"A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo. (Nelson Mandela) "

sábado, 4 de junho de 2016

Jogos educativos

   Os jogos educativos de sucata são uma ferramenta eficaz na aprendizagem. Além de serem ótimos presentes criativos, ajudam na motivação do aluno, contribuem como estratégias alternativas para o desenvolvimento de conteúdos, na aquisição de certas habilidades, pois muitos possuem mais facilidade para aprender e memorizar através desse método.
   A forma de ensinar é lúdica, não sendo cansativa e ajuda despertar o interesse. Influencia não só o processo intelectual, cognitivo, mas também as relações sociais e as maneiras de agir diante das coisas. Saiba um pouco mais sobre a importância dos jogos educativos, os diversos tipos existentes, algumas dicas de jogos para aplicar em sala de aula.



A matemática sempre foi um desafio para a maioria dos alunos, os jogos facilitam o processo de aprendizagem 




                                                     
                                  E os desafios continuam na Língua Portuguesa
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                







Brinquedos Criativos

Pode parecer apenas um momento em que a criança se distrai e se entrega à descontração. Mas as atividades lúdicas têm um papel ainda mais importante na vida dos pequenos, elas incentivam as crianças a desenvolver criatividade, aprendizado, equilíbrio e coordenação. “É por meio dessas brincadeiras que a criança desenvolve a fantasia e cria uma identidade própria”, disse Maria Lúcia Piva Lima, psicóloga clínica especialista no atendimento de crianças e adolescentes, de Jaú


Vamos brincar de vai e vem?



Que tal contar lindas historinhas com um cachorro feito de saco de pão?







Vamos lá! Fazer um passeio com o  carrinho novo feito com vidro de shampoo e tampinhas de garrafa pet. 
















Reduzir, Reutilizar e Reciclar

A reutilização também é uma forma de redução, pois os produtos permanecem mais tempo em uso antes de serem descartados.

Consiste no aproveitamento de produtos, objetos ou embalagens sem que estes sofram quaisquer tipos de alterações ou processamentos complexos (só passam, por exemplo, por limpeza). Existem inúmeras formas de reutilização, dependendo da criatividade do gerador. Os principais resíduos que podem ser reutilizados são embalagens e roupas, modificando sua aparência e finalidade. Faça de uma garrafa um vaso de plantas, ou de uma camisa velha um pano de chão.

Ainda que não se encontre uma forma imediatapara a reutilização, muitos produtos devem ser considerados como reutilizáveis e então serem guardados para um momento posterior.

Ao invés de jogar fora algum objeto “velho” e “sem valor” procure uma outra utilidade com certeza fará bom uso da nova peça. 


Jogos cooperativos:

Jogo violento Cooperativos
Imagem disponível em: http://blogquestjogoscooperativos.blogspot.com.br/- Acesso em: 08 de maio 2013.

Uma importante ferramenta capaz de contribuir na formação ética dos indivíduos são os Jogos Cooperativos. São dinâmicas de grupo que têm por objetivo, em primeiro lugar, despertar a consciência de cooperação (ajuda), isto é, mostrar que a cooperação é uma alternativa possível e saudável no campo das relações sociais. No jogo cooperativo, aprende-se a considerar o outro que joga como um parceiro, um solidário, e não mais como o temível adversário. A pessoa quando joga aprende a se colocar no lugar do outro, priorizando sempre os interesses coletivos.
São jogos para unir pessoas, e reforçar a confiança em si mesmo e nos outros que jogam. As pessoas podem participar autenticamente, pois ganhar ou perder são apenas referências para um continuo aperfeiçoamento pessoal e coletivo. Jogar cooperativamente é reaprender a conviver consigo mesmo e com as outras pessoas.
O jogo cooperativo serve para nos libertar da competição, seu objetivo maior é a participação de todos por uma meta comum. Os padrões de comportamentos fluem dos valores que adquirimos enquanto brincamos e jogamos durante a nossa infância, então o modelo a que estamos expostos resultará no modelo que seguiremos no jogo e fora dele.
Conceito disponível em: http://blogquestjogoscooperativos.blogspot.com.br/- Acesso em: 08 de maio 2013.
Professor, o jogo cooperativo comprovadamente traz diversos benefícios aos seus praticantes, principalmente na infância. Como vimos na última frase do texto que traz o conceito dos jogos cooperativos, os padrões de comportamento estão diretamente relacionados aos valores adquiridos nos jogos e brincadeiras na infância, assim, se uma criança recebe valores de competição na infância, provavelmente ela será uma pessoa competitiva por toda sua vida. Não que a competição seja sempre prejudicial, mas se ela não souber equilibrar o instinto competitivo, o será no trabalho – podendo causar inúmeros conflitos com os colegas de trabalho, na família – podendo prejudicar o casamento, por exemplo, quando quiser competir e ser melhor que o cônjuge, dentre outros. Da mesma maneira, se nas brincadeiras de infância o indivíduo se acostumou ou se o deixaram ganhar, ganhar e ganhar, certamente crescerá tendo dificuldades de aceitar as derrotas da vida que são inevitáveis, podendo se frustrar ou mesmo se revoltar com a vida.
Pode-se imaginar que indivíduos mesquinhos, egocêntricos, egoístas, autoritários, violentos, o são desde a infância e os jogos ou brincadeiras que tiveram acesso, de certa maneira, contribuíram na formação de sua personalidade. Daí a importância do emprego dos jogos e das brincadeiras adequadas na infância.
Bolas Coloridas no Ar
Aplique o jogo cooperativo Bolas Coloridas no Ar nos seus alunos.
1)   Objetivo: Despertar a cooperação, a solidariedade e o compromisso consigo mesmo e com o mundo.
2)   Material: Várias bexigas coloridas, numa quantidade maior que o número de participantes e música alegre.
3)   Exemplo: Se houver 10 participantes, serão 20 bexigas.
4)   Participantes: A partir de 5 pessoas.
5)   Tempo estimado: Dez minutos.
6)   Desenvolvimento: O facilitador solicita aos participantes que vão para o meio da sala, façam um círculo com o grupo, sendo que um dos participantes deverá ir para o centro do círculo.
7)   Escrever nas bexigas valores como: alegria, paz, amor, solidariedade, companheirismo, compreensão, amizade, aceitação, autoestima, confiança, fé, compromisso, sinceridade, paciência, coragem, dentre outros.
8)   Todos participantes estarão jogando as bexigas para ele.
9)   Colocar uma música alegre e em seguida jogar uma bexiga para que ele mantenha no ar e não deixe cair no chão, logo é jogada mais uma bexiga, que também precisa mantê-la no ar.
10) Em seguida começa a aumentar o número de bexigas, o participante deve fazer de tudo para não deixá-las cair. Como vai ficando mais difícil, os outros participantes ainda não deverão ajudá-lo e esperar que ele solicite ajuda.
11) Se isso não ocorrer, esperar e ver até onde ele vai. Quando parar, verificar com ele o que precisa para manter as bexigas no ar.
12) Se ele disser que precisa de ajuda, solicita-se que ele mesmo peça aos outros participantes que deverão ajudar, até que todos os integrantes já estejam mantendo as bexigas no ar e impedindo que caiam. (Tempo: três minutos.).
13) Em seguida, começar a chamar um por um dos participantes até que o primeiro fique sozinho tentando manter todas as bexigas no ar. Quando ele desistir, todos deverão fazer uma roda para discutir sobre essa tarefa.
14) Aberto para comentários.
 Observação: Cada bexiga pode representar algo correspondente ao planeta ou à vida ou qualquer outro assunto que se deseja estimular.
Jogo disponível em: http://www.spacosolaberto.com.br/ver_artigo.php?id=68 – Acesso em: 08 de maio 2013.
Ao término da aula, abra novamente uma roda de conversa para ouvir os alunos sobre o que aprenderam. Provavelmente você perceberá nas suas falas a influência de determinados jogos e brincadeiras na constituição de seu caráter. Faça o registro no caderno, solicitando que relatem as suas aprendizagens com o jogo.
Recursos Complementares
·        Professor saiba mais sobre ética em:
Sítio sobre uma campanha contra a violência doméstica- http://pt.wikipedia.org/wiki/Viol%C3%AAncia_dom%C3%A9stica – Acesso em: 08 de maio 2013.
Sítio fala sobre o conceito de ética- http://www.consciencia.org/etica-a-nicomaco-resumo-e-analise – Acesso em: 08 de maio 2013.
Avaliação
Professor, a avaliação deverá ser um processo contínuo de reflexão, em todas as atividades propostas. O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa nos aponta para a necessidade de uma avaliação formativa que leve em consideração todo o processo de construção do conhecimento pelos alunos. Fonte: Brasil. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa: Avaliação no Ciclo de Alfabetização: Reflexões e Sugestões, Brasília: MEC, SEB, 2012. Assim, observe a participação e o envolvimento dos alunos ao longo do trabalho e verifique se eles se envolveram nos jogos e brincadeiras e se compreenderam que os jogos e brincadeiras são determinantes para a construção de seu caráter e na constituição ética. Estas observações serão úteis para que elabore o seu planejamento, por isso registre em seu caderno de plano de aula.     
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
Ampliar o repertório de jogos presentes no universo das tradições culturais.
Conhecer diferentes tipos de jogos. Respeitar as regras do jogo estudado.
Desenvolver a percepção, atenção e concentração.
Produzir textos e desenhos.
Vivenciar jogos.
Duração das atividades
1 semana
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
 jogos tradicionais.
Regras do jogo estudado.
Percepção, atenção e concentração.
Produção de textos e desenhos.
Estratégias e recursos da aula

ATIVIDADE 1


Converse com as crianças sobre os tipos de jogos que elas conhecem e estão presentes no universo das tradições culturais. Depois as crianças poderão fazer uma lista dos jogos citados. Para ampliar o repertório de jogos, mostre alguns jogos que tenha disponível na escola, leia as regras de como se joga ( pode ser jogos de perseguição, jogos de advinha, jogos de mesa, jogos online).
  
Fonte:
http://www.google.com.br/images?q=jogos+matematicos&hl=pt-BR&biw=1333&bih=525&prmd=iv&source=lnms&tbs=isch:1&ei=ZZIKTcbpIcWt8Aam5PChAQ&sa=X&oi=mode_link&ct=mode&ved=0CBcQ_AU

ATIVIDADE 2

Para que as crianças conheçam outros jogos realize uma pesquisa na internet, no laboratório de informática da escola. As crianças irão pesquisar alguns tipos de jogos e escolher aqueles que ainda não conhecem ou brincaram. Cada dupla deve escolher um jogo para apresentar ao grupo, eles irão escrever as regras dos jogos e explicarão as jogadas.
Sites para pesquisa:
http://www.somatematica.com.br/matkids.php
http://pt.wikipedia.org/wiki/Portal:Jogos
http://www.smartkids.com.br/jogos-educativos/
http://www.somatematica.com.br/jogos.php

 ATIVIDADE 3

Sugerimos o jogo do sudoku. Leia as regras do jogo. Depois que as crianças aprenderem esse jogo peça para elas, em duplas, criarem um jogo de sudoku. Promova momentos para as duplas jogarem, trocarem entre si os jogos que inventaram.
SUDOKU

Regras do Sudoku



Sudoku e jogado numa malha de 9x9 quadrados, dividida em submalhas de 3x3 quadrados, chamada "quadrantes":   - Sudoku inicia com alguns dos quadrados ja preenchidos com números: - O objetivo do Sudoku e preencher os quadrados vazios com números entre 1 e 9 (apenas um número em cada quadrado) de acordo com o seguinte:
1. Número pode aparecer apenas uma vez em cada linha:
2. Número pode aparecer apenas uma vez em cada coluna:
3. Número pode aparecer apenas uma vez em cada quadrante:
- Resumindo: um número pode aparecer apenas uma vez na linha, na coluna.
Fonte:http://www.sudoku.name/rules/pt

 

ATIVIDADE 4

Com os jogos pesquisados organize um inventário de jogos. As crianças irão organizar fichas com as informações sobre os jogos, registrando as regras, modelo, desenhos. Pode-se organizar as fichas em pasta colecionador ou em caixas. Organize um momento para que as crianças possam ensinar a outras crianças da escola os jogos que elas aprenderam.
 
Fonte:
http://www.google.com.br/images?q=jogos+matematicos&hl=pt-BR&biw=1333&bih=525&prmd=iv&source=lnms&tbs=isch:1&ei=ZZIKTcbpIcWt8Aam5PChAQ&sa=X&oi=mode_link&ct=mode&ved=0CBcQ_A
Recursos Complementares
LINK
http://criancas.terra.com.br/
http://www1.folha.uol.com.br/folha/treinamento/mapadobrincar/
TIPOS DE JOGOS
JOGOS DE FAZ-DE-CONTA
Envolvem a representação e a elaboração de papéis (como, por exemplo, médico, feirante, manicure...); brincadeiras de escolinha ou de casinha quando a criança pode assumir diversos papéis; brincadeiras de teatro, mímica, fantoches.
CONSIDERAR: Que este é o espaço para imitar, fantasiar e simular acontecimentos. DICAS: Estas brincadeiras são muito ricas e o adulto deve evitar intervenções. Uma conversa com o grupo após a brincadeira, deixando-os à vontade para descrever (ou não) os papéis e as situações representados, tendem a ser experiências muito ricas.
JOGOS DE CONSTRUÇÃO
 Acontecem quando as crianças usam, transformam objetos e materiais variados (blocos ou sucatas, por exemplo) e criam novos produtos (parque de diversões, fazenda, engenhocas...)
CONSIDERAR: Nestes jogos as crianças começam a entrar em contato com o mundo social e a desenvolver níveis mais complexos de inteligência através do desenvolvimento de suas capacidades de antecipar situações, movimentos e elaborar propostas e possibilidades que podem ou não se concretizar. Estes jogos também possibilitam maiores oportunidades de cooperação entre as crianças.
DICAS: Para estes jogos devemos considerar a faixa etária aproximada da criança e observar se ela consegue, a seu modo, participar da brincadeira. É necessário que haja uma relação saudável entre o erro e o acerto, sem que a criança se sinta desestimulada a brincar. Não devemos esperar que ela brinque por horas a fio com estes materiais. Ela determina seu tempo. Fique atento para auxiliá-la com a solução de problemas, mas não tenha expectativas pautadas no modelo adulto.
JOGOS DE REGRAS
São aquelas brincadeiras que combinam aspectos motores-exploratórios (movimento corporal e sensações) e/ou aspectos intelectuais, com competição dos jogadores e regras pré-estabelecidas.
CONSIDERAR: Os jogos de regras começam a ser explorados pelas crianças, geralmente, entre os 4 e 7 anos. Pega-pega, futebol, jogo do lenço-atrás são alguns exemplos. O xadrez, dama, dominó e jogos de percurso são exemplos da outra forma de combinação. Esses jogos também auxiliam no desenvolvimento das regras sociais. Quando as crianças são submetidas às regras do jogo, elas vivenciam tais regras transpondo-as para outras situações e brincadeiras.
DICAS: É importante que as regras sejam apresentadas aos participantes antes do início do jogo de forma clara. Elas devem ser mantidas, tornando-se um desafio aos jogadores. Observar se todos entenderam as regras, se sugerem variações deste mesmo jogo com novas regras e se desejam batizar este novo jogo com nomes escolhidos pelo grupo.
JOGOS COOPERATIVOSO
 importante é... que todos participem, aproveitem , aprendam, deleitem-se.
CONSIDERAR: O individualismo e a riqueza material tornaram-se mais importantes para o homem pós-moderno que valores como a união, a cooperação, a paz, a responsabilidade e a organização. A cultura da sociedade ocidental é baseada no consumo e orientada para a produtividade, portanto dentro deste contexto, muitas vezes o único caminho que vemos é o da competição. Se acreditarmos que a competição é o único e natural caminho, caímos numa grande armadilha, afinal aquilo em que acreditamos é aquilo o que construiremos. Com relação ao desempenho acadêmico, uma série de estudos demonstra que crianças de várias classes socioeconômicas têm maior sucesso em áreas como matemática,  desenvolvimento vocacional e leitura quando estão trabalhando junto com seus colegas sob uma estrutura de objetivos cooperativos em vez de individualistas ou competitivos.
DICAS: A competição muito presente promove a comparação entre as pessoas e acaba por favorecer a exclusão baseada em critérios não discutidos mas apropriados por todos. Um ambiente competitivo aumenta a tensão e a frustração e pode desencadear comportamentos agressivos.
 *FONTE: São Paulo (SP), Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de Orientação Técnica. São Paulo é uma escola - Manual de Brincadeiras/ Secretaria Municipal de Educação. - São Paulo : SME / DOT, 2006.
FONTE:http://falandodaeducacao.blogspot.com/2009/09/quais-sao-os-diferentes-tipos-de-jogos.html
Avaliação
Professor (a) organize uma planilha com o nome dos jogos.  Por meio de observações, registre na planilha como as crianças participaram dos momentos com  jogos; se conseguiram compreender e respeitar as regras dos jogos estudados.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Dificuldades - Como Lidar


Dificuldades de Aprendizagem e 
Métodos no Processo de Alfabetização


Quando pensamos em dificuldades de aprendizagem vem a nossa mente algo do tipo, incapacidade que o indivíduo apresenta para realizar uma determinada atividade (tarefa). Então a função da escola é propiciar aos alunos caminhos para que eles aprendam cada vez mais e possibilitem aos mesmos atuar criticamente em seu meio social. Propor práticas discursivas de leitura e escrita tendem a ajudar estas crianças em suas dificuldades. Tendo como objetivo analisar as dificuldades de alfabetização. Verificando os métodos para identificá-las e tratá-las. A metodologia utilizada neste estudo será a pesquisa em fontes bibliográficas (livros, artigos). Os resultados permitirão a possibilidade de identificação das dificuldades de aprendizagem no processo de alfabetização e como tratá-las logo no início. O tratamento se dá no início pela observação para depois ingressar no acompanhamento psicológico, terapêutico e também acompanhamento psicopedagógico oferecido pela equipe escolar em sala de aula ou fora dela. Muitas das atividades trabalhadas no dia-a-dia escolar ajudam a criança no desenvolvimento de suas faculdades intelectuais (escrita e leitura).
1.0 Introdução
Quando pensamos em dificuldades de aprendizagem vem a nossa mente algo do tipo, incapacidade que o indivíduo apresenta para realizar uma determinada atividade (tarefa).
De acordo com (GRIGORENKO, STERNEMBERG, 2003, p.29)
“Dificuldade de aprendizagem significa um distúrbio em um ou mais dos processos psicológicos básicos envolvidos no entendimento ou no uso da linguagem, falada ou escrita, que pode se manifestar em uma aptidão imperfeita para ouvir, pensar, falar, ler, escrever, soletrar ou realizar cálculos matemáticos”.
Quando a criança começa a ler, a maioria dos alunos tende a ver as palavras como imagens, com uma forma particular ou um padrão. Eles tendem a não compreender que uma palavra é composta de letras usadas em combinações particulares, que correspondem ao som falado. É essencial que os alunos sejam ensinados e aprendam a arte básica de decodificação e soletração desde o inicio.
A ação de escrever exige também da parte da criança uma ação de analise deliberada. Quando fala, ela tem consciência das operações mentais que executa. Quando escreve, ela tem de tomar consciência da estrutura sonora de cada palavra, tem de dissecá-la e produzi-la em símbolos alfabéticos que tem de ser memorizado e estudado de antemão. (Vygotsky, 1979) Segundo o autor podemos concluir que a dificuldade de aprendizagem é um distúrbio psicológico que causa problemas a criança, quando esta se encontra no início do processo de alfabetização.
Já para (SMITYH, STRICK, 2001, P.14)
dificuldades de aprendizagem são “... problemas neurológicos que afetam a capacidade do cérebro para entender, recordar ou comunicar informações”.
A função primordial da escola seria, para grande parte dos educadores, propiciarem aos alunos caminhos para que eles aprendam, de forma consciente e consistente, os mecanismos de apropriação de conhecimentos. Assim como a de possibilitar que os alunos atuem, criticamente em seu espaço social. Essa também é a nossa perspectiva de trabalho, pois, uma escola transformadora é a que está consciente de seu papel político na luta contra as desigualdades sociais e assumem a responsabilidade de um ensino eficiente para capacitar seus alunos na conquista da participação cultural e na reivindicação social. (Soares, 1998).
Mas, frequentemente o aprendizado fora dos limites da instituição escolar é muito mais motivador, pois a linguagem da escola nem sempre é a do aluno. Dessa maneira percebemos a escola que exclui, reduz limita e expulsa sua clientela: seja pelo aspecto físico, seja pelas condições de trabalho dos professores, seja pelos altos índices de repetência e evasão escolar ou pela inadaptabilidade dos alunos, pois a norma culta padrão é a única variante aceita, e os mecanismos de naturalização dessa ordem da linguagem são apagados. (Soares, 2003).
A análise das questões sobre a leitura e a escrita está fundamentalmente ligada à concepção que se tem sobre o que é a linguagem e o que é ensinar e aprender. E essas concepções passam, obrigatoriamente, pelos objetivos que se atribuem à escola e à escolarização.
Muitas das abordagens escolares derivam de concepções de ensino e aprendizagem da palavra escrita que reduzem o processo da alfabetização e de leitura a simples decodificação dos símbolos lingüístico. A escola transmite uma concepção de que a escrita é a transcrição da oralidade.
(Cagliari, 1989: 26)
“Parte-se do princípio de que o aprendiz deve unicamente conhecer a estrutura da escrita, sua organização em unidades e seus princípios fundamentais, que incluiriam basicamente algumas das noções sobre a relação entre escrita e oralidade, para que possua os pré-requisitos, aprenda e desenvolva as atividades de leitura e de produção da escrita”.
Mas a escrita ultrapassa sua estruturação e a relação entre o que se escreve e como se escreve demonstra a perspectiva de onde se enuncia e a intencionalidade das formas escolhidas. A leitura, por sua vez, ultrapassa a mera decodificação porque é um processo de (re) atribuição de sentidos. Essa seria uma concepção de leitura e escrita como decifração de signos lingüísticos transparentes, e de ensino e aprendizagem como um processo cumulativo.
Já na visão contemporânea a construção dos sentidos, seja pela fala, pela escrita ou pela leitura, está diretamente relacionada às atividades discursivas e às práticas sociais as quais os sujeitos têm acesso ao longo de seu processo histórico de socialização. As atividades discursivas podem ser compreendidas como as ações de enunciado que representam o assunto que é objeto da interlocução e orientam a interação. A construção das atividades discursivas dá-se no espaço das práticas discursivas.
Como dito anteriormente, estamos propondo as práticas discursivas de leitura e escrita como fenômenos sociais que ultrapassam os limites da escola. Partimos do princípio de que o trabalho realizado por meio da leitura e da produção de textos é muito mais que decodificação de signos lingüísticos, ao contrário, é um processo de construção de significado e atribuição de sentidos. Pressupomos, também que a leitura e a escrita são atividades dialógicas que ocorrem no meio social através do processo histórico da humanização.
Creio que este trabalho contribuirá para que seja identificado com mais agilidade as dificuldades na aprendizagem, bem como, sugestões de atividades praticas.
2.0 Objetivos
2.1 Objetivo Geral
Analisar as principais dificuldades de aprendizagem na alfabetização.
2.2 Objetivo Específico
Compreender as dificuldades de leitura e escrita no processo de alfabetização.
3.0 Método
Para a realização do estudo, a abordagem metodológica utilizada foi a Revisão Bibliográfica, consultando-se fontes de dados online, artigos científicos, revistas, livros e bibliotecas para o devido enriquecimento do trabalho. As discussões dos resultados foram feitas a partir da pesquisa em vários bancos de dados. Os resultados baseiam-se nas contribuições dos sujeitos pesquisado (Revisão Bibliográfica): CORREIA, L. M.(1983); FERREIRO, Emília; FONSECA, Vitor da; GOULART, C. M.
4.0 Discussão
O termo dificuldade de aprendizagem surgiu em 1962 com o fim de situar esta problemática num contexto educacional, tentando, assim, retirar-lhe o estigma clínico que caracterizava. Surge, então, uma primeira definição proposta por Kirk (1962) em que era bem evidente a ênfase dada à componente educacional e o distanciamento, em termos biológicos, de outras problemáticas, tal como deficiência mental, privação cultural, entre outras.
Segundo Barbara Bateman (1965), citado por Correia e Martins, o termo engloba três fatores importantes:
“discrepância (a criança com DA é considerada como possuindo um potencial intelectual acima da sua realização escolar); irrelevância da disfunção do sistema nervoso central (para determinação dos problemas educacionais da criança não era capital evidenciar uma possível lesão cerebral); e exclusão(as DA da criança não eram devidas a deficiência mental, perturbação emocional, deficiência visual ou auditiva ou a privação educacional ou cultural)”.
Estas duas definições deram a base fundamental das DA. A mais aceita internacionalmente, é a que figura na Individuals with Disabilities education Act (IDEA), que diz o seguinte:
“Dificuldades de aprendizagem específica” significam uma perturbação num ou mais dos processos psicológicos básicos envolvidos na compreensão ou utilização da linguagem falada ou escrita, que pode manifestar-se por uma aptidão imperfeita de escutar, pensar, ler, escrever, soletrar, ou fazer cálculos matemáticos. O termo inclui condições com problemas perceptivos, lesão cerebral, disfunção cerebral mínima, dislexia e afasia de desenvolvimento. O termo não engloba as crianças que tem problemas de aprendizagem resultantes principalmente de deficiências visuais, auditivas ou motoras, de deficiência mental, de perturbação emocional ou de desvantagens ambientais, culturais ou econômicas. (Federal Register, 1997, p.65083, citado por Correia, 1991).
Para Garcia, as causas que produzem esse transtorno podem ser diversas, desde fatores hereditários, passando por distinta etiologia cerebral, até a ausência de estimulação. O certo é que produz dificuldades na elaboração de imagens globais; o que afeta a compreensão oral e escrita, a dificuldade no seguir instruções, dificuldades de julgar causas e efeitos ou dificuldades com a linguagem metafórica ou senso de humor, posto que isto implica a extração de totalidades significativas e relevantes.
As dificuldades de aprendizagem da leitura surgem por dissociações no desenvolvimento das correspondências entre os códigos ortográficos e fonológicos e as conexões múltiplas. Quando não se desenvolvem as conexões específicas entre os códigos entre os códigos específicos ortográfico-fonológicos tradicionais, e múltiplos, surgirão dificuldades de aprendizagem da leitura. Daí que as técnicas instrucionais tradicionais, que favorecem ou a imagem da palavra ou aspectos fônicos ou a análise estrutural, podem contribuir para que dissociações não se produzam ou, se apoiamos a técnica em excesso, se produzam. Esta explicação, atraente e simples, parece apoiar-se empiricamente na avaliação, selecionada teoricamente, e na intervenção.
O ideal é iniciar a instrução enfatizando o desenvolvimento dos códigos ortográficos e fonológicos, o que indiciaria muito positivamente na aquisição do reconhecimento da palavra em maior grau do que nas estratégias tradicionais. (GARCIA, 1998).
Emília Ferreiro e Ana Teberosky atestam que as crianças não entram vazias para as escolas, sem saberem de nada sobre a língua e a linguagem. Para elas, toda criança passa por quatro fases antes de serem alfabetizadas:
1)Pré-silábica; 2)Silábica; 3)Silábico-alfabética; 4)Alfabética:
“A criança que adquire autoconfiança e bem estar na interpretação de seus constructos, desenvolveu boa concentração e certamente terá melhor desempenho na escrita e na leitura”.
Apesar de a criança construir seu próprio conhecimento, no que se refere à alfabetização, cabe ao professor, organizar atividades que favoreçam a reflexão sobre a escrita. “A criança precisa se sentir segura para expressar-se com mais facilidade, o que a ajudará no seu processo de leitura e escrita”.
Segundo as autoras, a criança tem que aprender a ter confiança em si mesma para expressar-se com mais facilidade.
Quando criança apresenta deficiências no processamento da linguagem: Essas crianças podem ter problemas com qualquer aspecto da linguagem, como por exemplo, ouvir as palavras corretamente e entender os seus significado. As dificuldades apresentadas por estas crianças começam com a linguagem falada o que ocasionalmente interfere na leitura e escrita, no período em que a criança ingressa na escola. Alguns sintomas que devem ser observados: atraso para aprender a falar; tem problemas para citar nomes de objetos ou de pessoas; usa uma gramática pobre; com freqüência, pronuncia mal as palavras; com freqüência, usa gestos com as mãos ou a linguagem corporal para ajudar a transmitir a mensagem; evita falar; demonstra pouco interesse por livros ou historias; com frenquencia, não compreende ou não recorda instruções.
A deficiência também pode ser na língua escrita e devem ser observados os seguintes itens: atrasos significativos para aprender a ler; dificuldade na citação de nomes de letras; problemas para associar letras a sons, discriminar os sons nas palavras, mesclar sons para formar palavras; tenta adivinhar palavras estranhas, ao invés de usar habilidades de analise da palavra; Lê muito lentamente; fraca retenção de novas palavras no vocabulário; antipatiza com a leitura, evitando-a.
Para identificar uma possível deficiência é necessário que o aluno apresente alguns dos itens relacionados.

Principais problemas de aprendizagens:
Problemas graves de comunicação: A criança com dificuldades de aprendizagem pode apresentar um bloqueio ao se expressar com outros.
Mutismo seletivo: é uma condição de ansiedade social, na qual uma pessoa que é capaz de falar é incapaz de expressar-se verbalmente dadas certas situações.
Dislalias: a dislalia (do grego dys + lalia) é um distúrbio da fala, caracterizado pela dificuldade em articular as palavras. Basicamente consiste na má pronúncia das palavras, seja omitindo ou acrescentando fonemas, trocando um fonema por outro ou ainda distorcendo-os ordenadamente.
Disglossias: É caracterizada por uma dificuldade na produção oral ocasionada por alterações anatômicas e/ou fisiológicas dos órgãos envolvidos na fala e cuja causa seja de origem periférica, não relacionada diretamente com alterações neuropsicológicas. Existem diversas causas que incluem: malformações congênitas craniofaciais, transtornos do crescimento que afetam diretamente os órgãos da fala e anomalias adquiridas como conseqüência de lesões na estrutura orofacial ou extirpações cirúrgicas. Má oclusão por malformações; atresia ou ressecção mandibular; lábio leporino com ou sem fissura palatina; traumatismos craniofaciais; véu palatino paralisado, alongado ou fissurado; anquiloglosia; glosectomia; paralisia da língua e alterações na cavidade nasal são algumas das causas de disglossia.
Atraso da fala: Algumas crianças apresentam perturbação no desenvolvimento da linguagem que não pode ser explicado por déficits de percepção sensorial, capacidades intelectuais ou funcionamento motor ou sócio-econômico. Os atrasos de linguagem podem acarretar dificuldades em toda a vida do sujeito, pois a aquisição de linguagem acontece como uma continuidade durante todo o desenvolvimento. Alguns processos facilitadores da fala, vocábulo restrito, uso reduzido de artigos, preposições, expressões incorretas de tempos verbais evidenciam uma habilidade reduzida do uso da língua, caracterizando um atraso leve de linguagem. Quanto maior a intensidade das características acima citadas maior é a complexidade e o agravamento do grau do atraso na linguagem.
Disfemias: são perturbações intermitentes na emissão das palavras, sem que existam alterações dos órgãos da expressão. Neste grupo de transtornos da linguagem o distúrbio mais importante é a gagueira (tartamudez).
Afasia: a afasia é uma deterioração da função da linguagem, depois de ter sido adquirida de maneira normal e sem déficit intelectual correlativo. Caracteriza-se por dificuldade em nomear pessoas e objectos. Podem levar a um discurso vago ou vazio caracterizado por longos circunlóquios e pelo uso excessivo de referências indefinidas como "coisa" ou "aquilo". Pode evoluir para um comprometimento grave da linguagem escrita e falada e da repetição da linguagem.
Disfasia: (Disfasia/Audiomudez).Transtornos raros da evolução da linguagem. Trata-se de crianças que apresentam um transtorno da integração da linguagem sem insuficiência sensorial ou fona tória; que podem, embora com dificuldade, comunicar-se verbalmente e cujo nível mental é considerado normal.
Dislexia: a dislexia (da contração das palavras gregas: dis = difícil, prejudicada, e lexis = palavra) caracteriza-se por uma dificuldade na área da leitura, escrita e soletração. A dislexia costuma ser identificada nas salas de aula durante a alfabetização sendo comum provocar uma defasagem inicial de aprendizado.
A dislexia, segundo Jean Dubois et al. (1993, p.197), é um defeito de aprendizagem da leitura caracterizado por dificuldades na correspondência entre símbolos gráficos, às vezes mal reconhecidos, e fonemas, muitas vezes, mal identificados.
A dislexia não é uma doença. É apenas um bloqueio apresentado por crianças que encontram-se no início do processo de alfabetização.A dislexia é caracterizadapela dificuldade de aprendizagem na leitura e escrita.Pessoas disléxicas apresentam dificuldades na associação do som à letra(alfabeto) e também tendem a trocar algumas letras ou mesmo escrevê-las na ordem inversa.
Hiperatividade: Alguns fatores de desenvolvimento no início da infância como o bebê com dificuldades para dormir e para se acalmar, possam colocar essa criança no grupo de risco de ser uma criança hiperativa. “[...] Embora os profissionais não rotulem uma criança antes de ela ter no mínimo cinco anos [...]”(GOLDESTEIN, 1998,p.22.).
O diagnóstico de hiperatividade é difícil e complexo. Vejamos alguns pontos comuns:
* Desatenção e agitação: uma criança hiperativa não consegue se concentrar.
* Impulsividade: crianças hiperativas muitas vezes não pensam antes de agir, o que resulta num comportamento inadequado.
A hiperatividade é um problema muito complexo e se não for tratado na infância traz conseqüências drásticas pelo resto da vida.
“As crianças com dificuldades de aprendizagem frequentemente têm problemas em mais de uma área”. Por exemplo, a deficiência primária de uma criança (aquela que está causando mais problemas na escola) pode envolver problemas com a compreensão da linguagem, mas ela também pode ter problemas com a concentração e estar um pouco atrasada no desenvolvimento de sua coordenação motora fina. Em casos como esse, é necessário compreender não apenas cada uma das deficiências, mas também como podem complicar umas as outras. Para “maximinizarem-se as chances de melhora, todas as deficiências precisam ser abordadas”.
“As dificuldades de aprendizagem não desaparecem, quando uma criança volta para casa após a escola”. Essas condições afetam o modo como uma criança percebe o mundo, de forma que influenciam a conduta em casa e os relacionamentos sociais e familiares, bem como o desempenho escolar. Grande parte do comportamento que parecem descuidado ou mesmo propositadamente perturbador (como uma dificuldade para ser pontual, perder as coisas ou o fracasso crônico para completar tarefas) pode estar relacionada, em parte, com os problemas de aprendizagem da criança. Os pais que entendem a natureza da deficiência do filho estão na melhor posição para desenvolverem expectativas realísticas – e eles também pouparão a si mesmos muitos incômodos e agravamentos inúteis”.
“As dificuldades de aprendizagem podem produzir conseqüências emocionais. As razões não são nenhum mistério. Como você poderia sentir-se se enfrentasse uma exigência diária para fazer algo que não consegue fazer (ler um livro em sânscrito, por exemplo)? Dia após dia você se esforça, sem sucesso. Você ficaria frustrado? Ansioso? Irritado? Agora, suponhamos que você seja o único em um grupo de 25 pessoas que não consegue executar essa tarefa. Todos os seus companheiros já estão no sânscrito intermediário, e você não consegue sair da primeira página. Seus professores e aqueles que você ama estão ficando impacientes. É claro que você pode fazer isso, eles insistem- tudo o que tem a fazer é tentar!”.
A identificação das DA deve ser feita o mais rápido possível. Cabe aos professores-educadores e pais identificá-las, observando o comportamento apresentado pelas crianças.
Neste sentido, requer-se que qualquer aluno possa ter a sua disposição um conjunto de serviços adequados as suas necessidades, prestados, sempre que possível, na classe regular. Para alunos com dificuldades de aprendizagens, no que diz respeito a serviços educacionais na classe regular, há que considerar um conjunto de fatores que podem facilitar a sua aprendizagem, reestruturando o ambiente educativo, dando instruções simples sobre as tarefas escolares, ajustando os horários (sê necessário, dar um tempo a mais, ou menos atividades), alterar os textos e das atividades de casa, fazer uso da tecnologia de informação e de comunicação, rever a proposta de avaliação. Sê necessário, alguns serviços educacionais (serviços de psicologia, fonoaudióloga, terapia ocupacional, psicopedagogicos clinico) podem ser feitos fora da classe regular.

A seguir uma lista de verificação que tem por base a Escala de Comportamento Escolar (Correia, 1983) e uma lista de verificação do Centro Nacional Americano para as Dificuldades de Aprendizagem (1997), onde está agrupado um conjunto de sinais que podem ser indicadores de DA.



Já que não se trata de uma questão de métodos, é o comportamento do professor em face de sua prática pedagógica que faz diferença. Estes são os principais métodos utilizados pelos professores:
Fônico:
Enfatiza as relações símbolo-som. Há duas “correntes”. Na sintética, o aluno conhece os sons representados pelas letras e combina esses sons para pronunciar palavras. Na analítica, o aluno aprende primeiro uma série de palavras e depois parte para a associação entre o som e as partes das palavras.
Alfabético:
Os alunos primeiro identificam as letras pelos seus nomes, depois soletram as sílabas e, em seguida, as palavras antes de lerem sentenças curtas e, finalmente, histórias. Quando os alunos encontram palavras desconhecidas, as soletram até decodificá-las.
Analítico:
Também conhecido como método “olhar-e-dizer”, começa com unidades completas de linguagem e mais tarde as divide em partes. Exemplo: as sentenças são divididas em palavras, e as palavras, em sons. O “Orbis Sensualium Pictus” é considerado o primeiro livro escolar importante. Abaixo das gravuras estavam os nomes impressos para que os estudantes memorizassem as palavras, sem associá-las as letras e sons.
Sintético:
Começa a ensinar por partes ou elementos das palavras, tais como letras, sons ou sílabas, para depois combiná-los em palavras. A ênfase é a correspondência som-símbolo.
A apropriação da linguagem escrita, na perspectiva das práticas sociais letradas, vem sendo estudada como uma aprendizagem conceitual de grande complexidade.
O trabalho pedagógico realizado nas classes de alfabetização, em geral, não se tem mostrado suficiente para formar leitores, escritores proficientes (GOULART, 2000).
É possível constarmos que há um alto índice de fracasso escolar, principalmente nas classes de alfabetização. O que preocupa muito a escola e a sociedade.
MORAIS (1994) afirma:
“(...) com freqüência os professores procuram explicar por que o aluno não aprende, atribuindo a culpa, apressadamente, a aspectos isolados, deficiências de natureza biológica, psicológica e cultural, carências de diferentes tipos, em detrimento de pesquisas mais abrangentes e de análises mais criteriosas capazes de esclarecer a situação.”
Já para FONSECA (1995):
“as dificuldades de aprendizagem aumentam na presença de escolas superlotadas e mal equipadas, além de contarem com muitos professores “desmotivados”. A escola não pode continuar a ser uma fábrica de insucesso”.
Segundo FONSECA, podemos concluir que os professores assim, como as escolas devem trabalhar com competência e dedicação (revendo seus métodos de ensino e adaptando-os quando necessário), para atraírem os alunos para a escola, onde terão a oportunidade de aprender a ler e escrever. E também a melhorar as estatísticas quanto ao fracasso escolar, embora, não podemos negar que independente do tipo de escola ou sala de aula há alunos que realmente, apresentam dificuldades de aprendizagem e devem ser diagnosticado e tratado devidamente por um profissional competente e ter o apoio do professor e da família.
De quem é a responsabilidade quando uma criança apresenta dificuldades de aprendizagem na alfabetização? O que fazer?
Os pais, a escola (professor) e a criança devem estar em sintonia, cada um fazendo sua parte. A responsabilidade é de todos. Cada um deve fazer a sua parte. Na escola a criança vai receber ajuda do professor, e em casa deve ser auxiliado pelos pais. Pais e professor devem auxiliar a criança que está em processo de aprendizagem, para que ela venha a desenvolver-se.
5.0 Considerações finais
Tfouni (1995) refere-se à alfabetização como um processo individual de aquisição da escrita, o que envolve aprendizagem de habilidades para leitura, escrita e práticas de linguagem. Caracteriza-se pela incompletude, “já que a sociedade está em contínuo processo de mudança, e atualização individual para acompanhar essas mudanças é constante”. (p.15).
As dificuldades de aprendizagem na alfabetização devem ser tratadas. O primeiro passo é a observação por parte dos professores e dos pais, para juntos buscarem ajuda de outros profissionais. Esta ajuda é uma avaliação que será feita tendo por finalidade verificar se o aluno obedece a um conjunto de critérios, ou regras simples e se tem problemas de concentração e de atenção; com isso os profissionais irão verificar se o nível de inteligência desta criança está na média ou acima dela. A partir daí este aluno será atendido por estes profissionais, que farão intervenções adequadas (disponibilizando serviços de acompanhamento de Psicologia, de terapia da fala de acordo com as necessidades do aluno) para prevenir ou reduzir este problema de dificuldade de aprendizagem.
Algumas sugestões de atividades para se trabalhar em sala de aula com a criança que apresenta dificuldades de aprendizagem. Primeiramente a parte de psicomotricidade: esquema corporal, lateralidade, estruturação espacial, orientação temporal, pré-escrita. Ao aplicar estas atividades o (a) professor (a) deve estar atento ao comportamento apresentado pelo aluno. E não exigir que ele aprenda tudo num primeiro momento; cada criança aprende a seu tempo.Depois vem a parte de Cognição: percepção, memória visual, auditiva e visomotora, atenção, raciocínio, linguagem e compreensão da leitura. O professor deve trabalhar estas atividades de forma clara e objetiva, facilitando a compreensão da criança e seu desenvolvimento.
Um ponto que não podemos esquecer-nos de frisar é que estes profissionais que lidam com alunos com dificuldades de aprendizagem têm que estar em constante processo de formação para atender de forma adequada estes alunos e os pais.
A escola (professores, gestores) deve incentivar e contribuir para com a família e o aluno buscando ajuda e mais conhecimentos para lidar com as dificuldades de aprendizagem; apresentando-se como uma comunidade escolar ativa e dinâmica que almeja melhorias na qualidade do atendimento escolar e psicológico de seus alunos.
Referências Bibliográficas:
CAGLIARI, Tânia. O Professor Refém: para pais e professores entenderem por que fracassa a educação no Brasil. Rio de Janeiro. Record.
CORREIA, L. M.(1983). Escala de Comportamento Escolar. Porto: Porto Editora.
FERREIRO, Emília, Reflexões sobre alfabetização. São Paulo, Cortez, 2001.
FERREIRO, E. e TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita.Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.
FONSECA, Vitor da.Introdução ás dificuldades de aprendizagem. 2ª ed.Porto Alegre, Artmed: 1995.
GARCÍA, Jesus Nicasio. (1998). Manual de dificuldades de aprendizagem: linguagem, leitura, escrita e matemática. Tradução de Jussara Haubert Rodrigues. Porto Alegre: Artes Médicas.
GOLDESTEIN, Sam. Hiperatividade: Como desenvolver a capacidade de atenção da criança. 4 ed. Campinas: PAPIRUS,1998.
GOULART, C. M.A apropriação da linguagem escrita e o trabalho alfabetizador na escola. Cad. Pesquisa. Nº. 110-São Paulo, Julho de 2000.
GRIGORENKO, Elena L. STERNBERG, Robert J. Crianças Rotuladas-O que é Necessário Saber sobre as Dificuldades de Aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2003.
KIRK, S. A. (1962). Educating Exceptional Children. Boston: Houghton Mifflin.
MORAIS, A.M.P. A relação entre a consciência fonológica e as dificuldades de leitura. Dissertação de Mestrado, PUC-SP, 1994.
POLITY, Elizabeth. Dificuldade de aprendizagem construindo novas narrativas. São Paulo: Vetor, 2001.
SHIMITH, Corinne. Dificuldades de aprendizagem de A a Z. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001.
SOARES, M. Letramento: como avaliar, como medir. In: SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autentica, 1998.
SOARES, M. Letramento e alfabetização: as muitas facetas. Revista Brasileira de Educação. UMFMG, outubro 2003.
TFOUNI, Leda V. – Letramento e Alfabetização. São Paulo: Cortez, 1995.
VYGOTSKY, Lev Semenovich, A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
                 Resumo - Autoras: Nelci Soares Pérsio e Eunice Barros Ferreira Bertoso

Criança gosta de diversão! Bom proveito!
(Rosangela Vali)



   
Fonte:http://varaldeatividades.blogspot.com.br