSC02262
Brincadeiras como: carrinho de mão, pedalar pernas, andar descalça sobre areia, no tapete, em cascas de ovo cobrindo-as com um plástico fino para não machucar os pés, andar de joelhos, apanhar com a boca uma bala dependurada, fazer bolinhas com massa de modelar, parar de correr ao toque do apito;
Exercícios de coordenação dinâmica como: levantar os braços e junto o joelho direito, depois trocar. Pular de um pé só, imitar um ritmo pré-estabelecido pelo professor, jogos cantados onde as crianças de duas em duas batem as mãos, escravos de Jó, abotoar e desabotoar, enfiar miçangas. Pular de um pé só, colocar um objeto que não role em um pé da criança e pedir para andar sem deixar cair, jogar amarelinha;
Jogar dados, amassar bolinhas de papel, correr dominando a bola passando por obstáculos no percurso previamente determinado, por um bambolê no chão e pedir para que a criança ande nas bordas, pule de um pé só para fora do circulo, com os dois pés pule para dentro. Atividades de orientação tipo seguir um trajeto, discriminação visual, memória perceptiva, completar o que está faltando, ordem e sucessão, duração de tempo, ritmos.
Por Júlia Virginia de Moura – Pedagoga

Literatura Infantil - Diversas formas de Reconto– Séries Iniciais

Literatura Infantil - Diversas formas de Reconto na IV Coordenação Coletiva Especial da Escola Classe 02 do Arapoanga
Literatura Infantil – Dinâmica “Conto e Reconto” – 1º Ciclo do Bia
A coordenadora, apresentou uma dinâmica de aula de língua portuguesa para 1º, 2º, 3º Anos, numa demonstração da importância da literatura infantil e a riqueza de conhecimentos que o professor pode mediar á turma, que traz uma riqueza não só de conteúdos curriculares, como de desenvolvimento global.
Através do livro:

l
Toca de gente, casa de bicho

Autor(es): Mauro Martins
Ilustrador: Flávio Fargas.
Coleção: Ciranda
Páginas: 40 páginas em 4 cores
Gênero: Conto
Segmento: Educação Infantil, 1º e 2º e 3º Ano do Ensino Fundamental 


SINOPSECachorro que mia? Elefante que late? Leão que cacareja? Entre nessa casa-toca e descubra a confusão que tomou conta dela. A confusão mais divertida que você já viu. E vamos chegando, que é para bagunçar ainda mais esta bagunça...
Sabendo que criança é por demais imaginativa. Ela vive num mundo, às vezes,do faz de conta, onde ela transforma tudo, por exemplo, da vida às bonecas e aos brinquedos com os quais se identifica, canalizando essas fantasias para ajuda-la em seus conflitos emocionais.

Abramovich (1989,p.23) diz que
“o ouvir histórias pode estimular o desenhar, o musicar, o sair, o ficar, o pensar, o teatrar, o imaginar, o brincar, o ver o livro, o escrever, o querer ouvir de novo a mesma história ou outra. Afinal,tudo pode nascer de um texto”.

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Através das histórias que a criança ouve, ela pode, junto com a
professora e os colegas, tentar refazer a própria história através de desenhos,
em forma de teatro e dramatizações, assim ela representará a mesma história
sobre o seu próprio entendimento.
Hoje, como no passado, a tarefa mais difícil na criação de uma
criança, é ajuda-la a encontrar o significado da vida e, nada mais adequado
para promover sua capacidade de encontrar sentido na vida do que lhe contar
histórias.
Enquanto diverte a criança, o conto de fadas esclarece sobre ela mesma e fornece o desenvolvimento de sua personalidade.
Oferece significado em muitos níveis diferentes e enriquece a vida da criança
de muitos modos como escrever, fixar conteúdos, desenvolver seu intelecto e
tornar clara as suas aspirações.
A hora do conto ou da leitura é também um momento do desenvolver
a mente criativa da criança. É nestes momentos que ela entra em contato com
a imaginação, a fantasia, a liberdade de opinar, narrar e interpretar seus
sentimentos. Quanto mais isso acontece, maior será sua capacidade de
interação com a leitura, a escrita e o seu próprio meio. O conto de fadas é,
assim, a forma modelar primária da narrativa, que é imprescindível ao
crescimento da criança (BETTELHEIM, 1980).



Dinâmica
1- A professora mostra (antes de ler) as imagens, página por página, com o objetivo de despertar na criança o desejo de saber a trama da história, através da leitura realizada pela professora, que vai despertar o seu desejo de ler ou aprender a ler (aos que ainda não leem).
2- Após visualizar as imagens, e o imaginativo infantil despertado, a professora faz, (com entonação, demonstrando os sentimentos que surgem como suspense, surpresa, cansaço, alegria…etc. ) a leitura e mostra novamente as imagens, e provoca uma discusssão sobre o que os alunos entenderam e sentiram através da história(interpretração);.



3- Explorar o máximo o que a história conta:
- temporalidade (quando aconteceu)
- estrutura espacial (onde aconteceu)
- Animais ( espécies)
- Sons dos animais – ( tipos de moradias dos animais)
- quantidades de animais na casa (registrar na lousa)
- quantidade de pessoas na casa (registrar na lousa)
-provocar o senso crítico, estimativa, cálculo mental ( é possível todos dentro desta casa: animais e gente?)


Formas de reconto

1- um Dado que anda:A professora Thaís distribuiu um dado de proporções grandes e passou para a primeira professora diante dela que deveria começar a contar a história relatada, passar o dado para a colega dadosdo lado que deu continuidade a partir do ponto em que parou a primeira professora, e assim por diante até que passou por todos e foi toda a história recontada.
Foi bastante interessante, a dinâmica, porque , cada um colocou da forma como percebeu, e não exatamente como ouviu e alcançando os objetivos de desenvolver na turma toda : atenção,concentração, oralidade e memorização.

2- Reconto com registro escrita
Através reconto coletivo e do registro escritro o professor vai aproveitar para trablhar a estrutura organizativa do texto: (usar uma folha pautada para cada criança e desenhar no quadro uma folha com pautas e linhas)
f
1-Título;
2- Parágrafo ( demonstrando na lousa, os espaços e explicações);
3-Letras maíuscula no inicio dos paragráfos e nomes próprios;
4 – Uso da linha,pauta e limites.
5 – Sequência lógica da história: começo, meio e fim;
* Lembrando que uma das queixas do professor é a desorganização dos cadernos de muitos alunos, nas séries iniciais, fato que acontece mas que pergunta-se “será que o professor ensinou como usar o caderno, a folha, as linhas, as pautas…”?

3- Outras sugestões para reconto (é recomendável que o professor faça uso de, no máximo, duas formas de reconto, por vez)

- Desafio - Recontar modificando o início ( alterar o final é mais fácil);
-Dividir o texto em partes recortadas e distribuídas aos alunos para serem montadas na sequencia lógica;
- O Reconto á partir do ponto de vista de um dos personagens da história ( cada aluno ecolhe um personagem);
-Reconto em forma de reportagens para um jornal ou revista;



Outras atividades de alfabetização a partir de um conto:


Veja agora todas as possibilidades de se usar um conto para atividades de alfabetização:


1_Identificar e  formar palavras retiradas do texto trabalhado ( nome dos animais , por exemplo) usando um Varal de Letras  e um alfabeto móvel para cada criança. Há vários modelos de alfabetos móveis, inclusive podem ser confeccionados com as crianças com tampinhas de embalagens. 




Essa atividade pode ser usada com os objetivos:


*formar palavras, identificando letras e sons iniciais e finais;
*atividades para o aluno avançar na hipótese  da psicogênese;
*formar frases com as palavras formadas ou textos de uma ou mais palavras, escolhidas *pelos alunos, de forma individual ou coletiva, de acordo com o nível, série/ano da turma.


*Brincando com as letras  e com as palavras: forma a plavra e depois muda letras de lugar que formam  outrs palavras:


S A P O    -      S   O  P   A


Frases:  O rato brigava com o gato.
                O rato brincava com o gato.



Esta  atividade foi apresentada na IV Coordenação Coletiva da Escola Classe 02 do Arapoanga - escola pública do Distrito Federal , onde trabalho numa equipe disciplinar. E se encontra disponível no blog da escola :
ec02doarapoanga.blogspot.com


Por: Júlia Virginia de Moura - Pedagoga