PEÇA TEATRAL SOBRE MEIO AMBIENTE / A MISSÃO DE ALICE.
A Missão de Alice
Argumento:
Berenice Gehlen Adams
Roteiro:
Berenice Gehlen Adams e Marina Strachman
Argumento: Alice é uma estudante
das séries iniciais que tem uma tarefa escolar envolvendo pesquisa sobre o meio
ambiente. Enquanto pesquisa, ela adormece e sonha com uma situação em que
Ambiente, Ecologia, Preservação, Reciclagem, Lixo, Consumismo, Poluição se reúnem
para discutirem situações emergenciais sobre os problemas do Ambiente. Na
história, os conceitos ganham vida. Alice assiste a história, adormecida
no canto da sala onde estava estudando. Muito é discutido por estes
conceitos-personagens, e, ao final, Alice entra na discussão, quando sonho e
realidade se mesclam, e a menina, então, recebe a missão de ajudar o Sr.
Ambiente e todos os personagens, amparada pelos tri-gêmeos Respeito, Tolerância
e Amor.
Roteiro:
Personagens
Alice: Menina que vive
sonhando de olhos abertos. Muito interessada e estudiosa. Tem MUITA imaginação!
Ambiente: Um velhinho muito
cansado, doente, às vezes tem que gritar tanto para que alguém o escute que
acaba por ficar afônico. Parece que não se interessam mais pelo que este senhor
tem para contar e ensinar sobre os elementos que favorecem a vida na terra.
Ecologia: É uma senhora bonita,
cheia de altos e baixos, por vezes, está muito feliz, cheia de vida, risonha e
alegre, contando sobre toda a sua história, mas de repente, seu humor muda e
fica extremamente depressiva, pronta para “morrer a qualquer instante”. Alguns
dizem que ela fala muito sobre as condições que favorecem a vida e suas
ligações entre os seres da natureza, mas quando depressiva, fala da morte de
todos, até da morte do planeta!
Preservação: É a melhor amiga da
Ecologia e do Ambiente e defende seus ideais com unhas e dentes. Um de seus
maiores ideais é defender todos os elementos do ambiente, quando prejudicados.
Reciclagem: Uma jovem artista,
cheia de idéias. Vive remexendo no lixo de tudo e de todos, de onde tira a
matéria prima para seus trabalhos, grandes obras! Ela reaproveita quase tudo e
não entende porque que essas pessoas vivem dizendo que o lixo é nojento!
Consumismo: Tem um império em
fábricas, lojas, carros, iates, jato particular, e quer sempre mais, mais,
mais...
Poluição: Braço direito do Sr.
Consumismo, aonde um está, o outro está também; o que um tem o outro tem
também; não tem a mínima personalidade e seu maior divertimento é fazer o
trabalho sujo do patrão.
Lixo: Um garoto triste,
abandonado, não tem amigos, nem se quer um cachorro, quando consegue uma coisa
mais interessante, vem logo alguém e tira dele.
Respeito,Tolerância, Amor: São trigêmeos,
sábios, alegres, otimistas e muito pacientes.Procuram sempre compreender a
realidade que os cerca.
A
cena passa-se na casa da menina Alice.
Sala
pequena com mesa e cadeiras no lado direito, uma porta; tapete, estante com
livros e outros objetos caseiros no lado esquerdo.
- Cena I -
(Alice)
Alice (Entra cantando,
com seu material escolar. Senta no tapete da sala, pega a mochila, abre o
caderno e procura a tarefa de casa para fazer.) – Mãe, tenho que fazer um
trabalho para a escola, Você me ajuda?
(Uma voz feminina
responde) – Claro minha filha, o que é?
Alice - É uma pesquisa
sobre o Meio Ambiente. Devo procurar informações e notícias sobre desmatamento,
poluição... Não sei por onde começar...
(A mesma voz feminina) Filhinha, no jornal
da cidade tem uma coluna semanal sobre o Meio Ambiente, procure lá. Olha Alice,
vai procurando o que você precisa, pois agora a Mamãe tem que trabalhar, mas
quando eu voltar, eu te ajudo com o que você tiver encontrado, está bem?
Alice (Sai de cena e
volta com muitos jornais e vai folheando-os, até que adormece – entra Ecologia
e senta-se na cadeira da sala.).
- Cena II -
(Ecologia, o Carteiro,
Preservação, Reciclagem)
Ecologia (Está sentada,
lendo, quando o carteiro bate a porta e ela o atende.) – Oba, oba o
carteiro, (cantando) Lálálá, aposto que é uma carta para mim, lálálá. Olá,
Senhor Carteiro, é uma carta para mim, não é?
O Carteiro (Entrega a carta,
sorrindo.) – Não senhorita, é um telegrama! Vejo que está feliz hoje...que
bom, te ver assim!
Ecologia (Abre a carta
apressadamente e a lê.) - “Reunião urgente no dia 5 de junho, na casa da
Dona Ecologia. Assinado: Senhor Ambiente”. (Ela fica deprimida, começa a
pensar alto e a andar de um lado para o outro, coçar a cabeça, roer unhas.) -
Deve ser uma desgraça Ambiental, Chernobyl de novo!ou, pode ser como daquela
vez que aqueles malucos provocaram aquele enorme vazamento de petróleo, ou será
terremoto, podem ser todos ao mesmo tempo! (Neste momento chegam a
Preservação e a Reciclagem, ambas com um telegrama na mão.).
Preservação (Muito brava, ela já chega aos gritos) – Estou vendo que você
recebeu está convocação também, não é Ecologia! Eu aposto que tem alguém
querendo sabotar o meu trabalho, tem sempre alguém querendo sabotar o meu
trabalho, é por isso que eu estou sempre uma pilha de nervos... (Anda de um
lado para o outro, ansiosa.).
Reciclagem – Que nada! Ele deve
estar com idéias para uma festa, ou será um novo projeto de reciclagem, ou
reflorestamento...(então as 3 ficam
pensando alto e andando de lá para cá. O carteiro saí de fininho, balançando a
cabeça).
- Cena III–
(Alice)
Entra em cena um
personagem vestido de pássaro, enquanto Alice dorme no canto e as três ficam
de, de repende, estáticas, como se o tempo parasse. Este personagem relata para
a platéia que Alice costuma falar enquanto dorme, e sai fazendo malabarismos...
Alice (Alice se mexe muito) - Não professora, não
fiz o seu trabalho. A senhora não percebe que estou dormindo!... “ZZZZZ”...
Como que eu posso ler este jornal dormindo!... “ZZZZZ”... Meio Ambiente... As
florestas...estão sumindo... Cortes de madeira... exploração mineral... os
índios, o que será deles... “ZZZZ”...
várias espécies de animais e de plantas em extinção...Isso é tão
triste...temos que fazer alguma coisa... “ZZZZ” (e continua dormindo).
- Cena IV–
(Ecologia, Ambiente, Preservação,
Reciclagem, Lixo, Consumismo, Poluição)
Ecologia
( andando de um lado p/ o outro e falando
sozinha) – Aí meu Deus, estou tão nervosa... ( roendo as unhas).
Pensando bem...porque eu estou nervosa, não há motivo para isso, claro que não
há! Aposto que o Senhor Ambiente deve estar preparando uma daquelas belas
surpresas, só pode ser, (e começa a cantarolar e dançar). Está quase na
hora. Daqui a pouco todos estarão aqui (e
já começa a roer unhas de novo).
(Batem à porta e
Ecologia vai atender.). – Olá, Sr. Ambiente! Entre! Estava esperando pelo
senhor. Como vai? Estou preocupada com esta convocação!
Ambiente (Velhinho, meio curvado, chega ofegante e senta-se) - Puf, puf, puf...
Dona Ecologia...eu estou tão cansado... a senhora pode providenciar para mim um
copo d’ água? (tosse, tosse muito!)
Então Ecologia saí de
cena apressada e lá de trás diz: já
estou levando! Ela volta a cena com um copo cheio de um líquido “amarelado” e entrega
este copo ao Ambiente
Ambiente - (estendendo a mão p/
receber o copo e olhando p/ aquele copo com aquele líquido “amarelado” e ainda
cansado, mas INDIGNADO) - Mas, puf...
puf..Ecologia o que é isto que a Sra. está me dando para beber?!?!?! Está é a
água que teremos que beber daqui pra frente e cai em prantos...
Ecologia – (agora muito nervosa) – O Sr. me pediu! Eu trouxe... é, é...(tentando falar e não conseguindo e
chora...)
Ambiente (dramaticamente) –
Vocês estão querendo me matar!!!! Matem-me de uma vez...puff...puff, TOSSE,
TOSSE... eu realmente não sei porque eu marquei esta reunião...eu vou morrer
mesmo, VOCÊS QUEREM ME MATAR!!!!!
(E com este berro,
entram correndo e assustados)
Preservação,
Reciclagem, Lixo
(perguntam ao mesmo tempo) -- O que está acontecendo???? Quem vai matar quem????
Ambiente – Vocês todos querem
me matar...vocês só querem saber de dinheiro... O velho e bom Ambiente, não
serve mais para NADA!!!! Antes eu só ouvia: Olha só que Ambiente bonito, olha
querido que vista linda, olha amor que brisa gostosa, ouça só, o balançar das
árvores, sinta o cheiro da terra, do mato... Agora NÃO!!! O que eu ouço agora
é: Não quero saber de árvore perto de mim, árvore só faz sujeira! Queima tudo,
bota está mata a baixo, vende esta madeira velha, vamos plantar soja
transgênica, vamos ganhar dinheiro, com a madeira e mais ainda com a soja. Não
quero saber se tem índio lá! Bota todo mundo para fora e os animais, a gente
vende no mercado negro!...puff, puff, puff, TOSSE, TOSSE e caí sentado em uma
poltrona chorando.
Reciclagem – Alguém pode me
dizer o que é que está acontecendo? Porque tanta gritaria, o que há de novo?
Ecologia (chorosa) – Ele (apontando para o Ambiente)
chegou muito cansado e ofegante, sniff, me pediu um copo d’água, eu trouxe um
pouco de suco de maracujá, que acabei de fazer...sniff, e ele nem me deu tempo
de dizer que era suco de maracujá, sniff, e começou a gritar. Eu que colhi este
maracujá hoje pela manhã...e chora...
Preservação
e Lixo correm em direção de Ambiente para acalmá-lo e Reciclagem afaga
Ecologia, todos tentando acalmar a todos e falando ao mesmo tempo, até que:
Reciclagem – (Falando alto, muito séria) CHEGA! Mas
que absurdo! Tudo isso por causa de um suco... Senhor Ambiente, que vergonha!
tanta gente trabalhando para ajudar o senhor...Sabemos que temos muitos
problemas, mas em vez de olhar sempre para o lado ruim das coisas, CUSTA o
senhor ser um pouco mais otimista, ou até realista? Com esse pessimismo, não
vai adiantar o esforço que estamos tendo!, o senhor vai morrer antes do
tempo...É até capaz de ser enterrado vivo!!!!!
Entra
em cena o personagem vestido de pássaro, brincando com a platéia. Enquanto isso
todos entram em cena, se acomodam e se acalmam....(Todos tem um copo de suco
nas mãos)
Reciclagem – Muito bem agora que
todos estão mais calmos... Vamos ver o que podemos fazer...Da minha parte,
posso dizer que está tudo muito bem, eu e o Lixo temos presenciados verdadeiros
milagres! A reciclagem está em franco crescimento, é claro que temos
problemas... o Consumismo anda exagerando e abusando da Poluição. Tenho
tido muito trabalho em reciclar o lixo, primeiro porque poucas pessoas o
separam e segundo porque a quantidade de lixo está cada vez maior e não dou
conta de reciclar tudo. Mas NUNCA se reciclou tanto e as escolas e indústrias
estão se conscientizando! Isso é motivo para comemorarmos, não para chorarmos!
Ambiente (muito cansado) – Mas acontece, que convoquei o Consumismo e a Poluição para
virem também, marquei com eles daqui à meia hora para que eu pudesse falar
primeiro com vocês. Dentre todos os problemas que estão acontecendo, o pior
deles é o Consumismo que tem gerado muita Poluição. Teremos que encontrar uma
maneira de contê-los, antes que seja tarde! Eu não quero saber de boa vontade,
quero saber de solução.
Lixo ( muito triste!) – Eu, quando sou lixo tóxico, não posso
ser reaproveitado. Andei de lá para cá, até que encontrei a Reciclagem que vem
cuidando de mim para que eu não fique contaminando outros espaços e possa ser
mais bem tratado, ter amigos.... Mas aqui, ouvindo o Ambiente, sniff, ele está
com a razão...não tem jeito mesmo...não tem jeito...
Preservação – Amigos, o que há
com vocês... Sim temos problemas, temos o Consumismo, a Poluição, mas lutar
contra estas coisas a gente consegue, mas não seremos capazes de fazer nada de
útil se não lutarmos contra o MAIOR dos MAUS, o pessimismo! Acordem, muito está
sendo feito...A vida é curta, temos que reagir!
Ambiente – Vocês tem razão, é
que hoje não estou bem...me desculpem... O que deve ser feito me parece que
muitos já sabem... Reduzir o Consumo, Reciclar, economizar água, reflorestar...
E temos que fingir não ouvir, quando nos chamarem de “eco-chatos”!
Ecologia – Bem , pelo que o Sr.
disse, o Consumismo e a Poluição daqui a pouco estarão aqui, não é?
Ambiente – Sim eles devem estar chegando...
Preservação – Muitas leis
ambientais estão sendo votadas e são muito boas, acho que serão capazes de
frear o Consumismo. Temos algum tempo para trabalhar ainda, talvez até mais do
que possamos imaginar... Podem contar comigo!!!
Reciclagem – Mas é
claro...Podemos começar por conscientizar as pessoas a consumirem menos, a
separarem seus lixos, a usarem produtos ecológicos, isto já ajudaria muito, se
cada um fizer a sua parte....
Lixo – E sobre os lixos
perigosos, deveria haver um lugar onde pudessem ficar sem prejudicar o Sr.
Ambiente.
(Neste momento todos
estão começando a ficar mais animados, então toca a campainha)
Ecologia (Levanta-se, espia
pela janela e vai até a porta.) – Chegaram, a Poluição e o Consumismo. Vou
atender! (Abre a porta.) – Olá, Consumismo, olá Poluição! Entrem!
Consumismo (Está muito bem
vestido, cheio de ouro, fumando um charuto fedido e baforando na cara do
Ambiente. Entra com pressa, cumprimenta com um olá geral.) – Olá, boa tarde!
Estou com pressa e não tenho muito tempo a perder. Dona Poluição veio comigo.
Do que se trata a reunião? Não se esqueçam, tempo é dinheiro! Não tenho tempo a
perder...
Poluição (Entra também bem
vestida, mas não é tão chique, tem um cinzeiro na mão, e fica correndo atrás do
patrão para tentar pegar as cinzas, mas é claro que o patrão prefere jogá-las
no chão! – Olá para todos, Vocês viram que dia maravilhoso, leram o jornal,
eu estou presente em todas as grandes cidades, em muitos rios, em cada lixão,
isso sem falar do MEU chorume! (E ri
muito, e muito alto!)
Consumismo – Mas o que é isso?
Ponha-se no seu lugar! Você não seria NADA sem mim! Vai se achando... EU ACABO
COM VOCÊ!
Ambiente –(Ambiente se levanta de sua poltrona, e olha tão profundamente nos
olhos de Consumismo e Poluição, que os dois caem sentados no Chão!) - O
motivo desta convocação é o meu estado de saúde. Meus rios estão sendo mortos,
minhas matas estão sendo destruídas, o ar está poluído e todos os seres estão
sofrendo com esta forma de vida consumista que os humanos levam. Não vou morrer
sem lutar e vocês dois vão me ajudar, por bem, ou por mal!
Consumismo – Ora, ora Sr. Ambiente,
as pessoas precisam de alimentos, sapatos, roupas, e MUITAS outras coisas. E
elas querem sempre MAIS (ri alto). Eu
simplesmente as fabrico, e elas compram RÁ, RÁ,RÁ (dá uma gargalhada grossa e alta). Elas nem percebem que elas
mesmas estão se afundando... RÁ, RÁ, RÁ...O Sr. acha que elas viveriam sem
supermercados, lojas, carros, jóias, vídeo games, computadores, indústrias? Eu
só faço o que elas precisam, e vendo, e ganho, ganho dinheiro, MUITO dinheiro.
As pessoas precisam de alimentos, então, eu os produzo, mas já disse que não
tenho culpa se elas comem demais, se elas desperdiçam, aliás, o Desperdício
também deveria ser convocado para a reunião.
(entra
em ação nosso amigo, fazendo malabarismos com cada item que o Consumismo fala,
e saí de cena)
Ecologia (Interrompe o
Consumismo.) -- O que você parece
não entender, é que se as coisas continuarem como estão...os consumidores vão
MORRER por causa de sua teimosia!(lamenta)
Lixo -Você vai ter que
investir e melhorar os níveis de poluição que você emite por todo o planeta!
Poluição – É chefinho...parece
que a coisa está feia para o seu lado... até eu tenho sentido isso que eles
estão falando... Eu estou mesmo trabalhando demais, nem à noite tenho mais
sossego, as pessoas agora trabalham em turnos! Estou em toda parte: nas ruas,
nas escolas, nas fábricas, na terra, no ar, na água. É chefinho...acho que o
Sr. está pegando pesado...
Consumismo – Mas é muita cara de pau! Logo você, que me
implorou emprego, que precisava de trabalho! está contra mim! (aos gritos) Eu não...
(mas é interrompido pela Poluição)
Poluição – Pedir trabalho é uma
coisa...mas o Sr. quer acabar com o mundo, para o Sr. não existe limites...quer
sempre mais, mais... (
faz caras e gestos de um louco ganansioso)
Ambiente – Agora a Poluição
está começando a entender a gravidade do problema. Sr. Consumismo, entendo que
deve ter seus motivos para agir e viver assim. Mas, não percebe que está
estragando a vida na Terra? As pessoas estão vivendo apenas para trabalhar e
comprar, Comprar comprar... ( faz caras
e gestos de um louco ganansioso) A vida é mais que isto...
Consumismo –Vocês estão fazendo
uma tempestade num copo d’água... Produzir e vender é a minha vida...não posso
nem pensar em parar...DINHEIRO, DINHEIRO, Eu preciso de MUITO dinheiro!!!!
Vocês aí que se virem... ( e continua falando sozinho)
Reciclagem - Tem lixo demais e
eu não dou conta de reciclar tudo como o Sr. pensa. Além do mais, às vezes,
para reciclar um material é preciso poluir mais, então, certos lixos não
compensam ser reciclados.
Lixo – O mundo vai se afogar em seu próprio lixo...
inclusive envenenado por meus primos tóxicos... A Reciclagem até que
tentou, mas não descobriu um jeito de reutilizar os meus primos tóxicos...eles
são pesados e causam muitas doenças....
Ecologia (Olha com pena para
o Sr. Consumismo e grita para ele.) – O senhor não percebe que não sobrará
nada pra o senhor fabricar e ninguém para consumir? Animais estão morrendo,
plantas estão morrendo, pessoas também! (O Consumismo olha com ar
pensativo).
Preservação (Dirigindo-se para
o Consumismo) - Nós não queremos que
o Sr. pare de produzir, mas, é preciso
tomar algumas providências como colocar filtros nas chaminés, produzir
produtos mais saudáveis e menos poluentes, além de produzir menos lixo. Assim,
todos nós sairemos ganhando....
Consumismo – Mas terei que gastar
milhões e milhões para fazer o que está pedindo e vou perder muito dinheiro!
Poluição - Eu concordo com a
Preservação, sou a favor de filtros, pois assim não estarei prejudicando
ninguém.
Ecologia – O melhor é
discutirmos o que é possível fazer.
(Alice desperta e
todos ficam olhando para ela.)...
- Cena V -
(Alice, Ecologia,
Ambiente, Preservação, Reciclagem, Lixo, Consumismo, Poluição)
Alice (Desperta) - Nossa,
acabei pegando no sono novamente. Que sonho estranho eu tive, parecia tão real!
(Dá-se conta que continua a ver e ouvir o que pensou ser um sonho.
Espantada, levanta e fica observando. Belisca-se para acordar, mas percebe que
a cena continua.).
Ecologia (Continua a
conversa como se Alice nem estivesse ali.) - A minha sugestão é: fazer um
estudo sobre os produtos que o Senhor Consumismo fabrica e comercializa, ver o
que é supérfluo, ou inútil. Tirar de linha, (o Sr. Consumismo vai arrancando os cabelos a cada sugestão!) adaptar suas fábricas e empresas diminuindo o
trabalho da Poluição e gerando menos Lixo. Buscar alternativas que não
prejudiquem o Sr. Ambiente. Se ele morre, morre a vida na Terra.
Preservação -Concordo plenamente
com a Ecologia. Tudo o que o Sr. Consumismo quiser produzir daqui para frente
terá que ser analisado e estudado. Nada poderá provocar mais danos para o Sr.
Ambiente.
(O Sr. consumismo esta descalço COMENDO suas meias)
Poluição - Para mim será bem
melhor se eu puder trabalhar menos, pois estou muito cansada, eu quero mais é
sombra e água fresca, estou de saco cheio de trabalhar para este louco... (o Consumismo está agora tentando enforcar a
Poluição!) que grita baixinho SOCORROOOOOOO...(e então, todos correm
para ajudar. Abanando a Poluição).
Consumismo – Ah, mas isso não
fica assim eu vou me vingar, me vingarei de vocês!
Ambiente – (com a voz mais calma do universo) – O problema, Sr. Consumismo,
é que o Sr. não tem outra alternativa, porque se as coisas não mudarem vou ter
um colapso, explodirei e a vida na Terra se acabará (Alice arregala os olhos
e faz cara de espanto.).O senhor é
quem sabe...
Preservação - Poderemos ajudá-lo,
Sr. Consumismo. Vamos trabalhar em conjunto, para os humanos mudarem sua forma
de vida... O Sr. vai ver, eles entenderão,
só precisamos de um ‘mensageiro’ (Todos olham para a menina Alice.).
Ambiente (Aproxima-se de
Alice) - Você, menina, é quem vai nos ajudar!
Alice – E-e-e-eu?
Ambiente - É, menina, você aí
cheia de vida, com muito ainda pela frente. Você é a nossa escolhida... e é por
isto que você entrou no seu próprio sonho e nós entramos na sua vida.
Alice – Mas como...eu sou
uma criança...vocês precisam de tanta coisa!
Ecologia - Não se preocupe, se
você nos ajudar, nós ajudamos você! É só você contar para todos o seu sonho...,
como realmente aconteceu... Eu, a Preservação, a Reciclagem, estaremos sempre a
te ajudar...(Todos saem, com exceção da menina Alice.).
-
Cena VI -
(Alice)
Alice – Nossa, e agora?
Será que vou conseguir ajudar? Como vou ajudar o Sr. Ambiente, se sou ainda uma criança?
Respeito, Tolerância,
Amor
(Entram, brincando com a platéia e rindo. Falam todos juntos) - Alice,
viemos para ajudar. Somos o Respeito, a Tolerância e o Amor, somos irmãos
gêmeos, tudo o que um sente, o outro sente também!
Respeito (os três pulam,
fazem estrelas, malabarismos, etc) – Eu sou o Respeito. Através do respeito
muita coisa pode ser feita...O respeito gera amor, amizade, fraternidade,
cooperação.
Tolerância - Eu sou a
Tolerância. Comigo tudo é mais fácil.... A tolerância gera a paz, a
compreensão, a união.
Amor – Eu sou o Amor. O
Amor é a chave para um mundo melhor, sem conflitos, sem guerras. O amor gera a
PAZ e a harmonia”.
Então, todos dão as
mãos e cantam juntos...
Amanhã
(Guilherme Arantes)
Amanhã, será um lindo
dia, da mais louca alegria
Que se possa imaginar
Amanhã, redobrada
força p'ra cima, que não cessa
Há de vingar
Amanhã, mais nenhum
mistério, acima do ilusório
O astro-rei vai
brilhar
Amanhã a luminosidade,
alheia a qualquer vontade
Há de imperar
Amanhã está toda
esperança por menor que pareça
Existe, e é p'ra
vicejar
Amanhã, apesar de
hoje, será a estrada que surge
P'ra se trilhar
Amanhã, mesmo que uns
não queiram
será de outros que
esperam
Ver o dia raiar
Amanhã, ódios
aplacados,
temores abrandados,
será pleno.
Baila Comigo
(Rita Lee)
Se Deus quiser,
Um dia eu quero ser
índio
Viver pelado pintado de
verde
Num eterno domingo
Ser um bicho-preguiça,
Espantar turista
E tomar banho de sol,
banho de sol,
Banho de sol, sol
Se Deus quiser,
Um dia acabo voando
Tão banal assim como
um pardal
Meio de contrabando
Desviar do estilingue
Deixar que me xinguem
E tomar banho de sol,
banho de sol,
Banho de sol, banho de
sol
Baila comigo, como se
baila na tribo
Baila comigo, lá no
meu esconderijo
Se Deus quiser,
Um dia eu viro semente
E quando a chuva
molhar o jardim
Ah, eu fico contente
E na primavera vou brotar
na terra
E tomar banho de sol,
banho de sol,
Banho de sol, sol
Se Deus quiser,
Um dia eu morro bem
velha
Na hora H quando a
bomba estourar
Quero ver da janela
E entrar no pacote de
de camarote
E tomar banho de sol,
banho de sol,
Banho de sol, banho de
sol
Baila comigo, como se
baila na tribo
Baila comigo, lá no
meu esconderijo
Desesperar Jamais
(Ivan Lins)
Desesperar, jamais
Aprendemos muitos
nesses anos
Afinal de contas não
tem cabimento
Entregar o jogo no
primeiro tempo
Nada de correr da raia
Nada de morrer na
praia
Nada, nada, nada de
esquecer
No balanço de perdas e
danos
Já tivemos muitos
desenganos
Já tivemos muito que
chorar
Mas agora acho que
chegou a hora de fazer
Valer o dito popular
Desesperar jamais
Cutucou por baixo
O de cima cai
Desesperar jamais
Cutucou com jeito
Não levanta mais
FIM
Esta peça foi criada
para todo grupo teatral que tenha interesse em trabalhar as
questões ambientais.
Contatos com as autoras:
A peça poderá sofrer
adaptações, mas os créditos devem ser mantidos.
Pedimos que os grupos
façam contato conosco. Agradecemos!