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Stress
Palavra originária da língua inglesa stress, significa pressão, empregada para abranger toda amplitude de doenças físicas e psicológicas oriundas de circunstâncias demoradas e difíceis. Há o conceito popular de que seja um mal generalizado à saúde que ocorre quando a pessoa é submetida a diversas pressões, ou seja, nesta concepção a causa do stress é essencialmente externa, temos como exemplos brigas, imprevistos, metas a cumprir, cobranças e excesso de atividades.
Porém pude constatar, através de diversos estudos e da minha própria experiência com psicologia clínica, que o stress também possui fatores internos, desencadeado por questões psicológicas do sujeito, ou seja, as causas não tem natureza apenas orgânica ou externa, mas sim também psíquicas, como traumas, fobias, ansiedade que leva a desenvolver o stress e possibilita o aparecimento de outras patologias.
Quando o individuo encontra-se sobre efeito de stress pode apresentar alguns sintomas variados e até mesmo divergentes como angustia, apatia, ansiedade ou até mesmo depressão, irritação excessiva, agressividade, excitação excessiva, mau humor, cólera ou ira, podendo se o stress perseverar por muito tempo evoluir para uma doença, como o bruxismo (ranger de dentes) ou cardiovascular, por exemplo. A ansiedade, em nossa sociedade, atua como um estressor comum atualmente, e fonte de perturbação física e psicológica.
Há teorias que o stress perturba profundamente a homeostase humana. A homeostase pode ser entendida aqui como o equilíbrio do organismo. Porém nem todo stress é patológico. Há o stress em menor intensidade que permite que as pessoas emitam respostas mais rápidas e necessárias a determinados estímulos que demandem respostas velozes ou demandem uma maior concentração por parte da pessoa envolvida.
Qualquer mudança na vida da pessoa agradável ou desagradável causa um aumento temporário de tensão. Tanto uma volta na montanha-russa como um acidente de carro produzem no organismo um certo nível de stress. Não é possível, nem desejável eliminar o stress completamente, pois sua eliminação faria com que a pessoa se comportasse como um morto-vivo. (LIPP, 1994).
Um bom exemplo é quando estamos no trânsito e precisamos estar atentos aos estímulos externos e com isso manter nossa preservação física e mental. Esse stress proporcionado pela situação vista pelo inconsciente como potencialmente ameaçadora, em menor intensidade de modo que não faça mal a nossa saúde, possibilita que tenhamos maior chance de sobrevivência, é por isso um stress se tornanecessário. Ou seja, existe um nível de stress benéfico à saúde, que nos compele a realizar nossas atividades. Porém, há estudiosos da área do stress que discordam da teoria apresentada anteriormente.
Há teorias que acreditam que para uma vida potencialmente criativa, quanto menor o stress melhor para o individuo, se alcançar uma vida sem nenhum stress melhor ainda, pois acreditasse que o stress bloqueia a capacidade criativa e produtiva do ser vivo, seja humano ou não. Eliminado o stress então se alcança então, de acordo com essa teoria, um nível pleno de inteligência.
Um fator que contribui para o grande número de pesquisas e conceitos na área do stress é o fato de ser um fenômeno global, que atinge o individuo física e psicologicamente. Dessa forma, devido à alta incidência no mundo inteiro, há grande interesse dos profissionais da área da saúde e das ciências sociais na compreensão do stress bem como nas possíveis formas de combatê-lo quando em excesso e com isso evitar outras patologias decorrentes.
O Stress na geração Y
A Geração Y é um conceito oriundo da sociologia que se refere às pessoas nascidas a partir do final da década de 70 até meados da década de 90, ou seja, que se encontra nos dias atuais por volta dos vinte a trinta anos. As pessoas desta geração cresceram em um tempo de grandes avanços tecnológicos e os pais, de modo geral, encheram seus filhos de presentes, atenções e atividades, fomentando a autoestima deles.
Eles cresceram vivendo em ação, estimulados por tarefas diversas e aparelhos eletrônicos, fazendo atividades variadas. Acostumados a conseguirem o que querem, não se submetem a atividades da carreira iniciante e lutam por cargos mais altos, assim como salários e benefícios altos desde o começo.
A utilização de aparelhos de alta tecnologia, como telefones celulares de última geração, os chamados “smartphones” (telefones inteligentes) é marca registrada desta geração, bem como da geração seguinte.
A Geração Y se desenvolveu em meio a um crescente individualismo e extremada competição, em que os mais bem preparados prevalecem e levam as melhores oportunidades de emprego. Uma característica que chama a atenção nas pessoas desta geração é o fato de que são mais preocupadas com o meio ambiente que as gerações precedentes.
Nem todos os jovens se enquadram neste conceito. Existe sim um numero expressivo de jovens que se encaixam nas características conhecidas como pertencentes à geração Y, mas não são todos que estão dentro deste conceito. Um dos pontos que contribui para a existência da Geração Y é o fato que existe uma pressão social forte nos jovens para que sejam bem sucedidos e financeiramente independentes.
É neste contexto que o stress surge. A geração Y é cercada de uma vida que exige rapidez, física e mental, que prima pelo raciocínio rápido e aprimorado, onde a concorrência é forte e é estimulada sempre. A sobrecarga de atividades e metas a cumprir aparece e com ela o stress e seus sintomas prejudiciais à saúde e á vida social. Infelizmente, o stress é uma realidade nessa geração. Não significa, é claro, que todos os jovens que podem ser vistos como pertencentes à geração Y são estressados. Porém, as chances de que sejam é grande.
Os meios de combater o stress oriundo deste estilo de vida inclui diminuição do ritmo das atividades, se possível inclusão de atividades de relaxamento, como yoga, meditação, dança, ou algum tipo de atividade que produza relaxamento na pessoa, tanto física quanto mental. Realizar atividades de lazer e buscar ter uma alimentação mais balanceada são algumas dicas úteis.
O Estresse pode ser bom? Eustress e Distress
Ao contrario do que muitas pessoas imaginam o stress não é sempre negativo. É consenso entre os psicólogos a divisão em bom e mau stress, respectivamente eustress e distress.
O que chamamos de eustress, o bom stress, é a capacidade que o ser humano tem de realizar uma ação necessária. Esse stress é natural do organismo e é graças a ele que a humanidade se perpetua, numa relação intima entre o stress e a motivação, sendo encarado como algo característico da personalidade de cada um.
Qualquer mudança na vida da pessoa agradável ou desagradável causa um aumento temporário de tensão. Tanto uma volta na montanha-russa como um acidente de carro produzem no organismo um certo nível de stress. Não é possível, nem desejável eliminar o stress completamente, pois sua eliminação faria com que a pessoa se comportasse como um morto-vivo. (LIPP, 1994).
O problema é quando o stress se torna prejudicial e crônico, originando o distress, o mau stress. O que preocupa é a dimensão altamente prejudicial à saúde do distress. Ele pode variar do pequeno desconforto até um desconforto extremo, podendo chegar ao esgotamento físico e mental. O distress pode apresentar-se por meio de diferentes sintomas, muitos popularmente conhecidos, como melancolia e irritabilidade. Dessa forma, eustress ou pode se transformar, dependendo das circunstancias, em distress.
Tais sintomas contribuem para quadros de ansiedade, ou seja, a antecipação consciente ou fantasiosa de problemas reais ou imaginários que o individuo acredita que viverá, ou de depressão, uma das características mais presentes na pessoa acometida pelo distress, além de uma possível raiva sem motivo aparente ou claro.
É possível definir se a pessoa está sofrendo distress por meio de testes psicológicos aplicados por um psicólogo, profissional apto a aplicá-los e a ajudar a pessoa por meio da psicoterapia. Caso a pessoa apresente sintomas de distress, é importante procurar ajuda rapidamente antes que sua saúde seja mais prejudicada.
Stress na atualidade
Atualmente, existem diversas concepções populares do que seja o stress. Há o conceito popular de que seja um mal generalizado à saúde que ocorre quando a pessoa é submetida a diversas pressões, ou seja, nesta concepção a causa do stress é fundamentalmente externa, como brigas, imprevistos, metas a cumprir, cobranças, excesso de atividades, entre outros.
Porém pude constatar, através de diversos estudos e da minha própria experiência com psicologia clínica, que o estresse também possui fatores internos, desencadeado por questões psicológicas do sujeito, ou seja, as causas não tem natureza apenas orgânica ou externa, mas sim também psíquicas, como traumas, fobias, ansiedade que leva a desenvolver o estresse e possibilita o aparecimento de outras patologias.
Quando o individuo encontra-se sobre efeito de stress pode apresentar alguns sintomas variados e até mesmo divergentes como angustia, apatia, ansiedade ou até mesmo depressão, irritação excessiva, agressividade, excitação excessiva, mau humor, cólera ou ira. A ansiedade, em nossa sociedade, atua como um estressor comum atualmente, e fonte de perturbação física e psicológica.
Porém nem todo stress é patológico. Existe o stress em menor intensidade que permite que as pessoas emitam respostas mais rápidas e necessárias a determinados estímulos que demandem respostas rápidas ou demandem uma maior concentração por parte da pessoa.
Qualquer mudança na vida da pessoa agradável ou desagradável causa um aumento temporário de tensão. Tanto uma volta na montanha-russa como um acidente de carro produzem no organismo um certo nível de stress. Não é possível, nem desejável eliminar o stress completamente, pois sua eliminação faria com que a pessoa se comportasse como um morto-vivo. (LIPP, 1994).
Um bom exemplo é quando estamos no trânsito e precisamos estar atentos aos estímulos externos e com isso manter nossa preservação física e mental. Esse stress, em menor intensidade de modo que não faça mal a nossa saúde, possibilita que tenhamos maior chance de sobrevivência, é por isso um estresse necessário.
Dessa forma, devido à alta incidência do stress no mundo inteiro, há grande interesse dos profissionais da área da saúde na compreensão do estresse bem como nas possíveis formas de combatê-lo e com isso evitar outras patologias decorrentes do estresse.
A pesquisadora Lipp afirma: “O stress pode se originar de fontes externas ou internas. As externas são aquelas representadas pelo que nos acontece na vida ou pelas pessoas com as quais lidamos, isto é, trabalho em excesso ou desagradável, família em desarmonia, acidentes, etc. As causas internas são aquelas que se referem a como pensamos, as crenças e valores que temos e como interpretamos o mundo ao nosso redor”. (LIPP, 1994).
Stress
Stress na Gravidez
A relação entre a mãe e o bebê começa muito antes do nascimento. Na vida atual, não há como fugir do stress. A mulher costuma estar sempre agitada, sua agenda lotada, e com cada vez menos tempo pra descanso ou lazer. A gravidez torna ainda mais difícil lidar com tudo isso e manter o ritmo acelerado.
Os indícios de stress durante a gravidez são semelhantes a aqueles apresentados por qualquer outra pessoa e fáceis de serem confundidos com as alterações próprias da gravidez como irritação, sonolência e insônia. O diagnóstico baseia-se na intensidade, duração e combinação dos sintomas.
Pesquisas mostram que stress da grávida, em excesso, pode afetar o desenvolvimento do cérebro e do corpo do bebê e seu temperamento, contribuindo para que a criança tenha facilidade de se estressar e seja mais suscetível à depressão e outras desordens mentais. Por isso é essencial fazer algumas mudanças para diminuir o stress.
Uma pesquisa realizada na Dinamarca advertiu que as mulheres que tiveram um grande período de stress até seis meses antes de engravidar podem ter um parto prematuro. Isso poderia ser evitado com ações preventivas na fase pré-natal. Os hormônios que regulam a ovulação (implantação do óvulo e formação da placenta) aumentam quando há eventos estressantes. Foi detectado um alto nível desses hormônios nas placentas das mamães que tiveram seus filhos prematuramente.
Pesquisadores israelitas descobriram que o estresse na gravidez pode provocar problemas de aprendizagem e atenção, ansiedade, sintomas depressivos e até mesmo autismo.
Existem técnicas e atividades que ajudam a diminuir o stress durante a gravidez, como já foi falado no post “Reduzindo o Stress”. Essas atitudes vão tomar pouco tempo, mas poderão evitar que a grávida fique muito estressada e isso afete o bebê. É sempre bom lembrar que a gravidez é passageira, enquanto seus efeitos negativos sobre a nova vida podem durar pela vida inteira.
Procurar um psicólogo também é bastante interessante, a fim de saber mais sobre a relação entre a mente e a gravidez, além da psicoterapia ajudar a diminuir o nível de stress. Mesmo que a mulher esteja na segunda gestação, nenhuma gravidez é igual à outra.
A gravidez é um momento especial na vida, e se organizar para minimizar o stress durante este momento é importante tanto para o bebê quanto para a gestante.
Por que stress é o problema do século?
O stress é das patologias mais preocupantes do século e é extremamente importante evitá-lo.
Atualmente, o stress é uma das doenças mais faladas e estudadas no mundo. São feitas escalas para avaliar o stress, buscam-se medidas para combatê-lo, há conferências sobre o assunto, e muito dinheiro é gasto em pesquisas relacionadas ao tema.
Existem diversas razões pelas quais este fenômeno acontece. Uma delas é que o stress favorece o surgimento de muitas doenças. Por meio do dano causado pelo desgaste de energia física e mental do corpo que algumas das doenças que mais matam no mundo aparecem, como as doenças cardiovasculares, por exemplo.
O stress existe desde o inicio da humanidade, mas com a complexidade das relações sociais e a necessidade de sobrevivência, entre outros fatores, a carga de stress tem ficado cada vez maior, desencadeando doenças.
Em 1926, Hans Selye usou o termo stress para descrever um estado de tensão patogênico do organismo. Chama-se de stress um estado de tensão que causa uma ruptura no equilíbrio interno do organismo.
Estudo da Isma-Brasil (International Stress Management Association) de 2001, com 756 profissionais em sete capitais brasileiras, mostrou que 70% dos pesquisados sofrem de stress no trabalho. O índice é alto e semelhante ao de outros países. Nos EUA, 72% sofrem do problema. Na Inglaterra, 70%.
De acordo com um estudo publicado em 2003 pela ISMA brasileira, as profissões mais estressantes são respectivamente:policiais e seguranças; motoristas de ônibus; controladores de vôo; executivos bancários; e pessoas que lidam com atendimento direto ao público.
Por fim, segundo um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o stress foi considerado a segunda causa mais freqüente dos problemas de saúde relacionados ao trabalho, tendo atingindo 22% dos trabalhadores da União Européia em 2005.
A OIT refere estudos realizados em países europeus e outros países desenvolvidos que revelam que o stress está na origem de 50% a 60% do total de dias de trabalho perdidos, representando um elevado custo humano e econômico.
Aprofundamento sobre Stress Pós-Traumático
Atualmente tem se falado bastante sobre o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). No post sobre Fases e Tipos de Stress que escrevi, coloquei uma descrição sobre o assunto. Esse post tem o intuito de esclarecer algumas peculiaridades sobre o estresse pós-traumático, pois a falta de informação sobre TEPT pode impossibilitar a população de buscar orientação e tratamento adequados.
A vida atual nos faz, infelizmente, ter experiências traumáticas, como violência, calamidades naturais, acidentes, entre outros. São situações difíceis, que podem criar um trauma em si, fazendo com que mesmo após o acontecimento ter passado, a pessoa ainda tenha sensações semelhantes às sentidas no momento do acontecimento, levando o organismo a um grande desgaste de energia. Infelizmente, nos dias atuais podemos tentar evitar, mas impedir que uma situação traumática ocorra é difícil.
O conceito de estresse pós-traumático surgiu no início dos anos 1980, com o lançamento do Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais, da Associação Americana de Psiquiatria. O stress pós traumático é um desgaste de energia devido a um acontecimento difícil, originando um trauma severo.
Podemos expor alguns sintomas do stress pós-traumático, como pensamentos recorrentes e pesadelos geralmente ligados ao evento traumático, suor, taquicardia, diminuição do interesse em fazer atividades que anteriormente a pessoa gostava de realizar, distração e afastamento das pessoas, irritação e comportamentos típicos de ansiedade como distúrbios alimentares, tiques e manias novas, fobias, podendo, se o caso se agravar, levar ao desenvolvimento da síndrome do pânico.
Uma pesquisa realizada pela psicóloga Rosaly Braga Campanini, do PROVE (Programa de Atendimento e Pesquisa em Violência), da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), mostrou que pacientes que utilizaram a psicoterapia interpessoal de grupo no tratamento do Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) apresentaram melhora significativa de 50% nos sintomas como depressão e ansiedade e 80% nas questões de qualidade de vida e ajustamento social.
Apesar dos homens serem maioria entre as vítimas de assassinatos, acidentes de carro e seqüestros, são as mulheres que mais adoecem por causa da violência urbana, de acordo com outra pesquisa da UNIFESP.
Uma das hipóteses para este fenômeno é que os homens procuram menos ajuda que as mulheres, uma vez que culturalmente são encorajados a não demonstrar fraqueza e resolver sozinhos as suas questões. Logo, este comportamento pode influenciar nas pesquisas.
Tendo conhecimento dos sintomas da TEPT, é mais fácil identificar se alguém próximo desenvolveu o transtorno e indicar a busca de profissionais habilitados para ajudar. Como tratamento indica-se psicoterapia realizada por psicólogo e, dependendo do caso, uso de medicação prescrita por psiquiatra. Devemos estar atentos a estes sintomas, uma vez que, sendo o TEPT detectado e corretamente tratado, há grandes chances de superação e melhora significativa da qualidade de vida.
Fases e Tipos de Stress
Além de saber o que é stress, é importante saber que existem algumas fases e tipos de stress, estudados por alguns autores, cada um com características próprias, que requerem cuidados e tratamentos diferenciados.
De acordo com a professora da PUC-Campinas, Marilda Lipp, criadora da escala de stress onde há três fases ou níveis de stress, que ela designa como Alarme, Resistência e Exaustão.
A fase de Alarme é aquela em que o organismo entra em contato com o agente estressor (briga, perda de pessoa querida, assalto, entre outros), percebendo a situação e respondendo através de reações fisiológicas como aceleração dos batimentos cardíacos e aumento da pressão arterial, e psicológicos, como euforia e tensão. Uma vez o agente estressor sendo eliminado, o organismo volta ao estado anterior e as respostas do organismo àquela situação diminuem.
Caso o agente estressor não sendo eliminado, o stress chega à fase da Resistência, que constitui a tentativa do organismo de se adaptar à situação. Há um gasto de energia do organismo para se manter nesse estado e, conseqüentemente, desgaste de energia do organismo.
Caso o agente estressor seja mantido, o organismo continua a usar as suas energias para sobreviver à situação e as defesas do organismo à doenças oportunistas – imunidade – é reduzida, deixando o organismo mais exposto. Essa é a fase de Exaustão.
Há alguns tipos de stress conhecidos, porém poucos sabem o que, de fato, cada um causa para o organismo. O stress pós-traumáticodecorre de algum evento fortemente ameaçador, como uma tragédia, que deixa o organismo em estado de choque, sendo que a simples lembrança do acontecimento causa impacto e desencadeia respostas do organismo tão fortes como se a pessoa estivesse vivendo o acontecimento novamente, a cada recordação.
O stress agudo é semelhante ao stress pós-traumático, porém, o tempo de duração é maior. A pessoa que sofreu um acontecimento traumático em sua vida, ao recordá-lo, experimenta sensações semelhantes às sentidas no momento do acontecimento. Essa pessoa costuma evitar lembrar-se da situação, podendo ocorrer aumento da ansiedade e dificuldade para lembrar-se do acontecimento traumático, como uma perda de memória momentânea, por exemplo. Outros sintomas do stress agudo são a diminuição da atenção, desorientação, desligamento com relação ao que está acontecendo em volta dela, entre outros.
O stress crônico é aquele que persiste por muito tempo, podendo durar anos se negligenciado, não necessariamente por algum acontecimento traumático, mas por acúmulo de stress do dia-a-dia, chegando a atingir alguns órgãos, chamados pelos médicos de órgãos de sacrifício. É comum a pessoa que sofre de stress crônico desenvolver algum tipo de inflamação, como a gastrite, ou algum tipo de doença cardiovascular.
Logo, há vários tipos de stress, cada um com suas características e peculiaridades. No próximo post, escreverei sobre os tratamentos para o stress e formas de amenizá-lo.
As diferentes fases do stress no trabalho
O stress no trabalho é um problema de saúde pública. Independente da profissão, da carga horária de trabalho ou da responsabilidade do cargo ocupado, o trabalhador pode ser acometido com o stress. Entretanto, mesmo uma pessoa com carga horária de trabalho considerada baixa para os padrões modernos pode ser acometida com stress, de acordo com outros fatores, como fatores pessoais.
O esgotamento profissional é um processo gradual que não ocorre da noite para o dia. Por isso, os primeiros sinais de stress, por mais simples e banais que sejam, devem ser observados com atenção, buscando medidas para reduzir este stress inicial e evitar que ele se intensifique.
O ser humano dedica grande parte do seu tempo ao trabalho, e este converte-se em uma área central na vida dos indivíduos. Essa centralidade traz consequências paradoxais para a integridade física, psíquica e social dos trabalhadores. (MENDES; CRUZ, 2004).
Pesquisas recentes mostram que mais de 80% dos colaboradores de todos os níveis hierárquicos apresentam um ou mais sinais de stress, normalmente procurando assistência psicológica somente muitos meses depois das primeiras manifestações do stress.
Em geral, as pessoas não têm idéia da intensidade do stress e subestimam as suas conseqüências. Algumas empresas, cientes dos efeitos prejudiciais do stress nos empregados e, conseqüentemente, no trabalho realizado por eles, têm buscado a ajuda de profissionais especializados em relaxamento, ginástica laboral e psicologia para ajudar seus funcionários a diminuir os efeitos negativos do stress.
Algumas fases do stress são muito comuns, mas a ordem em que elas ocorrem varia de acordo com cada pessoa, sendo que nem sempre a mesma pessoa é acometida por todas as fases.
Dedicar esforço e tempo demais ao trabalho, geralmente apresentando grande dificuldade de delegar e centralizando todo trabalho para si, é um sintoma comum.
Outro sintoma é o isolamento, com os contatos sociais se tornando mais reduzidos e criando a sensação de desorientação. Nesta fase, muitos recorrem ao álcool ou às drogas. Isso gera mudanças evidentes de comportamento e evidente transformação pessoal. Muitos se sentem cada vez mais inúteis. Nessa fase – despersonalização – ninguém mais parece ter valor e as necessidades pessoais deixam de ser percebidas. Dessa forma, a impressão do tempo limita-se ao momento presente e a vida é baseada em mero funcionamento mecânico. A pessoa é acometida por uma forte sensação de vazio interior e procura nervosamente por atividades, aumentando ainda mais a sensação de vazio. Finalmente, o indivíduo chega ao estágio do total colapso físico e psíquico. Muitos pensam em suicídio.
Pacientes neste estado são casos de emergência: precisam de ajuda psicológica imediatamente.
Dessa forma, é essencial buscar a ajuda psicológica desde os primeiros sintomas, aumentando os benefícios da terapia e reduzindo os danos à saúde causados pelo stress, especialmente em suas fases mais críticas.
Como o stress no trabalho pode desencadear uma síndrome
Stress ocupacional é conjunto de perturbações psicológicas e sofrimento psíquico associado às experiências de trabalho e está relacionado com a interação do trabalhador com a alta cobrança a que é submetido no mundo moderno, às condições e ao próprio ambiente de trabalho, além do cumprimento de metas, prazos e performances que vão além de suas capacidades, consumindo suas estratégias de lidar com o stress, estratégias essas conhecidas como coping.
O stress ocupacional pode causar conflitos psicológicos (como baixa autoestima e psicopatologias como irritabilidade, melancolia, depressão e stress), relacionais (tanto da pessoa com seus colegas de trabalho como com outras pessoas, pois o stress o acompanha no decorrer de seu dia), reacionais (as reações que a pessoa tem aos estímulos diversos de seu dia, até mesmo aos estímulos positivos, mudam) e comportamentais (como faltas no trabalho, baixa produtividade e acidentes). É fundamental que o stress ocupacional seja tratado com a ajuda de um psicólogo, profissional habilitado para a ajuda nesses casos.
O stress ocupacional é mais perigoso do que parece e está cada vez mais conhecido devido ao seu alto índice de incidência no mundo, causando a chamada Síndrome de Burnout (em inglês, queimar por completo), um distúrbio psíquico onde ocorre esgotamento físico e mental intenso cuja causa está intimamente ligada à dedicação exagerada ao trabalho e alta preocupação com a carreira.
Alguns aspectos causais podem desencadear a Síndrome de Burnout, como mecanismos pouco eficientes de proteção contra o stress, sedentarismo, relações pessoais pouco gratificantes e o não tratamento do stress ocupacional.
Somados a esses aspectos estão as características do próprio trabalho: baixa autonomia, acúmulo de empregos, subemprego e carga excessiva de trabalho.
A insatisfação profissional, dificuldade de experimentar prazer e sintomas físicos como alterações do sono ou dor de cabeça são indícios da síndrome. Há como intervir no intuito de mudar esse quadro com alterações na quantidade de trabalho, organização de horários, atividades de relaxamento e exercícios físicos associados à psicoterapia.
É importante o reconhecimento da síndrome e o tratamento com um psicólogo em quem o profissional possa confiar. O tratamento com medicamentos deve ocorrer apenas em quadros mais intensos que apresentem depressão, alcoolismo ou transtornos de ansiedade.
Aprofundamento sobre Stress no Trabalho
O problema de stress no trabalho atinge o mundo inteiro em diferentes níveis, alarmando cada vez mais os profissionais de saúde.
Uma pesquisa publicada na Grã-Bretanha mostra que o stress leva os empregados de empresas a faltarem cada vez mais ao trabalho, ou seja, quanto maior o nível de stress, maior a tendência de faltas no trabalho.
O stress costuma ser mais intenso entre pessoas na faixa etária de 35 a 44 anos. O problema aumenta ainda mais entre pessoas que permanecem no mesmo emprego por muito tempo, dado que atividades continuadas e sem mudanças ou desafios costumam aumentar o nível de stress.
Os mais estressados na Grã-Bretanha estão na enfermagem e no magistério. A pesquisa recomenda que os gerentes das empresas “elogiem e recompensem” seus funcionários ao invés de puni-los, para que o estresse no ambiente de trabalho diminua.
Outra pesquisa, realizada pela Fundação Britânica para o Coração – British Heart Foundation – mostra que o risco de doenças cardíacas é maior do que se esperava para as mulheres que levam vida sedentária. O estresse no trabalho, a depressão e a falta de alimentação adequada são os principais fatores que levam a ataques cardíacos.
De acordo com a Fundação, o estresse no trabalho – que afeta pelo menos um terço dos homens e mulheres – e a depressão podem prejudicar o coração, mas muita gente acaba piorando as coisas ao tentar buscar alívio. “Fumar, consumir bebidas alcoólicas, alimentos gordurosos, e passatempos como assistir à TV, infelizmente são fatores de risco que podem aumentar maciçamente o risco de problemas cardíacos”, disse o Professor Andrew Stepped, indicado pela Fundação Britânica do Coração para participar do estudo.
“Ficar se apressando para ir ao trabalho no dia a dia não é suficiente. Não é que as pessoas têm que começar a jogar squash imediatamente. Ir a pé de casa até a estação de trem e voltar de novo pra casa a pé podem dar às pessoas a meia hora de exercício físico diário de que elas precisam”, disse uma porta-voz da Fundação.
Uma rotina de trabalho estressante pode ser a causa da dor nas costas de muitas pessoas. Um estudo da Universidade do Estado de Ohio mostra que as pessoas estressadas acabam usando os músculos errados na hora de pegar objetos.
Como é possível observar, são muitas as razões para ter cuidados especiais com a saúde, buscando amenizar os efeitos do stress no ambiente de trabalho, stress este que algumas vezes se mostra inevitável. Ele é um dos motivos que levam as empresas a contratar psicólogos para tornar o ambiente de trabalho menos hostil, e, portanto, menos estressante.
Stress na adolescência
É fato que o período socialmente conhecido como adolescência é de grande importância na vida de uma pessoa, uma vez que o indivíduo passa por profundas transformações físicas, hormonais e psicológicas, levando a novos questionamentos e meios de olhar a sociedade, bem como a pensar em uma nova forma de se inserir nela.
Tendo em vista que os sintomas oriundos de stress podem atrapalhar de várias formas esse momento tão delicado da vida, é de fundamental importância o conhecimento dos fatores que condicionam o stress na adolescência.
Há muitas teorias com intuito de compreender o stress. De acordo com Lipp (1998), são os pensamentos que determinam como será a reação de cada indivíduo diante das situações adversas. Tudo o que é aprendido na infância, adolescência e vida adulta, como crenças, valores e a forma de lidar com frustrações e experiências serão fontes de influência. Muitas vezes são crenças e idéias irracionais que causam ansiedade, depressão e distúrbios emocionais que, em geral, levam ao estado de stress.
As implicações igualmente variam de acordo com o indivíduo e a forma como o stress o afeta. As implicações mais comuns são baixa auto-estima, baixa confiança em si mesmo, tendência ao isolamento, baixa capacidade de concentração, queda de cabelo, aparecimento de acne e dificuldade de enfrentar os problemas.
Parece óbvio, mas é importante salientar que quando mais rápido o stress for reduzido, menos sequelas deixará no futuro. Durante a adolescência, a capacidade e flexibilidade de enfrentar os problemas e patologias, incluindo o stress, é bem maior do que na vida adulta.
Há alguns indícios que apontam que o stress em adolescentes causa isolamento, alta irritabilidade e até mesmo agressividade, distração e perda de interesse por atividades que antes o agradavam. Dessa forma, é importante buscar compreender a causa do stress por meio da psicoterapia.
Stress e Bebês
É de notório conhecimento a importância da relação afetiva dos pais com o bebê desde os primeiros dias de vida. Assim como os cuidados essenciais como alimentação e limpeza são fundamentais para a manutenção da vida do recém-nascido, o toque, as falas e gestos são estímulos importantíssimos para estimular a comunicação entre neurônios (sinapses nervosas), incitando a inteligência e as primeiras percepções e interações do bebê, contribuindo assim para o desenvolvimento emocional.
Dessa forma, os primeiros meses de vida são muito importantes para definir como a futura criança e adulto irão enfrentar os efeitos do stress, pois nos primeiros meses o bebê irá ter contato com os primeiros estressores, como fome, estímulos visuais, auditivos e táteis definidos pelo bebê como hostis, e criar os primeiros mecanismos de defesa contra estes estressores.
Há teorias que afirmam que essas primeiras impressões do bebê ficam armazenadas no inconsciente infantil. Daí o fato das primeiras experiências serem importantes para os comportamentos futuros da pessoa.
No caso dos bebês os sintomas psicossomáticos são mais comuns quando, ou seja, reações físicas ao problema psicológico, como problemas digestivos ou de sono. Há casos em que os pais estão estressados e passam as tensões e o nervosismo para o bebê, que é muito sensível aos pais. Nestas situações, o problema está nos pais, que necessitam de tratamento psicológico para salvaguardar a saúde do bebê e deles próprios.
O afeto materno facilita a criação de laços e envolvimento com outras pessoas. Além de reduzir o stress na criança, ainda pode ajudá-la a desenvolver habilidades sociais até a fase adulta.
Os bebês de mães mais carinhosas são capazes de lidar com o stress e a ansiedade melhor do que os bebês que receberam menos atenção. A infância é o alicerce para a construção de uma vida afetiva adulta sólida. Porém, a influência de outros fatores, como a personalidade e a educação na escola não pode ser rejeitada.
Stress nos idosos
Não são apenas os jovens, no auge de sua vida profissional, que podem ser acometidos pelo stress. Muitos idosos estão estressados e nem têm consciência disso.
O stress ligado ao aumento de idade e o conseqüente desgaste do organismo ocasiona restrições físicas, e, com isso, sintomas como baixa auto-estima, apatia e vontade de não sair de casa são mais comuns entre os idosos.
A aposentadoria pode ocasionar grandes mudanças no dia-a-dia do idoso, gerando um sentimento de inutilidade, principalmente para aqueles que faziam do trabalho sua única razão de existência. É perigoso quando o desemprego bate à porta dos viciados em trabalho pois costumam adoecer, ter depressão, crises existenciais, entre outros
Muitas variáveis podem levar ao stress na terceira idade, como o estilo de vida, por exemplo. Fumo, alcoolismo, hábitos alimentares inadequados e até questões corriqueiras, como problemas familiares e pressão no trabalho, são apenas alguns dos aspectos ligados ao stress que vai se acumulando com o decorrer dos anos e pode aparecer no idoso de forma assustadora.
Na terceira idade as situações “estressantes” podem levar a preocupações exageradas com relação a situações triviais, alterações cardiovasculares e hipertensão arterial, com diversas conseqüências graves se não tratados, como infarto, doenças gástricas e intestinais. Tais situações podem ocasionar distúrbios psicológicos, como depressão ou agitação excessiva, agravar doenças que estavam equilibradas, como diabetes, por exemplo, e favorecer a queda da imunidade, diminuindo a resistência às infecções.
É importante salientar que, mais do que os anos de vida, o que envelhece uma pessoa é a carga de stress a que essa pessoa foi ou é submetida, minando e esvaziando sua energia.
É essencial identificar o que está acarretando o stress do idoso. Para evitar o stress e combatê-lo indicam-se relaxamento, exercícios físicos adequados para o idoso e feitos regularmente, atividades ligadas à arte e à criatividade, e psicoterapia. Igualmente importante é fazer o que se gosta, contando que não seja nocivo para a saúde. Atividades ligadas ao raciocínio e à memorização também são indicadas. Ter pessoas com quem conversar e cultivar amizades também é importante, evitando assim depressão e stress.
Stress em alunos pré-vestibulandos
Um tema que vem chamando muita atenção ultimamente tem sido o vestibular e seus efeitos nos adolescentes, dentre eles o stress.
Muitos foram os motivos que me fizeram escolher o stress em alunos pré-vestibulandos como tema de pesquisa do mestrado na UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), avaliando como e quanto o stress está afetando os estudantes e buscando meios de combatê-lo dentro da própria instituição de ensino.
O momento da escolha profissional em nossa sociedade está acontecendo cada vez mais cedo, por volta dos 16 a 18 anos, e muitas vezes os adolescentes encontram-se despreparados para tomar tal decisão complexa, com poucas informações em meio a uma imensidão de opções, de modo que podem se sentir confusos e muitas vezes pressionados a descobrir qual curso e universidade desejam.
Esse é um momento da vida que pode trazer muita angústia, e, atrelada a ela, o stress. É importante, inicialmente, conhecer as grandes áreas do saber como exatas, humanas, saúde e artes, e saber quais cursos se encaixam nessas áreas. Orientação profissional com psicólogo pode ser importante neste momento, com testes vocacionais que ajudam o estudante a entender com que área do conhecimento ele possui mais afinidade.
Outro ponto importante é saber, para cada curso preferido pelo estudante, quais universidades oferecem o curso, quais as disciplinas a cursar e quais as áreas da profissão almejada, bem como informações sobre o mercado profissional para a carreira na área. Conversar com pessoas que trabalham na área é importante, pois o estudante ficará mais familiarizado com a área e com a profissão, ajudando a tomar uma decisão mais segura e diminuindo a angústia e o stress.
Além da dificuldade em tomar a decisão profissional, outro fator estressor é a pressão social em ingressar numa instituição de ensino superior. Esta pressão encontra-se muitas vezes em vários ambientes, como em casa, na escola, nos grupos sociais, aumentando a angústia e, em muitos casos, ajudando a evitar o ingresso no curso e universidade desejados.
A adolescência é um período marcado por transformações e costuma vir acompanhada de mudanças comportamentais e muitos questionamentos, ou seja, um período que costuma ser turbulento. Com isso, o momento da escolha profissional e a convivência com tantas mudanças se tornam ainda mais difíceis. Neste momento, muitos adolescentes buscam ajuda psicológica, tanto para orientação vocacional como para psicoterapia.
Cabe lembrar que, no pré-vestibular, estudar é importante, porém é igualmente importante usar os momentos de lazer a seu favor. Eles devem ser realmente de lazer, de relaxamento, de distração da mente. Para estudar com eficiência é necessário estar descansado. Ter um horário fixo de estudos também é importante e isso envolve disciplina. O apoio da família e dos amigos, bem como conversar sobre o assunto com pessoas mais próximas, também é muito importante.
Carine Eleutério
Fonte: www.psicologiadostress.com
Psicologia do Stress
Os níveis de stress: as esferas de influência
O stress tem sido corriqueiramente associado à idéia de tensão.
Podemos tomar a seguinte definição, extraída do bom dicionário Aurélio: “o stress é um conjunto de reações do organismo a agressões de ordem física, psíquica e outras capazes de perturbar o equilíbrio orgânico”. Antes, no entanto, de nos atermos a característica básica do stress que é a de ser uma reação, vale a pena recordar que o termo stress foi cunhado no século XIX pelos engenheiros anglosaxões para indicar “a tensão resultante de uma força aplicada em um corpo, ou seja, estressavase o objeto até seu ponto de ruptura, para testar sua resistência”. O termo passou depois da física para a medicina sendo utilizado inicialmente pelo biólogo canadense Hans Seyle para “explicar o desequilíbrio químico que acontece no corpo humano diante de uma agressão”.
Material estressado é material tencionado? Em termos da física, sim. Isso não significa dizer que viver uma situação de tensão é viver, necessariamente, uma situação de stress tomado em seu sentido negativo. Há situações onde a tensão está ocorrendo (como por exemplo num embarque para uma viagem estimulante, no dia do casamento, etc.) sem que o stress seja caracterizado aqui como algo negativo. Portanto, o stress diz pouco a respeito de uma situação de tensão em si, mas refere-se, antes de tudo, à reação, a resposta dada a situação de tensão.
Inúmeras pessoas tentam simplesmente reduzir a tensão como forma de controlar o estresse, sem se ater especificamente à chave da questão: quais são os tipos de respostas ou reações que damos frente à situação de tensão?
Caracterizada como aspecto negativo, freqüentemente nos esquecemos que a tensão é inerente tanto para nossa constituição e crescimento, quanto é inerente ao mundo em que vivemos. Impossível imaginar um mundo isento dela, assim como é impossível imaginar um corpo destituído de tônus muscular.
Em outras palavras, a tensão é uma espécie de dínamo ou gerador de energia ou capacitor de esforços, capaz de transformar determinadas situações, como por exemplo: Uma criança quando aprende a falar e a andar. É claro que ela sofre tensões suficientes para que o ato de aprender a falar e falar propriamente e o de aprender a andar e andar, efetivamente aconteça.
Uma criança na puberdade para a adolescência sofre uma verdadeira revolução orgânica e psicológica. Na fase adulta passamos por fases pontuais como emprego ou vários empregos novos, casamento ou vários casamentos novos, separações ou várias separações novas; filhos poucos ou muitos, todos sempre dando a oportunidade do novo diariamente para os pais (seja um novo encanto ou um novo susto ou uma nova bronca ou uma nova esperança).
Que tal, então, começar exatamente por aqui, por algo denominado “n o v o”. O conhecido e o desconhecido.
Tudo o que é novo gera expectativa e portanto tensões e conseqüentemente aquela velha perguntinha que fica retumbando em nossas cabeças: “será que vai dar certo?”
Qualquer expectativa em relação ao novo gera tensões psicológicas que são sentidas no corpo: o velho e bom frio na barriga; brilho nos olhos; taquicardias; sudoreses, os deliciosos suspiros, etc., etc. “ad infinitum” … Assim, podemos dizer que as manifestações orgânicas são o alerta que nos permite identificar e diagnosticar o estado de stress, e inúmeras têm sido as técnicas corporais utilizadas como recurso terapêutico.
Esclarecendo: é o corpo que sinaliza, que fala, que quase berra às vezes, que estamos entrando em processo de stress. Daí, a falta de sono, dor de cabeça, falta de apetite alimentar e/ou sexual, ansiedades diversas, depressão, tensões corporais (dores na coluna, pescoço e afins), etc. etc. ad infinitum.
Mas, por que começar pelo corpo?
O corpo é o primeiro lugar onde nos reconhecemos e nos identificamos e é o local onde toda a nossa história será inscrita e registrada. Um jogo de tensões, posturas, movimentos, maneiras de se colocar diante de nós mesmos e do mundo, dizem quem somos nós. Infelizmente, aprendemos a dissociar essa identidade corporal daquela que tomamos como representativa do nosso ser, ou seja, da imagem que fazemos de nós mesmos.
Esquecemos do nosso corpo e de tudo o que ele clama por nos dizer, passamos a exercer controle sobre este que tornou-se, agora, uma mera máquina de execução. Mas tudo o que mantemos à distância faz pressão para revelar-se. Como não pode falar, o corpo “dói” sob a forma de sintomas.
Torna-se aqui necessário fazer uma distinção: o corpo sempre registra qualquer reação ao estado de tensão e isso não caracteriza o stress como um conjunto de reações negativas.
Não seria uma gargalhada o registro corporal de um estado altamente tenso de alegria e entusiasmo?
Alguns autores utilizam terminologia distinta para a reação apresentada: quando podem levar a ações adaptativas, flexíveis e construtivas recebem o nome de Eustresse; quando negativos e associados a doenças recebem o nome de Distresse.
Independente do tipo de reação que manifestamos, o corpo realiza seu registro e se estivéssemos atentos perceberíamos nuances de como respondemos a infinitas situações, eventos, pessoas e coisas com as quais diariamente nos relacionamos. Infelizmente, o registro corporal somente se torna consciente quando nos encontramos em estado de alerta. Situações que exigem controle e administração de problemas, que não são superadas, podem gerar um stress crônico que, uma vez intensificados, geram somatização. É geralmente os urros dos sintomas alarmantes que se tornam audíveis.
Mas, o stress não é tão somente uma reação do corpo frente a uma tensão, embora o corpo nos fale muito dela. O stress constituiu-se em uma “mobilização generalizada, padronizada e inconsciente dos recursos energéticos naturais do corpo quando confrontado com um elemento estressor”. Essas características identificam uma chave para a compreensão da natureza do estresse capturado nas nossas reações.
Se biologicamente podemos identificar uma grande variedade de mecanismos acontecendo dentro do organismo de quem está sob stress (aumento do batimento cardíaco, da freqüência respiratória, sudorese etc) o que podemos dizer do que acontece psicologicamente a esta mesma pessoa?
Antes de tudo, é preciso fazer uma diferenciação: stress não é tensão. O stress é, tão somente, a resposta que damos a situação de tensão. Esta resposta varia muito segundo o grau de tensão implicado na situação e em nosso próprio nível de tolerância ao stress (coping).
Notamos, também, que pessoas sob mesmas condições reagem e geram ações distintas como resposta. Podemos num desafio neste momento, pensar nas inúmeras pessoas que habitam esta cidade. Algumas delas tornaram-se profundamente irritadiças, outras deprimidas, outras adoecem, outras ignoram o que acontece ao seu redor (embora se tornem vítimas disso), outras enxergam, nas situações de tensão e incerteza, limites a serem transpostos e do qual, tiram energia para desenvolver respostas criativas.
Mas, o que torna alguns mais toleráveis ao stress e outros menos? O que faz com que alguns consigam transformar o stress em algo positivo enquanto outros apenas sofrem as conseqüências de seu aspecto negativo?
Os eventos de tensão são encarados desde nossos ancestrais como perigo eminente. Diante do perigo o homem recorre a respostas instintivas aprendidas desde a mais tenra idade quando, completamente dependente do meio, era alto o risco de sobrevivência. Psicologicamente, então, a situação de stress nos coloca na condição de fugir ou lutar. Não importa se estamos diante de um imenso dinossauro, da perda do emprego ou qualquer outra coisa que coloque em risco nossa existência. O tipo de resposta (lutar ou fugir) é definido por padrões adquiridos durante a formação da personalidade do indivíduo.
Somos forçados a responder a situações dessa natureza em um único dia e não é difícil perceber o quanto respondemos instintiva e instantaneamente a elas.
Respondemos instintivamente pois nossas reações padronizadas têm se mostrado eficientes ao longo dos anos e seu automatismo imprescindível nas respostas que exigem um tempo curto de reação porque se demorarmos um segundo a mais…..já fomos engolidos.
Para que possamos transformar o stress negativo, que desencadeia um quadro nocivo à nossa vida, em stress positivo, onde nos tornamos capazes de lidar de forma e criativa com o stress, necessitamos adquirir noção de como reagimos e de quem somos.Perceber que a situação de stress desencadeia em nós um mecanismo automático e instantâneo de resposta, é perceber o quanto estamos vulneráveis a mecanismos que não dominamos. Perceber qual o tipo de resposta que desencadeia em cada um, dentro das alternativas que é lutar ou fugir, é perceber a forma como atuamos e qual nosso nível de ansiedade frente a dificuldade, ao novo, ao desafio. Conseguir lidar com as reações corporais desencadeadas no corpo, nos ajuda a enfrentar a situação. Conseguir lidar com a ansiedade implicada, nos faz lidar com a situação de uma nova maneira. Colocamos, assim, consciência diante de fenômenos inconscientes. Colocamos atenção onde havia apenas tensão.
Fonte: nokhooja.com.br
Stress
ANSIEDADE E ESTRESSE
Definições
Segundo Paulo Dalgalarondo, a ansiedade é um estado psicossomático, tendo como componente psíquico um desconforto mental composto de: inquietação interna e apreensão, acompanhada de sintomas físicos como dispnéia, taquicardia, vasoconstrição ou dilatação, tensão muscular, parestesias, tremores, tonturas e sudorese. Esses sintomas são testemunhos de uma quebra da homeostase interna que se manifesta entre a percepção de uma necessidade e a sua satisfação.
Dessa maneira, esses sintomas desagradáveis podem agir de uma forma motivadora para resolver problemas.
Essas vivências internas são geradas por dois mecanismos básicos: a lembrança de situações semelhantes e a verbalização (explícita ou silenciosa), dessas experiências. Graças a esses mecanismos, é possível antecipar fatos desagradáveis e elaborar estratégias para remediar a carência atual.
Quando esses sintomas são persistentes, ocorre a frustração, uma condição determinante do estresse. Às vezes, o objeto da necessidade é inexistente ou insuficiente. Nesses casos é chamada de frustração primária. Outras vezes, existe um obstáculo entre a necessidade e a satisfação (frustração secundária). Se o agente frustrante é impessoal, como um objeto, um agente natural como a chuva ou o frio, uma regra ou à distância, é chamada de frustração secundária passiva.
Se o agente frustrante é uma pessoa, fala-se de uma frustração secundária ativa externa. Nas situações onde a própria pessoa é seu agente frustrante, fala-se de frustração secundária ativa interna. Todos esses casos geram uma condição de ansiedade.
"No ser humano, a previsão de uma frustração ou de uma situação de sofrimento pode desencadear uma resposta emocional antecipatória, que pode tanto ser lógica e sintonizada com a realidade como pode ser fantasiosa ou auto-enganosa. De qualquer maneira, o conceito de frustração, nos seres humanos, abrange a ameaça da frustração como fenômeno subjetivo...Esse sofrimento pode tomar forma de dor, culpa, vergonha, tristeza ou medo".
Luiz Salvador de Miranda-Sá Jr
Denomina-se conflito ao estado emocional, geralmente constituído pela agressividade, que se volta contra o agente frustrante. Isso acontece quando alguém se encontra entre duas necessidades de igual valor (dilema), ou quando se interpõe uma proibição.
Entende-se por angústia um tipo especial de ansiedade onde os fenômenos psicossomáticos se manifestam através de uma sensação de aperto no peito e sufocamento. Outros autores não distinguem a ansiedade da angústia.
O medo, por outro lado, ocorre quando alguém está diante de uma situação real ou imaginária de perigo, com a presença de um objeto específico. O papel da antecipação é menor no medo do que na ansiedade (3,2).
A palavra fobia deriva de Phobos, deusa grega do medo. É o medo patológico, focalizado em objetos ou situações que podem ser consideradas inofensivas por outras pessoas e que persiste mesmo depois que o paciente se dá conta da irracionalidade de seu medo. Uma crise de pânico é um outro tipo de medo patológico, que se diferencia de uma crise de ansiedade aguda e medo pela sua intensidade e maneira abrupta de surgir, acompanhada de sintomas específicos.
O estresse é uma forma de vivenciar o medo e a ansiedade quando o ser vivo percebe que as demandas de uma situação excedem os recursos pessoais e sociais que aquele indivíduo é capaz de mobilizar. Em 1932, Walter Cannon estabeleceu a existência da resposta “lutar ou fugir.” Seu trabalho mostrou que quando um organismo vive um choque ou percebe uma ameaça, ele rapidamente secreta hormônios que o auxiliam a sobreviver, ajudando-o a fugir mais depressa ou lutar com mais afinco. Esses hormônios, principalmente o cortisol, aumentam a freqüência cardíaca e a pressão arterial, além de elevar a glicemia para elevar o metabolismo e incrementar a forca muscular.
Durante um evento estressante, as glândulas supra-renais aumentam a secreção de glicocorticóides, que ajudam a restaurar a calma desligando o sistema gerador de estresse. Quando o estresse é crônico, esse mecanismo pára de funcionar, o que encoraja a formação de células gordurosas, levando o paciente a procurar doces e gorduras para restaurar o estado de calma (8). A sudorese aumenta para refrescar o organismo que fica superaquecido. Além disso, a atenção é focalizada no elemento de perigo.
Todas essas respostas fisiológicas aumentam a capacidade de sobrevivência.
Quando essas reações ocorrem dentro de um contexto, de um perigo de ameaça de vida, o estresse tem um efeito benéfico, porém, quando essas reações ocorrem cotidianamente pela frustração de objetivos ou situações que esgotam nossas capacidades, o estresse passa a ter efeitos patológicos com sintomas característicos:
1. Respostas Psicofisiológicas
Motoras:
Hipertonia muscular = postura rígida, segura as coisas com força excessiva, tremores
Tiques nervosos= piscar constantemente, tocando-se freqüentemente, pigarros, tamborilamento dos dedos, balançar nervoso das pernas
Autonômicas:
Dispepsia, diaforese, pressão arterial elevada, diarréia, urinar freqüente, rubores, taquicardia e dispnéia.
Energéticas:
Cansaço, hiperatividade, loquacidade, fala atrapalhada
Entedia-se facilmente, falta de interesse.
Condição Médica Geral:
Resfriados freqüentes, úlcera, doenças cardíacas, colites, hemorróidas, mialgia.
2. Respostas Emocionais
Sobressaltos, pressa constante, irritação, impaciência, pânico fácil, suspiros, apreensivo
Evita pessoas, fuma excessivamente, mudanças de hábitos (mais ou menos organizado), excesso de TV
Preocupação excessiva, pensamentos obsessivos, compulsões, explosões emocionais, falta de senso de humor.
Culpa, ciúmes, raiva.
Insônia ou hipersônia, pesadelos
Hiperfagia ou falta de apetite
3. Respostas Cognitivas
Falta de memória, pouca concentração, confusão mental, hipervigilância.
4. Respostas Fisiológicas ao Estresse
Corporais:
Quando um indivíduo está perante uma situação estressante, várias respostas fisiológicas ocorrem:
1. A respiração acelera para que os pulmões assimilem mais oxigênio.
2. O fluxo sanguíneo pode aumentar em até 300%, 400%, para aumentar a circulação nos músculos, pulmões e cérebro.
Imunológicas:
1. Os hormônios esteróides abafam parte da resposta imunológica, para que os elementos de defesa (células vermelhas, leucócitos e moléculas imunes) possam ser redistribuídos.
2. Esses elementos de defesa são enviados para os locais onde lesão ou infecção são mais prováveis (pele, medula óssea e nódulos linfáticos).
Garganta e pescoço:
Os fluidos corporais são divergidos das áreas onde não são tão necessárias, incluindo a boca. Isso causa boca seca e dificuldade para falar. Além disso, o estresse pode ocasionar espasmos dos músculos do pescoço, causando dificuldades na deglutição.
Pele:
Os efeitos do estresse divergem o sangue da pele para os músculos e coração. Um espasmo do couro cabeludo pode fazer com que os pelos fiquem eriçados.
Metabolismo:
O estresse diminui a capacidade absortiva do sistema digestivo, considerado não essencial para a luta ou fuga.
5. Resposta Relaxante, a resolução do estresse agudo:
Uma vez passado o perigo, os hormônios do estresse diminuem, o que diminui também a reação dos outros sistemas. Como pode ser visto, a resposta psicofisiológica depende de uma alteração de neurotransmissores, principalmente uma redução dos novéis de serotonina, causando raiva e depressão, ao passo que a resposta corporal depende de hormônios.
Conseqüências Clínicas do Estresse
Cardíacas: O estresse, tanto corporal quanto mental, pode desencadear uma angina do peito. Quando o indivíduo já é cardiopata, esse risco aumenta.
A hiperatividade simpática pode produzir vários efeitos danosos como: vasoconstrição das coronárias; arritmias cardíacas; aumento do colesterol; aumento dos níveis de estrogênio, causando maior risco em mulheres para cardiopatias; o estresse também provoca hipertensão arterial.
Acidente Vascular Cerebral: Estudos indicam que o estresse aumenta a possibilidade de acidentes vasculares cerebrais, principalmente pela elevação da pressão arterial.
Infecções: A reação do estresse abafa a reação imunológica, aumentando a vulnerabilidade para resfriados, herpes ou HIV. Outro trabalho, no NIH, apontou relações entre estresse e o sistema imunológico. Nesses casos, existe um embotamento da resposta imunológica, que torna a pessoa mais susceptível a doenças (6).
Sistema Digestivo: Vários problemas digestivos podem ocorrer em decorrência do estresse: síndrome do cólon irritável; úlcera péptica; doença de Crohn e colite ulcerativa.
Estresse e Alimentação: Um trabalho recente, publicado no Journal of international of Obesity, examinou 7.000 mulheres e 2.000 homens com idades entre 40-60 anos, habitantes de Helsinki. Um quarto das mulheres e 19% dos homens relatou ganho de peso. Entre as mulheres, uma insatisfação de trabalhar e cuidar dos afazeres domésticos estavam associados com ganho de peso. Entre os homens, aqueles com empregos de alta demanda ganharam mais peso do que aqueles com empregos menos estressantes. Um estudo da Mayo Clinic Foundation (8) estabeleceu uma relação entre apetite e estado de humor.
Pessoas estressadas tendem a consumir alimentos insalubres, como carboidratos, gorduras e comidas salgadas, que causam aumento do peso e risco de doença cardiovascular. Esses alimentos funcionam com propriedades viciantes, que aumentam os opiácios cerebrais, relacionados com o aumento do humor e prazer.
Memória, concentração e aprendizagem: Estudos, mostram que o cortisol cronicamente liberado causa atrofia do hipocampo, especialmente danoso para crianças em fase de desenvolvimento. Estudos com pacientes sofredores de estresse pós-traumático também tiveram um índice de 8% de atrofia do hipocampo.
Num outro trabalho, pacientes em uso de cortisol (o hormônio principal do estresse), demonstraram deficiências de memória, assim como outros sujeitos a estresse agudo.
Diabete: O estresse crônico tem sido associado à insulino-resistência, um fator primário na diabete. Além disso, pacientes diabéticos sujeitos ao estresse pioram seu quadro.
Transtornos do Sono: O estresse é causa freqüente de insônia, principalmente da forma intermediária e precoce.
Disfunções Sexuais: Em mulheres, o estresse pode causar diminuição do desejo e dificuldade com o orgasmo. Em homens, pode haver impotência por vasoconstrição peniana. Mulheres podem adquirir síndrome pré-menstrual em decorrência do estresse e alguns estudos indicam diminuição da fertilidade.
Tipos de Estresse
Forma Aguda: É a forma mais comum. Inicialmente, o estresse pode até ser bom, pois traz uma sensação de excitação e bem-estar, porém a exaustão pode trazer os sintomas já mencionados. Por ser de curta duração, geralmente as manifestações são de menor severidade. Uma excitação transitória traz elevação da pressão arterial, taquicardia, mãos suadas, tonturas, enxaqueca, mãos e pés frios, dispnéia e dor no peito.
Forma Aguda Episódica: Ocorre nas pessoas que sofrem de estresse freqüentemente. Suas vidas são desordenadas e estão sempre com pressa e atrasados.
Cometem erros com freqüência. São sempre hiperexcitáveis, ansiosos e tensos. Descrevem-se como tendo “muita energia”. Tendem a ser abruptos e irritáveis, com um certo grau de hostilidade. O tipo de personalidade “A”, descrito por Friedman e Rosenman, propensos à doenças cardíacas, parece muito com a forma aguda episódica de estresse.
São descritos como tendo:
Competitividade excessiva
Agressividade
Impaciência
Urgência
Hostilidade livre, mas bem racionalizada
Profunda insegurança
Esse tipo de personalidade exibe uma maior tendência para doenças cardíacas, quando comparadas ao tipo “B”, com características opostas. Uma outra forma de estresse agudo episódico vem da preocupação excessiva.
Forma Crônica: Ao contrário das duas formas agudas, o estresse crônico não traz uma sensação de excitação e bem-estar. O estresse crônico destrói corpos, vidas e mentes. É encontrado na pobreza, famílias disfuncionais, casamentos infelizes e empregos insatisfatórios. Acontece quando uma pessoa não vê uma saída. Essa falta de perspectivas leva à desesperança. Muitas vezes são acompanhadas por uma visão pessimista do mundo. O estresse crônico mata pelo suicídio, violência, enfarto do miocárdio e talvez até câncer.
Em resumo: O conflito traz a frustração, que cria o estresse, acompanhado de ansiedade e medo. As reações de pânico e as fobias geralmente pertencem a um quadro clínico distinto.
O estresse possui sintomas próprios, que podem ser psicofisiológicos e corporais.
Existem três tipos de estresse: a forma aguda, a forma aguda episódica e a forma crônica. No corpo, o estresse agudo provoca a liberação de cortisol e glicocorticóides, restaurando a normalidade fisiológica. Na forma crônica, essa resposta relaxante falha, tanto no corpo quanto no mente. A resposta psicofisiológica depende de uma alteração de neurotransmissores, ao passo que a resposta corporal depende de hormônios.
O estresse pode provocar um aumento do peso e um apetite seletivo para determinados alimentos. Também provoca uma atrofia do hipocampo, com conseqüente alteração do desenvolvimento em crianças.
O estresse crônico está ligado a várias patologias, entre as quais se destaca: doenças cardíacas, acidente vascular cerebral, infecções, doenças do aparelho digestivo, distúrbios do apetite, problemas de memória e aprendizagem, diabete, transtornos do sono e problemas sexuais.
Mário Márcio Negrão
Bibliografia
1. Paulo Dalgalrondo. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
2. Luiz Salvador de Miranda-Sá Jr. Compêndio de Psicopatologia e Semiologia Psiquiátrica. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2001.
3. Elie Cheniaux Jr. Manual de Psicopatologia. Editora Guanabara Koogan, 2002.
4. Signs of stress, sources and types of stress - psychological self-help
5. MedlinePlus: Work fatigue seen as cause of weight gain
6. Stress and Disease, October 2000 Word on Health - National Institutes of Health (NIH)
7. APA Help Center - Health & Emotional Wellness - "The Different Kinds of Stress"
8. Mood and food: Understand the relationship - MayoClinic.com
9. NIMH: Stress and the Developing Brain
Fonte: www.orgone.com.brPsicologia do Stress
Os níveis de stress: as esferas de influência
O stress tem sido corriqueiramente associado à idéia de tensão.
Podemos tomar a seguinte definição, extraída do bom dicionário Aurélio: “o stress é um conjunto de reações do organismo a agressões de ordem física, psíquica e outras capazes de perturbar o equilíbrio orgânico”. Antes, no entanto, de nos atermos a característica básica do stress que é a de ser uma reação, vale a pena recordar que o termo stress foi cunhado no século XIX pelos engenheiros anglosaxões para indicar “a tensão resultante de uma força aplicada em um corpo, ou seja, estressavase o objeto até seu ponto de ruptura, para testar sua resistência”. O termo passou depois da física para a medicina sendo utilizado inicialmente pelo biólogo canadense Hans Seyle para “explicar o desequilíbrio químico que acontece no corpo humano diante de uma agressão”.
Material estressado é material tencionado? Em termos da física, sim. Isso não significa dizer que viver uma situação de tensão é viver, necessariamente, uma situação de stress tomado em seu sentido negativo. Há situações onde a tensão está ocorrendo (como por exemplo num embarque para uma viagem estimulante, no dia do casamento, etc.) sem que o stress seja caracterizado aqui como algo negativo. Portanto, o stress diz pouco a respeito de uma situação de tensão em si, mas refere-se, antes de tudo, à reação, a resposta dada a situação de tensão.
Inúmeras pessoas tentam simplesmente reduzir a tensão como forma de controlar o estresse, sem se ater especificamente à chave da questão: quais são os tipos de respostas ou reações que damos frente à situação de tensão?
Caracterizada como aspecto negativo, freqüentemente nos esquecemos que a tensão é inerente tanto para nossa constituição e crescimento, quanto é inerente ao mundo em que vivemos. Impossível imaginar um mundo isento dela, assim como é impossível imaginar um corpo destituído de tônus muscular.
Em outras palavras, a tensão é uma espécie de dínamo ou gerador de energia ou capacitor de esforços, capaz de transformar determinadas situações, como por exemplo: Uma criança quando aprende a falar e a andar. É claro que ela sofre tensões suficientes para que o ato de aprender a falar e falar propriamente e o de aprender a andar e andar, efetivamente aconteça.
Uma criança na puberdade para a adolescência sofre uma verdadeira revolução orgânica e psicológica. Na fase adulta passamos por fases pontuais como emprego ou vários empregos novos, casamento ou vários casamentos novos, separações ou várias separações novas; filhos poucos ou muitos, todos sempre dando a oportunidade do novo diariamente para os pais (seja um novo encanto ou um novo susto ou uma nova bronca ou uma nova esperança).
Que tal, então, começar exatamente por aqui, por algo denominado “n o v o”. O conhecido e o desconhecido.
Tudo o que é novo gera expectativa e portanto tensões e conseqüentemente aquela velha perguntinha que fica retumbando em nossas cabeças: “será que vai dar certo?”
Qualquer expectativa em relação ao novo gera tensões psicológicas que são sentidas no corpo: o velho e bom frio na barriga; brilho nos olhos; taquicardias; sudoreses, os deliciosos suspiros, etc., etc. “ad infinitum” … Assim, podemos dizer que as manifestações orgânicas são o alerta que nos permite identificar e diagnosticar o estado de stress, e inúmeras têm sido as técnicas corporais utilizadas como recurso terapêutico.
Esclarecendo: é o corpo que sinaliza, que fala, que quase berra às vezes, que estamos entrando em processo de stress. Daí, a falta de sono, dor de cabeça, falta de apetite alimentar e/ou sexual, ansiedades diversas, depressão, tensões corporais (dores na coluna, pescoço e afins), etc. etc. ad infinitum.
Mas, por que começar pelo corpo?
O corpo é o primeiro lugar onde nos reconhecemos e nos identificamos e é o local onde toda a nossa história será inscrita e registrada. Um jogo de tensões, posturas, movimentos, maneiras de se colocar diante de nós mesmos e do mundo, dizem quem somos nós. Infelizmente, aprendemos a dissociar essa identidade corporal daquela que tomamos como representativa do nosso ser, ou seja, da imagem que fazemos de nós mesmos.
Esquecemos do nosso corpo e de tudo o que ele clama por nos dizer, passamos a exercer controle sobre este que tornou-se, agora, uma mera máquina de execução. Mas tudo o que mantemos à distância faz pressão para revelar-se. Como não pode falar, o corpo “dói” sob a forma de sintomas.
Torna-se aqui necessário fazer uma distinção: o corpo sempre registra qualquer reação ao estado de tensão e isso não caracteriza o stress como um conjunto de reações negativas.
Não seria uma gargalhada o registro corporal de um estado altamente tenso de alegria e entusiasmo?
Alguns autores utilizam terminologia distinta para a reação apresentada: quando podem levar a ações adaptativas, flexíveis e construtivas recebem o nome de Eustresse; quando negativos e associados a doenças recebem o nome de Distresse.
Independente do tipo de reação que manifestamos, o corpo realiza seu registro e se estivéssemos atentos perceberíamos nuances de como respondemos a infinitas situações, eventos, pessoas e coisas com as quais diariamente nos relacionamos. Infelizmente, o registro corporal somente se torna consciente quando nos encontramos em estado de alerta. Situações que exigem controle e administração de problemas, que não são superadas, podem gerar um stress crônico que, uma vez intensificados, geram somatização. É geralmente os urros dos sintomas alarmantes que se tornam audíveis.
Mas, o stress não é tão somente uma reação do corpo frente a uma tensão, embora o corpo nos fale muito dela. O stress constituiu-se em uma “mobilização generalizada, padronizada e inconsciente dos recursos energéticos naturais do corpo quando confrontado com um elemento estressor”. Essas características identificam uma chave para a compreensão da natureza do estresse capturado nas nossas reações.
Se biologicamente podemos identificar uma grande variedade de mecanismos acontecendo dentro do organismo de quem está sob stress (aumento do batimento cardíaco, da freqüência respiratória, sudorese etc) o que podemos dizer do que acontece psicologicamente a esta mesma pessoa?
Antes de tudo, é preciso fazer uma diferenciação: stress não é tensão. O stress é, tão somente, a resposta que damos a situação de tensão. Esta resposta varia muito segundo o grau de tensão implicado na situação e em nosso próprio nível de tolerância ao stress (coping).
Notamos, também, que pessoas sob mesmas condições reagem e geram ações distintas como resposta. Podemos num desafio neste momento, pensar nas inúmeras pessoas que habitam esta cidade. Algumas delas tornaram-se profundamente irritadiças, outras deprimidas, outras adoecem, outras ignoram o que acontece ao seu redor (embora se tornem vítimas disso), outras enxergam, nas situações de tensão e incerteza, limites a serem transpostos e do qual, tiram energia para desenvolver respostas criativas.
Mas, o que torna alguns mais toleráveis ao stress e outros menos? O que faz com que alguns consigam transformar o stress em algo positivo enquanto outros apenas sofrem as conseqüências de seu aspecto negativo?
Os eventos de tensão são encarados desde nossos ancestrais como perigo eminente. Diante do perigo o homem recorre a respostas instintivas aprendidas desde a mais tenra idade quando, completamente dependente do meio, era alto o risco de sobrevivência. Psicologicamente, então, a situação de stress nos coloca na condição de fugir ou lutar. Não importa se estamos diante de um imenso dinossauro, da perda do emprego ou qualquer outra coisa que coloque em risco nossa existência. O tipo de resposta (lutar ou fugir) é definido por padrões adquiridos durante a formação da personalidade do indivíduo.
Somos forçados a responder a situações dessa natureza em um único dia e não é difícil perceber o quanto respondemos instintiva e instantaneamente a elas.
Respondemos instintivamente pois nossas reações padronizadas têm se mostrado eficientes ao longo dos anos e seu automatismo imprescindível nas respostas que exigem um tempo curto de reação porque se demorarmos um segundo a mais…..já fomos engolidos.
Para que possamos transformar o stress negativo, que desencadeia um quadro nocivo à nossa vida, em stress positivo, onde nos tornamos capazes de lidar de forma e criativa com o stress, necessitamos adquirir noção de como reagimos e de quem somos.Perceber que a situação de stress desencadeia em nós um mecanismo automático e instantâneo de resposta, é perceber o quanto estamos vulneráveis a mecanismos que não dominamos. Perceber qual o tipo de resposta que desencadeia em cada um, dentro das alternativas que é lutar ou fugir, é perceber a forma como atuamos e qual nosso nível de ansiedade frente a dificuldade, ao novo, ao desafio. Conseguir lidar com as reações corporais desencadeadas no corpo, nos ajuda a enfrentar a situação. Conseguir lidar com a ansiedade implicada, nos faz lidar com a situação de uma nova maneira. Colocamos, assim, consciência diante de fenômenos inconscientes. Colocamos atenção onde havia apenas tensão.
Fonte: nokhooja.com.br
Stress
ANSIEDADE E ESTRESSE
Definições
Segundo Paulo Dalgalarondo, a ansiedade é um estado psicossomático, tendo como componente psíquico um desconforto mental composto de: inquietação interna e apreensão, acompanhada de sintomas físicos como dispnéia, taquicardia, vasoconstrição ou dilatação, tensão muscular, parestesias, tremores, tonturas e sudorese. Esses sintomas são testemunhos de uma quebra da homeostase interna que se manifesta entre a percepção de uma necessidade e a sua satisfação.
Dessa maneira, esses sintomas desagradáveis podem agir de uma forma motivadora para resolver problemas.
Essas vivências internas são geradas por dois mecanismos básicos: a lembrança de situações semelhantes e a verbalização (explícita ou silenciosa), dessas experiências. Graças a esses mecanismos, é possível antecipar fatos desagradáveis e elaborar estratégias para remediar a carência atual.
Quando esses sintomas são persistentes, ocorre a frustração, uma condição determinante do estresse. Às vezes, o objeto da necessidade é inexistente ou insuficiente. Nesses casos é chamada de frustração primária. Outras vezes, existe um obstáculo entre a necessidade e a satisfação (frustração secundária). Se o agente frustrante é impessoal, como um objeto, um agente natural como a chuva ou o frio, uma regra ou à distância, é chamada de frustração secundária passiva.
Se o agente frustrante é uma pessoa, fala-se de uma frustração secundária ativa externa. Nas situações onde a própria pessoa é seu agente frustrante, fala-se de frustração secundária ativa interna. Todos esses casos geram uma condição de ansiedade.
"No ser humano, a previsão de uma frustração ou de uma situação de sofrimento pode desencadear uma resposta emocional antecipatória, que pode tanto ser lógica e sintonizada com a realidade como pode ser fantasiosa ou auto-enganosa. De qualquer maneira, o conceito de frustração, nos seres humanos, abrange a ameaça da frustração como fenômeno subjetivo...Esse sofrimento pode tomar forma de dor, culpa, vergonha, tristeza ou medo".
Luiz Salvador de Miranda-Sá Jr
Denomina-se conflito ao estado emocional, geralmente constituído pela agressividade, que se volta contra o agente frustrante. Isso acontece quando alguém se encontra entre duas necessidades de igual valor (dilema), ou quando se interpõe uma proibição.
Entende-se por angústia um tipo especial de ansiedade onde os fenômenos psicossomáticos se manifestam através de uma sensação de aperto no peito e sufocamento. Outros autores não distinguem a ansiedade da angústia.
O medo, por outro lado, ocorre quando alguém está diante de uma situação real ou imaginária de perigo, com a presença de um objeto específico. O papel da antecipação é menor no medo do que na ansiedade (3,2).
A palavra fobia deriva de Phobos, deusa grega do medo. É o medo patológico, focalizado em objetos ou situações que podem ser consideradas inofensivas por outras pessoas e que persiste mesmo depois que o paciente se dá conta da irracionalidade de seu medo. Uma crise de pânico é um outro tipo de medo patológico, que se diferencia de uma crise de ansiedade aguda e medo pela sua intensidade e maneira abrupta de surgir, acompanhada de sintomas específicos.
O estresse é uma forma de vivenciar o medo e a ansiedade quando o ser vivo percebe que as demandas de uma situação excedem os recursos pessoais e sociais que aquele indivíduo é capaz de mobilizar. Em 1932, Walter Cannon estabeleceu a existência da resposta “lutar ou fugir.” Seu trabalho mostrou que quando um organismo vive um choque ou percebe uma ameaça, ele rapidamente secreta hormônios que o auxiliam a sobreviver, ajudando-o a fugir mais depressa ou lutar com mais afinco. Esses hormônios, principalmente o cortisol, aumentam a freqüência cardíaca e a pressão arterial, além de elevar a glicemia para elevar o metabolismo e incrementar a forca muscular.
Durante um evento estressante, as glândulas supra-renais aumentam a secreção de glicocorticóides, que ajudam a restaurar a calma desligando o sistema gerador de estresse. Quando o estresse é crônico, esse mecanismo pára de funcionar, o que encoraja a formação de células gordurosas, levando o paciente a procurar doces e gorduras para restaurar o estado de calma (8). A sudorese aumenta para refrescar o organismo que fica superaquecido. Além disso, a atenção é focalizada no elemento de perigo.
Todas essas respostas fisiológicas aumentam a capacidade de sobrevivência.
Quando essas reações ocorrem dentro de um contexto, de um perigo de ameaça de vida, o estresse tem um efeito benéfico, porém, quando essas reações ocorrem cotidianamente pela frustração de objetivos ou situações que esgotam nossas capacidades, o estresse passa a ter efeitos patológicos com sintomas característicos:
1. Respostas Psicofisiológicas
Motoras:
Hipertonia muscular = postura rígida, segura as coisas com força excessiva, tremores
Tiques nervosos= piscar constantemente, tocando-se freqüentemente, pigarros, tamborilamento dos dedos, balançar nervoso das pernas
Autonômicas:
Dispepsia, diaforese, pressão arterial elevada, diarréia, urinar freqüente, rubores, taquicardia e dispnéia.
Energéticas:
Cansaço, hiperatividade, loquacidade, fala atrapalhada
Entedia-se facilmente, falta de interesse.
Condição Médica Geral:
Resfriados freqüentes, úlcera, doenças cardíacas, colites, hemorróidas, mialgia.
2. Respostas Emocionais
Sobressaltos, pressa constante, irritação, impaciência, pânico fácil, suspiros, apreensivo
Evita pessoas, fuma excessivamente, mudanças de hábitos (mais ou menos organizado), excesso de TV
Preocupação excessiva, pensamentos obsessivos, compulsões, explosões emocionais, falta de senso de humor.
Culpa, ciúmes, raiva.
Insônia ou hipersônia, pesadelos
Hiperfagia ou falta de apetite
3. Respostas Cognitivas
Falta de memória, pouca concentração, confusão mental, hipervigilância.
4. Respostas Fisiológicas ao Estresse
Corporais:
Quando um indivíduo está perante uma situação estressante, várias respostas fisiológicas ocorrem:
1. A respiração acelera para que os pulmões assimilem mais oxigênio.
2. O fluxo sanguíneo pode aumentar em até 300%, 400%, para aumentar a circulação nos músculos, pulmões e cérebro.
Imunológicas:
1. Os hormônios esteróides abafam parte da resposta imunológica, para que os elementos de defesa (células vermelhas, leucócitos e moléculas imunes) possam ser redistribuídos.
2. Esses elementos de defesa são enviados para os locais onde lesão ou infecção são mais prováveis (pele, medula óssea e nódulos linfáticos).
Garganta e pescoço:
Os fluidos corporais são divergidos das áreas onde não são tão necessárias, incluindo a boca. Isso causa boca seca e dificuldade para falar. Além disso, o estresse pode ocasionar espasmos dos músculos do pescoço, causando dificuldades na deglutição.
Pele:
Os efeitos do estresse divergem o sangue da pele para os músculos e coração. Um espasmo do couro cabeludo pode fazer com que os pelos fiquem eriçados.
Metabolismo:
O estresse diminui a capacidade absortiva do sistema digestivo, considerado não essencial para a luta ou fuga.
5. Resposta Relaxante, a resolução do estresse agudo:
Uma vez passado o perigo, os hormônios do estresse diminuem, o que diminui também a reação dos outros sistemas. Como pode ser visto, a resposta psicofisiológica depende de uma alteração de neurotransmissores, principalmente uma redução dos novéis de serotonina, causando raiva e depressão, ao passo que a resposta corporal depende de hormônios.
Conseqüências Clínicas do Estresse
Cardíacas: O estresse, tanto corporal quanto mental, pode desencadear uma angina do peito. Quando o indivíduo já é cardiopata, esse risco aumenta.
A hiperatividade simpática pode produzir vários efeitos danosos como: vasoconstrição das coronárias; arritmias cardíacas; aumento do colesterol; aumento dos níveis de estrogênio, causando maior risco em mulheres para cardiopatias; o estresse também provoca hipertensão arterial.
Acidente Vascular Cerebral: Estudos indicam que o estresse aumenta a possibilidade de acidentes vasculares cerebrais, principalmente pela elevação da pressão arterial.
Infecções: A reação do estresse abafa a reação imunológica, aumentando a vulnerabilidade para resfriados, herpes ou HIV. Outro trabalho, no NIH, apontou relações entre estresse e o sistema imunológico. Nesses casos, existe um embotamento da resposta imunológica, que torna a pessoa mais susceptível a doenças (6).
Sistema Digestivo: Vários problemas digestivos podem ocorrer em decorrência do estresse: síndrome do cólon irritável; úlcera péptica; doença de Crohn e colite ulcerativa.
Estresse e Alimentação: Um trabalho recente, publicado no Journal of international of Obesity, examinou 7.000 mulheres e 2.000 homens com idades entre 40-60 anos, habitantes de Helsinki. Um quarto das mulheres e 19% dos homens relatou ganho de peso. Entre as mulheres, uma insatisfação de trabalhar e cuidar dos afazeres domésticos estavam associados com ganho de peso. Entre os homens, aqueles com empregos de alta demanda ganharam mais peso do que aqueles com empregos menos estressantes. Um estudo da Mayo Clinic Foundation (8) estabeleceu uma relação entre apetite e estado de humor.
Pessoas estressadas tendem a consumir alimentos insalubres, como carboidratos, gorduras e comidas salgadas, que causam aumento do peso e risco de doença cardiovascular. Esses alimentos funcionam com propriedades viciantes, que aumentam os opiácios cerebrais, relacionados com o aumento do humor e prazer.
Memória, concentração e aprendizagem: Estudos, mostram que o cortisol cronicamente liberado causa atrofia do hipocampo, especialmente danoso para crianças em fase de desenvolvimento. Estudos com pacientes sofredores de estresse pós-traumático também tiveram um índice de 8% de atrofia do hipocampo.
Num outro trabalho, pacientes em uso de cortisol (o hormônio principal do estresse), demonstraram deficiências de memória, assim como outros sujeitos a estresse agudo.
Diabete: O estresse crônico tem sido associado à insulino-resistência, um fator primário na diabete. Além disso, pacientes diabéticos sujeitos ao estresse pioram seu quadro.
Transtornos do Sono: O estresse é causa freqüente de insônia, principalmente da forma intermediária e precoce.
Disfunções Sexuais: Em mulheres, o estresse pode causar diminuição do desejo e dificuldade com o orgasmo. Em homens, pode haver impotência por vasoconstrição peniana. Mulheres podem adquirir síndrome pré-menstrual em decorrência do estresse e alguns estudos indicam diminuição da fertilidade.
Tipos de Estresse
Forma Aguda: É a forma mais comum. Inicialmente, o estresse pode até ser bom, pois traz uma sensação de excitação e bem-estar, porém a exaustão pode trazer os sintomas já mencionados. Por ser de curta duração, geralmente as manifestações são de menor severidade. Uma excitação transitória traz elevação da pressão arterial, taquicardia, mãos suadas, tonturas, enxaqueca, mãos e pés frios, dispnéia e dor no peito.
Forma Aguda Episódica: Ocorre nas pessoas que sofrem de estresse freqüentemente. Suas vidas são desordenadas e estão sempre com pressa e atrasados.
Cometem erros com freqüência. São sempre hiperexcitáveis, ansiosos e tensos. Descrevem-se como tendo “muita energia”. Tendem a ser abruptos e irritáveis, com um certo grau de hostilidade. O tipo de personalidade “A”, descrito por Friedman e Rosenman, propensos à doenças cardíacas, parece muito com a forma aguda episódica de estresse.
São descritos como tendo:
Competitividade excessiva
Agressividade
Impaciência
Urgência
Hostilidade livre, mas bem racionalizada
Profunda insegurança
Esse tipo de personalidade exibe uma maior tendência para doenças cardíacas, quando comparadas ao tipo “B”, com características opostas. Uma outra forma de estresse agudo episódico vem da preocupação excessiva.
Forma Crônica: Ao contrário das duas formas agudas, o estresse crônico não traz uma sensação de excitação e bem-estar. O estresse crônico destrói corpos, vidas e mentes. É encontrado na pobreza, famílias disfuncionais, casamentos infelizes e empregos insatisfatórios. Acontece quando uma pessoa não vê uma saída. Essa falta de perspectivas leva à desesperança. Muitas vezes são acompanhadas por uma visão pessimista do mundo. O estresse crônico mata pelo suicídio, violência, enfarto do miocárdio e talvez até câncer.
Em resumo: O conflito traz a frustração, que cria o estresse, acompanhado de ansiedade e medo. As reações de pânico e as fobias geralmente pertencem a um quadro clínico distinto.
O estresse possui sintomas próprios, que podem ser psicofisiológicos e corporais.
Existem três tipos de estresse: a forma aguda, a forma aguda episódica e a forma crônica. No corpo, o estresse agudo provoca a liberação de cortisol e glicocorticóides, restaurando a normalidade fisiológica. Na forma crônica, essa resposta relaxante falha, tanto no corpo quanto no mente. A resposta psicofisiológica depende de uma alteração de neurotransmissores, ao passo que a resposta corporal depende de hormônios.
O estresse pode provocar um aumento do peso e um apetite seletivo para determinados alimentos. Também provoca uma atrofia do hipocampo, com conseqüente alteração do desenvolvimento em crianças.
O estresse crônico está ligado a várias patologias, entre as quais se destaca: doenças cardíacas, acidente vascular cerebral, infecções, doenças do aparelho digestivo, distúrbios do apetite, problemas de memória e aprendizagem, diabete, transtornos do sono e problemas sexuais.
Mário Márcio Negrão
Bibliografia
1. Paulo Dalgalrondo. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
2. Luiz Salvador de Miranda-Sá Jr. Compêndio de Psicopatologia e Semiologia Psiquiátrica. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2001.
3. Elie Cheniaux Jr. Manual de Psicopatologia. Editora Guanabara Koogan, 2002.
4. Signs of stress, sources and types of stress - psychological self-help
5. MedlinePlus: Work fatigue seen as cause of weight gain
6. Stress and Disease, October 2000 Word on Health - National Institutes of Health (NIH)
7. APA Help Center - Health & Emotional Wellness - "The Different Kinds of Stress"
8. Mood and food: Understand the relationship - MayoClinic.com
9. NIMH: Stress and the Developing Brain
Fonte: www.orgone.com.br
STRESS
Neste artigo falo de 6 estratégias que explicam como reduzir, prevenir e lidar com o stress. Em determinadas alturas da nossa vida todos nós já sentimos que não há nada que possamos fazer para diminuir o nível de stress. As contas não vão parar de vir, nunca haverá mais horas no dia para todas as exigências, as responsabilidades da carreira profissional ou da família serão sempre mais exigentes, por tudo isto as razões são mais que muitas para nos vermos “presos” nas malhas do stress. A boa notícia é que todos nós temos muito mais recursos ao nosso dispor do que provavelmente imaginamos. Na verdade, a simples consciencialização de que temos controlo (q.b.) na nossa vida é o alicerce da gestão de stress.
O ponto fulcral da gestão de stress anda em torno do controlo: controlo dos pensamentos, das emoções, da agenda, do seu ambiente, e da forma como você lida com os problemas. O objetivo final é uma vida equilibrada, com tempo para o trabalho, relacionamentos, relaxamento e diversão, acrescentando uma boa dose de capacidade de resistência e persistência para lidar com as situações de pressão na vida e assim conduzir os desafios a bom porto.
O QUE É O STRESS ?
O stress pode ser considerado como qualquer mudança à qual você tem de se adaptar. De uma maneira muito geral, a resposta de stress é uma reação imediata e intensa, que implica a mobilização geral dos recursos do organismo, e produz-se frente a situações que supõem importantes exigências para o indivíduo, seja por implicar uma perda (por exemplo, a morte de um ente querido ou uma ruptura sentimental), ou então por tratar-se de uma ameaça (seja por ameaça direta à sua vida, ou por ameaça de um cliente cancelar o pedido de compra ou pelo patrão ameaçar de despedimento), ou ainda por um desafio (como a possibilidade de ganhar uma competição desportiva). Esta reação geral inclui respostas fisiológicas (o coração acelera, aprecem suores frios, os músculos ficam tensos…), respostas cognitivas (aumento da atenção a estímulos presentes na situação, maior rapidez de pensamento…) erespostas motoras (basicamente, fugir do perigo ou lutar contra ele), todas estas respostas devem servir para facilitar um melhor processamento da situação a estímulos presentes para uma resposta mais efetiva.
A resposta de stress em si não é nociva. Pelo contrário trata-se de uma reação adaptativa que permitiu a nossa sobrevivência ao longo dos tempos. É muito útil e vital para dar respostas a situações de ameaça. No entanto quando esta reação aparece de forma muito frequente, intensa ou duradoura, pode produzir um desgaste nos recursos, que conduz ao aparecimento de problemas diversos (por exemplo, diminuição de rendimento, mal-estar físico e emocional, predisposição acentuada para doenças…), que se denominam de maneira genérica de patologias associadas ao stress.
Estas patologias surgem em várias circunstâncias, em concreto quando:
a) A pessoa expõe-se a um grande número de situações ameaçantes ou a situações anormalmente intensas e duradouras.Por serem situações que implicam novidade, incerteza, ambiguidade…dependem das condições de vida da pessoa, mas também da sua própria incapacidade para resolver a situação, o que contribui para que uma determinada situação se mantenha e prolongue no tempo.
b) A pessoa “rumina” ou faz interpretações erróneas acerca das situações que enfrenta, de modo que:
Identifica como ameaçantes situações que não são
Identifica um grau de ameaça despropositado da situação
Tarda em identificar uma situação como stressante
Considera que não possui estratégias para fazer frente às situações
c) A pessoa ativa-se fisiologicamente,o que se torna inútil na grande maioria dos casos, dado que na sociedade moderna grande parte das situações requer uma resposta pouco intensa (por exemplo pisar o travão, utilizar o teclado de um computador). Isto supõe que grande parte dos recursos mobilizados não se utilizam, pelo que acresce ao desgaste produzido pela mobilização, o perigo de que estes produtos não utilizados se acumulem em determinadas zonas do organismo podendo deteriorar a sua atuação.
d) A pessoa emite respostas inadequadas perante a situação:
Porque a pessoa não dispõe de um reportório de estratégias para fazer frente à situação
Porque apesar de dispor das estratégias não as coloca em marcha no momento adequado, pois não reconhece os indícios ambientais que indicam quando deverá colocá-las em ação.
Porque essas estratégias são inibidas por respostas emocionais
Porque existem obstáculos à emissão dos comportamentos adequados
O QUE É UM FATOR STRESSANTE
É um acontecimento, uma situação, uma pessoa ou objeto percebido como elemento stressante que induz à reação de stress. Os fatores stressantes podem variar amplamente quanto à natureza, abrangendo desde componentes psicossociais e comportamentais, como frustração, ansiedade e sobrecarga, até componentes de origem bioecológica e física, incluindo o ruído, a poluição, temperatura e nutrição. A imaginação e a antecipação também podem agir como fatores stressantes e desencadear reações de stress.
Identifique as fontes de stress na sua vida
A gestão do stress começa com a identificação das fontes de stress na sua vida. Isto não é tão fácil como parece. As verdadeiras fontes de stress nem sempre são óbvias, e é muito fácil ignorar os seus próprios pensamentos, sentimentos e comportamentos indutoras de stress. Por exemplo, você pode ter consciência de que está sempre preocupado com os prazos no seu trabalho, mas talvez seja o seu adiamento, em vez das exigências do próprio trabalho que lhe geram stress.
Para identificar as verdadeiras fontes de stress , deverá fazer o exercício de olhar de perto os seus hábitos, atitudes e desculpas:
Você explica os sintomas de stress como temporário, “ eu apenas tenho um monte de coisas para fazer agora”, mesmo que não se consiga lembrar da última vez que fez uma pausa?
Você identifica os sintomas de stress como parte integrante do seu trabalho e da sua vida, “as coisas são sempre muito difíceis por aqui”, ou como fazendo parte da sua personalidade, “eu sou muito nervoso”.
Você culpa os outros ou os eventos externos como responsáveis pelo seu stress, ou vê-o como normal e corriqueiro?
REGISTE O SEU NÍVEL DE STRESS
Um diário de registo pode ajudá-lo a identificar os stressores da sua vida assim como a forma como lida com eles. Cada vez que se sentir stressado, registe isso no seu diário. Os registos permitir-lhe-ão identificar os padrões e acontecimentos comuns que o colocam na sua zona de stress incapacitante.
Registe:
O que causa o seu stress (arrisque um palpite se não tiver total certeza)
Como é que se sente, fisicamente e emocionalmente
Como é que age em resposta ao seu stress incapacitante
O que é que faz para para se sentir melhor
Verifique como é que atualmente lida com o stress
Pense nas formas que utiliza para gerir e lidar com o stress na sua vida. O diário de registo do stress pode ajudá-lo a identificá-las. As estratégias de lidar com o stress que utiliza são saudáveis ou prejudiciais, adequadas ou sabotadoras? Infelizmente, muitas pessoas lidam com o stress das suas vidas de uma forma que complica ainda mais o problema.
Formas prejudicais de lidar com o stress
Estas estratégias podem reduzir temporariamente o stress, mas causam mais danos do que benefícios a longo prazo:
Fumar
Beber álcool em excesso
Comer em excesso ou comer muito pouco
Permanecer muitas horas em frente à televisão ou computador
Afastar-de dos amigos, família e atividades de lazer
Dormir em excesso
Usar medicação ou drogas para relaxar
Procrastinação (adiar constantemente as tarefas que necessita realizar)
Evitar a qualquer custo enfrentar os problemas
Direccionar o seu stress para os outros (explosões de raiva, violência física, critica exacerbada)
Formas mais saudáveis de gerir o stress
Se os seus métodos de lidar com o stress não estão contribuindo para melhorar a sua saúde física e emocional, é hora de encontrar formas mais saudáveis. Há muitas maneiras saudáveis de gerir, prevenir e lidar com o stress, mas todas elas requerem mudança. Você pode mudar a situação ou mudar a sua reação.
Ao decidir qual a opção a escolher, é útil pensar nos 4 aspectos seguintes: evitar, alterar, adaptar e aceitar. Dado que cada um de nós tem uma resposta única para o stress, não existe apenas um método que sirva a todos ou para qualquer situação, por isso você deverá experimentar diferentes técnicas e estratégias para perceber a que melhor se ajusta a si. Foque-se naquilo que o faz sentir calmo e em controlo.
As 4 FORMAS DE LIDAR COM SITUAÇÕES STRESSANTES
Mude a situação:
Evite o stressor
Altere o stressor
Mude a sua reação:
Adapte-se ao stressor
Aceite o stressor
ESTRATÉGIA DE GESTÃO DO STRESS Nº1: Evitar o stress desnecessário
Nem todo o stress pode e deve ser evitado, e não é saudável evitar uma situação que precisa de ser resolvida ou enfrentada. Você pode ficar surpreendido com a quantidade de stressores que pode eliminar da sua vida.
Aprenda a dizer “não” – Conheça os seus limites e tente cumpri-los. Seja na sua vida pessoal ou profissional, recuse-se a aceitar responsabilidades adicionais antes de se comprometer com elas. Aceitar mais responsabilidades do que você consegue ou está preparado é uma receita infalível para o stress.
Evite pessoas que lhe provoquem stress incapacitante – se alguém consistentemente lhe trás stress para a sua vida e você não consegue evitar que isso aconteça, limite o tempo que passa com essa pessoa. Se isto não for possível, tente perceber se existem alternativas que o capacitem na determinação de uma solução intermédia.
Tente ganhar controlo sobre o seu ambiente – Se as noticias dos jornais e TV o fazem ansioso, desligue a TV ou feche o jornal. O tráfico deixa-o tenso, tente ir por um caminho com menos tráfego. Se ir às compras sozinho o stressa, arranje companhia. Tente sempre que possível descortinar uma alternativa que esteja sobre o seu controlo, que possa decidir por si e executar na hora.
Evite tópicos “quentes” – se fica facilmente chateado com assuntos religiosos ou políticos, ou outro qualquer assunto que funcione como um gatilho para lhe disparar a resposta de stress, evite, risque esses assuntos da sua lista de prioridades. Aborde essas questões só em situações extremamente necessárias e preparado para tal. Se você repetidamente argumenta sobre os assuntos “incómodos” com as mesmas pessoas, pare de o fazer ou arranje uma boa desculpa e evite entrar na discussão.
Organize por prioridades a sua lista de coisas a fazer – analise o seu calendário, responsabilidades, e tarefas diárias. Se tem muitas coisas para realizar, distinga entre os “deveria” e os “tenho”. Tente perceber aquilo que realmente importa fazer e não aquilo que acha que deveria fazer. Tente hierarquizar em termos funcionais as sua prioridades. Por exemplo, pergunte-se: “de 0 a 10 qual o grau de importância que esta tarefa tem?”, “de 0 a 10 qual destas tarefas tem de estar pronta hoje?”. Coloque as tarefas que não são efetivamente necessárias no fim da sua lista ou elimine-as mesmo.
ESTRATÉGIA DE GESTAO DO STRESS Nº2: Alterar a situação
Se você não pode evitar uma situação stressante, tente alterá-la. Descobrir o que você pode fazer para mudar as coisas de modo a que o problema não se apresente no futuro. Muitas vezes, isso implica mudar a maneira de comunicar e agir na sua vida diária.
Expresse os seus sentimentos em vez de estrangulá-los. Se algo ou alguém está incomodando, comunique as suas preocupações de uma forma aberta e respeitosa. Se você não der atenção à voz dos seus sentimentos, o ressentimento irá crescer e a situação provavelmente permanecerá na mesma.
Esteja disposto a estabelecer um compromisso. Quando você pedir a alguém para mudar o seu comportamento, esteja disposto a fazer o mesmo. Se ambos estão dispostos a mudar, pelo menos um pouco, você terá uma boa hipótese de encontrar um meio termo mais adequado.
Seja mais assertivo. Não tome uma posição secundária na sua própria vida. Lide com os problemas de frente, fazendo o seu melhor para antecipar e prevenir. Por exemplo, se você tem um exame para estudar e o seu companheiro de quarto acaba de chegar e apetece-lhe falar consigo, diga-lhe que só dispõe de 5 minutos para falar.
Tenha uma melhor gestão do seu tempo. A má gestão do tempo pode causar um enorme stress. Quando você está atrasado e com muitas coisas para fazer, é difícil estar calmo e focado. Mas se você se organizar antecipadamente e se certificar que não vai ficar sobrecarregado com trabalho face ao tempo disponível, ficará numa situação de controlo e evitará assim a acumulação de stress e percepção de ausência de controlo sobre as tarefas a realizar.
ESTRATÉGIA DE GESTÃO DO STRESS Nº3: Adaptação ao stressor
Se você não conseguir alterar o stressor, mude-se a si próprio. Você pode adaptar-se a situações de stress e recuperar a sua percepção de controlo, alterando as suas expectativas e atitude.
Reenquadre o problema. Tente ver as situações stressantes de uma perspectiva mais positiva. Ao invés de se irritar porque ficou preso num engarrafamento, olhe para isso como uma oportunidade para parar e reagrupar os seus pensamentos, ouvir a sua estação de rádio favorita, ou desfrutar de algum tempo sozinho.
Faça zoom no problema. Tome a perspectiva da situação stressante. Pergunte a si mesmo o quão importante será a longo prazo. Será que isso importa daqui a um mês? Um ano? É, realmente importante? Vale a pena toda a fúria e perda de controlo?, vale a pena ficar chateado? Ganha algo de positivo com essa reação? Se a resposta for não, concentre o seu tempo e energia noutra coisa, situação ou lugar.
Ajuste os seus padrões. O perfeccionismo é uma grande fonte de stress evitável. Pare de se preparar para o fracasso, exigindo a perfeição. Estabeleça padrões razoáveis para si e para os outros e aprenda a ter boas “notas” ou “mérito” com “muito bom”.
Foque-se no positivo, construtivo e capacitador. Quando sente que está prestes a ser afetado por uma reação ao stress lesivo, pare um momento para refletir sobre todas as coisas que você aprecia na sua vida, incluindo as suas próprias qualidades positivas e presentes. Esta estratégia simples pode ajudar você a manter as coisas em perspectiva. Olhe para o stress de uma forma eficaz e capaz. Apesar de poder estar a experienciar algo stressante, deverá relembra-se que tem em si a capacidade para lidar com situações difíceis e incómodas.
Ajuste a sua atitude
Como você acha que pode ter um efeito profundo no seu estado emocional e bem-estar físico? Cada vez que um pensamento incapacitante e desesperançado se abate sobre si mesmo, o seu corpo reage como se estivesse no meio de uma situação de tensão máxima. Se você se conseguir colocar num estado de capacidade e se relembrar que tem em si recursos para lidar com o problema, aumentará a probabilidade e possibilidade de ser bem sucedido, o inverso também é verdadeiro. Elimine palavras como “sempre”, “nunca”, “deverá”, e “deve”. Estas são marcas de indicadores de pensamentos derrotistas.
ESTRATÉGIA DE GESTÃO DO STRESS Nº4: Aceite as coisas que não pode mudar
Algumas fontes de stress são inevitáveis. Você não pode impedir ou alterar stressores como a morte de um ente querido, uma doença séria ou uma recessão nacional. Nesses casos, a melhor maneira de lidar com o stress é aceitar as coisas como elas são. A aceitação pode ser difícil, mas a longo prazo, é mais fácil do que protestando contra uma situação que você não pode mudar.
Não tente controlar o incontrolável. Muitas coisas na vida estão para além do nosso controlo, particularmente o comportamento de outras pessoas. Ao invés de ficar completamente stressado por causa delas, foque-se nas coisas que você pode controlar, tal como a maneira que você escolhe para reagir a problemas, as ações que pretender ter face à situação, a ajuda que precisa procurar, o apoio que necessita pedir, entre outras coisas.
Siga em frente. Como diz o ditado, “o que não nos mata torna-nos mais fortes.” Quando enfrentamos grandes desafios, devemos tentar olhá-los como oportunidades de crescimento pessoal. Se as suas próprias escolhas foram desadequadas e contribuíram para o problema, deverá tentar refletir sobre elas e aprender com os seus erros. Erros são apenas isso mesmo – erros (algo que experimentámos e não funcionou), deveremos por isso tentar algo novo ou diferente, e assim continuarmos no caminho da resolução ou solução do problema.
Partilhe os seus sentimentos. Fale com um amigo de confiança ou faça uma consulta com um terapeuta. Expressar o que você está passando pode ser muito catártico, mesmo que não exista nada que você possa fazer para alterar a situação stressante ou incapacitante.
Aprenda a perdoar. Aceite o fato de que vivemos num mundo com coisas boas e outras más, e que as pessoas cometem erros. Deixe de lado a raiva e ressentimentos. Livre-se da energia negativa para perdoar e seguir em frente. Uma vida de remorso é viver para sempre atormentado e provavelmente a atormentar. É privar-se dos momentos bons que existem e que estão aí para serem vividos. O remorso é como uma nuvem negra, que nos impossibilita de ver o sol.
ESTRATÉGIA DE GESTÃO DO STRESS Nº5: Arranje tempo para a diversão e relaxamento
Além de construir e assumir uma atitude positiva na sua vida, você pode reduzir o stress na sua vida, revitalizando-se. Se você disponibilizar regularmente algum do seu tempo para a diversão e relaxamento, você está a permite-se construir uma barreira à grande maioria dos stressores, assim como desenvolverá uma muito melhor “forma” para os enfrentar e debelar.
Formas saudáveis de se relaxar e revitalizar:
Caminhar
Passar algum tempo em atividades na natureza
Atividades com amigos e familiares
Libertar alguma da tensão com exercício físico
Registar o seu nível de stress
Tomar um bom e relaxante banho
Saborear uma boa chávena de café ou chá
Jardinagem
Massagens
Ouvir música
Ver uma comédia
Não se deixe apanhar no lufa-lufa da vida e esquecer-se de cuidar das suas próprias necessidades. Nutrir-se é uma necessidade, não um luxo.
Prepare tempo para o relaxamento. Incluir descanso e relaxamento na sua programação diária. Não permita que outras obrigações o impeçam de fazer esta excelente atividade. Esta é a altura de fazer uma ruptura com todas as responsabilidades e recarregar as baterias.
Conectar-se com os outros. Gastar tempo com pessoas de quem gosta. Um forte sistema de apoio será um óptimo inibidor dos efeitos negativos do stress.
Faça algo que você aprecie todos os dias. Faça atividades de lazer que lhe trazem alegria, procure aquilo que as crianças tanto fazem bem, perca temporariamente a noção do tempo e envolva-se em algo onde se esquece de si mesmo. Todos nós já experimentámos esta excelente sensação. O autor, Mihaly Csikszentmihalyi no seu livro: Flow, descreve este estado de comprometimento com o prazer em atividades do dia-a-dia. Aprecie o estado de fluxo da sua vida.
Mantenha o seu senso de humor. Isto inclui a capacidade de rir de si mesmo. O ato de rir ajuda o seu corpo a combater o stress de várias formas. A libertação de endorfinas na corrente sanguínea é um excelente inibidor dos sintomas lesivos do stress.
Aprenda e treine a resposta de relaxamento
Você pode controlar os seus níveis de stress com técnicas de relaxamento que evocam a resposta do organismo para o relaxamento, um estado de sossego que é o oposto à resposta de stress . A Prática regular destas técnicas irá promover o seu bem-estar físico e emocional.
ESTRATÉGIA DE GESTÃO DO STRESS Nº6: Adopte um estilo de vida saudável
Você pode aumentar a sua resistência ao stress através do reforço da sua saúde física.
Exercite-se regularmente. A atividade física desempenha um papel fundamental na redução e prevenção dos efeitos do stress. Arranje tempo para pelo menos 30 minutos de exercício, três vezes por semana. Nada supera o exercício aeróbio para liberar o stress e reprimir a tensão.
Coma uma dieta saudável. Corpos bem nutridos estão melhor preparados para lidar com o stress, torne-se consciente do que come.
Reduza a cafeína e o açúcar. Os níveis temporariamente “altos” que a cafeína e açúcar oferecem, na grande maioria das vezes terminam com efeito contrario, que é a queda na energia e no humor. Ao reduzir a quantidade de café, refrigerantes, chocolate, salgados e açúcar na sua dieta, você vai sentir-se mais relaxado, promovendo igualmente um bom sono.
Evite bebidas alcoólicas, cigarros e drogas. A auto-medicação com álcool ou drogas podem proporcionar uma saída fácil para o stress, mas o alívio é apenas temporário. Não deve evitar ou mascarar o problema em questão; lidar com os problemas de frente e com uma mente clara é a melhor estratégia a implementar.
Durma o suficiente. O sono adequado alimenta o nosso corpo e mente. A fadiga contribui para aumentar os níveis de stress, pois diminui a capacidade de concentração e pensamento claro, levando a pensamentos irracionais e prejudicais ao equilíbrio da vida de cada um de nós.
Miguel Lucas
Fonte: www.escolapsicologia.com
Stress
Sintomas do estresse
Os sintomas do stress podem variar de pessoa para pessoa.
Apresentado-se na forma de sintomas psíquicos como:
Irritabilidade,
Redução da concentração e memória,
Insônia,
Isolamento,
Desânimo,
Apatia
Já os sintomas do stress de ordem física incluem:
Cansaço,
Dores pelo corpo, principalmente dores de cabeça,
Tensão muscular,
Palpitações,
Queda de cabelo,
Azia, dentre outros.
Os sintomas do stress muitas vezes podem ser confundidos com depressão, ansiedade ou outras doenças, por isto avaliação médica é recomendada na presença de sintomas persistentes.
Fonte: www.bancodesaude.com.br