"A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo. (Nelson Mandela) "

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Sala de Recursos–Educação Especial–Atividades de Estimulação do Desenvolvimento Cognitivo

     aee     Há aspectos que são fundamentais na estimulação do Desenvolvimento Cognitivo de alunos com necessidades educacionais especiais que podem ser trabalhados nos atendimentos especializados. Lembrando que o papel desempenhado pelo professor em sala de aula deve permanecer distinto e indispensável quando o aluno vai receber o apoio do professor especializado, a não ser em Salas Especiais em que o professor deve trabalhar a estimulação cognitiva quanto os conteúdos programáticos, assim como pode recorrer ao apoio de outros profissionais como psicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta etc. em nenhum dos casos o professor regente deve transferir para os especialistas a responsabilidade de sua ação e mediação docente.
Desenvolvimento Cognitivo e Sugestões de Atividades
Objetivos:Estimular o desenvolvimento cognitivo do aluno para que possa adquirir habilidades de percepção:
  • De si mesmo e do outro;
  • Perceber estímulos ambientais como conhecimentos indispensáveis à sobrevivência e á independência pessoal;
  • Interação com objetos através da ação motora;
  • Expressão clara do pensamento.
ConteúdosAutopercepção e percepção do outro (domínio do esquema corporal).
Percepção Visual, Auditiva, Tátil, Gustativa e Olfativa.
Condições Importantes para as Atividades
  1. Iniciar pelos estímulos mais agradáveis e significativos para o aluno.
  2. Ambiente tranquilo.
  3. Variar os estímulos pela forma, cor, tamanho e complexidade.
  4. Adequar os estímulos à faixa etária e necessidades especiais.
Autopercepção através de estímulos sensoriais:clip_image001clip_image002

Confeccionar uma caixa “Brinque e Separe” (veja a lista do que pode estar na caixa, abaixo) e use os materiais que podem ser usados como estímulos táteis de diferentes texturas (selecionados pelo professor), com o uso ou não do espelho, para que o aluno possa sentir, tocando, massageando o próprio corpo.
Exemplos de materiais que podem estar na caixa que os alunos poderão usar de forma lúdica, divertida e prazerosa:
  • Batons de variadas cores.
  • Lápis de olho de cores variadas, que podem ser usados para pintar e desenhar o corpo, (trabalhando o esquema corporal começando pelo pé).
  • Perfume. clip_image003
  • Creme hidratante para massagem (massagear o corpo: o professor faz a massagem em um braço, por exemplo, e pede que o aluno faça no outro, nas pernas, nas mãos, no rosto: sempre nomeando as partes do corpo e incentivando os sentidos – “veja como é bom!”).
  •  
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  • Tinta atóxica e antialérgica para pintar o rosto e as mãos.
  • * O professor deve estar atento para adaptar as atividades ás suas dificuldades assim como as suas apreciações. Um exemplo: o aluno não apreciar algumas formas de toque.
Outras atividades:
Cantar musica com comandos para toca no corpo, nomeando estas partes:
Usar os espelhos e tocar as partes do corpo, solicitadas pelo professor.·.
Rolar sobre um colchonete, no chão, na grama ou no parquinho de areia; para esquerda, para direita;
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Arrastar no chão, tapete ou esteira, sentindo a barriga: peixinho nadando (imitar outros animais). clip_image006
Empurrar com as mãos, chutar objetos.
Subir e descer escada.
Lista de objetos que podem ser usados na caixa “Brinque e Separe”
Sugestões: pode usar apenas uma caixa para ser usados em várias atividades de estimulações específicas, como daremos sugestões em outras postagens, e pode usar três caixas, uma com todo o material e outra para atividade de separar, conhecendo, identificando e separando em divisórias, de acordo com o uso que o professor vai pedir que o aluno faça: como classificação, seriação e quantificação, ou apenas brinquedos, utensílios, materiais escolares etc. também com objetivos definidos de estimulação, veja como construir este material:
Caixa “Brinque e Separe”
  1. Três caixas (grande média e pequena)
  2. 16 formas geométricas: 04 triângulos, 04 quadrados, 04 círculos, 04 retângulos.
  3. Além dos materiais citados acima para estimulação do domínio do esquema corporal – autopercepção e percepção do outro, veja:
  4. Balões variados, tamanhos e cores.
  5. Papel celefone, várias cores.
  6. Tecidos diversos de cores variadas (cetim, algodão, lã, seda etc.).
  7. Perucas.
  8. Pompom coloridos.
  9. Meia fina.
  10. Lanterna.
  11. Potes pequenos com: açúcar, sal, sal e alho, leite em pó, pacote de gelatina, chocolate granulado.
  12. Bonecos e bonecas: tamanhos variados.
  13. Carrinhos, tamanhos e modelos variados.
  14. Miniaturas de móveis e utensílios domésticos.
  15. Tampinhas de várias cores e a tamanhos.
  16. Embalagens pequenas de produtos de conhecimento uso e dos alunos (sabonete, sabão em pó, caixa de leite, alimentos, doces etc.).
  17. Prendedores de roupa.
  18. Tampas e roscas.
  19. Brinquedos de encaixe, por exemplos peças de Lego.
  20. Fantoches.
  21. Blocos de madeira coloridos com formas geométricas.
  22. Tênis infantil com acordoado.
  23. Boneco móvel desmontável.
  24. Palitos de picolé.
  25. Quebra cabeça EVA – peças grandes – com e sem encaixe.
  26. Jogos da memória.
  27. Objetos sonoros: pandeiro, pianinho, viola, chocalhos, toca-CD.
  28. Objetos com várias texturas: bolsas com gel ( frio), lixa, papel micro-ondulado,etc. palha de aço ( de uso doméstico).
Nas postagens seguintes que estaremos divulgando sobre outros aspectos de desenvolvimento pela estimulação, estaremos sugerindo atividades e materiais da Caixa e as especificações que cada atividade facilita.
Por: Júlia Virginia de Moura – Pedagoga
Fonte de Pesquisa:
Antunes, Celso – Jogos para Estimulação das Múltiplas inteligências.
Fonseca, V. – Educação Especial: Programa de Estimulação Precoce

Plano de Aula – Quadrinhos do Chico Bento–Avanço nas hipótese e Erros Ortográficos – 3º Ano e Educação Inclusiva


cb1- Motivação: Texto ilustrado (quadrinho do Chico Bento)
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· O professor faz uma breve história sobre o personagem(autor dos quadrinhos… 
· Solicita aos alunos que façam leitura/interpretação oral;
· Leitura oral coletiva;
· Vocabulário (palavras desconhecidas);
· Leitura pelo professor;
· Interpretação oral (professor faz perguntas e os alunos respondem de acordo com o texto lido).
2- Objetivos
- Refletir sobre o funcionamento do sistema alfabético de escrita.
- Acionar estratégias de leitura que permitam descobrir o que está escrito, onde e como.
- Estabelecer correspondência entre a pauta sonora e a escrita do texto.
- Usar o conhecimento sobre o valor sonoro das letras.
3- Conteúdo
Construção da escrita e leitura(avanço nas hipóteses da psicogenética da escrita). Correção de erros ortográficos.
Ano – 3º Ano
4- Cronograma
Três aulas de 30 minutos em dias alternados aos de atividades de escrita, durante todo o ano.
5- Material
Texto ilustrado – quadrinho, imagens do Chico Bento, da Mônica e do Cascão e um relógio analógico. rrrr

6- Desenvolvimento
1 - Distribuir uma cópia para cada aluno e leitura silenciosa pelos alunos. (leitura das imagens pelos pré-silábicos: interpretação). Leitura pelo professor com os alunos de forma que todos tenham conhecimento do pequeno texto.
2- Iniciar o texto juntos (assinalando onde começa) e proponha que todos leiam juntos, acompanhando o que está escrito com o dedo para que possam relacionar o falado ao escrito.
3 – Dividir a turma em grupos com todos os níveis da psicogênese, em cada grupo que trabalharão as atividades em conjunto.
7 - Variação
Uma variação da atividade é entregar o texto recortado por quadrinhos e pedir que sejam ordenadas: começo, meio e fim, e depois trabalhar os conteúdos específicos (palavras frases, produção de texto) quando a maioria da turma já está ortográfico..
8- Flexibilização para alunos com necessidades especiais:cb2 enquanto os alunos desenvolvem atividades de leitura os ANEEs vão colorir uma imagem do Chico Bento. E em seguida procurar no alfabeto móvel as letras e construir o nome CHICO BENTO – quando os outros alunos estiverem desenvolvendo atividades diferenciadas o professor vai trabalhar a fonologia das letras do nome, contar sílabas e trabalhar a escrita na folha da atividade (adequando esta atividade s o aluno for pré-silábico ou silábico…)
8 – Conteúdos Específicos – Construção da Escrita e Leitura e Correção de Erros Ortográficos
Metodologia
Após a exploração do texto pela interpretação, (tipo de texto, identificação dos personagens, linguagem usada, ideia principal, lembrar como se interpreta as horas no relógio analógico) o professor deve começar com palavras retiradas do texto, (tendo em vista a construção de palavras para pré-silábicos e silábicos), em fichas previamente preparadas usando a técnica da “preguiçinha”, confeccionada com imagens do Chico Bento.DSC05793
1- Ao puxar a palavra: letra inicial (som da letra);DSC05790
2- Puxa a próxima letra, ou próximas, para formar a sílaba (sílaba é o pedacinho da palavra: para falar (pronunciar) abrimos e fechamos a boca). Som de cada letra.DSC05789
3- Após todas as sílabas a palavra toda tem quantas letras? Quantas sílabas, quantas vezes precisamos abrir a boca e fechar para pronunciar?
4- Aproveitar as palavras escolhidas e trabalhar a letra H.
Usar duas novas folhas com as palavras que tem a letra H:
Onde está a letra H (início)
hh
HORA - HOMEM – HOJE - a letra H NÃO tem som
Agora vejam outras palavras do texto do Chico Bento que tem a letra H, onde ela está? (próxima a outras letras, consoantes, que adquiri um som).
CHICO - CAMPINHO – MINHA
5- Atividade escrita em grupos, com alunos pré-silábico, silábico e ortográfico. Cada grupo recebe uma palavra, das que foram trabalhadas com a preguicenta: palavras de estrutura mais simples para os pré-silábicos e silábicos.
· Em folhas específicas para pré-silábicos e silábicos: formam a palavra em quadradinhos para cada letra e depois transcrever na linha com letra caixa alta ou cursiva. Em seguida ilustração.
· Para os alfabéticos e ortográficos: entregar frases com as palavras separadas para serem ordenadas e transcritas na linha. Estimular que escrevam novas frases e pequenos textos, com ilustração.

2ª Aula – Trabalhar com os erros ortográficos.
Como o “dialeto caipira” não é considerado formas erradas de falar ou escrever pode, o quadrinho do Chico Bento pode ser usado para trabalhar a escrita convencional, lembrando que a gente se acostuma a escrever da maneira que falamos, mas que existe a maneira correta, como exemplo: tumate para tomate, bulacha para bolacha...
E através do texto do Chico Bento, individualmente, transcrever o mesmo texto como se não fosse o Chico Bento e a Rosinha, mas o Cascão e a Mônica.
cascao
Para essa atividade a professora pode colocar na lousa o hhhhhtexto original do Chico Bento e da Rosinha (atividade para os ortográficos), e depois os dois textos, o original e o reescrito com as falas do Cascão e da Mônica.ch
· Em um segundo momento a professora passa alertando sobre alguma palavra que não esteja correta.
· E os textos poder ser na correção final através do texto pronto na lousa.
· Estimular os alunos a produzirem seus próprios textos para um quadrinho.
Enquanto os ortográficos fazem esse trabalho os silábicos e pré-silábicos podem receber diversos gibis da turma da Mônica, para serem manuseados e incentivados a produzir uma historinha de quadrinhos através de imagens, com ou sem escrita.
Avaliação
Registrar as observações sobre a participação dos alunos: quais foram as descobertas na escrita das palavras. Anote também quais foram as suas intervenções mais importantes para a orientação da turma. Essas observações são fundamentais para o planejamento das atividades que virão a seguir.
Veja na próxima postagens: atividades de produção de texto(quando os alunos são estimulados à produzir os quadrinhos – diálogos), matemática – escrita dos números , e como interpretar as horas no relógio analógico.
Por: Júlia Virginia de Moura – Pedagoga

Sugestões de Aulas Interventivas para Alunos Pré-Silábicos em Turmas de 3º Ano

DSC06890Intervenção pedagógica para alunos pré-silábicos e silábicos em turmas de 3º Ano  - para esta intervenção é importante a presença de alunos nos três níveis da psicogênese: pré-silábicos 1 e 2 e alfabéticos em transição.
Plano de Aula
Nível de ensino: 3º Ano – Séries Iniciais - Ensino Fundamental
Componente curricular: Linguagem oral e escrita – Construção da Escrita/Leitura – Avanço na hipótese da psicogênese: pré-silábico 2 para silábico e silábico para alfabético .
Dados da aula  - Objetivos:
- A função da escrita e da leitura: uma forma de relatar tudo que acontece, desde o nome das pessoas, coisas, objetos, acontecimentos do dia a dia...
- Reconhecer ou pelo menos familiarizar-se com a escrita do próprio nome;
- Reconhecer sensações que auxiliem na linguagem escrita;
- Identificar letras do próprio nome, de outras pessoas ou personagens de história, telenovelas, desenhos animados;
-Aproximar-se da linguagem escrita por meio da palavra: letras e seus sons (fonemas e grafemas).
- Desenvolvimento do pensamento silábico na verbalização e escrita.
Duração das atividades
4 aulas
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno:
DSC06904O tema para estas aulas interventivas: a telenovela infantil “Carrossel” (pode ser adaptado à preferência de toda a turma)
DSC06734· Cantar com os alunos através de áudio a música preferida da trilha sonora da novela infantil: Carrossel.
DSC06756· Estimulação do tema através de imagens relacionadas ao mesmo.
· Provocar a manifestação de pensamentos, sentimentos e preferências que a telenovela desperta na turma, registrando na lousa, palavras-chave.
DSC06898· Construção de um texto coletivo com as narrações e impressões provocadas sobre o tema: Carrossel. Leitura coletiva do texto.
DSC06915· Construir um banco de palavras mais importantes retiradas do texto.
Estratégias e recursos da aula
Atividade número 1:
*- Enredo da Novela Carrossel:
Helena Fernandes é uma professora jovem e bonita e afetuosa de uma turma de 3º ano da Escola Mundial, e logo conquista todos os alunos com seu carinho. Os alunos são bem diferentes: têm diferentes personalidades.
Fora da escola, as crianças formam um clube liderado por Daniel chamado"Patrulha Salvadora" onde se reúnem numa casa abandonada, neste grupo, eles ajudam outras crianças que não estudam na Escola Mundial.
A trama se passa na Escola Mundial
Atividade número 2:
Levar para os alunos em grupos (agrupamento com alunos no nível pré-silábicos 2 e silábicos) – imagens sobre a novela (escola, a turma, o personagem preferido, o cachorro.).
DSC06891Cada grupo vai falar sobre a imagem que recebeu e organizar com os alunos as ideias e estruturar um texto coletivo. Leitura/pseudoleitura. Solicitar que os alunos marquem as palavras mais importantes do texto.
Atividade número 3:
Após a leitura do texto solicitar aos alunos quais palavrinhas contidas no texto eles gostariam que fossem separadas para aprenderem á fazer o “jogo das boquinhas” que é uma brincadeira que a professora Helena faz com seus alunos quando não estão gravando a novela.
DSC06910Estas quatro atividades fazem parte da primeira aula (se a participação dos alunos se prolongar, deixar a atividade 3 para a próxima aula).
2ª Aula
Atividade 1
DSC06943Cantar novamente com os alunos a música escolhida por eles. Levar uma atividade escrita para trabalhar o “Jogo das boquinhas”, os alunos vão ser estimulados a construir o pensamentosilábico, nesta atividadeCom as palavras retiradas no texto coletivo que já foram trabalhadas na “preguicinha”: as letras, sons e quantidades de letra de cada palavra que formam as sílabas (quantas vezes abro e fecho a boquinha) . Após a exploração de cada palavra os grupos vão colorir uma estrelinha para cada vez que abrimos a boca para pronunciar a palavra, sem dizer a palavra sílaba, mas contar quantas letrinhas que há em cada pedacinho. No final da folha há um espaço em branco, em que será solicitado aos alunos que escrevem o pré-nome e contem quantas vezes vão abrir e fechar a boca para falar o nome e pintar as estrelinhas correspondentes. A professora acompanha a atividade fazendo na lousa.DSC06855
Atividade 2
Escolher uma quadrinha da música escolhida e cantada. Com o texto em fonte maior exposto na lousa, distribuir uma folha para cada aluno com o texto impresso. Propor um desafio aos grupos: os grupos que acertarem todas as atividades que vai solicitar ganharão um prêmio no final.
Trabalhando com a quadrinha da música:
Cada grupo deverá responder as solicitações, todos devem participar (o grupo cujos componentes participarem menos perderão pontos).
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Caça-palavras (usando uma quadrinha da música)
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Trabalhar as palavras encontradas: com o pensamento silábico – quantidades de letras – formar as silabas com o alfabeto móvel e registrar numa folha impressa.
  DSC07163       DSC07161              
O grupo ou grupos que ganharem o desafio recebem o prêmio.
Atividade número 5:
Construir com as crianças o registro do pré-nome: “É importante escrever o próprio nome, pois ele identifica sua tarefa, diferencia você das demais crianças, torna você único e especial”.
Na atividade da construção do pensamento silábico fica um espaço para construção do pré-nome:DSC06933


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Avaliação
Para avaliar é importante levantar alguns questionamentos e utilizar as possíveis respostas para a construção de um relatório sobre esse trabalho. A criança familiarizou-se com a escrita do próprio nome? Houve compreensão e participação da criança com necessidades educacionais especiais? Tentaram realizar a escrita das palavras ou pré-nomes com ou sem ajuda? As demais crianças avançaram em sua interação com a linguagem escrita?
Realizar novamente o teste da psicogênese e verificar as mudanças nas hipóteses que vai demonstrar quais alunos avançaram e quais os alunos que necessitam mais atividades relacionadas com a construção da escrita.
Resultado da Psicogênese:
Dos doze alunos que participaram desta intervenção com 4 aulas interventivas:
-  houve  2  alunos estiveram infrequentes;
- 1 aluno demonstrou dificuldades de aprendizagem e não avançou nas hipótese psicogenética.
- 2 alunos pré-silábicos   avançaram para a  construção  do pensamento silábico;
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-2 alunos pré-silábicos 2  com a construção do pensamento  silábico  avançaram para silábicos.
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-3 alunos silábicos avançaram para silábicos/alfabéticos
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- 2 alunos da hipótese alfabética avançaram para  alfabetizados (ortográfico).
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A continuidade deste trabalho fará com estes alunos continuem avançando na construção da escrita. Podem não conseguir vencer os conteúdos do 3º Ano mas os avanços demonstram a aprendizagem. Essas intervenções foram feitas no processo de investigação de alunos com dificuldades de aprendizagem, quando apenas 1 (um) aluno demonstrou dificuldades acentuadas de aprendizagem.
Por: Júlia Virginia de Moura – Pedagoga
SEAA – Serviço Especializado de Apoio à Aprendizagem

Atividades com o Método Fônico para Alunos com Dificuldades de Aprendizagem e Disléxicos

clip_image001Imagem: www.mackouro.com.br
      Antes de bater o martelo sobre as dificuldades de aprendizagem do aluno e encaminhá-lo ao psicodiagnóstico o educador precisa estar aberto para usar novas ferramentas como voltar ás práticas do passado, desde que elas possam dar mais suporte ao seu trabalho. Equanto ás mudanças que o professor precisa realizar em suas ações pedagógicas visando resgatar a dificuldade de aprendizagem, mostrando que elas são necessárias porque fazem sentido, é preciso que ele entenda os mecanismos que fundamentam essas ações.
      Para se usar um método misto que vai englobar também como suporte o método fônico o professor precisa entender a face linguística fonética e fonológica, além do sistema convencional de uma escrita alfabética e ortográfica.
Fonologia
       Na língua portuguesa, (uma das línguas neolatinas, alfabética) uma letra representa um fonema, na maioria dos casos. Como a língua não é perfeitamente unívoca – exatamente por ser social, construída historicamente pala comunidade linguística -  sons como /sê/ ou /gê/ poderão terão várias representações gráficas, transformando esses casos isolados em contextos equívocos.
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         O método fônico, como o próprio nome sugere, favorece o princípio alfabético, a relação grafema-fonema e seu inverso, isto é, a relação fonema-grafema. Se o educador partir do texto escrito, no método fônico, estará, assim, enfatizando a relação grafema-fonema. Se partir do texto oral, focalizará, desde logo, a relação fonema-grafema.

É necessário que o professor ou o pedagogo tenha conhecimento de Linguística e Alfabetização, para levar os alunos a entenderem, ao longo do processo de alfabetização, as noções de fonema e grafema. Entenderem, por exemplo, que fonema é o som da fala (consciência fonológica, (link?) ou fonêmica).
      Os pesquisadores das dificuldades de leitura mostram que o método fônico também é mais eficiente para as camadas populares (com vocabulários pobres), com acesso precário aos bens culturais do letramento. Porque através do fonema podemos distinguir  morfemas, ou palavras com significados diferentes, todavia o próprio fonema  não possui significado. Em português,  as palavras faca e vaca distinguem-se apenas pelos primeiros fonemas/f/ e/v.
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      Os fonemas não  devem ser confundidos, todavia, com as letras do alfabeto porque as letras do alfabeto são signos ou sinais gráficos que representam, na transcrição de uma língua, um fonema ou grupo de fonemas.
       Como as letras não dão  conta de todo o sistema de escrita, os linguistas falam em grafemas no campo da escrita. Os grafemas, bastante variados, estão presentes no sistema da escrita da língua portuguesa.
      Para a compreensão da escrita alfabética ou ortografia da língua portuguesa, a noção de grafema se faz necessária uma vez ser uma unidade de um sistema de escrita que, na escrita alfabética, corresponde às letras e também a outros sinais distintivos, como o hífen, o til, sinais de pontuação e os números.
      Quando surgem as dificuldades de leitura ou de acesso ao código escrito, é perceptível e que um dos melhores caminhos, no caso da leitura, é o entendimento linguístico, do fenômeno língua  correlata com a escrita. Entendo a teoria e concretizando na prática: ler é soletrar, de decodificar fonemas representados nas letras.
Trabalhando com os Sons das Letras
     O primeiro passo, nessa direção, o de ensinar o aluno à  aprender a ler antes para praticar estratégias de leitura, é ensinar o aluno a  aprender mais sobre os sons da língua, como a língua se organiza no âmbito da fala ou da escrita.
      Quando se refere à fala, refere-se, aos sons da fala, aos fonemas da língua: consoantes, vogais e semivogais. A leitura, em particular, tem sua problemática agravada por conta de dificuldades de sistematização dos sons da fala por parte da pedagogia em foco.
      A escrita não é superior a fala nem a fala superior a escrita. Ambas são interdependentes. O pensamento e a linguagem, a fala e a memória, todos esses componentes têm um papel extraordinário na aquisição da leitura.
Entendo os fundamentos do método fônico, vamos ver como pode ser utilizado no dia-a-dia em sala de aula.
      Essas ações pedagógicas são as recomendadas pela Associação de Dislexia para obter melhor desempenho na escrita e leitura dos aluno disléxico.
Esse artigo tem com fonte
pesquisa o estudo do Professor Vicente Martins
http://dislexia.spaceblog.com.br/79346/O-metodo-fonico-na-alfabetizacao-de-criancas/
Simaia Sampaio: Apostila do Método Fônico
Clique aqui para baixar a apostila completa do Método Fônico... passo a passo, como implementá-lo na sala de aula para a alfabetização...
simaia. blogspot.com/.../apostila-do-método-fônico.html

Sobre dislexia:
http://impactodapedagogiamoderna.blogspot.com/2011/03/ensinar-do-jeito-que-ele-aprende.

Relatório de Avaliação Pedagógica–Equipe Multidisciplinar–Visão da Neurociências- passo a passo

Relatório de Avaliação Pedagógica – passo a passo
dat        O Relatório de Avaliação Pedagógica é solicitado à Equipe multidisciplinar (ao pedagogo ou psicopedagogo) de alunos encaminhados com queixas de dificuldades acentuadas de aprendizagem. Essa solicitação pode ser feita pelo professor, pela família ou por profissionais da saúde: psicólogo, fonoaudiólogo, pediatra, hebiatra ou neurologista.
A finalidade dessa solicitação é obter dados relevantes que possam levar à identificação da origem da dificuldade que o aluno está apresentando, situação momentânea que pode ser trabalhada pala própria equipe multidisciplinar da escola ou que poderá ser levada a uma investigação mais aprofundada se as causas estiverem ligadas a algum tipo de transtorno mental.
O aluno deve ser acolhido pela equipe multidisciplinar e após estabelecer vínculos afetivos há vários passos a serem seguidos para concluir um relatório: análise das queixas principais, atividades pedagógicas do aluno, observação feita pelo avaliador em sala de aula e outros ambientes da escola, anamnese com a mãe (preferencialmente) e várias entrevistas para avaliar todos os aspectos do desenvolvimento global do aluno, através de exercícios lúdicos e significativos. Há várias sugestões de matérias e como usá-los na avaliação, inclusive o teste da psicogenética da escrita, neste artigo.

sssssImagem:http://www.escolinhaeducar.com.br/wp-content/uploads/2011/04/educar_sala_aula
Agora tendo em mãos todas as conclusões dos diversos momentos avaliativos vamos dar uma sugestão da formatação deste relatório, que deve fornecer o maior número de informações de forma concisa.
VEJA NO BLOG: IMPACTO DA PEDAGOGIA MODERNA  a conceituação e relevância dos aspectos oservados e avaliados nesta introdução do relatório pedagógico clicando > AQUI
Observação:
A avaliação do aluno que se encontra em pleno desenvolvimento global em que a sua evolução é diretamente dependente da plasticidade neuronal, que ocorre tanto no desenvolvimento normal quanto nos casos de lesão, na tentativa de restauração funcional, deve, portanto ser considerada como um momento de desenvolvimento neuropsicomotor capaz de sofrer alterações. Essa observação deve ser colocada no relatório e ser respeitada dentro do processo de investigação pedagógica, psicológica e neurológica, evitando, dessa forma, um resultado conclusivo errôneo.
Veja um modelo(fictício):
RELATÓRIO PEDAGÓGICO
(Cabeçalho)
1 – Identificação
Nome da Instituição, aluno (dados pessoais), professor, ano/série em curso, local e data).
2 – Recomendações gerais:
• Recomenda-se zelo em relação aos dados da vida do aluno, no sentido de evitar que os mesmos sejam divulgados a pessoas não envolvidas no processo ensino-aprendizagem, preservando dessa forma a individualidade do aluno;
• Solicita-se zelo em relação aos dados da avaliação que possam gerar dúvidas ou má interpretação. Sugerimos que neste caso, seja procurada imediatamente a equipe responsável pelo trabalho;
• As informações contidas neste relatório foram colhidas no período..._.
Convém ressaltar que as mesmas se referem a este momento da vida escolar do aluno e, portanto, estão sujeitas a mudanças contínuas, de acordo com o processo de desenvolvimento dinâmico e evolutivo do ser humano.
3 – Identificação da equipe:
(dados dos profissionais que compõem a equipe multidisciplinar)
4 – Motivo do Encaminhamento
(principal queixa e origem da solicitação: escola, família, profissionais da saúde).
5 – Síntese da investigação:
Após encaminhamento do aluno (avaliação pedagógica e comportamento em sala de aula e ambientes da escola) foi solicitado à professora um relatório do desempenho escolar do aluno.
A Equipe Especializada de Apoio à Aprendizagem observou o aluno em sala de aula e em outros ambientes da escola, análise de material da criança e entrevista com a mãe. O aluno após se sentir acolhido e familiarizado com o ambiente e com a Equipe participou de vários encontros lúdicos, significativos com fins avaliativos.
O aluno de conformação física forte evidencia estar bem fisicamente, estatura normal para sua idade, apresentou-se com os cabelos bem cortados à moda atual dos garotos da sua idade, uniforme limpo demonstrando cultivar bons hábitos e cuidados com a higiene.
Foram observados na sala de aula, nos ambientes da escola e na Sala da Equipe de Apoio à Aprendizagem a sua interação social e conhecimentos adquiridos de acordo com sua idade e ano em curso (série): a atenção, orientação, memória, inteligência, afetividade, pensamento lógico, senso crítico, verbalização, psicomotricidade, comportamento e linguagem escrita, leitura interpretação e oralidade.
O aluno  com 9 (nove) anos de idade, cursando o 4º ano (séries iniciais), sem nenhuma repetência após se sentir acolhido e estimulado pela Equipe de Apoio Pedagógico, apresentou-se nos diversos momentos da avaliação com tranquilidade, humor estável, comunicativo e uma postura sugerindo afetivo triste. Interagiu bem, com naturalidade, através do contato de olhos inconstante sugerindo, em alguns momentos de seus relatos da vida diária, um pouco de tensão e ansiedade.
       Durante a entrevista “L” manteve uma atividade motora com poucos movimentos físicos, pouca gesticulação, expressão facial triste, pouca alteração na expressividade, a mesma entonação de voz: baixa de vez em quando uma leve gagueira, com relatos longos e detalhados, usando constantemente a expressão “às vezes”. A atitude do aluno ante a pedagoga/avaliadora foi amigável, cooperativa.
       O aluno com 9 (nove) anos de idade, cursando o 4º ano, sem nenhuma repetência após se sentir acolhido e estimulado pela Equipe de Apoio Pedagógico, apresentou-se nos diversos momentos da avaliação com tranquilidade, humor estável, comunicativo e uma postura sugerindo afetivo triste. Interagiu bem, com naturalidade, através do contato de olhos inconstante sugerindo, em alguns momentos de seus relatos da vida diária, um pouco de tensão e ansiedade.
        Durante a entrevista “L” manteve uma atividade motora com poucos movimentos físicos, pouca gesticulação, expressão facial triste, pouca alteração na expressividade, a mesma entonação de voz: baixa, de vez em quando uma leve gagueira, com relatos longos e detalhados, usando constantemente a expressão “às vezes”.
         O aluno despertou durante a entrevista uma sensação de inacessibilidade à realidade de seus posicionamentos e sentimentos em relação á família, evidenciando sentir-se "estigmatizado”, pela mesma, associando esta evidência ao relato da mãe. Em relação à escola assinalou ser uma atividade prazerosa.

*Estes primeiros parágrafos da Síntese da Investigação-configuram uma introdução muito importante, pois são mencionados os aspectos gerais do aluno: físico, emocional, mental e motor - dentro de uma situação de conforto que foi lhe foi favorecida. Estes aspectos são os primeiros indicativos que darão consistência à anamnese, entrevista com a mãe (importantíssima) e nortearão os caminhos da interpretação das avaliações dos fatores ligados às queixas apresentadas. São aspectos importantes ao avaliador pedagógico quanto ao psicólogo, fonoaudiólogo, neurologista, enfim ao profissional da saúde que dará continuidade ao processo investigativo, ou simplesmente ao professor caso as causas sejam evidenciadas, nesta avaliação, e dirimidas através de ações do professor, da família e do acompanhamento da Equipe.
Veja na próxima postagem: itens que devem constar na anamnese (próximas informações que se seguem á introdução do relatório pedagógico)
Por Júlia Virginia de Moura – Pedagoga
Fonte de Pesquisa
Transtornos da Aprendizagem – Abordagem Neurobiológica e Multidisciplinar
Rotta, Newra Tellechea; Ohlweiller,Lygia; Riesgo, Rudimar dos Santos Artmed Editora S/A- 2007

Atividade de produção de Texto- crônica de Luis Fernando Veríssimo motivando o reconto––6º ao 9º ano

A criação de um texto a partir de um outro texto já existente(intertextualizando), buscando através do humor e de textos de interesse dos alunos, tornar a leitura um momento de prazer e dessa forma criar o hábito e o gosto por essa prática. A boa receptividade do aluno, ao utilizar o material de leitura elaborado comprovou que se oferecer um material atrativo, ele é capaz de fazer excelente reprodução e é   possível despertar nele o gosto pela leitura.
Nesta atividade há  a sugestão de como produzir um texto a partir de uma crônica de Luis Fernando Veríssimo
, que mesmo sendo um texto intertextualizado, é tão atrativo, provocativo, e bem-humorado, que dificilmente os alunos deixarão de se sentirem motivados á uma nova produção com a técnica que vamos descrever.
A crônica que será trabalhada, do Luis Fernando Veríssimo, tem o título “Detalhes” e faz parte da coletânea da obra “O Analista de Bagé”. Nesta crônica o autor reconta com uma grande “pitada” de humor o clássico dos Contos de Fadas “Cinderela” ou a “A Gata Borralheira” que é já do conhecimento dos alunos, e não pense que adolescentes não vão gostar por ser um conto infantil. Ao contrário adolescentes adoram voltar ao tempos de  criança, mesmo quando não admitem ou fazem piadas.
O autor, nesta crônica, faz um reconto com muito humor, provoca uma nova visão da trama, indo e vindo nos “detalhes” dos tempos antigos das fadas aos tempos atuais. A trama é narrada por um dos personagens da história, que embora não seja citado, todos sabem que estava lá no local dos acontecimentos. O que é bem divertido.
A intenção desta estratégia é perceber todas essas nuances e concluir que os fatos (geralmente contidos em crônicas ou noticiários e até mesmo em contos fictícios,tem diversas maneiras de serem vistas de acordo com o ponto de vista de quem as relata.
Vamos então à atividade. Pode –se introduzir com muito entusiasmo, na sala de aula,hoje vamos saber tudo sobre  uma crônica, e a  crônica que eu escolhi para essa primeira vez é muito engraçada e vocês vão adorar” ( e vão mesmo, pode acreditar).
“Sabem o que é uma crônica?” O professor pode relatar  todo a história, ou deixar para um segundo momento e resumir assim:
A crônica enquanto estilo literário: Ligada à vida quotidiana; Narrativa informal, familiar, intimista; Uso da oralidade na escrita: linguagem coloquial;  Sensibilidade no contato com a realidade; Síntese; Leveza; Diz coisas sérias por meio de uma aparente conversa fiada; Uso do humor; É um fato moderno: está sujeita à rápida transformação e à fugacidade da vida moderna. Enfim, é uma história do dia-a-dia, com uma pitada de humor, transformada em textos maravilhosos aí, o humor faz  com que fique mais interessante.
Essa é uma  característica bem marcante do Luis Fernando Veríssimo .
A crônica que hoje vamos conhecer é também é intextualizada, significa que Veríssimo escreveu sobre um texto de um outro autor. .
Estratégia da Produção, reprodução ou reconto
1-Conhecimento Prévio dos Alunos
Quem Conhece a historinha “Cinderela”? (explorar o tema com os alunos)
 
-2-Fazer a leitura do texto original ( no livrinho infantil, resumidinho, mesmo, de preferência) – Cinderela ou a Gata Borralheira .
 
  cind
2- Extrapolação do texto:
Pedir aos alunos que comparem fatos marcantes, como princesas que esperavam os príncipes de suas vidas, para a vida moderna atual.Esse tempo existiu, em que as mulheres esperavam pelos homens que seriam seus maridos e “sonhavam com príncipes encantados”, isso ainda existe, na vida moderna?

  3- Analisando a Crônica
(levar um impresso com a transcrição da Crônica para cada aluno)
DETALHES
Luis Fernando Veríssimo
O velho porteiro do palácio chega em casa, trêmulo. Como sempre que tem baile no
palácio, sua mulher o espera com café da manhã reforçado. Mas desta vez ele nem
olha para a xícara fumegante, o bolo, a manteiga, as geleias. Vai direto à
aguardente. Atira-se na sua poltrona perto do fogão e toma um longo gole de
bebida, pelo gargalo.
___ Helmuth, o que foi?
___ Espera, Helga. Deixa eu me controlar primeiro.
Toma outro gole de aguardente.
___ Conta, homem! O que houve com você? Aconteceu alguma coisa no baile?
___ Co-começou tudo bem. As pessoas chegando, todo mundo de gala, todos com
convite, tudo direitinho. Sempre tem, é claro, o filhinho de papai sem convite que
quer levar na conversa, mas já estou acostumado. Comigo não tem conversa. De
repente, chega a maior carruagem que eu já vi. Enorme. E toda de ouro. Puxada
por três parelhas de cavalos brancos. Cavalões! Elefantes! De dentro da carruagem,
salta uma dona. Sozinha. Uma beleza. Eu me preparo para barrar a entrada dela
porque mulher desacompanhada não entra no baile do palácio. Mas essa dona tão
bonita, tão sei lá, radiante, que eu não digo nada e deixo ela entrar.
___ Co-começou tudo bem. As pessoas chegando, todo mundo de gala, todos com
convite, tudo direitinho. Sempre tem, é claro, o filhinho de papai sem convite que
quer levar na conversa, mas já estou acostumado. Comigo não tem conversa. De
repente, chega a maior carruagem que eu já vi. Enorme. E toda de ouro. Puxada
por três parelhas de cavalos brancos. Cavalões! Elefantes! De dentro da carruagem,
salta uma dona. Sozinha. Uma beleza. Eu me preparo para barrar a entrada dela
porque mulher desacompanhada não entra no baile do palácio. Mas essa dona tão
bonita, tão sei lá, radiante, que eu não digo nada e deixo ela entrar.
___ Bom, Helmuth. Até aí...
___ Espera. O baile continua. Tudo normal. Às vezes rola um bêbado pela
escadaria, mas nada de mais. E então bate a meia-noite. Há um rebuliço na porta do
palácio. Olho para trás e vejo uma mulher maltrapilha que desce pela escadaria,
correndo. Ela perde uma sapato. E o príncipe atrás dela.
___ Bom, Helmuth. Até aí...
___ Espera. O baile continua. Tudo normal. Às vezes rola um bêbado pela
escadaria, mas nada de mais. E então bate a meia-noite. Há um rebuliço na porta do
palácio. Olho para trás e vejo uma mulher maltrapilha que desce pela escadaria,
correndo. Ela perde uma sapato. E o príncipe atrás dela.
___ O príncipe?
___ Ele mesmo. E gritando para mim segurar a esfarrapada. “Segura! Segura!” Me
preparo para segura-la quando ouço uma espécie de “vum” acompanhado de um
clarão. Me viro e...
___ E o quê, meu Deus?
O porteiro esvazia a garrafa com um último gole.
___ Você não vai acreditar.
___ O príncipe?
___ Ele mesmo. E gritando para mim segurar a esfarrapada. “Segura! Segura!” Me
preparo para segura-la quando ouço uma espécie de “vum” acompanhado de um
clarão. Me viro e...
___ E o quê, meu Deus? 186
O porteiro esvazia a garrafa com um último gole.
___ Você não vai acreditar.
___ Conta!
___ A tal carruagem. A de ouro. Tinha se transformado numa abóbora.
___ Numa o quê?
___ Eu disse que você não ia acreditar.
___ Uma abóbora?
___ E os cavalos em ratos.
___ Helmuth...
___ Não tem mais aguardente?
___ Acho que você já bebeu demais por hoje.
___ Juro que não bebi nada!
___ Esse trabalho no palácio está acabando com você, Helmuth. Pede para ser
transferido para o almoxarifado.
VERÍSSIMO, L. F. O analista de Bagé. 100. ed. Porto Alegre: L&P Editore
4-Identificação: o narrador é um personagem – o porteiro do palácio do Rei. Vejam o nome dele e da sua mulher:
Helmut e Helga então porque o Luis Fernando Veríssimo escolheu esses nomes?
Esses nomes Alemães se referem a quem? - Ao Green. Isso ao Jacob Green, que ele é a referencia no mundo do conto de fadas, aqui o é Jacob Grimm é o sobrenome, ( Jacob grimm e Wilhelm Grimm -autores alemães dos contos de fadas infantis). Então a escolha desses nomes foi intencional, do Luis Fernando.
6- INTERPRETAÇÃO
a)Trabalhar primeiro o título: Porque que o  Luis Fernando Veríssimo colocouDetalhes, porque que vocês acham que ele colocou esse título Detalhes? No começo do texto fala dos detalhes da casa do porteiro, a mulher colocou bolo, manteiga, totalmente detalhado o dia dele. Mas há também os detalhes do conto da Cinderela: a abóbora, os ratinhos…
b)o que daria para identificar o humor aqui nesse texto porque que fica engraçado?
c)  Por que ele ficou espantado? (Ima moça chegar ao baile sozinha, os bêbados, os que entram sem ingresso) Isso aqui vocês acham que poderia ter ocorrido assim na atualidade ou em tempos lá da Cinderela, o que vocês acham?
 
7- COMENTANDO PARTES DA CRONICA
Então, vejam que interessante que interessante, o porteiro  até gagueja… começou tudo bem, as pessoas chegando todo mundo de gala(O QUE É GALA? enriquecer o vocabulário na interpretação) todos com convite tudo direitinho, sempre tem é clarofilhinho de papai ( É UM FATO ATUAL?) sem convite que “quer levar na conversa”, mas já estou acostumado, esse filhinho de papai  è  de  que tempo? Do nosso tempo, da nossa atualidade.  Do nosso tempo: ele conseguiu fazer essa intertextualidade de uma coisa que já aconteceu com os dias atuais por isso que é crônica. E isso que dá humor. Vejam como FICOU BEM INTERESSANTE – CONTADO ASSIM POR VERISSIMO-
7- Após a análise da Crônica vem a produção individual do texto, em que o professor vai propor que cada aluno escola um personagem do texto original e este personagem seja o narrador e reconte a história sob o seu ponto de vista, como “ele viu e imaginou a história da Cinderela”, dentro das característica de uma crônica.
O  professor pode começar a relatar, oralmente, como o ratinho(transformado em cocheiro descreveria somente o que viu e o que aconteceu com ele também… apenas um trechinho para que a turma entenda o que se pede), e se prepare para a surpresa de crônicas nunca antes  imagináveis escritas pelos alunos da sua turma. Pode abrir um concurso para a melhor, porque vai haver excelentes produções.
Esta estratégia pode ser usada desde o 4º ano das séries iniciais ao Fundamental II, com esta crônica do Veríssimo ou com outros excelentes contos ( que sejam breves, como as fábulas) brasileiros e mesmo com contos sem intertextualizações. Um ideia bem legal, para não recair em contos com cunho mais  antigo, peça aos alunos que tragam crônicas de jornais ou revistas sobre assuntos atuais e até mesmo políticos, econômicos, sobre assuntos que estão na mídia, para serem trabalhados  na produção de textos intextualizados como o a que foi usada  nesta e em outras estratégias de recontos.
Por: Júlia Virginia de Moura – pedagoga