Projeto: Convivência: Que nó é este?
Convivência:
Que nó é este?
Desenvolve valores morais e
prepara os pequenos para o convívio em sociedade
Juliana Lanzuol
Objetivos:
Estimular a boa convivência entre alunos e em sociedade
Transmitir e debater valores universais
Em casa, antes do contato com o universo escolar, as crianças têm apenas a referência dos pais e responsáveis.
Uma educação com noções de verdade, respeito e afeto que se limitam àquelas que os familiares transmitem.
É na escola que essas noções se multiplicam, pois os alunos entram em contato com diferentes repertórios, culturas e pontos de vista.
Assim, vão adquirindo aos poucos a ideia de que existem regras e limites sociais, e também valores considerados universais.
Pensando nisso, o Colégio Magister, de São Paulo, iniciou em 2008 o projeto "Convivência, que nó é este?".
Tatiana Gola, coordenadora do Ensino Fundamental, explica a ideia:
"A cada mês, optamos por um valor universal ético que é trabalhado em quatro atividades lúdicas, uma por semana, em diferentes disciplinas.
Mas o foco é sempre o mesmo: demonstrar às crianças a importância do respeito ao outro, da solidariedade e do amor, entre outros sentimentos que devem ser cultivados desde sempre".
Tatiana conta que a necessidade de pautar valores universais em sala de aula se reforçou quando a queixa dos alunos em relação ao trato dos colegas tornou-se recorrente.
"Eles reclamavam que fulano os tinha xingado, batido, desrespeitado. Então resolvemos embutir esses conceitos em atividades pedagógicas", conta a coordenadora.
Confira alguns dos valores propostos e como foram trabalhados.
Diversidade e respeito ao próximo
A reflexão sobre o tema foi desencadeada a partir da fábula do leão e do ratinho .
Tatiana explica que, depois de lerem a história com os alunos, as professoras exploraram a questão da moral, que faz referência à diversidade de maneira bem clara.
"Eles perceberam que mesmo um pequeno rato é capaz de ajudar um poderoso leão e entenderam que nem sempre ser forte é melhor.
Às vezes, a inteligência e a habilidade superam a força", aponta a coordenadora.
Após a leitura, os alunos puderam desabafar na caixinha de segredos, disposta na coordenação, sobre tudo o que lhes fazia mal e atrapalhava o convívio entre os colegas.
Os envolvidos nos conflitos eram chamados para uma conversa amistosa em que a coordenação intervinha para resolver o problema.
"Um aluno confessou na caixinha que estava triste porque estava tomando lanche sozinho há dias.
Refletimos sobre a razão de ele estar isolado e acionamos os monitores e outros colegas para chamá-lo de volta ao grupo", relata Tatiana, que chama a atenção para essa iniciativa como uma maneira de chegar aos medos e às aflições das crianças, já que, sob o sigilo da caixinha, eles se sentem à vontade para confessar.
Resumo da fábula
O leão e o ratinho
Um leão dormia sossegado, quando foi surpreendido por um rato que passou correndo pelo seu rosto.
O rei da floresta estava prestes a matá-lo quando o roedor suplicou uma trégua em troca de uma retribuição de bondade.
Mais tarde, o leão caiu em uma armadilha e ficou preso em um emaranhado de cordas, imóvel.
O rato reconheceu seu rugido e roeu as amarras até libertá-lo.
Responsabilidade
Para trabalhar este valor, a escola tem como protagonistas Daphne e Felix, um casal de peixinhos que circulam de classe em classe, diariamente, para que os alunos exercitem o cuidado com eles e, portanto, com outros seres vivos.
"Nós iniciamos um diário apresentando o casal de peixes e listamos quais as tarefas necessárias para mantê-los saudáveis: que eles devem comer com tal frequência, 'tomar banho' um dia sim outro não etc.
Em seguida, incumbimos os próprios alunos de preencher o diário conforme os cuidados que são ministrados com os bichinhos.
Assim, ao ler o diário, a sala que recebe os visitantes sabe o que foi feito pela turma anterior e não pode ser repetido, e também o que eles têm de fazer para que os peixes fiquem bem cuidados", revela Tatiana.
Amor e carinho
A coordenadora lembra-se de uma atividade em que os alunos foram incentivados a falar sobre o amor.
Eles responderam ao seguinte questionário:
★ Qual é a cor do amor para você?
★ Quando você escolheu essa cor, lembrou-se de quê? Que sentimentos você teve?
★ Será que os seus amigos escolheram a mesma cor?
★ Vamos escolher a cor para os outros sentimentos. Qual é a cor da raiva, da tristeza, da alegria?
Após o questionário, foi organizada uma roda de conversa para debater as diferentes respostas.
"Nesta atividade também é possível trabalhar a diversidade, afinal, cada criança estipula uma cor, mas todas as cores escolhidas fazem referência ao mesmo valor, o amor", sugere Tatiana.
Após o debate, os alunos brincaram de "pegador abraço".
Funciona assim: ao sinal, o pegador tem de abordar as crianças que estiverem fugindo, mas elas podem ser salvas se abraçando umas às outras.
O pegador só pode pegar aquele que estiver sozinho.
No início do jogo, as crianças podem se abraçar em grupos, depois somente em duplas.
E devem alternar sempre o colega que irão abraçar, para estimular a inclusão.
Solidariedade
"Ser solidário é muito mais do que participar de campanhas contra a fome, ou para ajudar as vítimas de enchentes ou terremotos.
Podemos simplesmente ceder um lugar no ônibus para um idoso, ouvir os problemas dos outros ou não rir de um amigo", ressalta Tatiana.
A partir dessa premissa e de outras atitudes de respeito, as professoras do Magister propuseram uma pesquisa de imagens de pessoas praticando ações solidárias.
"Depois, os alunos buscaram personalidades que marcaram o mundo por serem solidárias e chegaram à história de Chico Mendes, que lutou pela preservação da Amazônia, do Papa João Paulo II, do Betinho e sua campanha contra a fome, entre outros nomes".
Todas essas histórias integraram um painel exposto no pátio da escola e serviram de exemplo para desenvolver com os pequenos mais esse conceito de cidadania e ética.
Ao redor de cada nome famoso, havia um espaço com a inscrição "Eu também sou solidário", na qual cada aluno contava sua atitude solidária.
"A criança entra no mundo da moral através da heteronomia e não da autonomia." Jean Piaget
Fonte:
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quinta-feira, 14 de julho de 2011
Projeto: Re Fabulando
Trouxe este projeto do blog Diário de um educador baiano
Introdução:
Neste trabalho, optamos por abordar a fábula, enfatizando algumas questões de produção, que possibilitam um olhar renovado sobre o gênero, muito mais como um objeto estético que pode ser apreciado pelo aluno, do que como um texto didático-moralizante.
Isto quer dizer que a fábula será estudada por meio da observação de seus recursos expressivos, analisando como são construídos os efeitos de sentido e como eles podem ser
percebidos por nós.
percebidos por nós.
Por serem narrativas simples e que todas as crianças gostam, elas se envolvem nas historias, pois nessa faixa etária sua imaginação é fértil e se concretiza nos acontecimentos das histórias lidas e nas peripécias de seus personagens.
O interessante, ao estudar tais obras, é reconhecer fábulas semelhantes presentes em diferentes culturas, indicando que, ao viajar e entrar em contato com distintos povos, o ser humano não apenas trocou riquezas materiais ou aprendeu a dominar técnicas: também se apropriou de novas histórias, num intercâmbio de imaginários.
Para os alunos, ler ou ouvir esses textos permite que conheçam outros povos, ou se reconheçam no imaginário deles e, desse modo, ampliem seu domínio sobre as formas de pensar, sentir e descrever o mundo.
Fascinadas pela temática desses textos, as crianças enfrentam desafios para compreendê-los, pois a linguagem nem sempre é simples.
Com isso, ampliam seu universo lingüístico e seu vocabulário, conhecem estruturas diferentes de construção das frases e experimentam novas formas da linguagem, como o uso de metáforas ou outras figura de retórica.
Apresentamos aqui um projeto no qual os alunos acompanharão a leitura feita pelo professor, analisarão alguns efeitos da linguagem utilizada e serão desafiados a reescrever histórias lidas.
Ao fazer a reescrita de uma história conhecida, terão oportunidade de pôr em jogo os conhecimentos que construíram a partir da leitura, preocupando-se em utilizar a linguagem mais adequada.
É preciso lembrar que a condição didática para que os alunos sejam capazes de realizar essa proposta é a participação em muitas situações de leitura de fábulas, mesmo que seja como ouvintes (ao acompanhar a leitura de outra pessoa).
Além disso, A prática de produção oral com destino escrito de uma fábula será uma situação privilegiada para que troquem informações sobre a melhor linguagem a ser utilizada e compartilhem conhecimentos sobre a linguagem escrita, para poder utilizá-los quando forem assumir a responsabilidade pela produção.
Conteúdo Temático
A fábula apresenta um conteúdo didático-moralista que veicula valores éticos, políticos, religiosos ou social.
Este conteúdo pode vir organizado de modo a enfocar o discurso moralista – mais comum nas fábulas em prosa, clássicas – ou pode assumir um valor mais estético, com uma linguagem mais metafórica e a presença de descrições mais apreciativas que investem na constituição mais poética das personagens e da ação narrativa.
Neste caso, o desfecho é, em geral, surpreendente, humorístico ou impactante.
Aprender a linguagem que se escreve:
A reescrita é uma atividade de produção textual com apoio.
É a escrita de uma história cujo enredo é conhecido e cuja referência é um texto escrito.
Quando os alunos aprendem o enredo, junto vem também à forma, a linguagem que se usa para escrever, diferente da que se usa para falar.
A reescrita é a produção de mais uma versão, e não a reprodução idêntica.
Não é condição para uma atividade de reescrita – e nem é desejável – que o aluno memorize o texto.
Para reescrever não é necessário decorar: o que queremos desenvolver não é a memória, mas a capacidade de produzir um texto em linguagem escrita.
O conto tradicional, por exemplo, funciona como uma espécie de matriz para a escrita de narrativas.
Ao realizar um reconto, os alunos recuperam os acontecimentos da narrativa, utilizando, freqüentemente, elementos da linguagem que se usa para escrever.
O mesmo acontece com as reescritas, pois, ao reescrever uma história, um conto, uma fábula os alunos precisam coordenar uma série de tarefas: eles precisam recuperar os acontecimentos, utilizar a linguagem que se escreve organizar junto com os colegas o que querem escrever, controlar o que já foi escrito e o que falta escrever.
Ao realizar essas tarefas, os alunos estarão aprendendo sobre o processo de composição de um texto escrito.
REFERÊNCIA: Programa de Formação de Professores Alfabetizadores (PROFA), Volume 2, p :183
Orientações Pedagógicas:
Prof. Dermival Almeida Santos
Supervisão Técnica:
Prof.ª Thais Pinheiro Costa Mascarenhas
AUTORIA:
Cira Souza,
Eliete Ramos,
Maria Olivia,
Marivanda Souza,
Patrícia Freitas,
Ronaldo Lima,
Rozana Oliveira,
Sueide S. S. Reis.
ÁREA DO CONHECIMENTO: Língua Portuguesa
CONTEXTO: Produção textual – (reescrita de fábulas.)
Empreendimentos sugeridos:
Elaboração de um livro contendo as histórias produzidas pelos alunos para presentear os pais na reunião de pais e mestres ao final da III unidade.
Gravação de CD com versões das fábulas produzidas gravadas pelos alunos com a finalidade de entregá-lo aos pais em uma reunião.
Desenvolver comportamentos leitores e escritores associados á situação de produção de fábulas, tendo em vista a elaboração de um livro ou gravação de um CD que será destinado aos pais.
Público - Alvo :
Alunos do ensino fundamental
Espera-se que os alunos aprendam:
- A ampliar seus conhecimentos sobre a linguagem e os recursos discursivos presentes nas fabulas
-.A reapresentar uma história conhecida, considerando não apenas seu conteúdo, mas também a forma de contá-la.
Alguns comportamentos de escritor, como:
. Planejar um texto e escreve-lo
. Preocupar-se em reapresentar o conteúdo da história.
. Preocupar-se em utilizar recursos discursivos para tornar a história mais interessante e a linguagem mais literária
. Revisar os textos, adequando a linguagem à sua função social.
- A ampliar seus conhecimentos sobre a escrita, avançando em suas hipóteses (embora a seqüência não tenha como eixo o sistema de escrita, inclui situações que oferecem desafios nesse sentido).
- Colocar em diálogo diferentes versões de fábulas para recriá-las ou criar outras, a partir da análise dos argumentos ou da moral previamente apresentados
- Considerar o destinatário ausente e a necessidade da clareza do texto para que ele possa compreender a mensagem.
- Controlar o ritmo do que está sendo ditado, quando a fala se ajusta ao tempo da escrita.
- Diferenciar as atividades de contar uma história, por exemplo, da atividade de ditá-la para o professor, percebendo, portanto, que não se dizem as mesmas coisas nem da mesma forma quando se fala e quando se escreve;
- Diferenciar entre o que o texto escrito diz e a intenção que se teve antes de escrever.
- Fazer inferências sobre informações das fábulas considerando o contexto em que foram produzidas.
- Fazer uso – na leitura e na produção de fábulas – dos recursos lingüísticos- discursivos próprios do gênero;
- Fazer uso de estratégias e capacidades de leitura para construir sentidos sobre as fábulas lidas.
Isto envolve:
- Fazer uso dos recursos lingüísticos e estilísticos próprios da fábula, explorados durante a leitura e também durante a revisão coletiva de produções, para a produção de outras fábulas.
- Realizar várias versões do texto sobre o qual se trabalha, produzindo alterações que podem afetar tanto o conteúdo como a forma em que foi escrito.
- Reconhecer as fábulas como um produto da cultura humana que influencia e é influenciada pelos valores sociais, políticos, éticos e religiosos de um determinado tempo, na história de uma determinada sociedade;
-Repetir palavras ou expressões literais do texto original.
-Retomar o texto escrito pelo professor, a fim de saber o que já está escrito e o que ainda falta escrever.
Conteúdos:
A linguagem usada na escrita das fábulas.
Comportamento escritor e leitor.
Planejamento e produção escrita.
Recursos discursivos das fábulas.
Revisão de textos.
O que se espera do professor:
Acreditar que as crianças conseguem produzir textos, mesmo sem saber grafá-los;
Compreender a idéia geral do projeto e cumprir com o cronograma estipulado.
Estabelecer parcerias com os colegas na troca de experiências, informações e matérias que os ajudem a tornar as aulas mais produtivas;
Incentivar o trabalho em grupo e a funcionalidade deste em função da produção de texto;
Incentivar os alunos para analisarem a estrutura dos contos com perguntas bem pensadas e intervenções que façam os alunos refletirem a cerca das regularidades deste gênero;
Ler os textos com antecedência, analisando-os criteriosamente, pensando na melhor maneira de despertar na turma o interesse pelas leituras;
Motivar a turma em prol do produto final do projeto pela sua própria motivação com a ideia;
Pesquise em diferentes fontes versões diferentes de uma uma mesma fábula para ler nos momentos de leitura pelo professor (ver dia na rotina);
Ser criativo diante das subjetividades e adequar às intervenções previstas à realidade de sua turma;
Solicitar com antecedência materiais que precise, para não atrapalhar o andamento do projeto;
Tirar suas dúvidas, durante os encontros formativos, com colegas e pesquisando.
DESCRIÇÃO DA AULA
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1ª AULA
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APRESENTAÇÃO DO PROJETO PARA A TURMA – é um momento onde o professor deve conquistar a turma para o objetivo maior do projeto: o produto final. Devem ser compartilhadas também as etapas, tempo de duração e a preparação para a culminância do projeto.
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2ª AULA
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DIFERENCIAR OS TÍTULOS DE FÁBULAS CONHECIDAS E DESCONHECIDAS – Além de ser uma oportunidade de fazer uma aula de leitura, as crianças terão a oportunidade de conhecer ou relembrar muitas fábulas. Pode-se pedir que relatem brevemente o que sabem sobre as histórias e eleger, por exemplo, as preferidas da turma.
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3ª AULA
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LEITURA PELO PROFESSOR - da fábula "A cigarra e a formiga", atentando para a forma com que esta leitura deve ser feita, diferentemente da atividade habitual ela é mais lenta e durante esta o professor evidencia fatos, formas discursivas usadas pelo autor, analisando o texto na sua totalidade.
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4ª AULA
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ANÁLISE COMPARATIVA DE DUAS VERSÕES DA FÁBULA "A cigarra e a formiga" – é uma atividade que fará com que as crianças percebam que socialmente as histórias são recontadas e que apesar de serem inspirados num mesmo enredo os autores fazem mudanças, imprimindo sua personalidade e seu conhecimento de mundo na história recontada, isso os ajudará a perceberem que reescrever não é copiar um texto memorizado.
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5ª AULA
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ANÁLISE DE MORAL DAS FÁBULAS – é interessante que as crianças percebam que a moral aparece às vezes explicitamente, outras não. Para isso a leitura de uma ou duas morais não permitirá essa reflexão, o interessante será a análise de diferentes versões e que focassem em algumas para que percebesse os elementos da história que levam para a moral utilizada pelo seu autor. As crianças podem ser desafiadas a escreverem uma moral para uma fabula que não conhecem e compará-la com a escrita pelo autor.
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6ª AULA
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LEITURA
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7ª AULA
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PLANEJAMENTO DE REESCRITA DA FÁBULA – é momento de preparar a turma para escrita do primeiro texto que irá compor o livro. Além de decidirem o que permanecerá igual e que parte da história irá mudar (se mudar), para comunicar o que. Além de refletir sobre forma como o texto é estruturado, a linguagem, etc. que será mais adequada.
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8ª AULA
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REESCRITA DA 1ª FÁBULA – "A cigarra e a formiga". Nesse momento é hora de fazer valer o que foi planejado na aula anterior. Para os alunos que ainda não são alfabético, o professor será o escriba, porem é necessário que o professor problematize questões relacionadas a escrita, recorrendo a discussões anteriores, mas cuidar que o texto seja fiel ao que for ditado pelos alunos. e os alfabetizados poderão ser agrupados de forma que fique claro como cada um deles poderá contribuir com a escrita e quem irá escrever.
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9ª AULA
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REVISÃO COLETIVA DA FÁBULA "A CIGARRA E A FORMIGA" – é um momento privilegiado para que as crianças reflitam acerca da linguagem escrita e aprendam mais um comportamento escritor: um texto não nasce de uma só vez, ele é regado das reflexões (em um dado tempo) daquele que o escreve. Em uma revisão não dá para resolver todos os problemas do texto, por isso além de focar em um aspecto (segmentação, repetição de palavras. Descrição confusa etc.); deve fazer uso dos outros do espaço de sistematização da rotina para trabalhar outras questões até que o texto fique bom.
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10ª AULA
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LEITURA DA FÁBULA "A LEBRE E A TARTARUGA", analisando a forma como o autor escreve.
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11ª AULA
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LEITURA DA FABULA "A TARTARUGA E O COELHO" - fazendo uma análise comparativa com o texto "A lebre e a tartaruga"
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12ª AULA
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ORGANIZAÇÃO DE TEXTO FATIADO - para recuperar a seqüência lógica dos fatos.
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13ª AULA
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ANALISE DA PERSONALIDADE DO COELHO NAS FÁBULAS
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14ª AULA
17/09
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Escrevendo uma nova versão para a fábula "A lebre e o coelho".
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15ª AULA
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ANALISE DE UMA FÁBULA BEM ESCRITA.
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16ª AULA
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REVISÃO DA FABULA "A LEBRE E A TARTARUGA" - com foco no campo discursivo (repetição de palavras, segmentação).
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17ª AULA
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REVISÃO DA FABULA "A LEBRE E A TARTARUGA" - com foco na concordância verbal e nominal.
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18ª AULA
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LEITURA DA FÁBULA "A CEGONHA E A RAPOSA" 1ª versão, refletindo sobre a personalidade dos personagens.
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19ª AULA
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LEITURA DA FÁBULA "A CEGONHA E A RAPOSA" 2ª VERSÃO - traçando um quadro comparativo no estilo dos dois autores na escrita do texto.
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20ª AULA
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LEITURA DE DIFERENTES FÁBULAS - em que a raposa é personagem para análise de sua personalidade.
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21ª AULA
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PLANEJANDO A REESCRITA DA FABULA A RAPOSA E A CEGONHA.
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22ª AULA
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REESCRITA DA FÁBULA "A RAPOSA E A CEGONHA".
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23ª AULA
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REVISÃO DA REESCRITA DA FÁBULA "A RAPOSA E A CEGONHA".
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24ª AULA
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ORGANIZAÇÃO DO LIVRO OU CD DE FÁBULAS E PLANEJAMENTO DA CULMINÂNCIA. Uma aula não dará conta da organização do produto final, pois a organização do livro e a gravação de CD exigem habilidades diferentes e que precisam ser ensinados, como a demanda depende de cada turma, o produto final não terá prazo estipulado, porém creio que em três aulas á turma dará conta de se preparar, afinal de contas eles já percorreram um longo caminho de aprendizagens.
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25ª AULA
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CULMINÂNCIA DO PROJETO.
É necessário que nessa etapa o professor organize vários momentos, que variam de acordo com a turma, para organizar as fábulas a serem gravadas, quem vai gravar, ensaios com microfone para ver como fica melhor a voz, capa do CD, lançamento etc
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DESCRIÇÃO DAS AULAS
1ª AULA
APRESENTAÇÃO DO PROJETO PARA A TURMA
OBSERVAÇÕES INICIAIS –
Na primeira aula do projeto Re Fabulando, uma boa conversa será uma excelente oportunidade para compartilhar com os alunos aquilo que será feito.
Além disso, para o professor, é o momento de saber o que eles já sabem sobre esse gênero literário.
Comece pedindo que relembrem as fábulas que ouviram e organize uma lista coletiva na lousa. Essa lista deverá ser copiada no livro do aluno.
Em seguida, explique o que será feito, o produto final (um livro de fábulas que será entregue aos pais em uma reunião e a gravação de um CD), e as etapas que ocorrerão para chegar à sua elaboração.
Comece pedindo que relembrem as fábulas que ouviram e organize uma lista coletiva na lousa. Essa lista deverá ser copiada no livro do aluno.
Em seguida, explique o que será feito, o produto final (um livro de fábulas que será entregue aos pais em uma reunião e a gravação de um CD), e as etapas que ocorrerão para chegar à sua elaboração.
É interessante a participação da turma nesse momento, conte com a participação da turma, com perguntas ou sugestões.
Essa conversa visa a envolver os alunos, levando-os a perceberem-se como co-responsáveis pela realização do trabalho e, assim, conseguir seu empenho durante o desenvolvimento das atividades de leitura e escrita que serão propostas.
Antecipar com detalhes o produto final permite aos alunos compreender melhor as diferentes etapas de produção que estão previstas.
Antecipar com detalhes o produto final permite aos alunos compreender melhor as diferentes etapas de produção que estão previstas.
Durante essa conversa, é interessante produzir um cartaz em que tais etapas estejam registradas, o que permitirá, no decorrer do trabalho, que eles tenham maior controle daquilo que ainda precisa ser feito.
Esse é um momento privilegiado, também, para compartilhar tudo quanto irão aprender sobre a linguagem escrita, em especial sobre o gênero fábulas.
Segue descrição da aula.
Objetivo:
Estratégias:
Dispor os alunos em circulo e apresentar uma caixa contendo títulos das fabulas conhecidas e desconhecidas.
título de ilustração, veja como Objetivo:
Envolver os alunos com o projeto por meio de sua apresentação e subseqüentes etapas e na construção de seu produto final: um livro de fábulas para ser entregue aos pais.
Orientações Didáticas:
Crianças dispostas em circulo. No centro do circulo estará diversos livros de fábulas expostos no chão. Cada criança deverá pegar um livro para manusear.
O professor deverá fazer algumas intervenções:
O que vocês acham que está escrito aí? Será que são poesias? Serão historias?
Até que a turma chegue a descobrir, pela análise das ilustrações, pela leitura dos títulos e deliberações entre os colegas.
Fale que as fábulas são histórias contadas e lidas no mundo todo, que trabalharemos com o projeto Re Fabulando algum tempo.
Fale que as fábulas são histórias contadas e lidas no mundo todo, que trabalharemos com o projeto Re Fabulando algum tempo.
Pergunte quais fábulas eles já conhecem? Quais eles mais gostam?
Apresente o projeto com entusiasmo, explicando as etapas (fixar as etapas num cartaz), os objetivos e produto final.
Leia da fábula "A cigarra e a formiga" de La Fontaine.
Após termine, termine assistido a um episódio do "Pica- pau" inspirado na fábula "A cigarra e a formiga".
Comente junto com as crianças as semelhanças entre a fábula e o desenho animado assistido.
2ª AULA
LEITURA DOS TÍTULOS
Objetivos:
LEITURA DOS TÍTULOS
Objetivos:
Levantar o conhecimento sobre as fábulas conhecidas e desconhecidas e contá-las (as conhecidas) livremente.
Ler títulos de fábulas e classificá-las quanto: conhecidas e não conhecidas fazendo usos de procedimentos de leitura para diferenciá-los em uma lista.
Estratégias:
Dispor os alunos em circulo e apresentar uma caixa contendo títulos das fabulas conhecidas e desconhecidas.
Fazer a caixa circular de mão em mão, sob o canto de uma canção (batata que passa-passa) onde a caixa ficar quando terminar a música a criança deverá abrir a caixa pegar um título e ler; dizendo se é desconhecido ou conhecido, caso conheça ou alguém da turma, descrever brevemente como é a história.
Será considerado um titulo conhecido quando a maioria das crianças tiver familiaridade com a fábula, os que não conhecem devem ser registrado pelo professor, para fazer a leitura em um momento oportuno.
Leve um cartaz, preparado previamente com uma tabela como a seguir
Peça que cada criança localize entre os títulos dos desconhecidos e conhecidos o título que retirou e com a ajuda sua e da turma cole-a nu lugar que julgarem certo (conhecidas ou desconhecidas).
Fixe o cartaz na parede par posterior consulta.
PARA CASA – Peça que as crianças conversem com seus pais para listarem as fábulas conhecidas por eles.
3ª Aula
LEITURA PELO PROFESSOR
Objetivo:
Perceber através da leitura do professor a diferença entre linguagem falada e escrita e as característica do gênero fábula.
Orientações Didáticas:
Disponha as crianças em circulo no chão.
Disponha as crianças em circulo no chão.
Expor na lousa a lista das fabulas fazendo marcas nas fabulas conhecidas e desconhecidas, destacando o que os alunos se apropriam das novas fabulas.
Apresente o livro (caso possua) pedindo para que eles observem as imagens e os escritos da capa, e tente descobrir o que está escrito ali.
Perguntar se o nome do autor está escrito ali, após ouvir pedir que um dos alunos localize com a ajuda dos outros.
O mesmo deve fazer para identificarem o titulo.
Cante a música a seguir (no ritmo de ciranda, cirandinha) para indicar que vai ser lida uma nova história.
Leia a Fábula "A cigarra e a Formiga" de Esopo.
Só que diferentemente do espaço de leitura em voz alta para deleite, esta leitura assume um novo propósito, o de favorecer a análise da linguagem usada pelo autor.
A leitura pode ter pausas para que você chame a atenção deles para a descrição de uma ação, a mudança de atitude de um personagem em relação à da 1ª versão, a moral e como o autor escreve as freses em detrimento da linguagem falada.
É necessário fazer uma análise cuidadosa em casa e registrar quais as partes do texto deve ser explorada.
Cante a parte final da música para indicar que a história terminou.
Peça aos alunos que digam o que achou da leitura e comente.
Dizer que na próxima aula eles terão que compara duas versões diferentes.
4ª AULA
COMPARAÇÃO DE DUAS VERSÕES DA FÁBULA "A CIGARRA E A FORMIGA".
A cigarra, sem pensar em guardar,a cantar passou o verão.Eis que chega o inverno, e então,sem provisão na despensa,como saída ela pensaem recorrer a uma amiga:sua vizinha, a formiga,pedindo a ela, emprestado,algum grão, qualquer bocado,até o bom tempo voltar.- "Antes de agosto chegar,pode estar certa a Senhora:pago com juros, sem mora."Obsequiosa, certamente,A formiga não seria.- "Que fizeste até outro dia?"- "Eu cantava, sim Senhora,noite e dia sem tristeza."- "Tu cantavas? Que beleza!Muito bem: pois dança, agora..."
in: Fábulas deLa Fontaine. Villa Rica Editoras Reunidas Limitada.1992, vol. I, pp. 743-4. Trad. Milton Amado e Eugênio Amado
A CAUSA DA CHUVA
A
O leão e a ratinho Um leão, cansado de tanto caçar, dormia espichado debaixo da sombra boa de uma árvore. Vieram uns ratinhos passear em cima dele e ele acordou.
Objetivo:
Fazer análise comparativa entre duas versões da fábula "A cigarra e a formiga" para perceber as diferentes possibilidades de escrever uma mesma história e como o ato de reescrever histórias conhecidas é comum mesmo entre os autores consagrados.
Orientações Didáticas:
Leia duas versões da fábula "A cigarra e as formigas".
Converse com seus eles explicando que terão que analisar e para descrever a diferentes formas em que dois autores escrevem a mesma fábula.
Vejam o exemplo abaixo:
1ª VERSÃO – La Fontaine
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2ª VERSÃO - Esopo
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INÍCIO DA FÁBULA:
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QUANDO A CIGARRA LHES PEDE COMIDA, AS FORMIGUINHAS RESPONDEM:
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E A CIGARRA RESPONDE:
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MORAL DA HISTÓRIA:
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Peça que socializem os escritos e que digam o que conclusão chegaram depois de fazer a atividade.
Converse com eles para que percebam que socialmente é comum que os autores escrevem versões diferentes de uma mesma história, lembre do desenho do pica-pau para exemplificar e muitas vezes até mudam o desfecho da história como fez Monteiro lobato em "A formiga boa".
Leia para eles, pausadamente e vá fazendo-os perceber a forma como o autor descreve as ações dos personagens, a seqüência da história, o desfecho.
Questione o porquê Monteiro Lobato teria escrito um final diferente para a história, de qual mais gostaram e por que.
Essa discussão será importante para que percebam que as fábulas expressam os valores de que escrevem e que portanto ele estarão livres para escrever a sua versão quando chegasse a hora.
5ª AULA
ANÁLISE DA MORAL DE FÁBULAS CONHECIDAS
Objetivo:
Analisar a moral das duas versões associando a fatos do cotidiano.
Orientações Didáticas:
Organize as crianças em quartetos e entregue para cada grupo a cópia de três historias diferentes (ter para análise no mimo três histórias diferentes), já com a moral destacada, para tornar-la mais visível.
Diga quais são os títulos das histórias que cada um recebeu e seus respectivo autor, para que percebam que são conhecidas. Peça para que leiam as histórias e a relacione com a moral.Peça que escolha uma das histórias para analisar a moral, para isso o grupo terá que entrar num acordo. Oriente as discussões e intervenha para que leiam a mora da fábula escolhidas e justifique por que. Entregue um pedaço de papel e solicite que leia novamente (se necessário) a moral e que escrevam como compreenderam o que dizia a moral e de um exemplo de como isso se aplicaria na vida real – Exemplo: Se a moral fosse "Em casa de ferreiro, espeto de pau" – poderiam dizer que saber as coisas não é garantia de fazê-las e a aplicação seria – meu tio é professor, mas seu filho não sabe ler.Solicite que socializem o que escreveram para os colegas. Depois fixe o comentário com a respectiva fábula no mural da escola para a apreciação de todos.
6ª Aula
LEITURA DA 3ª VERSÃO DA FÁBULA "A CIGARRA BOA – DE MONTEIRO LOBATO"
Objetivos:
Analisar uma terceira versão da Fabula "A cigarra boa" para perceber que é possível mudar o desfecho da história a partir do que o autor acredita ou quer comunicar a seu leitor.
Orientações Didáticas:
Resgate com a turma as discussões das aulas anteriores, par que possam se situar dentro do trabalho;
Organize a turma – alfabéticos em quartetos ou trios previamente organizados e levando em consideração critérios que colaborarão com o bom funcionamento dos grupos e definindo quem será escriba ou leitor e como os outros poderão colaborar. Não alfabéticos: todos num grupão o professor será o leitor.
Comunique aos alunos que irão conhecer mais uma versão da fábula "A cigarra e a formiga".
Relembre com eles brevemente as discussões quando compararam as duas versões anteriores, recorrendo à ficha que foi sistematizada e exposta na sala.
Questione: como será o título dessa versão?
Será que mudou muito das versões anteriores?
Ouça atentamente e sistematize as falas na lousa para voltar nelas mais na frente.
Apresente o título da fábula e questione: o que compreenderam?
Que informações sobre a história nos trás?
A formiga das versões que lemos anteriormente era realmente boa?
Justifiquem.
Siga com as anotações e compare junto com eles com as que já fizeram
Entregue uma cópia do texto e peçam que leiam e discutam sobre a personalidade dos personagens da história em detrimento as outras versões lidas (até mesmo o desenho do pica-pau). Entregue também papel pautado para que escrevam suas conclusões. Sua presença nos grupos é indispensável, pois as crianças sentirão dificuldades inicialmente de perceber as diferenciações e principalmente na hora de decidir o que e como escrever, a escolha do escriba deve ser bem pensada.
Peça que socializem as discussões se apoiando nas notas.
Problematize as discussões e questione sobre o que acharam da versão lida.
Comunique que na próxima aula irão planejar a escrita de uma nova versão dessa mesma fábula, e que ao logo das aulas anteriores tiveram a oportunidade de ler várias versões e alisá-las e que se preparem para decidirem como será a versão que irão escrever.
7ª Aula
PLANEJAMENTO DA REESCRITA DA FÁBULA "A CIGARRA E AFORMIGA"
Objetivos:
Perceber o ato de planejar como indispensável quando se pretende escrever, e que este é utilizado por todo escritor proficiente.
Planejar a escrita da fábula "a cigarra e a formiga".
Orientações Didáticas :
Organize a sala em circulo.
Prepare diferentes imagens de lugares (escola, férias em determinada cidade longe, uma excussão, tomar banho de rio etc.) faça legendas para ajudar na identificação da imagem.
Exponha no centro da sala num local acessível aos olhos de todos.
Depois de escolherem o destino deixe no mesmo local das imagens fichas descrevendo alguns atitude e itens necessários para garantir o seu conforto no lugar que deseja ir.
Peça que justifique as suas escolhas.
Explique para eles que tudo o que fazemos precisa de um planejamento, de uma organização, ou seja, de escolhas e que para escrever um texto não é diferente.
Já percebendo a grande importância do planejar
Inicie o planejamento da re-escrita da fábula organizando em tópicos as decisões tomadas sobre sugestões de títulos, seqüência dos fatos, ação e desfecho da história. Também é importante resgatar as discussões acerca das características da língua escrita, decidindo que linha (muito distante do original – tipo "formiga boa" ou conservadora como La Fontaine ) e seguir quanto à reescrita da fábula.
8ª AULA
REESCRITA DA FÁBULA "A CIGARRA E A FORMIGA"
Objetivos:
Reescrever a fabula "A cigarra e a formiga" percebendo a diferença entre a linguagem oral e a linguagem escrita.
Fazer uso de comportamentos escritores como se apoiar em discussões anteriores e planejamento feito anteriormente para escrever um texto, rever enquanto escreve escolher uma entre várias possibilidades, rever após escrever etc.
Orientações Didáticas:
Organize os alunos alfabéticos nos quartetos das aulas anteriores e redefina com antecedência o papel de cada aluno no grupo (quem vai ditar, quem vai fazer o rascunho, quem vai passar a limpo e todos devem participar das decisões e opinar na construção do texto). Os alunos do 1º ano será produção oral com destino escrita.
Resgate as discussões feitas nas aulas anteriores, especialmente na última. Volte ao planejamento feito e reforce as discussões entorno da utilidade deste no momento da produção.Resgate oralmente ou releia (se necessário) as versões estudadas.Entregue para cada grupo uma folha de papel pautada e peça que escrevam de acordo com o que foi combinado na aula anterior no caderno e depois de revisto e "aprovado" por todos no grupo o texto deverá ser passado a limpo na folha que você entregou ao grupo. Durante a produção podem surgir muitas dúvidas, ou equívocos, o professor deve dar o máximo de atenção as crianças, intervindo, problematizado se apoiando nas discussões anteriores e nos materiais expostos, pois eles estão iniciando na função de produtores de texto. É importante fazer com que releiam o que escreveram não como obrigação, mas porque é uma condição do escritor para ir avaliando o que já foi produzido e de onde deve seguir escrevendo, não repetir informações ou para deixar o texto claro para quem vai ler. Recolha o texto e em casa analise-os.
9ª AULA
REVISÃO COLETIVA DA FÁBULA PRODUZIDA PELOS ALUNOS
Objetivo:
Perceber a importância da linguagem para a clareza e compreensão do texto, fazendo os marcos textuais necessários a um bom texto.
Orientações Didáticas
Organização da sala – individual
Escolha, pelo professor, de um texto, onde foi percebido mais dificuldades de linguagem
Expor no papel metro o texto, ler com as crianças levando-as a perceber a linguagem usada buscando chamar a atenção para palavras repetidas e sequência dos fatos.
10ª Aula
Objetivo:
Revisar o texto escrito pelos alunos (no papel metro) propondo que analisem junto com o professor as questões:
Conteúdo:
Revisão para os últimos ajustes do texto escrito pelos alunos (foco pontuação)
Orientações Didáticas
Expor a fábula reescrita pelos alunos (no papel metro) propondo que analisem junto com o professor as seguintes questões:
- vocês já perceberam que o texto é formado por frases
- vocês observaram que o texto é dividido por partes?
Distribuir o texto (original) aos alunos pedindo que observem o que existem além das letras. Esses sinais que aparecem vocês sabem para que servem? Explicar.
Voltar à reescrita fazendo com que os alunos percebam que, para um texto, está bem escrito precisará de uma pontuação necessária, grifar as alterações que deverão ser feitas no texto. Informar aos alunos que o texto será guardado para compor um livro.
11ª AULA
Objetivo:
Ampliar o repertório do conhecimento de fabulas
Conteúdo:
Leitura da segunda fábula
Orientações Didáticas:
Crianças dispostas em círculo.
Comentar com a turma que irá ser lida uma fábula buscando na lista exposta na sala se esta é conhecida ou desconhecida pela turma circulando a mesma (a cigarra e a formiga).
Propor aos alunos o silêncio e a atenção. Após a leitura perguntar as crianças:
- Quais personagens da fábula?
- Como cada um é descrito?
- O que acontece com eles?
- O que vocês entenderam da moral?
Listar respostas no cartaz para comparar com outra versão usando uma estrutura como a seguir:
12ª AULA
Objetivo:
Ler a fábula para comparar seqüência, personagens, moral
Conteúdo:
Leitura da segunda versão (A cigarra e a formiga)
Orientações Didáticas:
Crianças dispostas em circulo.
Ler o titulo da fábula procurando se eles conhecem. (esperar que os alunos comentem que esta já foi lida).
Comentar que o professor irá ler propondo que observem se é a mesma história. Voltar ao quadro da aula anterior comparando personagens, trama e moral.
OUTRAS DICAS
... Se os alunos falarem ao mesmo tempo?
Faça um bom combinado antes de iniciar a tarefa: comente a importância de ouvir os colegas, relembre que é preciso respeitar a vez de cada um, levantando a mão quando tiver alguma idéia.
... Se houver alunos que se dispersam em atividades coletivas?
Procure fazer com que os alunos que têm essa característica ocupem lugares mais próximos de você. Valorize sua contribuição, perguntando-lhes o que acham de determinada informação, como gostariam de incluí-la no texto e outras solicitações e lembre-os sempre da responsabilidade de todos para conseguirem chegar realizar o projeto a contento.
... Se os alunos não conseguirem solucionar problemas textuais apontados por você?
No encaminhamento foi apontada a possibilidade de levantar questões aos alunos para aprimorar o modo de elaborar o texto. Mas é possível que eles ainda não tenham conhecimentos necessários para resolver alguns problemas.
Neste caso, recorra aos modelos de fábulas, retomando determinados trechos e indicando como o autor escreveu para que possam retomar as referências.
Não hesite em dar algumas sugestões, submetendo-as à reflexão do grupo, negociando sua adequação.
Estas são estratégias didáticas fundamentais no processo de aprendizagem.
Afinal, as situações de escrita coletiva são sugeridas exatamente porque temos o diagnóstico de que estamos tratando de uma tarefa que envolve determinados conhecimentos ainda em construção e que, portanto, os alunos ainda não conseguem fazer sozinhos.
TEXTOS USADOS – SEGUIDOS DE COMENTÁRIOS
A cigarra, sem pensar em guardar,a cantar passou o verão.Eis que chega o inverno, e então,sem provisão na despensa,como saída ela pensaem recorrer a uma amiga:sua vizinha, a formiga,pedindo a ela, emprestado,algum grão, qualquer bocado,até o bom tempo voltar.- "Antes de agosto chegar,pode estar certa a Senhora:pago com juros, sem mora."Obsequiosa, certamente,A formiga não seria.- "Que fizeste até outro dia?"- "Eu cantava, sim Senhora,noite e dia sem tristeza."- "Tu cantavas? Que beleza!Muito bem: pois dança, agora..."
in: Fábulas de
O MENINO QUE MENTIA
Um pastor costumava levar seu rebanho para fora da aldeia. Um dia resolveu pregar uma peça nos vizinhos.— Um lobo! Um lobo! Socorro! Ele vai comer minhas ovelhas!Os vizinhos largaram o trabalho e saíram correndo para o campo para socorrer o menino. Mas encontraram-no às gargalhadas. Não havia lobo nenhum.Ainda outra vez ele fez a mesma brincadeira e todos vieram ajudar.
Um pastor costumava levar seu rebanho para fora da aldeia. Um dia resolveu pregar uma peça nos vizinhos.— Um lobo! Um lobo! Socorro! Ele vai comer minhas ovelhas!Os vizinhos largaram o trabalho e saíram correndo para o campo para socorrer o menino. Mas encontraram-no às gargalhadas. Não havia lobo nenhum.Ainda outra vez ele fez a mesma brincadeira e todos vieram ajudar.
E ele caçoou de todos.Mas um dia, o lobo apareceu de fato e começou a atacar as ovelhas. Morrendo de medo, o menino saiu correndo.— Um lobo! Um lobo! Socorro!Os vizinhos ouviram, mas acharam que era caçoada.Ninguém socorreu e o pastor perdeu todo o rebanho.
Moral: Ninguém acredita quando o mentiroso fala a verdade.
(Retirado do "Livro das Virtudes para Crianças" de William Bennett. Editora Nova Fronteira)
A ROSA E A BORBOLETA
Moral: Ninguém acredita quando o mentiroso fala a verdade.
(Retirado do "Livro das Virtudes para Crianças" de William Bennett. Editora Nova Fronteira)
A ROSA E A BORBOLETA
Uma vez, uma borboleta se apaixonou por uma linda rosa.
A rosa ficou comovida, pois o pó das asas da borboleta formava um maravilhoso desenho em ouro e prata.
Assim, quando a borboleta se aproximou, voando, da rosa e disse que a amava, a rosa ficou coradinha e aceitou o namoro.
Depois de um longo noivado e muitas promessas de fidelidade, a borboleta deixou sua amada rosa. Mas, ó desgraça!
A borboleta só voltou um tempo depois.
– É isso que você chama de fidelidade? – choramingou a rosa.
– Faz séculos que você partiu, e, além disso, você passa o tempo de namoro com todos os tipos de flores. Vi quando você beijou dona Gerânio, vi quando você deu voltinhas na dona Margarida até que dona Abelha chegou e expulsou você...
Pena que ela não lhe deu uma boa ferroada!
– Fidelidade!? – riu a borboleta. – Assim que me afastei, vi o Senhor Vento beijando você. Depois você deu o maior escândalo com o senhor Zangão e ficou dando trela para todo besourinho que passava por aqui.
E ainda vem me falar em fidelidade!
Moral: Não espere fidelidade dos outros se não for fiel também.
Comentários sobre algumas características das fábulas
"A cigarra e a formiga", "O menino que mentia" e "A borboleta e a rosa"
Diferentemente da fábula A cigarra e a formiga, estas duas fábulas trazem uma moral explícita, em destaque, como um desfecho trágico e conclusivo da história, na voz do próprio narrador, que fala como "um velho que prega lição em tom edificante e moralizador".
Apesar da diferença, cabe observar que em A cigarra e a formiga também há uma moral implícita, mas agora, na voz da formiga, também como um desfecho trágico da história: - "Tu cantavas? Que beleza! / Muito bem: pois dança, agora..."
Em vista destas considerações sobre a moral, percebe-se que desta perspectiva ela passa a ser parte integrante da história e um recurso a mais para o autor compor a estética do texto, conforme comentado no texto inicial em que caracterizamos a fábula.
Estas duas fábulas trazem como personagens outros seres além dos animais: temos uma deusa, um homem e uma flor, além do inseto. Explorar a variedade de personagens das fábulas reforça a informação de que eles não se restringem a animais: podem ser seres animados (inclusive o homem) e seres inanimados (como um machado, uma pedra, conforme veremos em outras fábulas).
O recurso de personificação de animais ou objetos – observados tanto no fato de estes seres falarem, como nos sentimentos e reações humanas que apresentam – envolve sempre a escolha de seres que colaborem na construção do enredo. Ou seja, é preciso que o ser escolhido tenha alguma característica que contribua para o desenvolvimento da ação da narrativa.
No caso da fábula A rosa e a borboleta, por exemplo, o enredo se constrói em torno de uma situação que envolve amor, ciúme e fidelidade (próprios da natureza e comportamento humanos). Para desenvolver este enredo o fabulista escolhe a borboleta – concorrendo com outros insetos que polinizam as flores em geral – e a rosa – que como uma flor é polinizada por vários insetos. Como se vê, ambos os personagens servem perfeitamente bem ao enredo da fábula: aos seres que figuram nesta fábula é naturalmente impossível exigir fidelidade, tal como a concebemos.
Também na fábula A cigarra e a Formiga, percebemos a escolha pertinente das personagens: a formiga, conhecida como inseto que nunca pára que está sempre recolhendo alimento para estocar e a cigarra, reconhecida pelo seu 'canto' contínuo: duas características fundamentais para compor o enredo – enquanto uma trabalha a outra canta – duas características que vão entrar em choque, gerando o conflito.
Cabe observar que a fábula mais óbvia – e, talvez, menos atraente em razão da ausência do elemento mágico (os animais que falam, que têm sentimentos humanos) – é a que apresenta como personagens seres humanos e os animais citados não são personificados.
As personagens destas fábulas poderiam ser outras desde que a escolha seja guiada pelo critério comentado acima. Teríamos que nos perguntar: que outros seres teriam
características semelhantes às das personagens?
características semelhantes às das personagens?
A cigarra e a formiga e a borboleta e a rosa poderiam, ainda, ser substituídas por seres humanos: no lugar da cigarra e da formiga, por exemplo, poderíamos ter um lavrador e um cantor; no lugar da borboleta e da rosa poderíamos ter um casal de namoradas infiéis ou dois amigos que se traem.
Na fábula O menino que mentia – que já traz seres humanos como personagens –, poderíamos pensar em substituí-los por animais. Neste caso, teríamos que pensar em um animal que seja brincalhão, enganador – por exemplo, o macaco no lugar do menino.
Os vizinhos poderiam ser outros bichos quaisquer.
A CAUSA DA CHUVA
Não chovia há muitos e muitos meses, de modo que os animais
ficaram inquietos.
ficaram inquietos.
Uns diziam que ia chover logo, outros diziam que ainda ia demorar.
Mas não chegavam a uma conclusão.
– Chove só quando a água cai do telhado do meu galinheiro – esclareceu a galinha.
– Ora, que bobagem! – disse o sapo de dentro da lagoa. – Chove quando a água da lagoa começa a borbulhar suas gotinhas.
– Como assim? – disse a lebre. – Está visto que só chove quando as folhas das árvores começam, a deixar cair às gotas d'água que têm dentro.
Nesse momento começou a chover.
– Viram? – gritou a galinha. – O telhado do meu galinheiro está pingando.
Isso é chuva!
– Ora, não vê que a chuva é a água da lagoa borbulhando? – disse o sapo.
– Mas, como assim? – tornou a lebre. – Parecem cegos! Não vêem que a água cai das folhas das árvores?
Moral: Todas as opiniões estão erradas.
A
Comentários sobre algumas características da fábula :A causa da chuva
Esta fábula de Millôr Fernandes apresenta um enredo que começa construído segundo os princípios da fábula: um conflito é estabelecido desde o início, a partir do qual a fábula se desenvolve. Entretanto, surpreende ao suspender o enredo no conflito – as personagens continuam com opiniões diferentes sobre a chuva – e introduzir a moral que interpreta a situação de uma perspectiva inesperada: todas as personagens estão erradas! Não há vencedores na competição pela explicação correta sobre a chuva.
O texto é um excelente exemplo do papel que a moral passa a assumir na fábula em verso e que as novas versões da fábula em prosa também incorporaram. A explicitação da moral é parte constitutiva da construção do sentido do texto. Neste caso, por meio da moral, o autor introduz uma informação inesperada que se contrapõe ao que comumente se espera das morais das fábulas que sempre condensam um ensinamento ou uma crítica a partir das ações de uma das personagens, como acontece nas fábulas anteriores. Aqui, o fabulista assume o seu próprio ponto vista ao interpretar a situação apresentada e cria, ele mesmo, um desfecho para a narrativa, produzindo humor.
Caso o fabulista quisesse fazer uso da moral de acordo com o esperado – assumindo a perspectiva moral a partir do comportamento de uma das personagens –, poderíamos ter algo como: Há várias interpretações para um mesmo problema ou Cada um vê a vida de seu ponto de vista ou, ainda, Todo mundo tem uma opinião sobre as coisas, mas não significa que estejam certos ou cada um tem a sua verdade etc.
Vale a pena comparar a moral desta fábula de Millôr com a de Esopo – O leão e o ratinho. Nesta última, observamos que a moral reassume um tom mais sério e apresenta um ensinamento moral baseado na atitude positiva do leão (de complacência em relação ao ratinho) que é recompensada no final.
O leão e a ratinho Um leão, cansado de tanto caçar, dormia espichado debaixo da sombra boa de uma árvore. Vieram uns ratinhos passear em cima dele e ele acordou.
Todos conseguiram fugir, menos um, que o leão prendeu debaixo da pata.
Tanto o ratinho pediu e implorou que o leão desistiu de esmagá-lo e deixou que fosse embora. Algum tempo depois o leão ficou preso na rede de uns caçadores. Não conseguindo se soltar, fazia a floresta inteira tremer com seus urros de raiva. Nisso apareceu o ratinho, e com seus dentes afiados roeu as cordas e soltou o leão.
Moral: Uma boa ação ganha outra.
(in: Fábulas de Esopo. Companhia das Letrinhas. 1990, p. 61. Trad. Heloisa Jahn)
Comentários sobre as diferentes morais da fábula
O leão e o ratinho
As três morais formuladas a partir do enredo desta fábula são resultado de diferentes autores em contextos sócio-históricos que definem, inclusive, novos interesses e novas finalidades para as fábulas.
Enquanto na versão de Esopo o comportamento do leão é exaltado e premiado
(quem faz uma boa ação é compensado), na versão deLa Fontaine o que entra em foco é a oposição entre a força bruta (do feroz leão) e a discrição do trabalho contínuo (do frágil rato) para conseguir o que se quer. Em La Fontaine o que se destaca é o comportamento do ratinho, considerado positivo, enquanto o comportamento do Leão – que ao ver-se preso ruge, irritado – chega a ser ridicularizado.
Enquanto em Esopo vislumbramos um ensinamento de cunho moral religioso,em La Fontaine temos a crítica ao comportamento escandaloso do leão e o reconhecimento do esforço do ratinho.
Quanto à última moral – Todas as funções dentro de uma empresa têm seu valor, por mais simples que possam parecer – faz referência a um contexto muito específico.O livro de que foi retirada (Fábulas de Esopo para executivos), indica o uso da fábula num contexto de trabalho, e define uma finalidade particular: usá-las para discutir temas relacionados ao mundo do trabalho, tais como motivação de equipe, criatividade nos negócios, satisfação do cliente, como o próprio editor do livro declara. A título de informação complementar, é interessante notar que se comparamos a versão da fábula (e não apenas da moral) deLa Fontaine com a de Alexandre Rangel, é possível perceber que toda a fábula deste é uma adaptação mais próxima à versão deLa Fontaine. A
Enquanto na versão de Esopo o comportamento do leão é exaltado e premiado
(quem faz uma boa ação é compensado), na versão de
Enquanto em Esopo vislumbramos um ensinamento de cunho moral religioso,
Quanto à última moral – Todas as funções dentro de uma empresa têm seu valor, por mais simples que possam parecer – faz referência a um contexto muito específico.O livro de que foi retirada (Fábulas de Esopo para executivos), indica o uso da fábula num contexto de trabalho, e define uma finalidade particular: usá-las para discutir temas relacionados ao mundo do trabalho, tais como motivação de equipe, criatividade nos negócios, satisfação do cliente, como o próprio editor do livro declara. A título de informação complementar, é interessante notar que se comparamos a versão da fábula (e não apenas da moral) de
Vale a pena espalhar razões de gratidão:
Os pequenos também têm utilidade.
Duas fábulas mostrarão
Que eu não estou falando senão a verdade.
Vê-se que é possível aproximar o sentido do segundo verso (que não deixa de ser também uma moral!!!) com a moral proposta por A. Rangel: Todas as funções dentro de uma empresa têm seu valor, por mais simples que possam parecer.
Atenção, professor: embora trataremos mais adiante dos procedimentos que serão comentados agora, caso você avalie pertinente, seria possível propor a leitura da versão em verso, de
Na versão de
Em suma, vemos
Comentários sobre as situações apresentadas como enredos das fábulas e sobre as personagens:
Se considerarmos que os animais ou outros seres inanimados que aparecem nas fábulas são quase sempre personificados – apresentam ações, sentimentos e comportamentos humanos –, fica evidente que embora o enredo apresente uma situação próxima da vida real destes seres, esta situação tem especificidades da vida humana. Tomando como exemplo a fábula do leão e do rato, a situação do rato poder ser devorado pelo leão e, deste, poder se ver preso em uma rede é totalmente plausível (verossímil) no mundo dos animais. Entretanto, se considerarmos o momento da generosidade do leão que permite ao rato viver e o episódio de generosidade e heroísmo do rato que salva o leão da rede, nos deparamos com sentimentos e comportamentos possíveis e próprios de seres humanos. Esta é uma razão porque as situações das fábulas podem ser transpostas para situações humanas.
Outro aspecto importante de ser observado refere-se à seleção dos animais que serão personagens das fábulas. É importante observar que embora tenhamos alguns animais que simbolizem aspectos de caráter ou de comportamento humanos de forma mais permanente (por exemplo, a raposa como sempre astuta, rápida, inteligente), neste texto é possível observar sobre o a escolha dos animais que serão personagens de uma fábula: essa escolha está muito mais associada ao que ele pode oferecer à ação da narrativa (ao enredo) do que propriamente ao que ele simboliza em termos de características humanas, conforme já comentado na abertura do projeto e também nos comentários à fábula A borboleta e a rosa.
A RAPOSA E A CEGONHA – 1ª versão
A Comadre Raposa, apesar de mesquinha, tinha lá seus momentos de delicadeza.
Num dos tais, convidou a cegonha, vizinha, a partilhar da sua mesa.
Constava a refeição de um caldo muito ralo, servido em prato raso. Não pôde prová-lo a cegonha, por causa do bico comprido.
A raposa, em segundos, havia lambido todo o caldo. Querendo desforrar-se da raposa, a comadre um dia a convidou para um jantar. Ela aceitou com deleite do qual não fez disfarce.
Na hora marcada, chegou à casa da anfitriã.
Esta, com caprichoso afã, pedindo desculpas pelo transtorno, solicitou ajuda pra tirar do forno a carne, cujo cheiro enchia o ar.
A raposa, gulosa, espiou o cozido: era carne moída – e a fome a apertar!
Eis que a cegonha vira, num vaso comprido e de gargalo fino à beça, todo o conteúdo da travessa!
O bico de uma entrava facilmente, mas o focinho da outra era bem diferente; assim, rabo entre as pernas, a correr, foi-se a raposa. Espertalhão, atente: quem hoje planta, amanhã vai
(in: Fábulas de La Fontaine. Villa Rica Editoras Reunidas Limitada. 1992, vol. I, pp. 117-8. Trad. Milton Amado e Eugênio Amado)A RAPOSA E A CEGONHA – 2ª versão
Um dia a raposa convidou a cegonha para jantar. Querendo pregar uma peça na outra, serviu sopa num prato raso. Claro que a raposa tomou toda a sua sopa sem o menor problema, mas a pobre da cegonha com seu bico comprido mal pôde tomar uma gota. O resultado foi que a cegonha voltou para casa morrendo de fome. A raposa fingiu que estava preocupada, perguntou se a sopa não estava do gosto da cegonha, mas a cegonha não disse nada. Quando foi embora, agradeceu muito a gentileza da raposa e disse que fazia questão de retribuir o jantar no dia seguinte.
Assim que chegou, a raposa se sentou lambendo os beiços de fome, curiosa para ver as delícias que a outra ia servir. O jantar veio para a mesa numa jarra alta, de gargalo estreito, onde a cegonha podia beber sem o menor problema. A raposa, amoladíssima, só teve uma saída: lamber as gotinhas de sopa que escorriam pelo lado de fora da jarra. Ela aprendeu muito bem a lição. Enquanto ia andando para casa, faminta, pensava: "Não posso reclamar da cegonha. Ela me tratou mal, mas fui grosseira com ela primeiro".
Moral: Trate os outros tal como deseja ser tratado.
(in: Fábulas de Esopo. Companhia das Letrinhas. 1990, p. 36. Trad. Heloisa Jahn
A RAPOSA E O CORVO
Um dia um corvo estava pousado no galho de uma árvore com um pedaço de queijo no bico quando passou uma raposa. Vendo o corvo com o queijo, a raposa logo começou a matutar um jeito de se apoderar do queijo. Com esta idéia na cabeça, foi para debaixo da árvore, olhou para cima e disse:— Que pássaro magnífico avisto nessa árvore! Que beleza estonteante!Que cores maravilhosas! Será que ele tem uma voz suave para combinar com tanta beleza! Se tiver, não há dúvida de que deve ser proclamado rei dos pássaros.Ouvindo aquilo o corvo ficou que era pura vaidade. Para mostrar à raposa que sabia cantar, abriu o bico e soltou um sonoro "Cróóó!". O queijo veio abaixo, claro, e a raposa abocanhou ligeiro aquela delícia, dizendo:— Olhe, meu senhor, estou vendo que voz o senhor tem. O que não tem é inteligência!Moral: cuidado com quem muito elogia.
(in: Fábulas de Esopo. Companhia das Letrinhas. 1990, p. 61. Trad. Heloisa Jahn)
Comentários sobre algumas características da fábula "A RAPOSA E CORVO"
Embora o corvo seja considerado um animal astuto e inteligente, nesta fábula ele aparece sendo enganado pela raposa. Mais astuta, ela aposta no orgulho e na vaidade do pássaro superando a sua inteligência: a raposa o elogia, destacando suas qualidades e sugerindo outras. E o corvo, dominado pelo orgulho e pela vaidade, cai na armadilha e deixa cair o queijo do bico que é devorado pela raposa.
Neste texto é possível observar, mais uma vez, o uso e a escolha dos animais que serão personagens de uma fábula associada ao que ele pode oferecer à ação da narrativa: o corvo teria uma vantagem sobre a raposa – como voa, está no alto de uma árvore e esta não teria como alcançá-lo para brigar pelo queijo.
Quanto à moral, constatamos pelo menos duas, presentes no texto: temos a moral explicitada no final da fábula – que atenta para o cuidado que devemos ter com quem nos elogia em demasia, para não cairmos em armadilhas; e outra moral não explícita, mas perfeitamente subentendida que nos alerta sobre os perigos de nos deixarmos dominar pela vaidade e pelo orgulho.
E assim podemos proceder em busca de várias 'morais' em qualquer fábula, dependendo da situação em que a queremos usar e do enfoque que desejamos dar (nosso objetivo). Este aspecto, em especial, será mais explorado em atividades posteriores.
A LEBRE E A TARTARUGA – 1ª VERSÃO
A lebre vivia a se gabar de que era o mais veloz de todos os animais. Até o dia em que encontrou a tartaruga. – Eu tenho certeza de que, se apostarmos uma corrida, serei a vencedora – desafiou a tartaruga.
A lebre caiu na gargalhada. – Uma corrida? Eu e você? Essa é boa!
– Por acaso você está com medo de perder? – perguntou a tartaruga.
– É mais fácil um leão cacarejar do que eu perder uma corrida para você – respondeu a lebre.
No dia seguinte a raposa foi escolhida para ser a juíza da prova. Bastou dar o sinal da largada para a lebre disparar na frente a toda velocidade. A tartaruga não se abalou e continuou na disputa. A lebre estava tão certa da vitória que resolveu tirar uma soneca.
"Se aquela molenga passar na minha frente, é só correr um pouco que eu a ultrapasso" – pensou.
A lebre dormiu tanto que não percebeu quando a tartaruga, em sua marcha vagarosa e constante, passou. Quando acordou, continuou a correr com ares de vencedora. Mas, para sua surpresa, a tartaruga, que não descansara um só minuto, cruzou a linha de chegada em primeiro lugar.
Desse dia em diante, a lebre tornou-se o alvo das chacotas da floresta.
Quando dizia que era o animal mais veloz, todos lembravam-na de uma certa tartaruga...
Moral: Quem segue devagar e com constância sempre chega na frente.
(Jean de La Fontaine. In : Fábulas de Esopo. Editora Scipione, São Paulo. 2000. Adaptação: Lúcia Tulchinski)
A TARTARUGA E O COELHO – 2ª versão - Dilea Frate
A tartaruga ganhou do coelho na corrida e ficou rica. Um dia, ela se encontrou com o pardal e começou a rolar uma discussão sobre dinheiro: "Eu sou rica, carrego muito dinheiro no meu casco-cofre, e você?". O pardal respondeu: "Eu sou pobre, não tenho casco nem cofre, mas sou leve e posso voar". A tartaruga respondeu: "Se quiser, posso comprar uma asa igual à sua. O dinheiro consegue tudo". E foi o que ela fez. Chegou o dia do vôo. Com as asas postiças, a tartaruga ajeitou o casco-cofre, subiu num precipício enorme e... (assovio)... Começou a cair feito uma pedra. As asas não faziam efeito! Aí, ela teve a idéia de jogar o casco-cofre pelos ares e, como num passe de mágica, as asas começaram a funcionar!... Que alívio! E que alegria poder voar como um passarinho! Quando chegou à terra, a tartaruga estava pobre, mas feliz. Na hora de voltar para casa, o coelho apareceu e emprestou o dinheiro do táxi.
(In: Histórias para Acordar. Companhia das Letrinhas. SP. 1996, p. 59)
Comentários sobre as fábulas :
Na clássica fábula A lebre e a tartaruga, novamente observamos a escolha de dois animais com características importantíssimas para o desenvolvimento do enredo:
Uma corrida vai acontecer e para vencer é preciso ser o mais rápido. Para estabelecer o conflito as personagens escolhidas são a lebre, animal ligeiro e a tartaruga, animal que se movimenta com vagar.
Temos aqui uma competição entre o mais rápido e o mais lento – o que, em princípio, indicaria a vitória da lebre. Entretanto, movida pela autoconfiança exagerada e acreditando que venceria sem qualquer esforço, torna-se descuidada e se distrai do seu objetivo, quando resolve dormir. Neste momento de 'fraqueza' acaba possibilitando à tartaruga, em desvantagem natural, conquistar a vitória.
Nesta fábula quem vence é quem é o 'mais fraco' porque possui uma outra qualidade que o torna superior à lebre, neste contexto. A tartaruga não se desvia da meta e assim a sua fraqueza é convertida em força, pelo seu compromisso com a corrida.
Quando Dilea Frate propõe uma nova fábula sobre a lebre e a tartaruga, a referência continua sendo a fábula de Esopo. Mas, na primeira frase percebemos que não se trata da mesma fábula, mas de uma continuação dela. A autora avança, apresentando um novo episódio na vida da tartaruga, em que a lebre passa a ser simples coadjuvante e um novo personagem aparece para ajudar na construção de um outro conflito.
Agora, a tartaruga é rica e por isso crê que é possível conquistar qualquer coisa – ela passa a representar o lado forte! Do outro lado, temos o pardal – que não tem dinheiro, mas sabe voar e valoriza esta sua característica – ele não tem dinheiro, mas pode voar, pode fazer algo que a tartaruga, rica, não pode! Veja que o pardal não se sente intimidado ou inferior em relação à tartaruga. Muito pelo contrário. Esta situação entre as personagens contribui para não haver uma competição entre eles, diferente da outra fábula.
O conflito passa a ser apenas da tartaruga. A 'tensão' do enredo se concentra não numa disputa externa, mas num conflito pessoal: movida pelo desejo de ter o que não possui – ela deseja voar e não é capaz – gasta tudo o que tem na tentativa de realizar este desejo.
A tartaruga supera o seu conflito. Consegue voar! E mesmo sem dinheiro, fica feliz porque foi ele que possibilitou a realização do seu desejo. Como se percebe, não houve uma competição – o pardal nada ganhou e nada perdeu com a pobreza da tartaruga. Ao contrário, ele mostrou a ela um outro valor, além do dinheiro, pelo qual no final das contas, valeu a pena à tartaruga, perder toda sua riqueza.
E a lebre – agora na versão brasileira transformada em coelho – a perdedora da outra fábula, acaba emprestando dinheiro para a tartaruga.
Nesta fábula percebe-se outro movimento na construção do enredo que eliminou do conflito o caráter competitivo entre forças opostas (bem e mal, forte e fraco, feroz e manso...) – um forte argumento nas fábulas clássicas. Esta ausência de oposições pode ser interessante para questioná-las e relativizá-las.
Podemos observar, ainda, que a tartaruga não deixa de se manter coerente em relação à fábula clássica: ela perseverou em seu objetivo, sem se importar com o custo.
A perda, neste caso, não foi lamentada pela personagem que termina a fábula feliz porque ganhou algo.
Poderíamos depreender alguns valores desta fábula de Dilea Frate, tais como: O dinheiro deve ser um meio para se ter o que deseja e não um fim em si mesmo; Há coisas mais valiosas no mundo do que o dinheiro; O dinheiro não traz felicidade, mas ajuda a consegui-la etc. – que são valores mais contemporâneos.
O LOBO E O CORDEIRO
A razão do mais forte é a que vence no final (nem sempre o Bem derrota o Mal). Um cordeiro a sede matava nas águas limpas de um regato. Eis que se avista um lobo que por lá passava e lhe diz irritado: – "Que ousadia a tua, de turvar, em pleno dia, a água que bebo! Ei de castigar-te!" – "Majestade, permiti-me um aparte – diz o cordeiro. – "Vede que estou matando a sede água a jusante, bem uns vinte passos adiante de onde vos encontrais. Assim, por conseguinte, para mim seria impossível cometer tão grosseiro acinte." – "Mas turvas, e ainda mais horrível foi que falaste mal de mim no ano passado." – "Mas como poderia" – pergunta assustado o cordeiro –, "se eu não era nascido?" – "Ah, não? Então deve ter sido teu irmão." – "Peço-vos perdão mais uma vez, mas deve ser engano, pois eu não tenho mano." – "Então algum parente: teus tios, teus pais... Cordeiros, cães, pastores, vós não me poupais; por isso, hei de vingar-me" – e o leva até o recesso da mata, onde o esquarteja e come sem processo. (in: Fábulas de La Fontaine. Villa Rica Editoras Reunidas Limitada. 1992, vol. I, pp. 97-9. Trad. Milton Amado e Eugênio Amado)
O CACHORRO E SUA SOMBRA
Um cachorro com um pedaço de carne roubada na boca estava atravessando um rio a caminho de casa quando viu sua sombra refletida na água. Pensando que estava vendo outro cachorro com outro pedaço de carne, ele abocanhou o reflexo para se apropriar da outra carne, mas quando abriu a boca deixou cair no rio o pedaço que já era dele. Moral: A cobiça não leva a nada (in: Fábulas de Esopo. Companhia das Letrinhas. 1990, p. 72. Trad. Heloisa Jahn)
AS FRUTAS DO JABUTI
O jabuti, pequenino, vagaroso, foi perguntar ao macaco o que deveria fazer para colher frutas no tempo da safra, ele que não pode subir em árvores. O macaco informou: – É simples. Vá para debaixo da árvore que estiver carregada e espere um dia de vento. Quando a ventania sacudir os galhos as frutas caem e você aproveita. Está entendido? Num dia em que o vento soprava continuamente, o jabuti pôs-se por baixo do que ele julgava árvore e ficou esperando a queda dos balouçantes frutos. Veio o macaco e perguntou, surpreendido: – Que está você fazendo aqui? – Esperando que o vento derrube aquelas duas frutas... – Não são frutas, seu idiota. São os escrotos do touro! – Ai! Ai! Nem tudo que balança cai... (fábula popular, narrada pelo poeta Jorge Fernandes [1887-1953] in: Grande Fabulário de Portugal e do Brasil. Vieira de Almeida e Luís da Câmara Cascudo. Edições Artísticas Fólio, Lisboa. 1962)
Bibliografia:
São Paulo (SP). Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de Orientação Técnica. Guia de planejamento e orientações didáticas para o professor do 3º ano do Ciclo 1 / Secretaria Municipal de Educação. – São Paulo: SME / DOT, 2008.
BRASIL. Ministério da Educação. Língua portuguesa. Brasília: SEF/MEC, 1996. (Série Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Fundamental 1ª à 4ª série.)
BRASIL. Ministério da Educação. Língua portuguesa. Brasília: SEF/MEC, 1997. (Série Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Fundamental 1ª à 4ª série.)
BRASIL. Ministério da Educação. Programa de formação de professores alfabetizadores (Profa). Brasília: SEF/ MEC, 2001.
LERNER, Délia. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Porto Alegre: Artmed, 2002, pp. 74-102. SOARES, Magda. Alfabetização e Letramento. São Paulo: Contexto, 2008.
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