LER É MUITO BOM!!!
Incentivo à leitura
Geralmente, a criança precisa do “empurrãozinho” de um adulto para aprender a gostar de ler. E isso é muito natural. Em algum momento, você também já deve ter desejado que seus pais o ajudassem a se tornar um leitor apaixonado, não é mesmo? E nós temos algumas dicas preciosas para os adultos.Que tal pedir ao papai e à mamãe (ou a outro adulto responsável por você) que leiam os nossos conselhos? Se eles seguirem estes passos, você, leitor mirim, poderá se dar muito bem:
- Reserve algumas horas por dia para a leitura em família. Faça com que a criança aprecie esse momento, em vez de encará-lo como uma obrigação.
- Freqüente livrarias e bibliotecas com a criança e leve-a para eventos de contadores de histórias ou conte-as você mesmo. Faça disso um programa de lazer.
- Converse com as crianças sobre livros e peça-lhes que comentem a história que acabaram de ler. Isso estimula a formação do pensamento crítico.
- Em aniversários de crianças, dê livros de presente.
- Estabeleça horários fixos para computador, videogame e TV. Tente dosar essas atividades com a leitura.
- Jogos com palavras e frases também podem estimular o hábito pela leitura.
plenarinho
Dicas para gostar de ler
Aqui vão algumas dicas para gostar de ler cada vez mais:Se há alguém na família que lê, aproveite: essa pessoa pode indicar um bom caminho para você se familiarizar com os livros.
- Peça dicas de bons livros aos seus parentes e professores. Eles também podem levar você para conhecer as bibliotecas públicas da sua cidade.
- As histórias em quadrinhos são uma boa forma de gostar de ler desde cedo.
- Se você é do tipo que gosta de saber sobre a vida dos famosos, leia uma biografia. Se é leitor de jornais, experimente livros de crônicas.
- Uma peça ou um filme cuja história foi baseada em um livro pode levá-lo a procurar a obra original.
- Freqüente sebos, livrarias e bibliotecas.A proximidade com os livros pode começar a seduzi-lo.
plenarinho
Este interessante texto é baseado no livro "Socorro - Preciso de Motivação", de autoria de Luiz Marins Filho. Leia e veja o que os gansos têm a nos ensinar sobre trabalho em equipe e espírito colaborativo...
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1. "Quando um ganso bate as asas, cria um vácuo para o pássaro seguinte. Voando numa formação em V, o bando inteiro tem o seu desempenho 71% melhor do que se a ave voasse sozinha".
· Lição: Pessoas que compartilham uma direção comum e senso de comunidade, podem atingir seus objetivos mais rápida e facilmente.
2. "Sempre que um ganso sai da formação, sente subitamente a resistência por tentar voar sozinho e, rapidamente, volta para a formação, aproveitando a 'aspiração' da ave imediatamente à sua frente".
· Lição: se tivermos tanta sensibilidade quanto um ganso, permaneceremos em formação com aqueles que se dirigem para onde pretendemos ir e nos disporemos a aceitar a sua ajuda, assim como prestar a nossa ajuda aos outros.
3. "Quando o ganso líder se cansa, muda para trás na formação e, imediatamente, um outro assume o lugar, voando para a posição de ponta".
· Lição: É preciso acontecer um revezamento das tarefas pesadas e dividir a liderança. As pessoas, assim como os gansos, são dependentes uma das outras.
4. "Os gansos de trás, na formação, grasnam para incentivar e encorajar os da frente a aumentar a velocidade"
· Lição: Precisamos nos assegurar de que o nosso "grasno" seja encorajador para que a nossa equipe aumente o nosso desempenho.
5. "Quando um ganso fica doente, ferido, ou é abatido, dois gansos saem da formação e seguem-no para ajudá-lo e protegê-lo. Ficam com ele até que esteja apto a voar de novo ou morra. Só assim, eles voltam ao procedimento normal, com outra formação, ou vão atrás de outro bando".
· Lição: Se nós tivermos bom senso tanto quanto os gansos, também estaremos ao lado dos outros nos momentos difíceis.
Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura:
Informativa e de reconhecimento; Interpretativa.
Informativa e de reconhecimento; Interpretativa.
A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro contato com o texto, extraindo-se informações e se preparando para a leitura interpretativa. Durante a interpretação grife palavras-chave, passagens importantes; tente ligar uma palavra à idéia-central de cada parágrafo.
A última fase de interpretação concentra-se nas perguntas e opções de respostas. Marque palavras com NÃO, EXCETO, RESPECTIVAMENTE, etc, pois fazem diferença na escolha adequada.
Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia a frase anterior e posterior para ter idéia do sentido global proposto pelo autor.
ORGANIZAÇÃO DO TEXTO E IDÉIA CENTRAL
Um texto para ser compreendido deve apresentar idéias seletas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela idéia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto.
Podemos desenvolver um parágrafo de várias formas:
Declaração inicial;
Definição;
Divisão;
Alusão histórica.
Serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques. Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da margem esquerda.
Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a idéia central extraída de maneira clara e resumida.
Atentando-se para a idéia principal de cada parágrafo, asseguramos um caminho que nos levará à compreensão do texto.
OS TIPOS DE TEXTO
Basicamente existem três tipos de texto:
1. Texto narrativo;
2. Texto descritivo;
3. Texto dissertativo.
Cada um desses textos possui características próprias de construção.
DESCRIÇÃO
Descrever é explicar com palavras o que se viu e se observou. A descrição é estática, sem movimento, desprovida de ação. Na descrição o ser, o objeto ou ambiente são importantes, ocupando lugar de destaque na frase o substantivo e o adjetivo.
O emissor capta e transmite a realidade através de seus sentidos, fazendo uso de recursos lingüísticos, tal que o receptor a identifique. A caracterização é indispensável, por isso existe uma grande quantidade de adjetivos no texto.
Há duas descrições:
1. Descrição denotativa
2. Descrição conotativa.
DESCRIÇÃO DENOTATIVA
Quando a linguagem representativa do objeto é objetiva, direta sem metáforas ou outras figuras literárias, chamamos de descrição denotativa. Na descrição denotativa as palavras são utilizadas no seu sentido real, único de acordo com a definição do dicionário.
Exemplo:
Saímos do campus universitário às 14 horas com destino ao agreste pernambucano. À esquerda fica a reitoria e alguns pontos comerciais. À direita o término da construção de um novo centro tecnológico. Seguiremos pela BR-232 onde encontraremos várias formas de relevo e vegetação.
No início da viagem observamos uma típica agricultura de subsistência bem à margem da BR-232. Isso provavelmente facilitará o transporte desse cultivo a um grande centro de distribuição de alimentos a CEAGESP.
DESCRIÇÃO CONOTATIVA
Em tal descrição as palavras são tomadas em sentido figurado, ricas em polivalência.
Exemplo:
João estava tão gordo que as pernas da cadeira estavam bambas do peso que carregava. Era notório o sofrimento daquele pobre objeto.
Hoje o sol amanheceu sorridente; brilhava incansável, no céu alegre, leve e repleto de nuvens brancas. Os pássaros felizes cantarolavam pelo ar.
NARRAÇÃO
Narrar é falar sobre os fatos. É contar. Consiste na elaboração de um texto inserindo episódios, acontecimentos.
A narração difere da descrição. A primeira é totalmente dinâmica, enquanto a segunda é estática e sem movimento. Os verbos são predominantes num texto narrativo.
O indispensável da ficção é a narrativa, respondendo os seus elementos a uma série de perguntas:
• Quem participa nos acontecimentos? (personagens);
• O que acontece? (enredo);
• Onde e como acontece? (ambiente e situação dos fatos).
• Fazemos um texto narrativo com base em alguns elementos:
• O quê? – Fato narrado;
• Quem? – personagem principal e o anti-herói;
• Como? – o modo que os fatos aconteceram;
• Quando? – o tempo dos acontecimentos;
• Onde? – local onde se desenrolou o acontecimento;
• Por quê? – a razão, motivo do fato;
• Por isso: – a conseqüência dos fatos.
No texto narrativo, o fato é o ponto central da ação, sendo o verbo o elemento principal. É importante só uma ação centralizadora para envolver as personagens.
Deve haver um centro de conflito, um núcleo do enredo.
A seguir um exemplo de texto narrativo:
Toda a gente tinha achado estranha a maneira como o Capitão Rodrigo Camborá entrara na vida de Santa Fé. Um dia chegou a cavalo, vindo ninguém sabia de onde, com o chapéu de barbicacho puxado para a nuca, a bela cabeça de macho altivamente erguida e aquele seu olhar de gavião que irritava e ao mesmo tempo fascinava as pessoas. Devia andar lá pelo meio da casa dos trinta, montava num alazão, trazia bombachas claras, botas com chilenas de prata e o busto musculoso apertado num dólmã militar azul, com gola vermelha e botões de metal.
(Um certo capitão Rodrigo – Érico Veríssimo)
A relação verbal emissor – receptor efetiva-se por intermédio do que chamamos discurso. A narrativa se vale de tal recurso, efetivando o ponto de vista ou foco narrativo.
Quando o narrador participa dos acontecimentos diz-se que é narrador-personagem. Isto constitui o foco narrativo da 1ª pessoa.
Exemplo:
Parei para conversar com o meu compadre que há muito não falava. Eu notei uma tristeza no seu olhar e perguntei:
- Compadre por que tanta tristeza?
Ele me respondeu:
- Compadre minha senhora morreu há pouco tempo. Por isso, estou tão triste.
Há tanto tempo sem nos falarmos e justamente num momento tão triste nos encontramos. Terá sido o destino?
Já o narrador-observador é aquele que serve de intermediário entre o fato e o leitor. É o foco narrativo de 3ª pessoa.
Exemplo:
O jogo estava empatado e os torcedores pulavam e torciam sem parar. Os minutos finais eram decisivos, ambos precisavam da vitória, quando de repente o juiz apitou uma penalidade máxima.
O técnico chamou Neco para bater o pênalti, já que ele era considerado o melhor batedor do time.
Neco dirigiu-se até a marca do pênalti e bateu com grande perfeição. O goleiro não teve chance. O estádio quase veio abaixo de tanta alegria da torcida.
Aos quarenta e sete minutos do segundo tempo o juiz finalmente apontou para o centro do campo e encerrou a partida.
FORMAS DE DISCURSO
• Discurso direto;
• Discurso indireto;
• Discurso indireto livre.
DISCURSO DIRETO
É aquele que reproduz exatamente o que escutou ou leu de outra pessoa.
Podemos enumerar algumas características do discurso direto:
- Emprego de verbos do tipo: afirmar, negar, perguntar, responder, entre outros;
- Usam-se os seguintes sinais de pontuação: dois-pontos, travessão e vírgula.
Exemplo:
O juiz disse:
- O réu é inocente.
DISCURSO INDIRETO
É aquele reproduzido pelo narrador com suas próprias palavras, aquilo que escutou ou leu de outra pessoa.
No discurso indireto eliminamos os sinais de pontuação e usamos conjunções: que, se, como, etc.
Exemplo:
O juiz disse que o réu era inocente.
DISCURSO INDIRETO LIVRE
É aquele em que o narrador reconstitui o que ouviu ou leu por conta própria, servindo-se de orações absolutas ou coordenadas sindéticas e assindéticas.
Exemplo:
Sinhá Vitória falou assim, mas Fabiano franziu a testa, achando a frase extravagante. Aves matarem bois e cavalos, que lembrança! Olhou a mulher, desconfiado, julgou que ela estivesse tresvariando”. (Graciliano Ramos).
http://aprendafacil.wordpress.com/2008/07/09/interpretacao-de-textos/
Era uma vez uma vassoura que vivia atrás de uma porta. A coitada não era usada como antes. Estava velha, acabada. A dona da casa já não precisava tanto dela. Um dia, muito triste, a vassoura resolveu desabafar com o pano de chão que estava pendurado num prego.
- Pois é amigo. Um dia eu cheguei nesta casa e tinha muito chão para varrer. Lavava o imenso quintal, vasculhava as paredes, deixava quartos, salas e banheiros brilhando de tão limpos. Agora, meu amigo, eu sou nada. Veja o meu fim, a minha decadência.
- É, dona vassoura – disse o pano de chão – o tempo passa e chega o dia da aposentadoria. Olhe para mim, eu já estou quase me aposentando. Já estou desfiando nas laterais, tenho um pequeno furo no meio, estou encardido, logo serei substituído por outro novinho em folha.
- Não estou me referindo a estado de conservação, estou falando de erradicação, ser banida, substituída por um tal de aspirador de pó, essa máquina infernal, barulhenta, sem história, sem tradição.
- Mas dona vassoura, isso não é bom? A senhora pode descansar, ficar quietinha aí no canto, sem ter que trabalhar tanto.
- Não, meu amigo. Não posso parar. Tenho de cumprir a minha sina.
- Amiga, não fique angustiada. Nada nem ninguém pode negar o seu valor na história. Sabe que você representa o poder feminino de efetuar a limpeza da eletricidade negativa dos ambientes?
- Eu sei, meu amigo... Por isso as minhas ancestrais eram feitas de ramos de louro, arruda, manjericão, alecrim, alfazema. As donas de casa juntavam todas as ervas ou escolhiam uma que amarravam em torno de um galho construindo uma vassoura perfumada para purificar o ambiente.
- Isso é tão bonito, dona vassoura! – exclamou o pano de chão comovido.
- É meu amigo, mas existe o lado oposto.
- Lado oposto? Que lado é esse?
- Antigamente diziam que nós, as vassouras, éramos avião de bruxa. Que as feiticeiras da Idade Média viajavam pelos ares cavalgando as vassouras. A partir dessa crendice a vassoura se tornou, na Europa, um amuleto de poder maléfico.
- Cruz credo, amiga.
- As vassouras faziam parte do folclore de alguns países, não é verdade dona vassoura?
- Sim, meu caro! Dos romanos aos chineses. Tínhamos significado fálico, afastávamos mau-olhado e pessoas indesejáveis.
- Batiam nas pessoas?
- Não, meu querido. Éramos colocadas atrás de uma porta com o cabo para baixo e o indesejável ia embora rapidinho.
- A senhora sabia que no Brasil existe a Nossa Senhora da Vassoura?
- Ah, está rindo mim, pano?
- Não amiga. É verdade. No Maranhão havia um cartaz-reclame de um determinado remédio representado por uma enfermeira vassourando remédios inúteis, ficou tão popular que terminou sendo a Nossa Senhora da Vassoura que nos livra dos maus remédios.
- Essa é boa, meu amigo!
- Não sei se você sabe, mas a crendice popular diz que cachorro que apanha de vassoura fica covarde e o gato fica ladrão.
- Puxa, você sabe tanta coisa de mim, meu caro pano de chão, que a minha tristeza está começando a passar.
- Fico feliz, dona vassoura. Aposentadoria não é o fim do mundo. Veja quanta coisa boa as vassouras fizeram, ao passo que o aspirador de pó não tem um currículo igual ao seu. Você ainda tem serventia.
E o pano de chão deu uma risadinha ao ouvir a voz da dona da casa dando ordens à empregada:
- Maria, traga o pano de chão e aquela vassoura velha para limpar a casinha do cachorro.
A DISCUSSÃO DOS TALHERES
Maria Hilda de J. Alão.
Garfo, faca e colher estavam numa gaveta discutindo um assunto sério: quem era o melhor e o mais útil no mundo dos homens. A faca, vaidosa, dizia:
- Eu facilito a vida do homem. Corto coisas enormes que ele jamais poderia utilizar ou comer sem a minha ajuda.
O garfo, muito metido, disse com empáfia:
- Sem mim os homens teriam de usar os dedos para levarem os alimentos à boca, e como esquecem de lavar as mãos engoliriam tanta bactéria que teriam indigestão bacteriana.
- Você sabe por que o homem comia com os dedos?
- Não. – disse o garfo.
- Porque achavam que o alimento era sagrado e por isso devia ser comido com os dedos.
- Mas sem lavar as mãos, não é dona faca? Eu continuo dizendo que sou a ferramenta indispensável na mesa dos humanos.
A faca, nervosa, retrucou:
- Deixa de ser burro, garfo tonto. Garfo sem faca é o mesmo que relógio sem ponteiro, um não funciona sem o outro. Eu sou talher mais antigo da história! Fui feita de pedra e servia para a caça e defesa. Depois passei a ser feita de bronze, isso numa outra época.
- Eu sei, seu bobo enxerido, que o homem oriental usava pauzinho a guisa de garfo, feito de bambu e tinha um nome engraçado, hashi. Isso você não sabia. Sabia? Sei, também, que apesar de você ser antigo só chegou ao mundo ocidental no século XI, na Itália. Você foi criado pelos gregos e adotado no século VII pelo Império Bizantino. Na Inglaterra, até o início do século XVII você era considerado utensílio efeminado.
- Não fale assim de mim, dona faca. – choramingou o garfo - Eu não sou efeminado. Eu nasci para facilitar, não para complicar. Eu sei tudo isso que você falou. Sei que ainda hoje, entre os orientais, permanece o uso dos pauzinhos. Com os pauzinhos o homem demorava muito tempo para comer. Cada vez que ele pegava uma porção para levar à boca, caía tudo de volta para o prato. Comigo não. Ele me enche de comida e eu entafulho a sua boca.
- Você, seu garfo, é malvado porque incita o homem a comer demais e muito rápido. O costume de comer muito e rápido é prejudicial à saúde. Os pauzinhos são uma forma de disciplinar a alimentação. Aos poucos e devagar. Com eles não se pode pegar um bolão de comida.
- Não adianta, dona faca, sem esse garfinho aqui o homem é nada vezes nada.
- Ora, não seja convencido! - exclamou a faca – às vezes você machuca a boca das pessoas.
- Ah, é!? E você que corta os dedos das crianças.
- Só das crianças desobedientes. Eu ouço sempre as mães dizendo:
- Crianças não brinquem com facas...
E o garfo exultante acrescentou:
- Viu, viu como eu sou mais útil do que você? Eu nunca ouvi uma mãe dizer: - Não peguem o garfo, crianças! Ah, ah, ah, eu sou bom demais!!!
- Pode rir seu bobo. – disse a faca amuada – o seu deboche não me atinge, porque eu sei que você também é perigoso nas mãos das crianças.
E a discussão continuou. A colher, que estava quietinha lá no seu cantinho, numa das divisões do porta-talher, interferiu:
- Dá licença!
- Pois não, dona colher – disse o garfo.
- Vocês estão nessa discussão boba de quem é melhor, quem é mais útil sem pensar que somos um conjunto. Deus permitiu que o homem tivesse a inspiração para nos criar e fazer de nós o pai, o filho e o espírito santo das cozinhas. Somos a tríade que facilita o trabalho de preparar e ingerir os alimentos. A minha história é meio nebulosa. Foram encontrados, em escavações, objetos semelhantes a mim, provavelmente, com mais de vinte mil anos. Sei que os gregos antigos utilizavam a colher de pau para preparar e comer os alimentos. Como vocês podem ver a minha história não é tão interessante quanto as suas. O que tenho certeza é que já fomos objetos rústicos, hoje somos mais modernos. Somos feitos de metal, plástico e madeira. Somos até jóias feitas em ouro e prata. Mas a nossa função é a mesma, desde que surgimos na civilização: ajudar o homem na sua alimentação.
Nós somos a união, e a união faz a força. Lembrem-se que um é complemento do outro. E se é para se gabar de utilidade, eu quero fazer uma pergunta:
- Diante de um fumegante prato de sopa, quem é o mais útil? Ah, ah, ah, ah, peguei vocês.
Nos primeiros anos da Criação, uma gota d'água celestial pediu e Deus consentiu: ela queria estar junto aos homens. Estava determinada a auxiliar a humanidade em sua caminhada evolutiva e, para tanto, desceria dos páramos siderais e colocar-se-ia a serviço dos seres inteligentes da criação, na Terra.
Assim, ela partiu das mãos do Criador e se incorporou a uma nuvem formada no Céu, que mais tarde se transformou em abundante chuva que caiu sobre a Terra. O aguaceiro formado iniciou sua caminhada, logo se transformando em enfurecida torrente, que rompeu terreno hostil, provocando a abertura de sulcos que mais tarde seriam rios.
Misturada a milhões de gotas d'água terrenas, a missionária foi impulsionada para diante, suportando diversos encontrões em pedras, lajedos, fendas, troncos e raízes de árvores. Sem domínio sobre si, experimentou, pela primeira vez, a dor, o medo e a incerteza. Não imaginava aquela recepção tão rude e desastrosa e, em alguns instantes, sentiu arrependimento, desespero e tristeza.
Por vários dias, a chuvarada caiu sobre a Terra e a gota d'água celeste não teve trégua. Era lançada para lá e para cá, numa convulsão que não cessava. Ferida e cansada, experimentou o remorso, a culpa e o abandono, sentindo-se desprotegida e esquecida. Acabou retida em uma poça que se formou ao longo do caminho. Ali descansou por alguns dias e, aliviada, recompôs-se intimamente.
Logo após, foi ingerida por pequeno animal e, ao circular por seu organismo, foi chamada a servir, misturando-se com substâncias diversas, que nutriam o animal. Agiu com extremada dedicação, renúncia e humildade. Adaptada àquela situação, que para ela representava um longo período, sentiu-se desprezada quando foi abruptamente lançada fora, ao final do processo digestivo do animal.
Chegando ao solo, foi absorvida pela raiz de uma árvore, servindo como condutora da seiva que nutriu a planta. Ao cabo de bom período, ressurgiu para o mundo exterior como produto do orvalho que se depositou em bela flor. Inebriada pelo perfume, experimentou sentimentos nobres como a esperança, a ternura, o carinho e o amor. Reabsorvida pela planta, ingressou, mais tarde, na composição de vigoroso fruto, sendo posteriormente digerida por um ser humano.
Por um período maior, conviveu no interior do organismo do homem, indo se alojar, mais demoradamente, no coração. Ali, partilhou de emoções diversas, que foram de extremado ódio, inveja, maldade, traição, calúnia e ofensa às manifestações de alegria, prazer, felicidade, glória, conquista e realização.
Ao cabo de algum tempo, foi chamada aos Céus. Retomou seu lugar no Reino Celestial. Lá, manteve-se taciturna e reflexiva. De tudo que viu, passou e fez, sentiu nascer dentro de si um sentimento nobre chamado saudade. Já não era a mesma gota d'água de antes. Estava contaminada por sentimentos que são próprios dos homens, e era junto a eles que gostaria de permanecer.
O Criador, sentindo aquela mudança e num ato de amor e reconhecimento, chamou-a e, abençoando-a, disse:
"- Voltarás e ficarás para sempre junto aos homens. Darás para sempre testemunho do que aprendeste. Serás o anúncio da dor, do medo, da incerteza, do arrependimento, do desespero, da tristeza, do remorso, da culpa, do abandono, da dedicação, da renúncia e da humildade. Serás a prova da alegria vinda do coração; a companheira dos desprotegidos, esquecidos e desprezados. Serás lenitivo, até mesmo diante do ódio, da inveja, da maldade, da traição, da calúnia e das ofensas. Serás o grito dos que amam em silêncio; o alento da saudade; o desabafo dos oprimidos; o eco dos perseguidos e o clamor dos injustiçados. Estarás presente até mesmo na alegria, no prazer, na felicidade, na glória, na conquista e nas realizações nobres alcançadas pelos homens! E, quando quiserem saber quem és, nada dirás. Apenas brotarás dos olhos dos que choram, sob a forma de lágrima".
Do livro: "Histórias que ninguém contou, conselhos que ninguém deu",
de Melcíades José de Brito. Editora DPL.
TRISTEZA NO FUNDO DO MAR
Maria Hilda de J. Alão
O fundo mar estava triste porque desaparecera o pequeno Peixe-espada. A mãe, em desespero, percorria todo o oceano na tentativa de encontrar seu pequeno filho.
Os outros peixes, solidários, também procuravam. O dia já estava pela metade e nada do peixinho aparecer. A mãe nadava preocupada pensando se ele estava em segurança, se tinha comido. Nadou quilômetros e mais quilômetros com a esperança de vê-lo. Nada. Mas não se deu por vencida. Sua intuição de mãe dizia para ela nadar na direção da terra. E lá foi ela.
Depois de nadar por um bom tempo, avistou aquele que poderia ser seu filho. Chegou perto. Sim, era ele. O coração da mãe acelerou de alegria. Não chamou o peixe. Ficou um pouco distante porque percebeu que ele conversava com alguma coisa. A sombra refletida na água era estranha. A mãe ficou pensando que coisa era aquela com a qual seu pequenino conversava. Parou para ouvir a conversa. Era a “coisa” que falava:
- Pois é, peixinho, eu sou um menino que está perdido. Não sei como voltar para casa.
- Eu também – disse o peixe – não sei onde fica minha casa. Minha mãe disse para eu não me afastar muito porque o mar é grandão assim – e fez um gesto com as barbatanas para mostrar o tamanho do mar.
- A minha também disse para eu não sair do portão – falou o menino – mas eu desci a rua e me perdi. Agora eu estou aqui esperando que ela venha me buscar.
- O que você faz aí em cima menino, na terra?
- Eu brinco – respondeu.
- Você brinca de quê?
- Eu tenho bola, carrinho, bichos de pelúcia, jogos, muitos jogos, pipas e outros brinquedos.
- Para que serve um carrinho? – perguntou o peixe.
- Com o carrinho eu imagino que estou numa estrada comprida correndo, correndo muito. Faço curvas, subo morros e não me canso.
- E a pipa e a bola? Pergunta o peixe.
- A pipa é para colocar no ar com uma linha e a bola é para jogar futebol. A gente junta onze meninos de cada lado e todos chutam a bola para marcar gol. É muito bom.
- E você como brinca? – perguntou o menino.
- Ah, eu e meus irmãos nadamos muito. Pegamos peixinhos pequenos, moluscos, pedaços de algas e apostamos quem engole mais.
- Credo! – exclamou o menino – Vocês brincam de engolir coisas? A minha mãe não me deixa pôr coisas na boca porque eu posso engasgar.
- Claro – disse o peixe – é só o que sabemos fazer. É que você não viu o tubarão e a baleia. Eles engolem cada coisa grande!
- Eles devem ficar com uma tremenda dor de barriga – disse o garoto.
- Que pena que você não pode sair da água para brincar comigo – disse o menino.
- Você também não pode brincar comigo no mar. Mas nós somos amigos, não somos?
- Somos. Somos amigos perdidos em seus ambientes – disse tristemente o peixinho.
O sol já estava indo embora, quando a mamãe peixe-espada chamou o filhote. Ele ficou feliz ao avistar a mãe. Antes de partir fez questão de apresentar o novo amiguinho:
- Mãe, este é meu amigo que mora na terra. Foi por causa dele que eu não fui mais longe.
- É seu desobediente. Podia dar de cara com um tubarão ou uma baleia e nunca mais voltaria para casa.
Enquanto a mãe do peixe advertia o filho, chegava à ponte a mãe do menino, muito nervosa dizendo:
- Menino desobediente, eu disse para você não sair do portão. Se tivesse ido mais longe eu não te encontraria tão cedo.
- É mamãe – disse o menino – graças ao peixinho perdido que ficou conversando comigo o tempo todo.
- Não diga bobagens menino, peixes não falam.
E se foi, feliz, levando o pequeno menino pela mão.
QUEM NÃO TEM MEDO?
Marlene B. Cerviglieri
Todos nós temos os nossos medos, principalmente quando pequenos. Muitas coisas não compreendemos e nos assustam alem de criarmos nossas fantasias.
João Vitor era um garotinho muito querido por todos na família, especialmente os avôs que eram chamados vovô João e vovô Vitor.
Os dois contavam estórias e faziam muitas brincadeiras com o netinho que ultimamente andava triste.
Resolveram os dois ficarem uma tarde com o neto para ver se poderiam ajudá-lo.
Assim sendo os dois brincaram a tarde toda com o garoto até que conseguiram conversar com ele.
__Meu querido diga para nós o que esta deixando você tão tristonho?
__Eu não estou triste, apenas não quero ir dormir em minha cama, e a mamãe não deixa mais eu ir dormir com ela.
__Deve haver alguma coisa que impede você de ir dormir na sua cama. Seu quarto é tão bonito e foi feito especialmente para você!
__Sei disso, vô João e vô Vitor , mas...tenho medo!
__Só isso! - disseram os dois.
__É tenho medo de ficar no meu quarto.
__Cada um de nós tem uma estória para te contar.
__Conta você primeiro João.
__Bem! - disse João. Você sabe que um dia eu também já fui criança como você?
__Claro né vô, e sei que um dia vou ficar idoso como você.
__Esperto este meu menino.
Bem vou te contar a estória de minha cama e de meu medo.
__Aprumaram-se os três para ouvi-lo.
__Eu tinha um quarto não muito grande, mas eu gostava dele. Porém comecei a ouvir uns ruídos estranhos, e não sabia o que era. Fiquei acordado prestando atenção e não conseguia saber o que era. O medo foi tomando conta de mim e me encolhi todo na cama me enrolei nos lençóis. No dia seguinte falei com minha mãe, e não quis ir dormir no meu quarto. Pedi e ela consentiu que eu dormisse no quarto dela. Foi muito bom dormi a noite toda sem medo e sem ouvir nada. Mas a noite seguinte, meu pai me levou para meu quarto e disse-me que tinha estado lá e não ouviu nada e não tinha nada. Fiquei apavorado mas fiquei no quarto e me enrolei nos lençóis e logo mais tarde comecei a ouvir os ruídos novamente. Chorei esperneei e naquela noite não fui para o quarto sozinho. Meu pai foi dormir comigo e levou um colchonete, e ficou junto de mim. No inicio dormimos. De repente comecei a ouvir o barulho. Desci da cama de mansinho e chamei papai que dormia.
__Papai, papai.
__Os dois juntos ficamos atentos, eu tremia de medo. Para minha surpresa papai foi até a janela abrindo-a chamou-me e rindo me mostrou os galhos de uma enorme trepadeira que o vento balançava e raspava na janela! Este era o barulho que criara o medo em mim... Fiquei tão contente quando papai me abraçando disse-me:
__Vou te contar a minha estória agora, de medo é claro.
__Como você também fui criança um dia e tive meus medos. Chorava a noite e não queria ir para minha cama. Claro é melhor ficar com o papai e mamãe. Mas cada um tem sua cama seus lençóis seu lugarzinho para suas fantasias. Um dia você vai entender isto. Bem, minha mãe me levou para a cama e me disse:
__Filho, hoje cedo eu sacudi os teus lençóis e pedi para todos os espíritos brincalhões ou os que gostam de assustar irem embora.Faço isto toda manhã quando arrumo teu quarto.Você mesmo pode fazer isto quando eles te incomodarem.Arrume a cama novamente e estique bem os lençóis, você vai dormir na hora. Vamos fazer já para você ver como é. E assim sendo minha mãe desarrumou a cama novamente e disse.Saiam todos daqui deixem meu menino dormir em paz, arrumando minha cama todinha.
__Dormi profundamente aquela noite e todas as outras, sempre que preciso sigo o que minha mãe me ensinou.
__Portanto meu caro netinho faça o mesmo, arrume a cama novamente do seu jeitinho e espante todos os fantasminhas.
__Que bom vô é uma idéia. Vou fazer isto.
__João e Vitor se entreolharam e mais tarde comentaram-Se todos conseguissem espantar os fantasminhas de suas camas que bom seria.Mas desde cedo é que se ensina a enfrentá-los não é mesmo?
__O medo criado e o fantasma imaginado.
__Quanto ainda a aprender ...
... E assim João Vitor conseguiu dormir sem medo lembrando e pondo em pratica a lição do vovô João.
O PAPAI NOEL
Marlene B. Cerviglieri
Era época de Natal e as ruas estavam movimentadas, as lojas com suas vitrines todas enfeitadas, esperando o Natal. As crianças passavam pelas lojas e ficavam admiradas de ver tantos brinquedos, tantas coisas lindas. Todos se encantavam até os adultos.É porque adulto também ganha presente do Papai Noel. Naquele dia Julio estava um pouco cansado, pois tinha estudado bastante era fim de ano, precisava terminar com boas notas.
Nesta época além de estudar ele fazia um curso de marcenaria. Julio tinha uma habilidade fora do comum, sabia montar cadeiras, armários e muitas coisas mais. Sendo assim seu pai achou que seria interessante que ele fosse aprender com um marceneiro da cidade. Naquele dia apesar de estar cansado foi para a marcenaria e lá chegando viu o Sr. Jose o marceneiro aprontando um monte de cadeirinhas.
Perguntou então: - Porque está fazendo tantas cadeirinhas?
E o Sr. Jose respondeu:
- Faz parte da mobília que estou montando. Já fiz as camas, as cômodas e agora faltam as cadeirinhas.
- O senhor vende para as lojas?
- Não, eu não vendo. Eu dou para o Papai Noel, e ele entrega para as crianças de presente!
- Nossa! Sua idéia é muito legal. Será que também posso fazer alguma coisa?
- Claro! A gente sempre pode ajudar.
- Então eu poderia fazer algumas mesinhas. Posso até desenhá-las.
- Vou arrumar madeira para você meu garoto, e pode já começar o trabalho.
Julio trabalhou bastante e o Sr. José também. Envernizaram e pintaram toda a mobília. Ficou uma gracinha mesmo. Trabalharam até tarde para entregar tudo ao Papai Noel.
- Sr. José, o Papai Noel virá até aqui buscar?
- Não meu caro Julio. Eu mesmo vou levar até ele.
Que pena, pois gostaria de conhecê-lo.
- Então ele não virá aqui?
- Não. Como já disse levarei até ele.
Julio esqueceu do assunto e foi para casa. Depois de ter trabalhado muito e ter feito um monte de mesinhas, cadeirinhas, caminhas, finalmente chegaram ao fim. A próxima semana já seria Natal. Na escola a professora pediu para que todos escrevessem uma cartinha para o Papai Noel. Julio pensou, pensou...
- O que vou escrever para o Papai Noel?
Ai de repente veio à idéia:
“Caro Papai Noel”
Sou um menino ainda, mas gosto muito de trabalhar com madeira.
Hoje terminei todas as mesinhas, que o Sr. José o marceneiro que me ensina, irá levar para o senhor. Gostaria de lhe pedir o favor de distribuir todas as mobílias para as menininhas, principalmente aquelas que não tem muitos brinquedos. Porque, aquelas que têm muita coisa, não vão se importar com simples mobílias feitas de madeirinhas.
Papai Noel, para mim não precisa trazer nada, já tenho tantos brinquedos. Eu ficando com a minha bicicleta para ir até a escola e a marcenaria, já está muito bom. Portanto vou colocar todos os meus brinquedos dentro de um saco. Como não sei onde encontrá-lo, vou entregar ao Sr. José para que ele leve até o senhor.
Por favor, distribua para todos aqueles que lhe pediram um brinquedinho, pois assim ninguém ficará sem receber nada.
Assinado Julio
Entregou a carta para a professora. Esta colocou num envelope e despachou para o Papai Noel. Este recebeu todas as cartas e também o saco de brinquedos do Julio. No dia de Natal quando ele levantou e foi abraçar os pais, teve uma grande surpresa! Encontrou na sala, uma maleta com todas as ferramentas para poder trabalhar em suas madeiras.
- Mas eu não pedi nada para o Papai Noel!
Dentro da caixa havia um bilhete:
“Para um menino caridoso”. Um menino bondoso e merecedor.
Faça muitos brinquedos que entregarei sempre para todas as crianças.
Assinado: Papai Noel
Julio cresceu fazendo brinquedos e hoje, já adulto, tem uma grande fabrica de brinquedos, mas nunca esquece de enviar um saco cheio deles para o Papai Noel distribuir.
Como vocês vêem é dando que se recebe. Praticar o bem, mesmo para quem não se conhece.
Feliz natal amiguinhos! Feliz natal para todos!
O CASAMENTO DA VASSOURA
Marlene B. Cerviglie
Ali guardadinha estava a vassoura num cantinho do armário. Às vezes a tiravam e dançava muito pela casa ou quintal, ficando até tonta de tanto ir pra lá e pra cá. Mas depois ficava no cantinho até tristonha mesmo. Um dia, porém, ouviu uma vozinha que a chamava:
- Dona Vassoura, oh dona vassoura está me ouvindo?
- Sou eu, a dona Pazinha aqui do outro lado.
- Sim, estou ouvindo - disse a Vassoura até meio assustada.
- Tenho um recado para a senhora, do senhor Rodo.
- De quem?
- É do senhor Rodo.
- Ele mandou lhe dizer que gostaria de casar com a senhora!
- O que devo responder a ele?
- Ora - disse a Vassoura, pega de surpresa - Eu casar com o senhor Rodo?
- É sim. Pense e depois me dê a resposta, é só me chamar.
Dona Vassoura ficou inquieta, pensou, pensou...
- Sozinha aqui pelo menos vou ter um companheiro, nada tenho a perder, até que ele é bem simpático, pois já o vi algumas vezes brincando na água.
Mais tarde a noitinha dona Vassoura chamou dona Pazinha e disse-lhe:
- Bem diga a ele que aceito, mas como será o que vamos fazer?
- Não se preocupe nós vamos arranjar tudo para o casamento.
E assim foi.
Fizeram primeiro, a lista dos padrinhos e convidados.
- Ouça dona Vassoura, os padrinhos de seu casamento serão: o senhor Balde e eu. As daminhas serão as Flanelinhas que estão todas felizes pelo evento.
- O senhor Papel Higiênico ficou de enfeitá-la e fará uma grinalda bem linda, ele prometeu.
- O ambiente será todo perfumado, pois, os Senhores Desinfetantes se incumbirão de fazê-lo. - No mais, todos os outros moradores deste armário vão contribuir. Os senhores Panos de Chão, os Tapetes, até o Sr Desentupidor irá colaborar.
- Pelo jeito já está tudo combinado, não é mesmo dona Pazinha?
- É sim. Vamos marcar para a próxima noite, certo?
- Sim, combinado.
A noite veio e o casamento foi realizado com muita simplicidade. Dona vassoura toda enfeitada. O noivo, Senhor Rodo, com a ajuda do Senhor Pano de Chão, estava muito bem enrolado, muito elegante. Os convidados estavam felizes e a festa foi até de madrugada.
No dia seguinte, quando foi aberto o armário, estava tudo diferente!
- O que aconteceu aqui? Pensou a dona da casa...
A vassoura toda enfeitada de papel higiênico, o rodo fora do lugar...
Fechou a porta do armário e esqueceu o assunto, mas que era estranho era...
Lá dentro os convidados começavam acordar da festa de ontem, ou seja, do casamento da Vassoura...
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