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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

CÍCERO DANTAS, BAHIA

Cícero Dantas (antiga Bom Conselho) é um município brasileiro do estado da Bahia, localizado na região semi-árida, próximo de Canudos e de Paulo Afonso.
 No início do século passado, seu nome foi alterado para Cícero Dantas, em homenagem ao Barão de Jeremoabo que assim se chamava. No entanto, parte da população mais idosa ainda a trata por Bom Conselho.
  A região onde está localizada a cidade de Cícero Dantas tem uma história que se perde no tempo. Antes da chegada dos colonizadores, era habitada por povos indígenas cujos registros históricos não chegaram até nossa época. É possível, entretanto, inferir suas presenças pelos achados arqueológicos (urnas funerárias foram encontradas durante a construção do estádio municipal) e pela existência em lugares não muito distantes de diversas aldeias e aldeamentos indígenas, como os de Maçacará, Saco dos Morcegos (atual Mirandela), Jeremoabo, Canabrava (atual Ribeira do Pombal) e Natuba (atual Nova Soure).

 Parece-nos impossível fixar uma data precisa para o início da ocupação não-indígena no território de Cícero Dantas. Contudo, alguns dados históricos sobre os aldeamentos vizinhos nos permitem estimar que essa ocupação se iniciou em meados do século XVII. Foi somente no início do século XIX que Bom Conselho tornou-se freguesia sob o nome de Freguesia de Nossa Senhora do Bom Conselho dos Montes do Boqueirão, por meio do Alvará Régio de 27 de setembro de 1817. Antes, porém, em 1812 o Frei Apolonio de Todi construiu a Igreja Matriz e a capela da Santa Cruz, esta ao lado de um antigo cemitério conhecido por Cacunéia.

 A primeira comunidade de civilização branca, onde hoje se ergue Cícero Dantas, foi obra das entradas que se embrenhavam no sertão da Bahia, à procura de metais preciosos e de novas terras para o desenvolvimento agrícola e pecuário.

 Município criado com território desmembrado de Jeremoabo, e denominação de Bom Conselho, por Resolução Provincial, de 9 de Junho de 1875.

 Em 1905, recebia o nome de Cícero Dantas, alterado pela Lei Estadual n.º 583, de 30 de maio 1905. Foi extinto em 1931 e anexado a Paripiranga. Restaurado, com território desmembrado de Paripiranga por Decreto Estadual de 27 de Maio de 1933.

Lendas da cidade

  • A lenda do Berrador:
Conta-se que em Cícero Dantas vivia uma potestade assombrosa: um monstro com aparência de jumento, mas bípede e com garras afiadíssimas. Assombrava as imediações da Fazenda Baiacu, próximo a um enorme e antigo carvalho. De muito longe se ouvia seus aterrorizantes urros, pelo que ficou conhecido na região como o Berrador. Segundo a lenda, o Berrador atacava suas vítimas quando passavam pelo caminho que beirava o tal carvalho. Um simples arranhão de suas garras levaria qualquer pessoa a óbito em questão de minutos. Mas ele, frequentemente, não deixava pessoa escapar. Um certo dia, um jovem chamado Trajano, muito bem armado e com bastante coragem resolveu enfrentar a fera. Em uma luta ferrenha com o bicho, acabou por expulsá-lo daquela região, mas foi fatalmente ferido, e mal conseguiu chegar à sua casa, sendo recepcionado pelos seus ainda no caminho de volta, consegiu balbuciar essa história, e morreu.
  • A lenda do bode da faixa de ouro:
Segundo essa lenda, em meados do mês de agosto, mês em que se comemora o aniversário da cidade, aparece, no monte Boqueirão, um bode com uma faixa incandescente de ouro puro. Ele pula de um lado para o outro, por sobre o vale, e quem conseguir tocar no bode, leva para si, sua faixa de ouro. Muitos tentaram, mas não conseguiram. Com o povoamento da cidade e o desmatamento, as aparições foram diminuindo e hoje quase não se ouve falar sobre essa lenda.

DOCUMENTÁRIO SOBRE CÍCERO DANTAS, BAHIA feito em 2005

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