"A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo. (Nelson Mandela) "

quinta-feira, 18 de julho de 2013

O Quintal da Bicharada


            Era uma vez uma casa.A casa tinha um quintal.O quintal tinha um chiqueiro.O chiqueiro tinha três porquinhos. Os porquinhos eram irmãos.O mais velho se chamava Sabugo e era preto.O do meio se chamava Salsicha e era ruivo.E o mais moço se chamava Linguiçinha e era malhado.
            O quintal era muito pobre.Tinha um cachorro magro, um galo gordo, uma galinha arrepiada e um burro orelhudo.
            O cachorro vivia triste porque não encontrava nenhum gato para brigar com ele.A galinha andava muito contente porque era magra e a cozinheira não se lembrava de levá-la para a panela.O galo era um sujeito vaidoso, cantava como um tenor e sabia sempre as horas direitinho – isto só porque tinha engolido um relógio despertador.O burro pensava que era muito importante: contava história para os outros bichos, assim como eu estou contando agora para vocês.
                                               Érico Veríssimo

INTERPRETAÇÃO DO TEXTO

a) Como se chamava os três irmãos?

b) Destaque os adjetivos dos porquinhos

  • O mais velho era: ________________
  • O do meio era: ___________________
  • O mais moço era: _________________

Como era o quintal?


c)         Marque verdadeiro (V) ou falso (F):

(    ) O cachorro vivia triste porque não tinha nenhum gato para brincar.
(    ) A galinha andava contente porque sempre ia passear na cozinha.
(    ) E o mais velho se chamava Linguicinha e era malhado.
(    ) E o mais velho se chamava Linguicinha e era malhado.
(    ) O quintal era muito rico.Tinha um cachorro, um galo magro, uma galinha preta.
(     ) O galo era vaidoso cantava como um tenor.

e)Descubra no texto:

O titulo do  texto:_____________________________________

O autor:______________________________________________

Numero de parágrafos:_________________________________

Tipo de texto________________________________________

1)    Há no texto  frase negativa:
(A) No segundo parágrafo.
(B) No primeiro parágrafo.
(C) No último parágrafo.

2)    Retire do texto três palavras:

a-    Dissilabas______________________________________
b-    Trissílabas______________________________________
c-    Polissilabas___________________________________
d-    Monossilibas______________________________________

3)    Transforme uma frase do texto:
a)    Frase interrogativa_______________
b)    Frase interrogativa__________________

4)     Retire do texto 3 palavras que seja ditongo_________________


5)    Complete o texto a seguir com substantivos próprios, de modo que a história faça sentido:
_____________ é um menino muito criativo. Ele e seu amigo ___________  adoram inventar mil histórias e sempre criam super-heróis interessantes, como o _______________ ou o _________________.
          Eles gostaram tanto de criar o _________________, que até decidiram começar a escrever um livro sobre as aventuras dele. Por enquanto, deram ao livro o nome de ____________________________.
          Como acharam que o ___________________ ficava muito sozinho nas histórias, inventaram um cachorro companheiro para ele e lhe deram o nome de ___________________.
          Os dois amigos já chegaram até a levar algumas aventuras para a _________________, escola em que estudam. A professora _____________  gostou tanto, que sugeriu a publicação de uma das aventuras no ____________________, que é o jornal da escola.
          O sucesso foi tanto, que eles agora levam todos os meses uma aventura para ser publicada. Quem sabe um dia eles se tornam famosos com seu personagem favorito, o ___________________...

6)    Cada substantivo próprio que você usou na história se refere a um comum. Anote na tabela o substantivo comum e o próprio que você relacionou a ele:

Substantivo Comum
Substantivo Próprio
menino

amigo















7)   Leia  as  palavras  e  coloque-as  em  ordem  alfabética:

BRASILEIRO  -  URUGUAIO  AUSTRALIANO  -  NORUEGUÊS  -  DINAMARQUÊS  -  HÚNGARO  -  NEOZELANDÊS  -  MOLDAVO  -  NEPALÊS  -  PALESTINO  -  

1-______________________________
2-______________________________
3-______________________________
4-_______________________________
5-_______________________________
6-_______________________________
7-_______________________________
8-_______________________________
9-_______________________________
10-______________________________


Escreva um texto descrevendo algo que você mais gosta, pode ser o seu desenho predileto, o lugar que você gosta de passear, o brinquedo ou brincadeira predileta...


Katia Daniele

Amigos inseparáveis



Todos os anos, no Verão, costumava aparecer gente de fora para passar as férias na praia. Montavam-se barracas, as crianças brincavam na areia e muita gente tomava banho.
Um dia, estava o Manuel a construir um castelo e eu a cavar um buraco, quando ouvimos uma voz de menina:
– Que lindo cão!
          Ajoelhou-se a fazer-me festas no pêlo e perguntou:
 – Como se chama o cão?
– Faísca. – respondeu o Manuel.
– Que nome engraçado! – exclamou ela.
          Realmente, nessa altura, o meu nome ainda soava bem, porque eu era novo e forte e corria ligeirinho.
– Chamo-me Luísa. – disse a menina.
Parecia estar encantada comigo. Afagava-me o pêlo, encostava a cabeça à minha e metia-me pedaços de bolo na boca. Foi a primeira vez que provei bolo e confesso que o achei logo uma maravilha. O que me entristecia era que a Luísa não desse um bocadinho ao Manuel. Eu bem lhe queria fazer ver isso. Mas ela não percebia os meus modos e sinais. Andei à volta do Manuel a ladrar e a ladrar! Ele compreendeu logo o que eu queria dizer, por isso acalmou-me:
– Deixa pra lá, Faísca...
                                                                                                                                       Ilse Rosa (adapt.)

INTERPRETAÇÃO DO TEXTO

1. Quais são as personagens deste texto?____________________________________
2. Quem é o narrador desta história?_____________________________________________
3. “Todos os anos, no Verão, costumava aparecer gente de fora...” Qual o motivo que atraía as pessoas de fora?

4.  Como se chama a personagem que fez festas ao Faísca? _____________________________
5. Qual o produto alimentar que o Faísca provou pela primeira vez?__________________________
6.  O que entristecia o Faísca?_________________________________________________________­­­­­­­­
7.  “Deixa lá, Faísca...”
Quem pronunciou esta frase?________________________________________
O que queria dizer essa personagem com a frase?__________________________
8. O que sentia a Luísa pelo Faísca?________________________________________

9.  Enumera, de 1 a 6, pela ordem do texto, as frases que se seguem:
(    ) Deixa pra lá, Faísca...                                        
(    ) Que nome engraçado!
(    ) Chamo-me Luísa.                                              
(    ) Parecia estar encantada comigo.
(    ) Como se chama o cão? 
(    ) Que lindo cão!               

10. Complete as frases com o plural das palavras entre parênteses:
Marcelo atendia os _______________________. ( freguês)
Os _________________________ são ferozes. (leão)
A música foi cantada pelos___________________________. (cantor)

11. Reescreva as frases, usando os substantivos destacados no grau diminutivo:
a) Márcia mora em uma cidade do Brasil.
 ________________________________

b) André viu o leão no zoológico.
______________________________________

c) Marta tem dois irmãos e um amigo.
_____________________________________

Neiva Teixeira

Lelê fixa o prefixo



O MEU NOME É LEOCÁDIO, MAS TODO MUNDO ME CHAMA DE LELÊ. SÓ QUE EU QUERO MUDAR MEU APELIDO PARA BILÊ.
É QUE QUANDO EU ERA PEQUENO, QUE FOI NO ANO PASSADO, PERGUNTEI PARA O MEU TIO TORERO POR QUE EU TINHA QUE TER AULA DE PORTUGUÊS SE EU JÁ FALAVA PORTUGUÊS.
ELE DISSE QUE EU TINHA QUE APRENDER PORTUGUÊS BEM DIREITO PARA ESCREVER QUE NEM ELE. MAS AÍ EU FALEI QUE JÁ ESCREVIA BEM DIREITO, TANTO QUE DE VEZ EM QUANDO EU FAZIA UNS TEXTOS PARA O JORNAL DELE, E QUE EU ATÉ RECEBIA MAIS COMENTÁRIOS NO MEU BLOG QUE ELE NO DELE.
ENTÃO O MEU TIO, DEPOIS DE ENGASGAR COM O BOLO DE CHOCOLATE QUE ELE ESTAVA COMENDO, PENSOU UM POUCO E DISSE QUE EU TINHA QUE APRENDER PORTUGUÊS MELHOR DO QUE EU JÁ SABIA PORQUE QUEM ESCREVE BEM TEM NAMORADA BONITA.
AÍ EU PENSEI E VI QUE ERA VERDADE, PORQUE OS AMIGOS DO MEU TIO TORERO, O TIO VERÍSSIMO, O TIO ZUENIR E TIO BONASSI SÃO CASADOS COM UMAS BONITONAS. POR CAUSA DISSO, EU DECIDI CAPRICHAR NAS AULAS DE PORTUGUÊS.
A MINHA PROFESSORA DE PORTUGUÊS SE CHAMA DONA MARIA ROSA ESTEVAM FRANGETTO. ELA TAMBÉM É BEM BONITONA E DEVE TER UNS SESSENTA ANOS. NA SEMANA PASSADA, A DONA MARIA ROSA FALOU DE UMA COISA QUE SE CHAMA PREFIXO.
O PREFIXO É UM NEGÓCIO QUE VEM NA FRENTE DA PALAVRA E QUER DIZER ALGUMA COISA. A DONA MARIA ROSA ESCREVEU A PALAVRA “PREFIXO” NA LOUSA, AÍ SEPAROU O “PRÉ” DO FIXO E DISSE:
- POR EXEMPLO, PESSOAL, O “PRÉ” DE PREFIXO QUER DIZER O QUÊ?
NINGUÉM FALOU NADA, AÍ ELA MESMA RESPONDEU:
- QUER DIZER “ANTES DE”, ENTENDERAM? COMO EM PREVISÃO, PRÉ-HISTÓRIA E PREFÁCIO. ENTENDERAM AGORA?
TODO MUNDO CONTINUOU CALADO. ELA PERCEBEU QUE A GENTE NÃO TINHA ENTENDIDO NADA E TENTOU DE NOVO:
- VOU DAR OUTRO EXEMPLO: A GENTE TEM PREFIXO “ANTI”, QUE QUER DIZER “CONTRA”, COMO EM ANTICRISTO, ANTIBIÓTICO E ANTITÉRMICO. ENTENDERAM?
A GENTE CONTINUOU CALADO. NEM O AURELIUS, QUE É O MAIOR CDF DA CLASSE, FALOU ALGUMA COISA. ENTÃO A DONA MARIA ROSA EXPLICOU DE NOVO:
- OLHA, TEM TAMBÉM O PREFIXO “A”, QUE QUER DIZER “NÃO” E “SEM”. POR EXEMPLO, ANALFABETO É QUEM NÃO CONHECE O ALFABETO; ARRITMIA É O QUE NÃO TEM RITMO; ANORMAL É UMA COISA QUE NÃO É NORMAL; ACÉFALO É SEM CABEÇA E ANÔNIMO É SEM NOME.
AÍ O BABÃO, QUE TEM ESSE APELIDO PORQUE UM DIA DORMIU NA CLASSE E BABOU, PERGUNTOU:
- ENTÃO LÁ EM ALAGOAS NÃO TEM LAGOA?
O BABÃO É MEIO BURRO, MAS DESSA VEZ ELE FEZ UMA PERGUNTA MUITO BOA, PORQUE A DONA MARIA ROSA TEVE QUE RESPIRAR FUNDO ANTES DE RESPONDER.
- NÃO, BABÃO, QUER DIZER, LUIZINHO, NEM SEMPRE O “A” É UM PREFIXO DE NEGAÇÃO. ÀS VEZES ELA FAZ PARTE DA PALAVRA, COMO EM ABACAXI E ABACATE.
- AH, BOM... – DISSE O ARLINDO. – EU JÁ ESTAVA PENSANDO QUE MEU NOME QUERIA DIZER NÃO-LINDO.
E AÍ, COMO O ARLINDO É BEM FEIO MESMO, TODO MUNDO CAIU NA GARGALHADA, MENOS ELE.
DEPOIS QUE A GENTE PAROU DE RIR, A DONA MARIA ROSA FALOU DE OUTRO PREFIXO, O “BI”, QUE QUERIA DIZER DOIS. E DEU UNS EXEMPLOS: BICAMPEÃO É QUEM FOI CAMPEÃO DUAS VEZES; BIATLO É AQUELA COMPETIÇÃO QUE TEM DUAS PROVAS DIFERENTES; BÍPEDE É QUEM TEM DOIS PÉS; BICOLOR É O QUE TEM DUAS CORES; BIMESTRAL É O QUE ACONTECE DE DOIS EM DOIS MESES E A BICICLETA TEM ESSE NOME  PORQUE TEM DUAS RODAS.
A GENTE COMEÇOU A ENTENDER O TAL DO PREFIXO. E ENTÃO A DONA MARIA ROSA DISSE QUE TEM OUTROS PREFIXOS QUE SIGNIFICAM NÚMEROS, QUE NEM “TRI”, QUE QUER DIZER “TRÊS”; “TETRA”, QUE QUER DIZER “QUATRO”; “PENTA”, QUE QUER DIZER “CINCO”; E “HEXA”, QUE QUER DIZER “SEIS” E É UMA COISA QUE O BRASIL NÃO É NO FUTEBOL PORQUE A SELEÇÃO JOGOU O MAIOR RUIM NA COPA.
AÍ TODO MUNDO ENTENDEU AQUELA COISA DE PREFIXO E A GENTE COMEÇOU A FALAR.
A BIBI PERGUNTOU O QUE QUERIA DIZER O APELIDO DELA. ERA “DOIS E DOIS” OU ERA “QUATRO”?
O ZEPA, QUE SE CHAMA ZÉ PAULO E É O MAIOR GORDO FALOU QUE NÃO QUER MAIS BIFE, BISTECA E BISCOITO. AGORA ELE QUER TRIFE, TETRASTECA E PENTACOITO, QUE DEVEM SER BEM GRANDÕES.
CHAMARAM A TEREZA DE BISBILHOTEIRA, MAS ELA FALOU QUE ERA SÓ UM POUQUINHO, UMA BILHOTEIRA.
EU DISSE QUE IA MUDAR MEU NOME PARA BILE, QUE É DUAS VEZES LÊ, O QUE DÁ LELÊ.
O GABRIEL, QUE ESTÁ SEMPRE OLHANDO AS MENINAS, FALOU QUE IA DAR UM BIBEIJO NA BIBI E FEZ UM BEICINHO, MAS ELA RESPONDEU QUE ELE ERA BINSUPORTÁVEL E BOTOU UM LÁPIS NO BEICINHO DELE.
E O AURELIUS, QUE É O MAIOR CDF, DISSE QUE ELE ERA BINTELIGENTE, MAS A DONA MARIA ROSA FALOU QUE AQUELA PALAVRA NÃO EXISTIA E ENTÃO TODA A CLASSE COMEÇOU A GRITAR “BIBURRO! BIBURRO!” E FICOU A MAIOR BIBAGUNÇA. SÓ QUEM FICOU QUIETA FOI A DONA MARIA ROSA. ELA SENTOU NA CADEIRA DELA, DEU UM SUSPIRO E DISSE BAIXINHO:
- ESSA TURMA AINDA VAI ME DEIXAR BIBIRUTA...

(FONTE: TORERO, JOSÉ ROBERTO. AS PRIMEIRAS HISTÓRIAS DE LELÊ. SÃO
PAULO, PANDA BOOKS, 2007.)


1- POR QUE LELÊ ACHAVA QUE NÃO PRECISAVA TER AULAS DE PORTUGUÊS?


2. QUE ARGUMENTOS O TIO DE LELÊ USOU PARA CONVENCÊ-LO A ESTUDAR PORTUGUÊS?


3. ASSINALE SOMENTE AS AFIRMATIVAS VERDADEIRAS SOBRE A PROFESSORA DE LELÊ:
A) NÃO DESISTIA DE EXPLICAR A MATÉRIA QUANDO SEUS ALUNOS TINHAM DÚVIDAS.
B) ELA ERA BEM NOVINHA.
C) ERA SUPERBRAVA E TODOS TINHAM MEDO DELA.
D) NÃO ERA MUITO BONITA, MAS LELÊ GOSTAVA DELA ASSIM MESMO.


4. QUE SINAL DEIXAVA CLARO PARA A PROFESSORA QUE A TURMA AINDA NÃO TINHA ENTENDIDO NADA?
A) AS CRIANÇAS NÃO PARAVAM DE CONVERSAR E ESTAVAM MUITO AGITADAS.
B) APENAS O MELHOR ALUNO DA SALA FAZIA COMENTÁRIOS CORRETOS SOBRE A MATÉRIA.
C) ALGUNS ALUNOS ESTAVAM ATÉ DORMINDO.
D) TODOS FICAVAM CALADOS E NÃO RESPONDIAM AS SUAS PERGUNTAS.
  
5. LEIA E RESPONDA:
AÍ O BABÃO, QUE TEM ESSE APELIDO PORQUE UM DIA DORMIU NA CLASSE E BABOU, PERGUNTOU:
- ENTÃO LÁ EM ALAGOAS NÃO TEM LAGOA?

A) COMO LELÊ CHEGOU A CONCLUSÃO QUE DAQUELA VEZ O BABÃO TINHA FEITO UMA PERGUNTA INTELIGENTE?


B) DESTA VEZ, BABÃO ESTAVA PRESTANDO ATENÇÃO NA AULA? EXPLIQUE.


6. MARQUE AS ALTERNATIVAS VERDADEIRAS SOBRE A TURMA DE LELÊ:

A) OS ALUNOS SEMPRE RESPEITAVAM UNS AOS OUTROS.
B) TODOS OS ALUNOS ESTAVAM DESINTERESSADOS EM RELAÇÃO AO QUE DONA MARIA ROSA EXPLICAVA.
C) A TURMA ENTENDEU O QUE ERA PREFIXO.
D) A TURMA FAZIA PERGUNTAS O TEMPO TODO.


7. PRODUÇÃO DE TEXTO

DURANTE UMA AULA DE PORTUGUÊS, A TURMA DE LELÊ FICOU EMPOLGADA E SE DIVERTIU COM UMA MATÉRIA NOVA. ESCREVA SOBRE UMA AULA QUE VOCÊ NÃO ESQUECEU. NÃO SE ESQUEÇA DE DIZER: QUANDO A AULA ACONTECEU, QUAL ERA O ASSUNTO, QUEM ERAM AS PESSOAS ENVOLVIDAS, O QUE ACONTECEU... CONTE DE FORMA QUE O SEU LEITOR POSSA SE SENTIR COMO SE ESTIVESSE ASSISTINDO ESSA AULA JUNTO COM VOCÊ.

MÁRCIA ALEXANDRA

Um bandido, se fazendo passar por um alfaiate de terras distantes, diz a umdeterminado rei que poderia fazer uma roupa muito bonita e cara, mas que apenas as pessoas mais inteligentes e astutas poderiam vê-la. O rei, muito vaidoso, gostou da proposta e pediu ao bandido que fizesse uma roupa dessas para ele.
O bandido recebeu vários baús cheios de riquezas, rolos de linha de ouro, seda e outros materiais raros e exóticos, exigidos por ele para a confecção das roupas. Ele guardou todos os tesouros e ficou em seu tear, fingindo tecer fios invisíveis, que todas as pessoas alegavam ver, para não parecerem estúpidas.
Até que um dia, o rei se cansou de esperar, e ele e seus ministros quiseram ver o progresso do suposto "alfaiate". Quando o falso tecelão mostrou a mesa de trabalho vazia, o rei exclamou: "Que lindas vestes! Você fez um trabalho magnífico!", embora não visse nada além de uma simples mesa, pois dizer que nada via seria admitir na frente de seus súditos que não tinha a capacidade necessária para ser rei. Os nobres ao redor soltaram falsos suspiros de admiração pelo trabalho do bandido, nenhum deles querendo que achassem que era incompetente ou incapaz. O bandido garantiu que as roupas logo estariam completas, e o rei resolveu marcar uma grande parada na cidade para que ele exibisse as vestes especiais. A única pessoa a desmascarar a farsa foi uma criança O grito é absorvido por todos. O Imperador se encolhe, suspeitando a afirmação é verdadeira, mas se mantém-se orgulhosamente e continua a procissão.

INTERPRETANDO O TEXTO

ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:
QUEM SE FEZ PASSAR POR UM ALFAIATE?
(     ) OS MINISTROS
(     ) OS SÚDITOS
(     ) O BANDIDO

QUEM PODIA VER A ROUPA DO REI?
(    ) PESSOAS INTELIGENTES E ASTUTAS
(    ) PESSOAS ALEGRES E ASTUTAS
(     ) PESSOAS FELIZES E INTELIGENTES

QUEM DESCOBRIU A FARSA?
(     ) A MENINA
(     ) O MENINO
(     ) A CRIANÇA

COMPLETE AS PALAVRAS COM (S) OU (SS).

A)   DISCUR_____O                G)  A ___ALTANTE
B)   A____ADO                         H)  A ___ALTO
C)   CON___ULTÓRIO              I)  CONDEN__AR
D)   PER___ISTENTE                J )  A___INAR
E)   INTEN__O                         K)  RECUR___O
F)   CONDEN__A                     L)  CON___ISTÊNCIA

LEIA A FÁBULA “O LEÃO E O RATINHO” E COMPLETE AS LACUNAS COM AS PALAVRAS INDICADAS.
O LEÃO E O RATINHO

UM LEÃO, CANSADO DE TANTO CAÇAR, DORMIA ESPICHADO DEBAIXO DA SOMBRA DE UMA ÁRVORE.  VIERAM UNS RATINHOS PASSEAR EM CIMA DELE E ELE__________ (ACORDAR).
TODOS CONSEGUIRAM FUGIR, MENOS UM, QUE O LEÃO__________ (PRENDER) DEBAIXO DA PATA. TANTO O RATINHO____________ (PEDIR) E __________ (IMPLORAR) QUE O LEÃO ____________ (DESISTIR) DE ESMAGÁ-LO E _____________ (DEIXAR) QUE FOSSE EMBORA.
ALGUM TEMPO DEPOIS O LEÃO___________ (FICAR) PRESO NA REDE DE UNS CAÇADORES. NÃO CONSEGUINDO SE SOLTAR, FAZIA A FLORESTA INTEIRA TREMER COM SEUS URROS DE RAIVA. NISSO__________________ (APARECER) O RATINHO, E COM SEUS DENTES AFIADOS ______________ (ROER) AS CORDAS E O SOLTOU.

MORAL: UMA BOA AÇÃO GANHA OUTRA.    

  1. COMPLETE CORRETAMENTE  AS FRASES COM OS SINAIS DE PONTUAÇÃO:
    1. Mamãe, a que horas você volta do mercado ___
    2. Viva __ Ganhei uma bola nova.
    3. Eu gosto de comer banana __ morango __ abacaxi e uva.
    4. ___Vá agora tomar seu banho, disse a mamãe.
    5. Na minha festa vai ter bolo __ salgadinho ___ doces ___ vai ser divertido.

2.    REESCREVA E UTILIZE  CORRETAMENTE AS LETRAS MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS.

a.    Nestas Férias viajei para cascavel.


b.    O pneu do Carro do vizinho furou e ele o levou na Borracharia.


c.    o caderno de matemática da joana está sempre em ordem.

Professores Solidários - Nadia Maria Rossi Piteri


Fiquei muito admirado quando um desconhecido falou minha língua.
__ Como é teu nome? – perguntou ele.
__ Tibicuera.
Começou, então, para mim uma nova vida. O homem desconhecido era o padre jesuíta José de Anchieta. Tinha vindo ao Brasil com o segundo governador geral, Duarte da Costa. Estávamos em 1554, na aldeia de Piratininga.
Morava Anchieta com outros padres numa pobre casinha de barro e paus, coberta de palha. Era ali que os jesuítas recebiam os índios e procuravam ensinar-lhes coisas úteis e belas. Essa casa tinha uma única sala, duns quatorze passos de comprimento por dez de largura. Servia ao mesmo tempo de escola, enfermaria, dormitório, cozinha, despensa e refeitório. Chegavam até ela índios de todas as tribos. Entravam desconfiados, ariscos, olhando para os lados. Anchieta recebia-os como um pai. E falava-lhe em Deus. No Deus único, que fez o mundo e que o governa.
Se aparecia algum índio doente, ele lhe dava remédio e conforto. Se surgiam entre os selvagens, brigas, questões, disputas, Anchieta resolvia tudo como o melhor e mais justo dos juízes.

Érico Veríssimo, As aventuras de Tibicuera, Editora Globo

1-    Responda às perguntas com atenção:

a)    Para quem começou uma vida nova?

b)    Quem era o homem desconhecido?

c)    Com quem veio ao Brasil?

d)    Como morava Anchieta e com quem?

e)    Quem os jesuítas recebiam e o que procuravam lhes ensinar?

f)     De que servia a sala onde moravam Anchieta e os outros padres?

g)    Como os índios chegavam?

h)    Como Anchieta os recebia e de que lhes falava?

i)     Que acontecia aos índios doentes?

j)     Como Anchieta resolvia as brigas e questões entre os selvagens?

2-    Retire do texto três:
Substantivos proprios:___________________________________
Substantivos comuns: _______________________________
Monossílabas: _________________________________________
Dissílabas: ___________________________________________
Trissílabas: _________________________________________
Polissílabas: ________________________________________
Oxítona: ___________________________________________
Paroxítona: ________________________________________
Ditongos: _______________________________________
Hiatos: __________________________________________
Dígrafos: __________________________________
Encontro consonantal: ________________________


3-    Escreva as palavras do grupo em ordem alfabética:
a-    ninho, camelo, razão, último, amor, sol, queijo, flauta, ensino, hoje, vagão, livro, dourar, jabuti: __________________________________________
b-    ajuda, abraço, aumento, arco, água, ácido, aeróbica, alto, avião, americano, arvore, atleta, azedo:
______________________________
c-    camelo, cauda, cabelo, capa, carne, cavalo, cão, caixa, coco, coelho, coalhada:
         _______________________________

4-    Escreva os substantivos abaixo no quadro correspondente:
Atlântico – Mariana – Paraguai – Roraima – bermuda – Diamantina – água – Urano – abelha – Nilo – espada – rua – chuva – verão – bola – globo – Belém – Marajó – pessoa – Pedro – Bahia Carlos – sapato – amor
Substantivos comuns
_________________________
______________________________
___________________________
________________________
Substantivos próprios
__________________________
__________________________
________________________
____________________________

5-    Identifique as palavras abaixo numerando-as:
1- transportar 2- monstro 3- constituir 4- instrumento 5- transparente 6- inscrever
(  ) monstruoso (  )constituição (  )transporte (  )transparecer (  )transparência
(  )instrumental (  )inscrição ( )constituinte (  ) monstruosidade

6-    Ditado:

Professores Solidários - Alexandra

Epilepsia Ausência da Infância: Diagnóstico e Tratamento

Epilepsia Ausência da Infância: Diagnóstico e Tratamento.
(Childhood Absence Epilepsy: Diagnosis and Treatment)
UNIPP – Unidade de Neurologia Infantil Pequeno Príncipe.
Hospital Infantil Pequeno Príncipe, Curitiba, PR, Brasil.
Paulo B. N. Liberalesso, Juliana Maria J. D. da Silva, Simone C. Vieira, Mônica J. Spinosa.
RESUMO
Epilepsia ausência da infância (EAI) corresponde a uma freqüente síndrome epiléptica que incide na idade pediátrica. É caracterizada por episódios de severo comprometimento da consciência acompanhado pelo registro eletrencefalográfico de complexos espícula-onda a 3 Hz. Alguns pacientes podem apresentar anormalidades focais no EEG. O diagnóstico clínico e eletrencefalográfico da EAI é geralmente fácil. A EAI costuma responder ao tratamento em monoterapia, embora em alguns casos possa ser necessário a associação de 2 ou mais drogas antiepilépticas. Ácido valpróico, etossuximida e lamotrigina são eficazes e consideradas drogas de primeira escolha na EAI. Topiramato e clobazam podem ser indicados em casos selecionados e na falha das drogas de primeira linha. O prognóstico é geralmente favorável.
ABSTRACT
Childhood absence epilepsy (CAE) is a frequent epileptic syndrome that occurs in the pediatric age group. It is characterized by episodes of severe impairment of consciousness accompanied by 3 Hz spike-wave complexes on EEG recordings. Some patients may show focal abnormalities on EEG. The clinical and electrographical diagnosis of CAE is generally easy. CAE usually responds well to treatment with monotherapy although in some cases association of two or more antiepileptic drugs may be necessary. Valproic acid, ethosuximide and lamotrigine are effective and considered first choice drugs in CAE. Topiramate and clobazam can be indicated in selected cases and when treatment with first choice drugs fails. The prognosis is generally favorable.

INTRODUÇÃO

A primeira referência científica a respeito das crises de ausência (do latim “absent”) deve-se a Poupart (1705), embora a descrição pioneira mais conhecida seja a de Tissot (1770), relatando o caso de uma adolescente de quatorze anos com crises desde os sete, caracterizadas por breves interrupções da consciência, bloqueio da fala e discretos movimentos palpebrais, intercaladas com “ataques epilépticos verdadeiros” (crises tônico-clônicas generalizadas).
O termo “ausência” foi utilizado pela primeira vez por Calmeil (1824), “petit mal” por Esquirol (1838), “epilepsia minor” por Reynolds (1861) e “picnolepsia” por Sauer (1924), fazendo referência a grande recorrência diária das crises. (1,2)
A epilepsia ausência da infância (EAI) é classificada como uma epilepsia generalizada idiopática, assim como as convulsões neonatais benignas, as convulsões neonatais familiares benignas, a epilepsia mioclônica benigna da infância, a epilepsia mioclônica juvenil, a epilepsia com crises tônico-clônicas ao despertar e a epilepsia ausência juvenil.
A EAI corresponde a uma das mais freqüentes epilepsias generalizadas idiopáticas da criança, respondendo por 8% de todas as epilepsias durante a idade escolar. Juntamente com a epilepsia mioclônica juvenil e a epilepsia com crises tônico-clônicas generalizadas, a EAI abrange aproximadamente 30% das epilepsias na infância e adolescência. (2)
Estudos epidemiológicos antigos apresentavam grande variação quanto à incidência e prevalência da EAI, provavelmente porque a falta de critérios bem definidos para classificação e terminologia geravam séries que incluíam pacientes com síndromes epilépticas diversas e deixavam de incluir pacientes com a verdadeira EAI. Estudos mais recentes apontam para uma incidência anual em torno de 7/100.000. (3)
Segundo a Comissão de Classificação e Terminologia da Liga Internacional Contra Epilepsia (ILAE - 1989), a EAI é definida como: “uma forma de epilepsia que ocorre em crianças na idade escolar, com pico de incidência entre 6 e 7 anos, havendo forte predisposição genética, sendo o sexo feminino mais freqüentemente comprometido. As crises são muito freqüentes, podendo apresentar diversas recorrências durante o dia. O eletrencefalograma revela a presença de complexos espícula-onda a 3 por segundo ou mais (freqüência de 3 Hz ou mais), generalizados, bilaterais, simétricos, sincrônicos e atividade de base normal durante vigília e sono. Durante a adolescência, freqüentemente surgem crises tônico-clônicas generalizadas”. (4)
Mais recentemente autores como Panayiotopoulos propuseram critérios mais rígidos para o diagnóstico da EAI, sugerindo diversos critérios de exclusão, como a associação de qualquer outro tipo de crise convulsiva (particularmente crises tônico-clônicas generalizadas (CTCG) e crises mioclônicas) e a presença de crises desencadeadas por estímulos fóticos ou outros estímulos sensoriais.(1)
Quanto à distribuição entre os sexos, é sabidamente mais freqüente nas meninas sendo aproximadamente 70% das crianças com EAI do sexo feminino. (2,5) Há forte componente genético, o que é demonstrado pela concordância de crises de ausência e de alterações eletrográficas tipo complexos espícula-onda a 3 por segundo entre gêmeos. Há também influências ambientais, tratando-se provavelmente de doença multifatorial. (1)
Diversas teorias foram formuladas na tentativa de explicar a fisiopatologia das crises de ausência: a teoria centrencefálica (1954), a teoria corticoreticular (1968), a teoria do relógio talâmico (1991) e a teoria da inter-relação córtico-talâmica (2002). O conceito fisiopatológico das crises de ausência permanece em evolução. (6)
O presente texto tem o objetivo de destacar de forma resumida, prática e objetiva os principais aspectos clínicos, eletrencefalográficos e terapêuticos da EAI.

Aspectos Clínicos

Quatro são as síndromes epilépticas que compõem classicamente a “epilepsia ausência”, embora outras síndromes possam apresentar crises de ausência durante sua evolução: (2)
- Epilepsia ausência da infância (EAI)
- Epilepsia ausência juvenil (EAJ)
- Epilepsia mioclônica juvenil (EMJ)
- Epilepsia com ausência mioclônica (EAM)

Para o diagnóstico da crise de ausência típica, são necessários dois aspectos fundamentais: o marcante comprometimento da consciência durante a crise e a presença de registro eletrencefalográfico típico (anteriormente descrito). As crises de ausência na EAI têm início entre 4 e 10 anos com pico na idade escolar, ao redor dos 6 ou 7 anos.(2)
As crises de ausência típica apresentam características essenciais ao seu diagnóstico, quanto a sua duração, forma de início e término, freqüência das recorrências e semiologia ictal. Quanto à duração, as crises de ausência típica geralmente variam de 5 a 30 segundos (média de 8 a 10 segundos), havendo forte tendência a inúmeras recorrências durante o dia. (1,2,4) A maior parte das crises de ausência ocorre de forma espontânea, embora sejam bem conhecidos fatores desencadeantes, tais como a hiperventilação voluntária, hipoglicemia, estresse emocional e a transição vigília/sono. Caracteristicamente, as crises de ausência típica apresentam início e término abrupto, não havendo fenômenos premonitórios ou pós-ictais. O período ictal é caracterizado por súbito e acentuado rebaixamento do nível de consciência, acompanhado por perda completa da responsividade e cessação da atividade motora em curso. Automatismos oroalimentares e manuais discretos podem ser observados durante o período de comprometimento da consciência.(7)
Estudo realizado com crianças portadoras de EAI cujas crises de ausência eram acompanhadas de mioclonias discretas em músculos faciais e do pescoço não mostrou pior prognóstico quando estas foram comparadas às que apresentavam a EAI sem mioclonias. (8)
Em muitas crianças a crise de ausência pode ser abortada, ou mesmo abreviada, mediante estímulos externos. Parte considerável destes pacientes apresenta graus variados de amnésia retrógrada.
Casos raros de associação entre a EAI e outras síndromes epiléticas benignas da infância são descritos como a co-morbidade entre EAI e epilepsia rolândica e entre EAI e epilepsia idiopática occipital. (9,10)
Estudo analisando a importância das características clínicas para o diagnóstico das epilepsias generalizadas idiopáticas mostrou que, o momento em que as CTCG surgem na evolução da EAI tem importância prognóstica. Desta forma, o prognóstico é consideravelmente mais favorável nos casos iniciados com crises de ausência e menos favorável nos casos em que as crises de ausência são precedidas por CTCG. De maneira geral, a presença de CTCG no curso da EAI agrava o prognóstico. (11)Esporadicamente, crianças com EAI podem experimentar quadros de estado de mal de ausência, sendo o sinal mais característico o comprometimento do nível de consciência em graus variados, podendo vir associado a manifestações motoras menores envolvendo a musculatura perioral, palpebral e, algumas vezes, mioclonias.(12)
Embora seja considerada uma forma de epilepsia com bom prognóstico a longo prazo e o controle das crises seja a regra, uma parcela das crianças não apresentará remissão completa das crises de ausência na adolescência ou na juventude. Deste modo, o acompanhamento ambulatorial destes pacientes por longo período de tempo é necessário. (13)

Aspectos eletrencefalográficos

As epilepsias generalizadas idiopáticas da infância correspondem a um grupo heterogêneo de síndrome epilépticas, cujo registro eletrencefalográfico é de grande importância para confirmação diagnóstica e classificação. (14) O registro eletrencefalográfico representa um dos aspectos essenciais para o diagnóstico da EAI.
A realização de EEG de rotina é suficiente para o diagnóstico das crises de ausência típica, contudo, sempre que possível, o videoeletroencefalograma (vídeo-EEG) deve ser realizado para a determinação mais precisa da freqüência das ausências. Muitas vezes, o vídeo-EEG revela uma freqüência de crises muito superior à referida pelos familiares nas consultas de rotina.
Segundo a Comissão de Classificação e Terminologia da ILAE (1989), o achado eletrencefalográfico característico das crises de ausência típica é o complexo espícula-onda ritmado a 3 por segundo ou mais (freqüência de 3 Hz ou mais), em projeção generalizada, sincrônico e simétrico. A atividade de base deve ser normal para que se firme o diagnóstico de EAI. (4) O complexo pode ser formado por uma espícula seguida de uma onda lenta, por duas espículas seguidas por uma onda lenta ou, no máximo, por três espículas seguidas por uma onda lenta. Complexos formados por mais de três espículas precedendo a onda lenta, segundo alguns autores, compõem critério de exclusão para EAI. (15) Paroxismos epileptiformes do tipo polispícula-onda podem ser encontrados em outras síndromes epilépticas que não na EAI. No princípio da crise de ausência a freqüência é pouco superior a 3 por segundo e, com a progressão do registro ictal, tende a haver redução gradual desta freqüência, de modo que, próximo ao término, a descarga pode ser composta por complexo espícula-onda ritmadas a 2,5 por segundo. A duração da descarga é variável mas geralmente não é inferior a quatro ou superior a dez segundos. (1,4,7,16)
Crianças portadoras de EAI podem apresentar atividade delta rítmica intermitente em regiões posteriores (OIRDA – “occipital intermittent rhythmic delta activity”). A presença desta atividade lenta em regiões occipitais representa menor risco de CTCG e melhor prognóstico para controle das crises de ausência. Trabalho realizado analisando o registro eletrencefalográfico em sono de 31 pacientes portadores de crises de ausência, dentre os quais cinco crianças com EAI, mostrou que a presença de descargas rítmicas rápidas durante o sono poderia corresponder a um padrão particular de epilepsia ausência, em que o prognóstico de controle das crises seria desfavorável. (17)
Assim como as crises de ausência, descargas de complexo espícula-onda a 3 por segundo são muitas vezes desencadeados durante a hiperventilação voluntária. Segundo Panayiotopoulos, 90% das crianças com EAI sem uso de drogas antiepilépticas (DAE) desencadeiam o registro típico (complexo espícula-onda 3 Hz) durante a hiperventilação e quando este fator precipitante não está presente o diagnóstico deve ser, a princípio, questionado. (15)
Diversos autores têm demonstrado que crianças com diagnóstico clínico de EAI podem apresentar anormalidades focais interictais nos EEG de rotina. (18)

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO

As DAE de primeira linha consideradas atualmente no tratamento da EAI são o ácido valpróico, a etossuximida e a lamotrigina, inicialmente em monoterapia e, nos casos resistentes, em politerapia. São consideradas drogas de segunda linha os benzodiazepínicos como o clonazepam e o clobazam. Outras DAE podem ser utilizadas nos casos refratários às drogas de primeira e segunda linha em mono e politerapia, embora com eficácia variável.
Valproato de sódio:
O valproato de sódio (VPA) é um ácido graxo ramificado o que, permitindo sua beta-oxidação, facilita sua penetração no sistema nervoso central. Corresponde a DAE de primeira escolha na EAI, sendo droga de amplo espectro no tratamento de crianças com mais de um tipo de crise generalizada.
Rotineiramente, indicam-se doses variando entre 30 e 60 mg/kg/dia, ou até que se atinja a dose máxima tolerada. Como as demais DAE, o aumento da dose deve ocorrer de forma lenta, evitando ou minimizando o surgimento de efeitos colaterais indesejados. Apresenta meia vida de 12 a 18 horas, devendo ser administrado em 2 a 3 tomadas diárias. Os níveis plasmáticos que se encontram dentro da faixa terapêutica são de 50 a 100 mg/ml, havendo uma correlação incerta com seu efeito terapêutico. (20)
Os mecanismos de ação do VPA não são completamente conhecidos, estando possivelmente relacionados ao seu efeito sobre a condutância dos canais de sódio e por aumentarem a inibição neuronal gabaérgica. (19) O aumento dos níveis de GABA no sistema nervoso central são mediados por sua ação inibidora sobre a enzima GABA-transaminase, inibição da desidrogenase succínica ou aumento da enzima ácido glutâmico descarboxilase. (20)
Os efeitos colaterais mais observados são relacionados ao ganho de peso, queda de cabelo, intolerância gastrintestinal e tremores. A relação entre o VPA e risco aumentado de ovários policísticos e hiperandrogenismo permanece em investigação, embora estudos já tenham demonstrado esta associação. A hepatotoxicidade mediada pelo VPA, apesar de pouco freqüente, merece destaque por sua gravidade. Parece ser mais comum em crianças com menos de 2 anos de vida e em politerapia com DAE. (21) Provavelmente, outras DAE, quando associadas ao VPA, induziriam o sistema P-450 desviando o metabolismo do VPA das mitocôndrias para o sistema P-450, o que levaria à formação de metabólicos tóxicos e, conseqüentemente, a lesões hepáticas graves potencialmente fatais. (22) Existem raros relatos na literatura recente de crianças portadoras de EAI que desenvolveram estado de mal de ausência, crises atônicas recorrentes e estado confusional após uma dose inicial de ácido valpróico, com cessação imediata do quadro após a suspensão desta DAE. (23,24)
Estudo realizado com crianças portadoras de EAI e epilepsia ausência juvenil, demonstrou que a remissão completa das crises de ausência é mais comumente alcançada quando se obtém controle das crises com a primeira DAE instituída, comparando-se este grupo ao de crianças em que houve falha da primeira DAE (69% X 41%). O sucesso terapêutico tende a ser melhor quando a primeira DAE de escolha é o VPA em monoterapia. (25)
Etossuximida:
A etossuximida (ESM) é uma DAE muito eficaz no tratamento da EAI, obtendo-se controle em aproximadamente 70% dos casos. (26) Contudo, ela não tem efeito comprovado contra outros tipos de crises generalizadas, não sendo a droga de escolha quando as crises de ausência são acompanhadas por CTCG ou mioclônicas.(1) A dose rotineiramente recomendada na infância é de 15 a 30 mg/kg/dia, podendo ser administrada em duas tomadas diárias e apresentando meia vida de 30 a 60 horas. Seu nível terapêutico varia de 40 a 100 mg/ml. (27)
Entre os principais efeitos colaterais estão o desconforto gástrico, rash cutâneo, visão borrada, cefaléia e soluço. Casos raros de anemia aplástica foram relatados com o uso crônico desta DAE. Estudos in vitro mostram que a ESM reduz a atividade bioelétrica espontânea no músculo liso do trato gastrintestinal, reduzindo o influxo de cálcio para o interior destas células e, conseqüentemente, provocando relaxamento muscular. Este relaxamento excessivo da musculatura lisa do trato gastrintestinal é o principal responsável pelos efeitos indesejáveis desta DAE no tubo digestivo. (28)
Lamotrigina:
A lamotrigina (LTG) atua reduzindo a liberação de aminoácidos excitatórios no sistema nervoso central, particularmente o aspartato e o glutamato, além de atuar sobre os canais de sódio voltagem-dependentes, reduzindo a entrada de íons sódio nas células nervosas e estabilizando a membrana neuronal. (22,29)
A LTG não apresenta interação medicamentosa importante com outras DAE e não é indutora enzimática. Contudo, quando utilizada em associação com o VPA, sua meia vida aumenta consideravelmente, de 24 para 59 horas, obrigando a correção da sua dose. A dose pediátrica recomendada é de 1 a 15 mg/kg/dia, quando não associada ao VPA, e de 0,2 a 5 mg/kg/dia, quando em associação com o VPA, em duas tomadas diárias. (7,22,16)
A LTG é considerada eficaz no tratamento de epilepsias parciais e generalizadas, controlando crises de ausência e CTCG em 50 a 60% das crianças com EAI. (26,32)Alguns pacientes podem apresentar aumento na freqüência de crises mioclônicas e até mesmo estado de mal mioclônico após introdução da LTG. (31,32) É uma DAE bem tolerada pela maior parte das crianças, tendo como principais efeitos colaterais vertigem, cefaléia, diplopia, ataxia, sedação e náuseas. (33) Em casos de intoxicação grave são relatados rash cutâneo e síndrome de Stevens-Johnson. (25,34)
Clonazepam:
O clonazepam (CNP) é considerado DAE de segunda linha no tratamento da EAI. A dose recomendada em crianças é de 0,1 a 0,3 mg/kg/dia, em duas a três tomadas diárias. Seu nível terapêutico tem pouco valor e sua meia vida é de 20 a 40 horas. Os principais efeitos colaterais são fadiga, sonolência, hipotonia, salivação e aumento da secreção brônquica. Depressão respiratória pode ocorrer somente em casos de intoxicação grave. (27)
Clobazam:
O clobazam (CLB) é considerado DAE de segunda linha na EAI. Sua dose na infância varia de 0,5 a 1,5 mg/kg/dia, em duas a três tomadas diárias com meia-vida de 10 a 30 horas. Seu nível terapêutico tem pouco valor e o principal efeito colateral é a sonolência, que é menos intensa quando comparado a outros benzodiazepínicos. (27)
Topiramato:
Estudo recente realizado com a administração de topiramato (TPM) para crianças com EAI resistente às DAE de primeira e segunda linha, revelou que esta droga pode ser utilizada com relativo sucesso nestes casos e com poucos efeitos colaterais. Contudo, mais estudos são necessários para confirmação destes dados preliminares. (35)
A estrutura molecular do topiramato é bastante semelhante a da acetazolamida e embora ambas apresentem efeito inibitório sobre a anidrase carbônica, esta ação parece não contribuir (ou contribuir muito pouco) para o efeito antiepiléptico do TPM. Diversos são os mecanismos de ação atribuídos a esta DAE, incluindo o aumento dos efeitos inibitórios gabaérgicos no sistema nervoso central, o efeito modulador negativo sobre os canais de sódio e de cálcio voltagem-dependentes e um efeito modulador inibitório sobre receptor do glutamato (subtipo kainato e AMPA). (7,22)
A dose recomendada para crianças varia de 1 a 9 mg/kg/dia, em duas tomadas diárias. Em casos de epilepsia clinicamente refratária, pode-se atingir doses mais elevadas de até 15 a 17 mg/kg/dia, respeitando sempre a dose máxima tolerada pela criança. Sua meia vida varia de 4 a 8 horas e seus níveis terapêuticos não são completamente estabelecidos. Os principais efeitos colaterais incluem ataxia, distúrbios da concentração, fadiga, perda de peso e dificuldade na evocação das palavras. Litíase renal e aumento da pressão intra-ocular (glaucoma) podem ocorrer em casos mais raros e em intoxicações em longo prazo. (27) Em crianças existem raros relatos de psicose relacionada à administração da droga. (36)

Gabapentina:

Consiste em uma das novas DAE, tendo ainda mecanismo de ação não totalmente conhecido. Sua ação antiepiléptica está provavelmente relacionada ao bloqueio de canais de sódio voltagem-dependentes e à potencialização dos efeitos inibitórios gabaérgicos. A dose ideal preconizada para a população pediátrica ainda é motivo de discussão, embora, aparentemente, possa variar de 20 a 120 mg/kg/dia, em duas tomadas diárias. (22,27,37) Estudo multicêntrico, duplo-cego, controlado com placebo, demonstrou que a gabapentina não alterou a freqüência das crises de ausência em crianças com EAI. Mostrou ainda que a gabapentina, em doses variando entre 9,7 e 19,1 mg/kg/dia, foi bem tolerada pelas crianças com EAI. (38) Sua utilização em pacientes com EAI é controversa até o momento, sendo necessários estudos para confirmar ou descartar sua indicação.

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Os Problemas na Aprendizagem

Autora: Ana Michelle da R. C. Moura.
Os problemas na aprendizagem podem ser classificados como:
Dificuldades de aprendizagem Evolutivas e secundárias.
  • Evulotivas: são dificuldades passageiras relacionadas com a metodologia de ensino inadequada, falta de assiduidade e problemas pessoais ou familiares temporários têm um prognóstico BOM, pois tendem a reagir com maior esforço do aluno e com ajuda pedagógica.
  • Secundáias: a dificuldade no desempenho escolar global advem de uma dificuldade no desenvolvimento humano em geral(dislexia, proplemas na fala, TDAH). O prognóstico depende do grau de gravidade dos quadros associados.
Transtornos de aprendizagem da leitura, escrita e matemática leve e moderado ougrave.
  • Leve e moderado: São problemas específicos na leitura, escrita e matemática não decorrentes de comprometimenos neurológicos, emocionais ou sensoriais não corrigidos. Observa-se a remissão do problema com o tratamento. A diferença entre leve e moderado é apena quantitativa. Têm um prognóstico BOM com acompanhamento terapêutico.
  • Grave: Gravidade dos sintomas e persistência ao longo da vida, embora podendo ser atenuada, mas não curada.(dislexia adiquirida secundária a um lesão, desevolvimento congênito)O prognóstico é RESERVADO (na dependência do nível de QI)
REFERÊNCIA:
Rotta, NT, Ohlweiler, L, Riesgo, RS. Transtornos de aprendizagem: abordagem neurobiológica e multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2006