JOGO: FEIJÕES MÁGICOS
Material: Saquinhos, feijões, papel e lápis
Jogadores: Três ou quatro alunos
Desenvolvimento:
* Entregue para cada aluno um saquinho (que não deve ser transparente) com três feijões dentro, lápis e papel para o registro.
* Coloque no centro da mesa um recipiente com feijões e um dado.
* Antes de iniciar o jogo, dê a seguinte ordem: "Cada um de vocês tem
dentro do saco três feijões mágicos, já colocados por mim. Um por vez,
cada um irá lançar o dado e acrescentar no saco tantos feijões quantos
saírem no dado. Depois farão o que acharem necessário com o lápis e o
papel para poderem recordar quantos feijões há agora em seu poder."
* Ao final de três rodadas, os alunos deverão decidir, por meio dos
registros, quem é o vencedor, ou seja, quem juntou mais feijões mágicos.
* Após descobrirem o vencedor, os alunos contam juntos a quantidade de
feijões em seu saquinho. A vitória só será válida se a quantidade de
feijões marcada equivaler à quantidade colocada no saco,ou seja, se
tiverem conseguido acertar a notação.
OBS: Que tal antes do jogo ler para os pequenos a história "João e o pé
de feijão"? Com certeza eles ficarão muito mais animados na hora de
jogar...
Neste link você encontra o varal da história:
http://alfabetizacaocefaproponteselacerda.blogspot.com.br/2013/01/varal-da-historia-joao-e-o-pe-de-feijao.html
SUGESTÃO DE ATIVIDADES COM ACALANTOS
COLEÇÃO DE ACALANTOS
Objetivos - Ampliar o repertório de canções de ninar que pais e professores cantam para as crianças.
- Aproximar os pais da escola, com troca de informações sobre o que os pequenos ouvem em casa na hora de dormir.
Anos Creche.
Tempo estimado Dois meses.
Material necessário CD ou fita cassete, gravador portátil e aparelho de som.
Objetivos - Ampliar o repertório de canções de ninar que pais e professores cantam para as crianças.
- Aproximar os pais da escola, com troca de informações sobre o que os pequenos ouvem em casa na hora de dormir.
Anos Creche.
Tempo estimado Dois meses.
Material necessário CD ou fita cassete, gravador portátil e aparelho de som.
Desenvolvimento
1ª etapa
Faça uma seleção prévia das cantigas de ninar que mais conhece para cantar para os bebês na creche (exemplos: Acalanto, Boi da Cara Preta, Nana Nenê, Sapo Cururu e Dorme Filhinho). Programe um momento só para cantá-las. É importante que eles não estejam envolvidos em outras atividades e se concentrem para ouvir e cantar junto.
2ª etapa
Na reunião de pais, fale sobre a proposta de trabalhar com canções de ninar. Explique que é importante conhecer o que as crianças ouvem na hora de dormir. A proposta é compartilhar esse repertório na creche. Com a participação das famílias, faça um registro escrito das músicas entoadas em casa. Pergunte para eles também o que mães, avós, tias e irmãs mais velhas cantavam na hora de dormir ou em momentos de aconchego. Convide todos para gravar as músicas de ninar para que a turma possa apreciá-las na creche. O gravador pode ir para a casa de cada um com um bilhete explicando o procedimento de gravação. As músicas também podem ser gravadas na própria creche, quando os pais forem buscar ou deixar os filhos. No início de cada gravação, cada parente deve dizer seu nome e o da criança para que você possa identificar rapidamente os trechos.
3ª etapa
Grave todas as canções cantadas na creche, no mesmo CD ou fita, para organizar a Coleção de Acalantos.Faça momentos de apreciação musical. Pergunte para os pequenos que já sabem falar se eles reconhecem a voz dos pais. Faça cópias do CD ou da fita e distribua para as famílias.
Avaliação
Observe como os pequenos reagem ao ouvir a voz dos pais. Ouça a diversidade de canções de ninar que conseguiu reunir e identifique se outras músicas, que não as de ninar, também são utilizadas pelos pais. Nas reuniões, pergunte se eles cantam mais para os filhos em casa, como se sentem fazendo isso e de que maneira os bebês interagem nesses momentos de aconchego.
1ª etapa
Faça uma seleção prévia das cantigas de ninar que mais conhece para cantar para os bebês na creche (exemplos: Acalanto, Boi da Cara Preta, Nana Nenê, Sapo Cururu e Dorme Filhinho). Programe um momento só para cantá-las. É importante que eles não estejam envolvidos em outras atividades e se concentrem para ouvir e cantar junto.
2ª etapa
Na reunião de pais, fale sobre a proposta de trabalhar com canções de ninar. Explique que é importante conhecer o que as crianças ouvem na hora de dormir. A proposta é compartilhar esse repertório na creche. Com a participação das famílias, faça um registro escrito das músicas entoadas em casa. Pergunte para eles também o que mães, avós, tias e irmãs mais velhas cantavam na hora de dormir ou em momentos de aconchego. Convide todos para gravar as músicas de ninar para que a turma possa apreciá-las na creche. O gravador pode ir para a casa de cada um com um bilhete explicando o procedimento de gravação. As músicas também podem ser gravadas na própria creche, quando os pais forem buscar ou deixar os filhos. No início de cada gravação, cada parente deve dizer seu nome e o da criança para que você possa identificar rapidamente os trechos.
3ª etapa
Grave todas as canções cantadas na creche, no mesmo CD ou fita, para organizar a Coleção de Acalantos.Faça momentos de apreciação musical. Pergunte para os pequenos que já sabem falar se eles reconhecem a voz dos pais. Faça cópias do CD ou da fita e distribua para as famílias.
Avaliação
Observe como os pequenos reagem ao ouvir a voz dos pais. Ouça a diversidade de canções de ninar que conseguiu reunir e identifique se outras músicas, que não as de ninar, também são utilizadas pelos pais. Nas reuniões, pergunte se eles cantam mais para os filhos em casa, como se sentem fazendo isso e de que maneira os bebês interagem nesses momentos de aconchego.
Consultoria: Sandra da Cunha
Professora de Música da Escola Municipal de Iniciação Artística de São Paulo, na capital paulista, e formadora de professores.
Professora de Música da Escola Municipal de Iniciação Artística de São Paulo, na capital paulista, e formadora de professores.
fonte: http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/0-a-3-anos/colecao-acalantos-497831.shtml
ACOLHIMENTO NA CRECHE
Processo de Acolhimento de Bebês
Objetivos
- Construir um ambiente de acolhimento e segurança para os bebês e suas famílias.
- Estabelecer diálogos com eles e ressignificar os gestos, as ações e os sentimentos por meio da linguagem.
Conteúdos
- Inclusão das famílias no processo de adaptação.
- Respeito às singularidades de cada criança.
Idade
Até 2 anos.
Tempo estimado
Duas semanas.
Material necessário
Objetos de apego dos bebês e para os cantos de atividades diversificadas, uma foto de cada criança e livros de literatura infantil.
Flexibilização
Bebês com deficiência intelectual costumam apresentar um desenvolvimento mais lento que os demais. No entanto, no caso de deficiências menos severas, essas diferenças podem ser pouco notadas nos primeiros anos de vida. O bebê é capaz de desenvolver sua mobilidade (mesmo que tenha algumas limitações motoras) e também a capacidade de comunicação, embora costume apresentar dificuldades de equilíbrio e de orientação espacial. Certifique-se das limitações desta criança, respeite o ritmo de cada bebê e conte muito com a ajuda dos pais ou responsáveis para adequar os procedimentos nas situações de cuidado e de aprendizagem. Repetir atividades e oferecer objetos que façam parte do dia a dia do bebê são ações fundamentais que ajudam a criança nesse processo de acolhimento. Organizar um caderno de registros, com as evoluções e dificuldades de cada bebê em diferentes situações de aprendizagem também contribui para diagnosticar eventuais dificuldades da criança.
Desenvolvimento
1ª etapa
Leia a anamnese dos bebês ou entreviste seus familiares. Converse com eles sobre a possibilidade de uma pessoa próxima à criança acompanhar o período de adaptação e participar de situações da rotina para compartilhar formas de cuidados com o educador. Não é preciso que os pais estejam presentes. Outros responsáveis, como avós, tios e irmãos mais velhos, podem participar dos primeiros dias.
2ª etapa
No primeiro dia, acompanhe os responsáveis nas situações de cuidado, como banho, alimentação e sono, e observe procedimentos e formas de interação (a entrega do objeto de apego no momento de sono, como foi interpretado o choro etc.). Monte alguns cantos (por exemplo, com jogos de encaixe) e se aproxime dos pequenos. Depois, faça uma roda com eles e as pessoas de sua referência para despedida e transforme os gestos e as ações observados em palavras. Converse sobre as brincadeiras, os interesses e o que foi possível aprender sobre eles: João gosta de bola, Marina tem um paninho etc. Fale que novas brincadeiras serão feitas no dia seguinte. No segundo dia, organize outros cantos, com bacias com água, bonecas e livros, por exemplo. Circule e participe das situações. Oriente as pessoas que acompanham o processo a ficar no campo de visão do bebê, mas que procurem desta vez não interagir o tempo todo. No momento de trocar a fralda, a referência familiar pode ficar ao lado do educador, enquanto ele realiza o procedimento explicando à criança o que foi que aprendeu sobre ela ("Eu já sei que você adora segurar seu urso ao ser trocado. Pegue aqui").
3ª etapa
No terceiro dia, brinque e abra espaço para a expressão de sentimentos e gestos. Procure dar sentido às ações com base nas experiências que os envolvem ("Seu bebê está com fome, José. Vamos preparar uma sopa?). As pessoas que acompanham os bebês podem se afastar do campo de visão deles. A saída deve ser comunicada às crianças. No quarto dia, mostre cantos variados. À medida que demonstrarem segurança, faça as despedidas das pessoas que os acompanham. Anuncie onde estarão (quem ainda fica na creche, quem vai tomar um café ou quem vai embora). Brinque e acolha os possíveis choros, pegando no colo, oferecendo brinquedos etc. Leia uma história.
4ª etapa
No quinto dia, componha o ambiente com os três cantos que mais atraíram no decorrer da semana. Selecione fotos dos pequenos para a composição de um painel. Nesse dia, apresente cada um, diga o nome, do que já brincou, se é sapeca, brincalhão etc. Quando os responsáveis vierem buscá-los, compartilhe esse painel na presença dos bebês e crie um contexto de conversa que demonstre o pertencimento deles à creche ("Agora esta sala é da Estela também. Olha onde fica sua foto."). Na segunda semana, planeje os cantos com base nos interesses das crianças e no que julga pertinente para ampliar as experiências delas com o mundo -- a repetição de propostas é importante.
Avaliação
Observe o comportamento dos bebês. Se possível, empreste um brinquedo às mais resistentes, diga para cuidarem bem e trazerem de volta à escola.
- Construir um ambiente de acolhimento e segurança para os bebês e suas famílias.
- Estabelecer diálogos com eles e ressignificar os gestos, as ações e os sentimentos por meio da linguagem.
Conteúdos
- Inclusão das famílias no processo de adaptação.
- Respeito às singularidades de cada criança.
Idade
Até 2 anos.
Tempo estimado
Duas semanas.
Material necessário
Objetos de apego dos bebês e para os cantos de atividades diversificadas, uma foto de cada criança e livros de literatura infantil.
Flexibilização
Bebês com deficiência intelectual costumam apresentar um desenvolvimento mais lento que os demais. No entanto, no caso de deficiências menos severas, essas diferenças podem ser pouco notadas nos primeiros anos de vida. O bebê é capaz de desenvolver sua mobilidade (mesmo que tenha algumas limitações motoras) e também a capacidade de comunicação, embora costume apresentar dificuldades de equilíbrio e de orientação espacial. Certifique-se das limitações desta criança, respeite o ritmo de cada bebê e conte muito com a ajuda dos pais ou responsáveis para adequar os procedimentos nas situações de cuidado e de aprendizagem. Repetir atividades e oferecer objetos que façam parte do dia a dia do bebê são ações fundamentais que ajudam a criança nesse processo de acolhimento. Organizar um caderno de registros, com as evoluções e dificuldades de cada bebê em diferentes situações de aprendizagem também contribui para diagnosticar eventuais dificuldades da criança.
Desenvolvimento
1ª etapa
Leia a anamnese dos bebês ou entreviste seus familiares. Converse com eles sobre a possibilidade de uma pessoa próxima à criança acompanhar o período de adaptação e participar de situações da rotina para compartilhar formas de cuidados com o educador. Não é preciso que os pais estejam presentes. Outros responsáveis, como avós, tios e irmãos mais velhos, podem participar dos primeiros dias.
2ª etapa
No primeiro dia, acompanhe os responsáveis nas situações de cuidado, como banho, alimentação e sono, e observe procedimentos e formas de interação (a entrega do objeto de apego no momento de sono, como foi interpretado o choro etc.). Monte alguns cantos (por exemplo, com jogos de encaixe) e se aproxime dos pequenos. Depois, faça uma roda com eles e as pessoas de sua referência para despedida e transforme os gestos e as ações observados em palavras. Converse sobre as brincadeiras, os interesses e o que foi possível aprender sobre eles: João gosta de bola, Marina tem um paninho etc. Fale que novas brincadeiras serão feitas no dia seguinte. No segundo dia, organize outros cantos, com bacias com água, bonecas e livros, por exemplo. Circule e participe das situações. Oriente as pessoas que acompanham o processo a ficar no campo de visão do bebê, mas que procurem desta vez não interagir o tempo todo. No momento de trocar a fralda, a referência familiar pode ficar ao lado do educador, enquanto ele realiza o procedimento explicando à criança o que foi que aprendeu sobre ela ("Eu já sei que você adora segurar seu urso ao ser trocado. Pegue aqui").
3ª etapa
No terceiro dia, brinque e abra espaço para a expressão de sentimentos e gestos. Procure dar sentido às ações com base nas experiências que os envolvem ("Seu bebê está com fome, José. Vamos preparar uma sopa?). As pessoas que acompanham os bebês podem se afastar do campo de visão deles. A saída deve ser comunicada às crianças. No quarto dia, mostre cantos variados. À medida que demonstrarem segurança, faça as despedidas das pessoas que os acompanham. Anuncie onde estarão (quem ainda fica na creche, quem vai tomar um café ou quem vai embora). Brinque e acolha os possíveis choros, pegando no colo, oferecendo brinquedos etc. Leia uma história.
4ª etapa
No quinto dia, componha o ambiente com os três cantos que mais atraíram no decorrer da semana. Selecione fotos dos pequenos para a composição de um painel. Nesse dia, apresente cada um, diga o nome, do que já brincou, se é sapeca, brincalhão etc. Quando os responsáveis vierem buscá-los, compartilhe esse painel na presença dos bebês e crie um contexto de conversa que demonstre o pertencimento deles à creche ("Agora esta sala é da Estela também. Olha onde fica sua foto."). Na segunda semana, planeje os cantos com base nos interesses das crianças e no que julga pertinente para ampliar as experiências delas com o mundo -- a repetição de propostas é importante.
Avaliação
Observe o comportamento dos bebês. Se possível, empreste um brinquedo às mais resistentes, diga para cuidarem bem e trazerem de volta à escola.
Consultoria: Clélia Cortez
Formadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo.
Formadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo.
A ORGANIZAÇÃO PRÁTICA - LEITURA E LEITORES
Célia Nascimento
Heráclito nos ensina que “ninguém desce duas vezes o mesmo rio, pois
suas águas mudam constantemente”. O texto também muda a cada leitura
porque o leitor coloca nele sua vivência, sua sensibilidade, sua visão
particular do mundo e sua atitude naquele momento.
Trabalhar com a leitura na escola é querer descer o rio centenas de
vezes. Mais que gostar de ler, é preciso ter extrema paciência com os
textos e com as descidas, que não se esgotam jamais.
Possuir uma biblioteca, ou uma sala especial para a leitura, é uma
importante conquista da escola para o desenvolvimento das atividades
pedagógicas e para a formação de leitores. Ali, todo o espaço, todo o
tempo e toda a energia se destinam à prática de ler.
Os alunos precisam reconhecer na biblioteca (ou na sala de leitura) um
local para o pleno exercício da leitura, para o acesso à informação e
para tudo aquilo que pode estar na alquimia portador-texto-leitura. Com
tal reconhecimento, esse ambiente já terá cumprido um importante papel:
seduzir os alunos para seus encantos.
Exista ou não um ambiente privilegiado, o mais importante é mesmo o
trabalho de leitura que se faz. A formação de leitores não depende da
existência de um local determinado.
São infinitas as possibilidades de transformar a escola toda em espaço
de leitura, principalmente a sala de aula – lugar eleito pela cultura
escolar como privilegiado para os principais aprendizados.
É fundamental a existência, na escola, de um acervo organizado com
carinho e com critério a partir das necessidades locais, abrangendo as
distintas áreas de conhecimento, a diversidade de textos e de
portadores: livros, revistas, gibis, jornais, folhetos e outros
materiais.
Sempre que possível, convém complementar o acervo impresso com recursos
da tecnologia de comunicação e informação: computador, aparelho de tevê,
vídeo, som e outros.
Com o objetivo de formar usuários competentes da escrita e da
informação, esses materiais e recursos precisam ficar sempre ao dispor
dos alunos para que possam ser amplamente utilizados por eles.
O ideal é que se estabeleça um projeto compartilhado de leitura.
Definindo coletivamente as metas que pretendem alcançar em relação à
prática de leitura, os educadores facilitam o próprio trabalho. Se não
houver possibilidade de um educador assumir a coordenação geral, é
possível dividir as tarefas, partilhando entre vários professores a
responsabilidade pelo projeto e por seus desdobramentos.
A escrita e a leitura são instrumentos básicos em todas as áreas: os
conteúdos de história, geografia ou ciências também são trabalhados por
meio de textos. A própria matemática, muitas vezes considerada a vilã da
escola, encanta quando a lemos através da obra de Malba Tahan!
A leitura de materiais interessantes que tratam de conteúdos das
diferentes áreas, habitualmente chamada complementar, na verdade é
essencial. Por todas essas razões, a leitura pode ter uma função
aglutinadora, potencializando a construção de um projeto que envolve
todos os educadores.
Mas nem só de leitura vivem os leitores... Não se pode esquecer da
importância que tem o contar. Toda a literatura vem da maravilhosa
necessidade do homem de contar, contar e recontar histórias. Contar uma
história é representar e, de certa forma, produzir um novo texto. É um
trabalho de co-autoria entre contador e autor.
Quando há uma biblioteca na escola
O trabalho de leitura na biblioteca pode ser organizado de diferentes
maneiras: por faixa etária, por projetos de série, por necessidades
específicas ou por outros critérios.
Uma excelente ideia consiste em dedicar um período a certos temas ou a
certas necessidades: semana de contos de fadas, de folclore, de
mitologia, de lendas, de contos de outros países ou de crônicas. Pode-se
preparar uma ambientação adequada para cada assunto, aguçando a
curiosidade dos alunos e mobilizando suas emoções.
Por exemplo, em uma eventual Semana de Contos Africanos, vale a pena
conversar, mostrar imagens e ouvir músicas relacionadas com a África,
falando da história e dos costumes do continente. Assuntos como contos
de fada, folclore, mitologia, romances de cavalaria, histórias de humor
ou grandes clássicos criam boas ocasiões para ambientações fantasiosas.
O empréstimo de livros, por sua vez, é uma prática que amplia o espaço
da biblioteca até a casa dos alunos, fazendo da leitura uma prática
cotidiana. A possibilidade de levar livros para ler em casa contribui
para o desenvolvimento de atitudes e procedimentos próprios de leitores
reais:
responsabilidade, cuidado, desenvolvimento de critérios de seleção para optar pela obra a tomar emprestada.
É sempre bom que o conteúdo do livro lido em casa seja socializado com
os colegas de classe: em rodas de leitura, por exemplo, nas quais os
alunos contam o que leram, o que sentiram, o que aprenderam e o que mais
gostaram em sua leitura.
E se não houver (ainda) uma biblioteca?
Tudo que se pode fazer em uma biblioteca, além do principal, que é a
atividade de leitura, pode também ser feito na sala de aula:
ambientações, “semanas” ou sistemas de empréstimo.
Inúmeras experiências extremamente bem-sucedidas em escolas que não
dispõem de espaço para a biblioteca podem servir como exemplo. A
proposta relatada a seguir já foi validada pelo sucesso e pela eficácia
em várias escolas, como nas escolas estaduais da cidade paulista de Mogi
das Cruzes.
Trata-se do projeto de um acervo circulante, uma prática simples, de baixo custo e de fácil implementação.
O primeiro passo consiste em fazer a coleta e/ou a seleção de materiais
de leitura, tendo como critérios a qualidade e a diversidade. Os livros
são colocados em caixas, com uma relação de todos os títulos.
Em seguida, os professores montam, em conjunto, um horário que garanta
20 ou 30 minutos de leitura diária em cada classe e um esquema de
circulação dos livros entre as classes. Todos convencidos de que esse
será um tempo ganho, e não perdido, é só começar.
O horário previsto deve ser rigorosamente respeitado para não atrapalhar
a rotina do próximo professor a receber o acervo. Terminado o tempo, os
alunos param de ler no ponto em queestiverem - no dia seguinte, os
livros virão novamente e eles poderão continuar a ler. Esse tipo de
acervo não comporta o empréstimo de livros para os estudantes lerem em
casa.
Enquanto os alunos estão lendo, o professor deve fazer a mesma coisa:
nada de aproveitar o tempo para outras atividades (e nada de dispensar o
acervo porque hoje temos coisas mais importantes a fazer).
A condição principal para o sucesso dessa proposta é a disciplina para realizá-la diariamente.
Assim se garante a prática permanente de leitura na classe – alem de muitas outras atividades que se pode inventar.
Mesmo que haja uma biblioteca na escola, outra proposta importantíssima
consiste em manter um acervo de materiais de leitura na própria sala de
aula – a chamada biblioteca de classe.
Isso pode ser feito com doações das famílias, da comunidade e dos
amigos. Se houver necessidade, e se for possível, o professor pode pedir
para cada aluno comprar/doar um livro para montar esse acervo.
Nesse caso, cada criança precisa trazer um título diferente; em uma
classe de 36 alunos, por exemplo, todos poderão ter a oportunidade de
ler pelo menos 36 livros, considerando apenas o acervo da classe. Esse
acervo precisa ser mantido em um armário, em uma estante ou em caixas,
asseguradas as boas condições de armazenamento e conservação.
Para montar uma biblioteca
O espaço
A imagem clássica de biblioteca nos remete a uma sala ampla, muito
silenciosa e com ambiente austero. No entanto, esse cenário sofreu
profundas modificações, principalmente nas bibliotecas infantis: hoje as
salas têm almofadas, tapetes, mesinhas... Até o silêncio é menos
rigoroso, dando chance ao zunzunzum.
Todavia, mesmo que tenha perdido a austeridade, a biblioteca permanece
intacta naquilo que podemos chamar sacralidade: continua a ser um lugar
privilegiado para o mergulho na leitura. O espaço dedicado a ela talvez
não tenha todos os atrativos de conforto e beleza desejáveis, mas ela
precisa resguardar algumas características importantes:
* Ser arejada e limpa, para o bem-estar dos leitores e a boa conservação do material ali guardado;
* Ter espaço para os alunos sentarem: chão ou cadeiras. Muitas vezes, o
chão é a melhor opção, pois sem móveis se ganha maior mobilidade e o
nível de ruído pode ser mais baixo;
* Ser agradável: limpa, bem arrumada, organizada, com quadros e pôsteres na parede;
* Dispor de recursos que permitam utilizar o espaço para outras
atividades: por exemplo,cortinas pretas para as portas e janelas,
permitindo a projeção de filmes;
* Ser distante de locais de muita circulação ou onde ocorram atividades ruidosas: quadra, cantina ou pátio.
A utilização dos materiais
Os alunos precisam se sentir parte integrante do projeto de leilura na
escola, usuários competentes de todo o saber documentado e acumulado nos
textos que compõem o acervo. O conhecimento é democrático. Quanto mais
os materiais forem lidos e utilizados, mais fácil e eficiente será a
alquimia portador-texto-leitura.
É interessante garantir pelo menos uma aula semanal de biblioteca para
cada classe e nessa ocasião apresentar, sempre que houver, as novidades
do acervo. Além dessa aula, os alunos devem poder visitar, pesquisar e
realizar empréstimos em horários definidos – horários que precisam ser
bem elásticos.
O espaço da biblioteca é, acima de tudo, um espaço de convivência. É
fundamental permitir que as crianças escolham os livros. Em um primeiro
momento, talvez optem por livros com pouco texto. Mas, à medida que
forem compartilhando, aprendendo e valorizando o ato de ler, com certeza
suas escolhas se tornarão cada vez mais autônomas e pessoais.
O empréstimo de livros aumenta as chances e as oportunidades de
ampliação do repertório de leitura e do nível de conhecimento do aluno.
Uma boa ideia consiste em convidar também os pais de alunos para
frequentar a biblioteca da escola. Quantos já tiveram essa oportunidade?
Quando as crianças puderem levar os materiais de leitura para casa, para
estudar ou apenas para ler, é fundamental valorizar esse empréstimo,
lembrando sempre que a leitura pode ser compartilhada por toda a
família.
Uma parte do acervo da escola pode ser cedida para a organização das bibliotecas de classe.
Também na classe os alunos precisam conviver com materiais de pesquisa e
leitura – além disso, a sala de aula é um espaço privilegiado de
socialização de preferências, impressões e opiniões a respeito dos
textos lidos. E todos sabemos que um livro bem contado gera muitos
candidatos a sua leitura.
O acervo
Atualmente, o mercado oferece uma infinidade de produtos que podem
representar valiosos recursos de consulta: mapas geográficos, históricos
e científicos; uma quantidade imensa de livros paradidáticos muito bem
escritos e ilustrados; vídeos e DVDs históricos, científicos e de arte,
muitos deles vendidos em bancas de jornal (alguns são muito bons, mas
outros, de baixa qualidade. Antes de decidir comprar, procure obter
informações).
O acervo não deve prescindir de revistas (principalmente as de ciências,
as geográficas e as de educação), jornais, histórias em quadrinhos,
boas fitas de música – que podem ser gravadas com a ajuda de alunos –
e, evidentemente, de um bom dicionário e uma boa enciclopédia.
A organização do acervo precisa ser feita de forma funcional, atendendo
às necessidades da escola. Mais importante do que adotar normas
internacionais de catalogação e distribuição do material é uma
organização racional e harmônica, que deixe tudo à mão para o aluno
localizar com facilidade e utilizar.
Para compor ou ampliar o acervo
A seguir, algumas sugestões para criar e organizar o acervo da escola.
* Solicitar catálogos às editoras e livrarias. Eles permitem conhecer os
títulos disponíveis e com frequência contêm informações e dicas a
respeito dos livros.
* Quando possível, solicitar a visita de representantes de editoras (ou
inserir a escola em seus cadastros). É comum as editoras doarem livros
para análise e conhecimento. Além disso, elas mantêm a escola informada
acerca dos lançamentos.
* Acompanhar os lançamentos editoriais em jornais, revistas ou outras fontes.
* Solicitar doações a editoras, livrarias, bibliotecas públicas, museus,
centros culturais e a instituições ligadas à educação e grandes
empresas, que costumam editar livros comemorativos (Sesc e Senac, por
exemplo).
* Sempre que possível, garimpar sebos à procura de raridades – ou mesmo de livros não raros, mas de custo reduzido.
* Acompanhar a programação da tevê para selecionar programas que possam ser gravados.
*fonte: http://www.fvc.org.br/pdf/letras-oficina-3.pdf (PAG 6)
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