"A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo. (Nelson Mandela) "

terça-feira, 30 de julho de 2013

NÃO HÁ AMOR MAIOR

NÃO HÁ AMOR MAIOR Preconceito e racismo são expostos e combatidos ao mesmo tempo que é falado do evangelho.
Zeca é branquelo, Zico é preto.
Zeca que evitar chegar perto do Zico, Maria intervem...
Deus ama tanto um quanto o outro...

ZICO: Oi, Maria! Olha só a bola novinha que eu ganhei! Vocês,não querem jogar um pouquinho?
ZECA: Xi! Ficou tudo escuro por aqui! Sai pra lá com essa bola, seu carvão. Ninguém quer brincar, não.
MARIA: Zeca, não precisa falar assim com ele. Você é tão mau! O Ziquinho é meu amigo.
ZECA: Eu falo mesmo, eu não gosto de menino preto!
MARIA: Não liga não, Ziquinho!
ZICO: Eu não ligo não, eu sou pretinho mesmo. Ainda mais preto é o coração dele.
MARIA: Quero saber o que o Ziquinho fez com você.
ZECA: Não fez nada, mas eu não gosto dele. Vamos brincar, Maria?
MARIA: Zeca, eu não vou brincar com você! Vou brincar com o Ziquinho, tchau!
(ZICO E MARIA SAEM DE CENA, E ZECA FALA SOZINHO)
ZECA: Maria, volta aqui! O meu carrinho é mais bonito, vamos brincar!
(ZECA SAI DE CENA, ENTRAM ZICO E MARIA)
ZICO: Pôxa, Maria, você é muito bacana. Você sabe ser amiga de verdade.
MARIA: O Zeca precisa aprender a amar as pessoas como elas são. Você não ficou zangado não né?
ZICO: Não. Eu sei que Deus me ama assim como eu sou. Se ele quisesse, poderia me fazer diferente, mas ele achou que eu iria ficar lindinho assim, queimadinho
MARIA: É mesmo! Sabe, o importante não é a cor, mas o coração. As pessoas precisam ter um coração bom.
ZICO: Vamos brincar?
MARIA: Vamos! Que bola bonita heim! (saem de cena, entra o Zeca)
ZECA: Maria, Mariaaaaaaaa!
MARIA: oi, Zeca! É você que está me chamando?
ZECA: Puxa Maria! Você não quis brincar comigo?
MARIA: Olha aqui, Zeca, eu não gostei nada do que você falou do meu amigo Ziquinho. Quero lhe dizer que você precisa amar as pessoas do jeito que elas são.
ZECA: Eu amo! Só que eu não gosto de pretinho.
MARIA: Amar é amar a todos! E você já pensou se fosse você que estivesse no lugar dele e não gostassem de você? Como se sentiria?
ZECA: Não quero pensar nisso agora.
MARIA: Você precisa pensar, sim. Se você não quiser ser amigo dele, eu não serei sua amiga. Zeca, foi Deus quem fez todas as coisas. Ele fez você brancão porque achou que você fica mais bonito assim. Fez o Ziquinho pretinho, porque achou mais bonitinho. Deus não faz distinção entre as pessoas. Ele ama a todos de uma maneira especial. Não existe maior amor. Zeca,sabe de uma coisa...
ZECA: o que Maria?
MARIA: No céu só tem uma porta para entrar.
ZECA: Uma porta?
MARIA: E, uma porta. E já pensou quando você for entrar naquela porta e não quiser ver o Ziquinho? Você não vai entrar, porque ele estará lá dentro! Então, vai ficar do lado de fora?!
ZECA: É, eu não tinha pensado nisso.
MARIA: Não há maior amor que o de Deus por nós. Mas, Zeca, você precisa pedir perdão ao Ziquinho e a Deus. O Senhor o ensinará a amar o próximo, porque aquele que não ama não conhece a Deus. Deus é amor: E o seu coração precisa ficar  branquinho, sem pecado.
ZECA: Que grande amor Deus tem por nós Maria!
MARIA: E não há maior amor que o dEle, a ponto de dar o seu único filho, Jesus, para morrer por nós na cruz e nos salvar. Ele não morreu só por mim, mas por todos.
ZECA: Aí vem o Ziquinho.
MARIA: Olha lá, Zeca! Só quero ver!
ZECA: Tá bom, Maria! Eu agora entendi e acho que você tem razão. Eu preciso amar o Ziquinho, senão o meu coração estará cheio de pecados e não poderei ir para ,o céu.
ZICO: Oi Maria! Tudo bem por ai?
MARIA: Tudo, Ziquinho! O Zeca quer falar com você.
ZICO: Esse branquelo quer falar o quê comigo? Ele quer me ofender?
MARIA: Calma, Ziquinho, ele quer lhe pedir desculpas.
ZICO: Pedir o que? Desculpas?
ZECA: É, desculpas! Eu preciso aprender a amar as pessoas, mas nao me chama de branquelo que eu não gosto.
MARIA: Viu, Zeca, assim como não é bom que as pessoas caçoem de nós, não devemos caçoar de ninguém. Ser negro não édefeito!
ZICO: Zeca, eu já te perdoei. Desculpe-me também por te chamar de branquelo.
ZECA: Ah! Ah! Ah! Zico, eu tão feio que sou e tenho uma pessoa que me ama assim como sou, mesmo chamando as pessoas de feias, sem olhar os meus defeitos...
ZICO: Ainda bem que temos alguém que nos ama muito, não é?
MARIA: Não há maior amor.
Música:
 

DEUS TE AMA E EU TE AMO
D             G              D             A
Deus te ama e eu te amo, e assim devemos viver.
D             G            D     A        D
Deus te ama e eu te amo, vivamos sempre assim.

EU TENHO UM AMIGO QUE ME AMA
   E                     B7      E
Eu tenho um amigo que me ama, me ama, me ama,
                                  B7       E
Eu tenho um amigo que me ama, seu nome é Jesus.
     A      E        B7       E
/: Jesus! Jesus, Seu nome é Jesus: /
Os canticos cifrados são daqui

FAMÍLIA UM PRESENTE DE DEUS

FAMÍLIA UM PRESENTE DE DEUSDaniel tirou notas ruins na escola. Seus pais o deixam de castigo para dedicar-se mais aos estudos.
O menino foge de casa, e na rua encontra outro menino que também havia fugido de casa.
Daniel percebe a vida miserável que a rua tinha para oferecer.
Agradecendo a Deus pela família ele volta pra casa.

Personagens: Daniel, Joãozinho, mãe e pai
CENA 1
Sala de Jantar (estão pai e mãe a mesa, esperando pelo Daniel)
MÃE:  Daniel! Teu prato já está servido, vem logo que está esfriando.
(Daniel entra correndo. Todos oram antes de começar a comer)
MÃE:  Daniel, hoje a tua professora me falou que não tens feito as tarefas, e que as tuas notas estão muito mais baixas.
DANIEL: Ah mãe, é exagero da professora.
PAI:  Daniel, não fala assim! Nós estamos preocupados. Te deixamos brincar, compramos boas roupas e brinquedos e não melhoras nada.
MÃE:  É verdade Daniel, acho que teremos que tomar algumas medidas para melhorar as tuas atitudes.
PAI:  Certo! De hoje em diante não vai sair para jogar futebol, vai limpar o teu quarto todos os dias e também vai estudar todos os dias. Mesmo não sendo data de provas..
DANIEL:  Ei, espera, espera! Isto não é justo. Já disse para vocês que a professora é muito exagerada. Não posso deixar de jogar, pai. Meu time precisa de mim.
MÃE: Bem Daniel, se queres prêmios tens que merecer. Faça o que o teu pai falou, quando tiver boas notas vais ter as recompensas.
DANIEL: Não é justo! Odeio vocês! (sai brabo e se tranca no seu quarto)
MÃE:  Vou falar com ele
PAI:  Não, deixa ele pensar um pouco no que falamos. Daqui a pouco podemos falar com ele.
(Terminam de jantar, a mãe começa a recolher os pratos)
PAI:  Irei falar com ele
(O pai sai de cena, a mãe segue arrumando a mesa)
CENA 2
(O pai entra correndo, assustado)
PAI:  (alterado) Meu Deus! Meu amor, o Daniel não esta em toda a casa, debe ter fugido pela janela do seu quarto, que está aberta.
MÃE: Ah não! Senhor meu deus cuide dele para que nada de mal o aconteça.
PAI:  Vou procurá-lo, se eu não voltar logo, avise a polícia para que também o procurem.
MÃE: Tá bom. Mas vai logo!
(O pai sai de cena, a mãe ansiosa fica procurando pelo filho)
CENA 3
Num beco( Daniel está caminhando pelo beco quando vê um menino pegando alguma coisa de dentro da lixeira e comendo)
DANIEL:  Oi, como é teu nome?
JOÃOZINHO:  Joãozinho, e o teu?
DANIEL:  Daniel. Ei, eu vi tu pegando isso aí daquela lata ali. Não está sujo?
JOÃOZINHO:  Sim, mas sempre como assim mesmo.
DANIEL:  Mas, não fica doente? É que minha mãe sempre disse que não devemos comer coisas sujas.
JOÃOZINHO:  Não. Fico é contente por ter encontrado algo para comer, as vezes fico dias sem nada para comer.
DANIEL:  Mas porque não come na tua casa?
JOÃOZINHO:  Olha, saí de casa faz muito tempo. Eu apanhava muito da minha mãe.  A minha mãe apanhava junto comigo do meu pai. Meu pai estava sempre borracho e batia na gente. Eu nem ia na escola. Até queria saber ler e escrever, mas meus pais nunca se importaram com isso, nem me davam brinquedos, nem roupas, nem nada... por isso eu saí de casa
(Daniel fica calado, pensa um pouco e chora. Cai de joelhos e agradece a Deus pelo que tem. Depois que termina de orar.
DANIEL:  Sabe joãozinho, é meu convidado para comer na minha casa e depois a gente brinca no meu quarto.
JOÃOZINHO:  (Feliz) Bom...
(Saem de cena)
CENA 4
Sala da casa do Daniel( Estão os pais de Daniel preocupados)
MÃE: Já e tarde e ele não chega. A polícia não dá notícia. Meu Deus cuida dele onde estiver, por favor.
PAI: Não te preocupes. Deus está cuidando e não vai deixar nada de mau acontecer.
(Daniel entra com Joãozinho, seus pais correm para abraçá-lo)
PAI e MÃE:  Daniel!!!
DANIEL: Antes que falem algo, quero pedir perdão. (Suspira) Quero que saibam que agradeço a Deus por tudo que vocês fazem por mim. E quero agradecer a Deus por ter me dado os melhores pais do mundo.
Este é meu amigo Joãozinho, e foi graças a ele que pude perceber que tenho uns pais tão bons, que se preocupam comigo. Eu os quero muito. E prometo que sairei bem na escola e vou obedecer vocês.
(os pais o olham com um sorriso e o abraçam)
MÃE:  Daniel, nós sabíamos que Deus falaria ao teu coração, e ele falou. Agradeça a Ele, meu filho.
DANIEL:  Sim, foi a primeira coisa que fiz.  Ah, convidei o Joãozinho para jantar e brincar com ele, e acima de tudo, praticar o amor de Deus
PAI:  Que bom Daniel, bem vindo Joãozinho, esta é tua casa.
JOÃOZINHO:  Obrigado senhor
(Os pais saem de cena)
DANIEL:  Olha Joãozinho, vou te falar de alguém que te ama muito e deu a sua vida por ti.... (Daniel compartilha do amor de Deus e apresenta o plano de salvação)
FIM
Texto originalmente publicado em espanhol, encontrado na WEB   “LA FAMILIA UN REGALO DE DIOS”
 

MENTIRA TEM PERNA CURTA

MENTIRA TEM PERNA CURTA - Teatro Cristão Cláudia ganhou uma boneca. Pituca, sua amiga, ficou com inveja e roubou a boneca.
No dia seguinte Beto, amigo das duas vê Pituca com a boneca da Cláudia.
Pituca envergonhada e arrependida devolve.

(Cláudia entra cantando)
CLÁUDIA:  Eu ganhei uma boneca. Que boneca linda! O nome dela é Belinha Ela é muito, ela é muito engraçadinha, ah!
BETO:  Oi, como você está alegre, Claudinha! Que boneca linda!
CLÁUDIA:  Eu ganhei hoje de presente de aniversário.
BETO:  Você faz aniversário hoje?
CLÁUDIA:  Não! Foi ontem.
BETO:  Puxa, que legal! Parabéns! Teve festa no seu aniversário?
CLÁUDIA:  Não. Meus pais não puderam fazer festa, mas estou feliz, porque eles me deram esta bonequinha.
BETO:  É bonita!
PITUCA:  Oi, Claudinha!
CLÁUDIA:  Oi, Pituca!
PITUCA:  Que boneca bonita, Claudinha!
CLÁUDIA:  Ganhei de aniversário.
PITUCA:  Parabéns! Eu queria ganhar uma boneca assim. Trouxe uma corda para a gente pular. Vamos brincar!
(Saem de cena para brincar)
NARRADOR:  E assim saíram para brincar de corda. Claudinha deixou sua bonequinha um pouquinho enquanto brincava com seus amigos. Pituca, vendo que Claudinha se distraíra, foi logo ao encontro da boneca, não resistindo em levá-la para casa, escondido de sua amiga. As horas se passaram, quando já cansados resolveram parar e ir embora. Então...
(Claudinha e Betinho entram procurando a boneca)
CLÁUDIA:  Betinho, cadê a Belinha? A minha bonequinha não está mais aqui!
BETO:  Você tem certeza que deixou aqui?
CLÁUDIA:  Claro, não se lembra? Antes da gente brincar.
BETO:  Deve ter caído.
CLÁUDIA:  Não, ela sumiu. Buá! Buá! Buá!
(Fala chorando)
PITUCA:  O que houve Claudinha? O que está acontecendo?
CLÁUDIA:  Você não viu a minha boneca?
PITUCA:  Eeeuuuuu, eu não Nem peguei!
CLÁUDIA:  Minha mãe vai ficar zangada comigo.
BETO:  Que pena! Mas quem será que pegou? Quem será esse ladrão?!
PITUCA:  Tchau, hein, crianças! Já está tarde, minha mãe está me chamando.
BETO:  Eu também já vou.
CLÁUDIA:  Minha mãe vai me bater.
NARRADOR:  Pituca, muito sem graça, sai apressada. Pudera, ela havia pego escondido a boneca de sua amiga... No dia seguinte... Acordou bem cedinho, pegou logo a bonequinha para brincar e correu para o quintal, onde seus pais não iriam vê-la com uma boneca que não era sua. Betinho resolveu ir à casa da Pituca levar a corda e convidá-la para brincar. A mãe de Pituca mandou que ele entrasse e fosse até o quintal, pois ela já estava brincando lá.
(Entra Pituca brincando com a boneca e cantando)
PITUCA:  Lá, lá, lã, eu agora também tenho uma bonequinha.
BETO:  Oi, Pituca!
(Pituca fica surpresa...)
PITUCA:  Oooi! Bebetinho, você aqui?
BETO:  Pituca! Então foi... foi você quem roubou a boneca da Claudinha!
PITUCA:  Ai, não fale assim Betinho, você é meu amigo, não é? Não fale nada a Claudinha, ta!
BETO:  O quê? Além de fazer uma coisa errada, você quer que eu fique quieto e não fale nada para ela? Você quer esconder esta coisa feia que você fez?
PITUCA:  A boneca é tão linda! Eu não tenho uma boneca, por isso quis ficar com ela.
BETO:  Esta boneca não lhe pertence, e as coisas não são assim. Você não tem uma agora, mas poderá ter. Roubar é pecado. Já pensou se você for presa?
PITUCA:  Presa? Eu? Deus me livre!
BETO:  Mentira tem perna curta! Os olhos de Deus estão em todo lugar a contemplar os maus e os bons. Deus viu o que você fez e está muito triste.
PITUCA:  Puxa, eu não quero que Jesus fique triste. Ele não merece. Não tinha culpa nenhum e morreu por mim na cruz, só para me salvar.
BETO:  E agora você está jogando a sua salvação fora, porque Jesus não gosta do pecado. E, se você não se arrepender e pedir perdão a Deus, continuará com esse pecado.
PITUCA:  Eu estou arrependida. Preciso pedir perdão a Deus e a Claudinha. É, mentira tem perna curta! Mas estou com vergonha, Betinho.
BETO:  Vamos lá! Eu te ajudo, eu vou com você. É melhor você confessar o seu erro. Como você viverá com esse pecado?
PITUCA:  Ta bom, vamos!
(Saem de cena)
NARRADOR:  Pituca, muito triste e envergonhada, decide ir logo à casa de Claudinha devolver a boneca, junto com seu amigo Beto.
(Betinho e Pituca entram em cena e se encontram com Cláudia na casa dela)
CLÁUDIA:  OLÁ! Não posso sair, estou de castigo porque perdi a Belinha.
PITUCA:  Buá! Buá! Buá! Eu vim aqui por causa disso.
CLÁUDIA:  O que houve?
PITUCA:  Fui eu que peguei a bonequinha escondida.
CLÁUDIA:  Ora, então foi você?!
PITUCA:  Sim, perdoa-me Eu queria uma boneca. Não tenho nenhuma, por isso fiquei encantada com a sua e a levei para casa. Mas a mentira tem perna curta! Betinho chegou lá e me pegou no flagra. Eu me arrependi. Não quero perder a minha salvação. Pequei contra Deus e quero pedir perdão a você.
CLÁUDIA:  Ai! Que bom que a minha boneca apareceu! Não fique triste, Pituca, eu te perdoo, mas não faça mais isso. Quando você quiser um pouquinho, eu te empresto.
BETO:  Viu, Pituca, agora Jesus está feliz. Que bom! Não se esqueça de que os olhos do Senhor estão em todo lugar a contemplar os maus e os bons.
CLÁUDIA:  Entrem! Vamos!
NARRADOR:  E assim aprendemos que a mentira tem perna curta e que não podemos esconder nada, pois Deus tudo vê. Pituca se arrependeu e Claudinha fez uma surpresa para PITUCA:  pediu a seus pais para comprarem uma boneca para ela no dia do seu aniversário. Ela ficou muito feliz! Como Jesus é bom!
Fonte: Ministério Infantil












UMA GRANDE DESCOBERTA


    UMA GRANDE DESCOBERTA - Teatro Cristão


    Queco e Miloca (Podem ser fantoches ou atores) querem saber quem criou o homem, as flores, as borboletas...

    A vovó vai explicar e usa cânticos para ensinar lições da bíblia

    (Use um cenário adequado)
    QUECO: Oi, Miloca, quanta criança!
    MILOCA: É mesmo! Que lugar é este?
    QUECO: Eu acho que é … Sabe Miloca, eu, às vezes, fico pensando, pensando…
    MILOCA: Pensando o quê, Queco?
    QUECO: Pensando em quem fez a gente.
    MILOCA: É mesmo, Queco, quem será que nos fez? Olha as flores, as árvores, como são lindas! Quem as poderia ter feito tão bonitas?
    QUECO: Veja as borboletas das mais lindas cores.
    MILOCA: Ai! Animais, burrinho…
    (DESTACAR OS BICHOS QUE TIVER NO MOMENTO PARA APRESENTAR)
    QUECO: Eu acho que alguém pintou tudo isso!
    MILOCA: Ó Queco! Deixa de ser bobo! Ninguém poderia pintar a natureza de forma tão real. Olhe ali as pessoas! Mesmo que os cientistas pudessem fazer uma pessoa, não poderia dar a ela o fôlego de vida!
    QUECO: Fôlego de vida? O que é isso?
    MILOCA: É eles não poderiam fazê-la respirar assim, olha: (Inspira, expira!)
    QUECO: É mesmo! Quem colocou o ar dentro da gente?
    MILOCA: Vamos perguntar a vovó? Crianças, vamos chamar a vovó para nos ensinar? Vamos chamar todos juntos a vovó Zita!
    QUECO: Vamos contar: um, dois, três, e dizer vovó zita.
    (TODOS CHAMAM JUNTOS, E A VOVÓ ENTRA)
    ZITA: Crianças, que barulheira é essa? Não precisavam gritar.
    MILOCA; Vovó Zita, nós estamos querendo saber uma coisa muito importante e muito séria.
    ZITA: Que coisa é essa, crianças?
    MILOCA E QUECO: Nós queremos saber quem fez todas as coisas.
    ZITA: Ora, que susto! Que bom que vocês estão se preocupando com isso agora. É sinal que está na hora de vocês conhecerem a verdade.
    QUECO E MILOCA: A verdade?
    QUECO: Conta, vovó! Conta!
    ZITA; Tenho aqui um livro muito importante. Esse livro tem resposta para todas as perguntar da vida e soluções para todos os problemas.
    MILOCA: Até para doença?
    ZITA; Sim, até para doença!
    QUECO: Que livro é esse, vovô?!
    ZITA: Esse livro chama-se Bíblia. Quando vocês começarem a ler, aprenderão o que ele diz. Vou ler um trechinho da Palavra de Deus para vocês, em Gênesis 1.1: “ No princípio, criou Deus os céus e terra”.
    QUECO: Epa! Não é que esse livro é bom mesmo? Vem tudo escrito direitinho. Quando eu crescer, quero aprender todinho.
    MILOCA: Fica quieto, Queco! Fala mais, vovó, fala mais.
    ZITA: Foi Deus quem criou todas as coisas. Vou cantar primeiro uma canção, ouçam!
    (ZITA COMEÇA A CANTAR UMA MÚSICA QUE FALA SOBRE A CRIAÇÃO DE DEUS:)‘
    Quem fez as lindas estrelas? Quem fez as lindas flores?”
    QUECO E MILOCA: Que linda canção!
    QUECO: Esse Deus é muito bom. Eu gosto dEle!
    MILOCA: Como posso encontrar esse Deus, vovó?
    ZITA: Um dia, há muitos e muitos séculos, Deus enviou seu filho, Jesus Cristo, para que através dEle nossos pecados fossem perdoados. Deus deu seu filho para morrer na cruz, a fim de que fôssemos salvos.
    QUECO: Que é pecado, vovó ?
    MILOCA: Você não sabe nada, hein, Queco!
    QUECO: Você também não sabe.
    (CRIAR UMA CENA DE DEBATES)
    MILOCA; Sei, sim!
    QUECO: Não sabe!
    MILOCA: Sei, sim. Pecado é roubar, matar, brigar, xingar,e falar mentira.
    ZITA: Muito bem, Miloca, pecado é tudo aquilo que desagrada a Deus. Brigas também. Jesus está preparando um lugar muito especial para todos aqueles que o acertarem como Salvador e reconhecerem que só Ele pode perdoar pecados. Somente esses vão encontrar com Deus no céu, um dia.
    MILOCA: Vovó, eu preciso que Jesus perdoe os meus pecados.
    QUECO: Eu também quero. Como posso dizer os meus pecados para Jesus?
    ZITA: Jesus conhece o seu pecado. Ele sabe e vê tudo. Ele está aqui.
    QUECO E MILOCA: Está aqui?!
    ZITA: Sim. Ele está aqui. É como o vento. Nós não o vemos, mas sabemos que existe. A gente pode sentir. Portanto, para falar com Deus pode ser até em pensamentos. Jesus pode ler os nossos pensamentos. Converse com Deus. Ele ouve os nossos pedidos. Confesse a Deus os seus pecados.
    QUECO: Então, eu não posso pecar nem no pensamento que Ele está vendo?
    ZITA: Pois é, até em pensamento a gente pode estar pecando.
    QUECO: Vovó, eu tenho muito que pedir perdão a Jesus.
    MILOCA: Eu também estou precisando.
    ZITA: Quem bom que vocês estão reconhecendo que são pecadores. No céu não vai entrar pecado nem pecadores. No céu não vai entrar pecado nem pecador. Nosso coração tem que estar branquinho, e só o sangue de Jesus pode limpa-lo.
    QUECO: Obrigada, vovó, vou agora mesmo para o meu quarto conversar com Deus e pedir-lhe perdão.
    MILOCA: Eu também. Hoje nós fizemos uma grande descoberta.
    ZITA: Aprenderam, crianças? Então peça a Deus que limpe os seus coraçõezinhos. Tem um corinho que fala assim
    Limpa o meu coração, Jesus (5x)
    Limpa, limpa, limpa (bis)
    Limpa o meu coração
    Cântico usado;
    QUEM FEZ AS LINDAS FLORES
    Quem fez as lindas flores, eu quero bem saber, quem fez as lindas flores, foi Deus com seu poder.
    Quem fez o sol tão lindo, eu quero bem saber, quem fez o sol tão lindo, foi Deus com seu poder.
    Quem fez os passarinhos, eu quero bem saber, quem fez os passarinhos, foi Deus com seu poder.
    Quem fez as borboletas, eu quero bem saber, quem fez as borboletas, foi Deus com seu poder
    ou
    QUEM FEZ AS LINDAS FLORES
    Quem fez as lindas flores?
    Bem sei que não fui eu.
    Quem fez as lindas flores
    Foi nosso Pai do Céu.
    Quem deu perfume ao cravo?
    Não foi você nem eu,
    Quem deu perfume ao cravo
    Foi nosso Pai do Céu.








    VOVÓ VAN DAME

    Esquete, comédia; O Ladrão que vai assaltar a Vovó. O que ele não esperava, é que a velha era bastante esperta, e não está afim de entregar no mole. E mais, ela ainda fala de Cristo pra ele...

    (Uma vovó andando na rua aparece um ladrão)
    LADRÃO – Muito bem vovó, passa a bolsa!
    VOVÓ – Como assim passa a bolsa? Essa bolsa é minha, eu paguei R$ 1,00 na feirinha viu?
    LADRÃO – Vovó, a senhora não está entendendo, isso é um assalto! Passa a bolsa!
    VOVÓ – (Pegando na orelha dele) Não garotinho, é o senhor quem não está entendendo, a bolsa é minha, e você não vai pegá-la! Ai... não aparece nenhum gato pra defender essa donzela...
    LADRÃO – É o seguinte sua velha coroca, isso aqui é uma arma, e está apontada pra você, e eu não estou brincando, eu quero a sua bolsa agora!
    VOVÓ – Ta bom, ta bom. Por causa dessa arma eu vou passar a bolsa. Mas, queria ver você sem essa arma... será que teria coragem para enfrentar a vovó Van-Dame? (Faz gestos de lutas, tipo posição de Karatê Kid)
    LADRÃO – Me dá logo essa porcaria! (Abre a bolsa) Mas como tu é pobre hem? Não tem nenhuma graninha aqui?
    VOVÓ – Acha que sou boba? Eu andar com dinheiro com tanto ladrão a solta por aí? Eu sou é uma vovó muito da esperta. Mas tem algo valioso aí dentro.
    LADRÃO – Tem nada, só um livro e badulaques... nada mais.
    VOVÓ – Devia se envergonhar. Tens uma preciosidade nas mãos e não a reconhece. Este livro. É precioso. Contém tesouros , riquezas, tudo o que você precisa.
    LADRÃO – Isso é uma Bíblia vovó!
    VOVÓ – É a Palavra de Deus. Que aliás, você deve estar muito longe dEle NE? Seu ladrãozinho malvado! Fica assaltando velhinhas indefesas! (Bate nele) Malvado! Malvado! E... malvado!
    LADRÃO – Olha vovó, desculpa... eu jamais ia machucar a senhora, eu só queria uma graninha.
    VOVÓ – E quem não precisa de grama? O seu problema não é grana, você precisa é de Cristo! Sai dessa vida, só Jesus pode te dar a paz que dinheiro nenhum pode comprar. Me dá essa arma aqui! (Toma dele) Eu estou indo pra igreja e você vai comigo. Jesus vai transformar a sua vida!!! Vamos!
    (Saem de braços dados, ou ele com jeito de menino que levou bronca, sai com a vovó puxando suas orelhas)
     
    Se montar esta peça, faça contato com o autor, diga-lhe como foram o trabalho e os resultados. Jaime Junior


    Dinâmicas

    Dinâmica: Medo de Desafios

    Material: caixa, chocolate e aparelho de som (rádio ou CD).
    Procedimento:
        Encha a caixa com jornal para que não se perceba o que tem dentro. Coloque no fundo o chocolate e um bilhete: COMA O CHOCOLATE! Pede-se a turma que faça um círculo. O coordenador segura a caixa e explica o seguinte pra turma: _Estão vendo esta caixa? Dentro dela existe uma ordem a ser cumprida, vamos brincar de batata quente com ela, e aquele que ficar com a caixa terá que cumprir a tarefa sem reclamar. Independente do que seja... ninguém vai poder ajudar, o desafio deve ser cumprido apenas por quem ficar com a caixa (é importante assustar a turma para que eles sintam medo da caixa, dizendo que pode ser uma tarefa extremamente difícil ou vergonhosa).
       Começa a brincadeira, com a música ligada, devem ir passando a caixa de um para o outro. Quando a música for interrompida (o coordenador deve estar de costas para o grupo para não ver com quem está a caixa) aquele que ficou com a caixa terá que cumprir a tarefa...é importante que o coordenador faça comentários do tipo: Você está preparado? Se não tiver coragem... Depois de muito suspense quando finalmente o jovem abre a caixa encontra a gostosa surpresa. (O jovem não pode repartir o presente com ninguém).
    Objetivos:
       O objetivo desta brincadeira é mostrar como somos covardes diante de situações que possam representar perigo ou vergonha. Devemos aprender que em Deus podemos superar todos os desafios que são colocados a nossa frente, por mais que pareça tudo tão desesperador, o final pode ser uma feliz notícia.


    Dinâmica: do 1, 2, 3
     


    Objetivo: Quebra-gelo
    Procedimento:
        1º momento: Formam-se duplas e então solicite para que os dois comecem a contar de um a três, ora um começa, ora o outro. Fica Fácil.
        2º momento: Solicite que ao invés de falar o número 1, batam palma, os outros números devem ser pronunciados normalmente.
        3º momento: Solicite que ao invés de falar o número 2, que batam com as duas mãos na barriga, o número 3 deve ser pronunciado normalmente. Começa a complicar.
        4º momento: Solicite que ao invés de falar o número 3, que deem uma "reboladinha".
    A situação fica bem divertida


    Dinâmica do Amor

    Objetivo: Moral: Devemos desejar aos outros o que queremos para nós mesmos.
    Procedimento:
        Para início de ano Ler o texto ou contar a história do "Coração partido" - Certo homem estava para ganhar o concurso do coração mais bonito. Seu coração era lindo, sem nenhuma ruga, sem nenhum estrago. Até que apareceu um velho e disse que seu coração era o mais bonito pois nele havia. Houve vários comentários do tipo: "Como seu coração é o mais bonito, com tantas marcas?" O bom velhinho, então explicou que por isso mesmo seu coração era lindo. Aquelas marcas representavam sua vivência, as pessoas que ele amou e que o amaram. Finalmente todos concordaram, o coração do moço, apesar de lisinho, não tinha a experiência do velho." Após contar o texto distribuir um recorte de coração (chamex dobrado ao meio e cortado em forma de coração), revistas, cola e tesoura. Os participantes deverão procurar figuras que poderiam estar dentro do coração de cada um. Fazer a colagem e apresentar ao grupo. Depois cada um vai receber um coração menor e será instruído que dentro dele deverá escrever o que quer para o seu coração. Ou o que quer que seu coração esteja cheio.. O meu coração está cheio de... No final o instrutor deverá conduzir o grupo a trocar os corações, entregar o seu coração a outro. Fazer a troca de cartões com uma música apropriada, tipo: Coração de Estudante.

     

    Dinâmica: “Convivendo com Máscaras”

     


    Objetivo: Proporcionar o exercício da auto e heteropercepção.
    Material: Cartolina colorida, tintas, colas, tesouras, papéis diversos e coloridos, palitos de churrasco, CD com a música quem é você (Chico Buarque)
    Procedimento:
    1. Com a música de fundo cada participante é convidado a construir uma máscara com os materiais disponíveis na sala, que fale dele no momento atual.
    2. A partir da sua máscara confeccionada, afixá-la no palito de churrasco para que cada um se apresente falando de si através da mascara.
    3. Organizar em subgrupos para que cada participante escolha: A máscara com que mais se identifica; A máscara com que não se identifica; A máscara que gostaria de usar.
    4. Após concluir a atividade em subgrupo, todos deverão colocar suas máscaras e fazer um mini teatro improvisado.
    5. Formar um círculo para que cada participante escolha um dos integrantes do grupo para lhe dizer o que vê atrás de sua máscara...
    6. Abrir para discussões no grupo

     

    Dados da Aula

    O que o aluno poderá aprender com esta aula
    • Discutir a variação linguística empregada pelo personagem Chico Bento.
    • Respeitar as variedades linguísticas diferentes das normas urbanas de prestígio.
    • Correlacionar variedade linguística e identidade cultural.
    Duração das atividades
    1 aula - 50 minutos
    Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
    • Linguagem e língua.
    • Formalidade e Informalidade.
    • Texto argumentativo e/ou encenação dramática e/ou história em quadrinhos e/ou relatos orais.
    Estratégias e recursos da aula
    Estratégias:
    • discussões orais;
    • questionário;
    • produção textual.
    Recursos:
    • multimídia;
    • xerox.
    Aula
    Atividade 1
    No laboratório de Informática, iniciar a aula colando no quadro a imagem de Chico Bento. Conversar com os alunos:
    Vocês conhecem essa personagem?
    Nome? O que ele faz? etc
    Na sequência, exibir um vídeo sobre o passeio do Chico no shopping:
    depois da exibição do vídeo, o professor deverá deixar os alunos falarem sobre o que sabem desse personagem. Com a discussão é muito provável que os discentes abordarão como característica do Chico seu falar caipira. É nesse momento que o professor mobilizará a turma para dizer que o tema da aula será "Variação linguística empregada por Chico Bento". Caso os alunos não citem a fala que marca o personagem, o professor pode conduzi-los a isso questionando:
    •  "A fala de Chico é realizada da mesma maneira que a fala da Mônica?"
    Atividade 2
    O professor entregará para cada aluno as seguintes tirinhas xerocopiadas:
    a)
    b)
    c)
    As tirinhas acompanharão o seguinte questionário:
    1. Como você caracterizaria o personagem Chico Bento do ponto de vista econômico?
    2. E como o caracterizaria do ponto de vista regional/geográfico?
    3. E do ponto de vista social?
    4. Por que você pôde responder às questões anteriores? Em que se embasou para isso?
    5. Existe, então, alguma correlação entre identidade cultural e variação linguística?
    6. Agora, pense estritamente na linguagem utilizada pelo personagem. Você poderia somente por meio dela responder as questões 1, 2 e 3? Explique.
    7. E essa maneira de conversar é típica da zona urbana ou rural? Como chegou a essa conclusão?
    8. É tranquilo para as pessoas aceitarem a fala típica da zona urbana?
    Dado um tempo para os alunos responderem as questões e depois de corrigi-las, o professor deverá problematizar com a sala a ideia de que:
    NO BRASIL, CONSIDERANDO SUA EXTENSÃO FÍSICA, É POSSÍVEL PENSARMOS EM TODOS OS BRASILEIROS REALIZANDO A LÍNGUA DA MESMA MANEIRA?
    Para isso, mostrar o vídeo como mote para a discussão: "Preconceito Linguístico"
    Importante: professor, a partir das ideias em discussão, é imprescindível deixar posto que o Brasil é composto por diversidade linguística e pluralidade cultural. Isso pode ser visto pelas falas das pessoas que apresentam diferentes: 1) posições sociais; 2) níveis de escolaridade; 3) ocupações de lugares geográficos; 4) processos de aquisição cultural; 5) idades; 6) sexo; dentre outros fatores. Assim, a tese que se defenderá é a de que:
    "A VARIAÇÃO É INERENTE À PRÓPRIA COMUNIDADE LINGUÍSTICA" (BORTONI, 2004, p. 25).
    Atividade 3
    Partindo da ideia, então, de que a variação é própria da comunidade linguística, o professor pedirá à turma para responder à pergunta:
    "Existe uma variedade melhor do que a outra? Como devemos tratar as variedades linguísticas: enquanto formas diferentes de realização da língua ou como correto e não correto?"
    Mais uma vez, como mote, o professor exibirá aos alunos um vídeo: "Línguas do Brasil"
    Produção de texto escrito e/ou oral
    Depois do vídeo, o professor pedirá aos alunos para escolherem uma forma de apresentação à resposta da pergunta:  "Existe uma variedade de língua melhor do que a outra?" 
    • O professor deverá incentivar os alunos a:
    • 1) escreverem textos argumentativos,
    • 2) a produzirem relatos orais,
    • 3) a criarem e encenarem uma pequena peça teatral cujo personagem principal seja o próprio Chico Bento,
    • 4) a criarem uma história em quadrinhos dentre outras possibilidades de gêneros.
    Recursos Complementares
    Avaliação
    O professor verificará a compreensão do aluno sobre a variedade informal (nível) e caipira (identidade) utilizada pelo personagem Chico Bento na medida em que o discente participar das discussões orais propostas e realizar a produção de texto oral e/ou escrita sobre preconceito linguístico.
    TÍTULO: ISSO É RACISMO.


    DEDICATÓRIA
    Dedicamos esta peça teatral à memória do poeta paraense Bruno de Menezes, Mestre na Arte e no humanismo preto, popular; a todas as vítimas do racismo e aos que lutam para o fim desta doença moral.

    PRÓLOGO
    Mestre de Cerimônia - Há muitas estórias a contar. Muitas delas acontecem todo dia, a todo instante, perto de nós, mas passam despercebidas. Bem escondida em meio à realidade, existe uma doença do espírito. Vamos descobrir qual é.
    CENA I
    MÚSICA NEGRO DRAMA, DOS RACIONAIS MC’S
    Entra um rapaz negro, vestido com terno e gravata, sapatos lustrosos. Movimenta-se com sutileza e firmemente. Olha a platéia de modo sério e sereno. Em seguida, vê um mendigo branco e loiro, que estende o chapéu desgastado em sua direção.
    Ele lhe dá esmola, e o pedinte, então, agradece.
    Pedinte – Valeu, Doutor!
    O rapaz faz leve cumprimento e sai.
    Entra uma Senhora negra, trajada com vestido longo, andando distraída pela rua, quando um menino branco passa correndo e rouba sua bolsa. Ela grita.
    Senhora Negra – Branquinho! Pivete!
    Chega o Policial.
    Policial – O que foi, Madame?
    SN – Ora, eu fui roubada.
    P – Como era o marginal?
    SN – Um moleque branquelo...
    Sai a Senhora. O Policial começa a procurar o delinqüente. De repente, pergunta à platéia.
    P – Ei! Vocês viram um indivíduo com pinta de marginal por aqui? Aquele meliante roubou na cara-dura uma senhora de respeito, na saída do banco.
    Aparece novamente o rapaz negro.
    RN – Olá, Sargento, muito trabalho?
    P – Só um figura que tá fazendo terror aqui no pedaço. Mas, eu acerto ele. Não viu ninguém suspeito por aí?
    RN – Olha, para falar a verdade, eu avistei um rapaz não muito confiável. Ele foi por ali.
    P – Valeu, Doutor.
    RN – Disponha. Boa noite.
    Entra um Menino Branco que até então não havia aparecido em cena.
    P – Ei! Tu aí, malandro!
    MB – Ta falando comigo, autoridade?
    P – Tem outro malandro na área?
    MB – Se quer saber, eu estudo, valeu, aqui em Outeiro mesmo.
    P – Vai passar a lição na cela, brancão.
    MB – Ei! Qual é? Não fiz nada, meu!
    P – Cala a boca, seu branco!
    INTERVALO
    Entra o Mestre de cerimônia, meio negro, meio branco, trazendo pelo braço um senhor branco.
    MC – Este cidadão é bastante conhecido, está muito presente em nosso dia-a-dia. Apresento-lhes o Cidadão branco. Detalhe, ele não é racista.
    CB - Racismo não existe mais, isso foi só na época da escravidão. É isso aí, nesse país todos são tratados como iguais, tá na constituição. O preto já pode fazer coisa de branco, não é mais como antes.
    MC – Este, senhoras e senhores, é o cidadão negro, personalidade antes alegre. Mas, que anda agora falando sério.
    CN – A escravidão não nasceu com ninguém, foi criada pelo preconceito e pela maldade do homem. Negro não é sinônimo de escravo. A escravidão é filha do racismo, e não o contrário, e ele permanece até hoje.
    CONTINUA MÚSICA NEGRO DRAMA, DOS RACIONAIS MC’S
    CENA II
    Entra um rapaz branco. Numa mesa, uma secretária negra, de cabelos étnicos.
    Secretária – Diga.
    RB – Eu vim pelo anúncio...
    SN– (Interrompendo-o) – A vaga já foi preenchida!
    RB – Mas, eu cheguei às seis da manhã, eu fui o primeiro a chegar...
    SN – Só que não tem mais vaga.
    RB - E esse pessoal aí na fila?
    SN – Estão retornando para entrevista.
    RB – Mas, o anúncio?
    SN – Escuta, ô, rapazinho, o anúncio diz boa aparência, entendeu, é pra tratar com cliente VIP, você não serve.
    RB – Mas, eu tenho experiência.
    SN – Não posso fazer nada.
    CAPOEIRA
    DIA VAI,
    DIA VEM,
    E O NEGRO CONTINUA SEM APARECER.
    INVISÍVEIS SOMOS NÓS
    EMPREGADO E BANDIDO DENTRO DA TV.
    TENHO NOME,
    SOU ALGUÉM
    COM A COR DA PELE ESCURA NÃO MOLHO ROSÉ.
    SEI FALAR.
    SEI LUTAR
    PELA MINHA NEGRITUDE QUE VOCÊ NÃO VÊ.
    DIA VAI,
    DIA VEM,
    E O NEGRO CONTINUA SEM APARECER.
    INVISÍVEIS SOMOS NÓS
    EMPREGADO E BANDIDO DENTRO DA TV.
    INTERVALO
    CB – O problema dos pretos é que eles mesmos se excluem. É preciso eles se valorizarem, terem alma de branco, limpa, clara.
    CN – Será mesmo? Qual é a cor da maioria dos médicos, juízes, prefeitos, governadores, presidentes. Quantos são negros?
    CB – De repente eles não estão a fim.
    CN – Somos a metade da população do Brasil, e somos tratados como minoria.
    MC – Senhores, deixem de discussão. Afinal, este país é uma democracia, um paraíso onde todos podem falar o que quiser... (fala baixinho) contanto que não incomode quem manda no pedaço.
    CENA III
    MÚSICA IDENTIDADE, DE JORGE ARAGÃO
    Elevador de um prédio de alta renda. Uma Senhora Negra espera; e, então, chega uma Mulher branca com sua filhinha galega. A Senhora Negra, de cabelos encaracolados, olha de cima a baixo, com desdém para as duas, e diz:
    SaNL – Ora, vocês não sabem ler?! Este elevador é social, para moradores. O de serviço é esse ao lado.
    A Menina Branca responde:
    MaBR - Mas, esse daí  quebrado. Diz na placa.
    SaNL – Ah! A branquinha sabe ler, que bom. Então sigam aquela seta, onde diz: ESCADA.
    A mãe, logo, mete-se.
    SaBR – Ei! Senhora, nós somos moradores.
    SaNL – Com certeza... Devem morar em um cubículo de empregada. Vocês não têm categoria para morar aqui.
    SaBR – Olhe aqui!... (aponta o dedo para a outra).
    Entra o Zelador Branco:
    ZB – Ei! Não aponte o dedo para a Madame.
    SaNL – Senhor Zelador, esta macaca branca diz que mora aqui.
    ZB – Não sei se mora, mas se não for pela escada, eu chamo a polícia.
    A criança começa a chorar. A mãe, em desespero, tenta consolá-la:
    SaBR- É, minha filha, a gente branco não vale nada nesse país, mesmo.
    INTERVALO
    CB - As pessoas de cor têm de se cuidar, melhorar a aparência.
    CN – Não! É preciso assumir o que se é, e não o que os outros querem que seja.
    CB – Ora, o próprio negro é que se discrimina.
    CN – Onde já se viu? Quem é louco para criar racismo contra si mesmo? A pessoa que não se assume negra inventou isso ou aprendeu com a sociedade?
    CENA IV
    Entra uma Menina Branca Pobre, de cabelos lisos, e sua mãe, uma Senhora Branca de cabelo Pixaim.
    SBP – Que imundície de cabelo ruim o dessa menina, não dá pra fazer uma trança, até broche cai. Não sei pra quem tu puxaste!
    A Menina chora.
    MaBP – Mãe! Eu queria ter cabelo de Negra. Ah!
    Entra o Propagandista.
    P - AHHHAÁ! Enrolaife é a solução!
    Mãe e filha ficam surpresas.
    SBP e MBP – Como?!
    P – Ora, esse é o mais moderno produto de estética, beleza e boniteza capilar, que faz até cabelo de careca enrolar.
    SBP – Não conheço.
    P – Pois, é verdade. Não é milagre, é Enrolaife, o xampu que faz seu pêlo virar Black Power.
    SBP – Ah! Me dá, me dá logo três pra garantir. Agora eu resolvo o problema desse macarrão escorrido na cabeça dessa menina.
    GOSPEL
    SE VOCÊ PENSA
    QUE NEGRO PRECISA ANDAR SAMBANDO
    CHEIO DE ENFEITE, ROUPA COLORIDA,
    QUE SE NÃO ANDAR ASSIM
    ESTÁ QUERENDO SER BRANCO...
    ISSO É RACISMO, IRMÃO!
    SE VOCÊ PENSA
    QUE NEGRO É SEMPRE SUSPEITO
    QUE ROUPA BOA ADIANTA NÃO.
    NÃO É SÓ FALTA DE RESPEITO,
    É RACISMO, IRMÃO.
    MESMO QUE VOCÊ NÃO SAIBA,
    RACISTA NÃO ANDA COM CRACHÁ NA CARA.
    RACISMO NÃO ESCOLHE CLASSE, FORMAÇÃO OU IDADE,
    ELE ADOECE O CORAÇÃO HUMANO.
    CENA V
    Entra um Menino Branco, posiciona-se em meio à confusão de passageiros, entre arrancos e freadas bruscas do motorista.
    MoB - Ô, Motora! Manera aí! Senhoras e Senhores passagero, bom dia, peço um minuto de sua atenção. Eu tô aqui pedindo uma força pro meu trabalho. Eu não tenho vergonha, por que eu prefiro trabalhar do que tá por aí cherando cola, robando, né. Eu tô vendendo esses bombom sabor andiroba, alho e copaíba. É remédio natural. Custa apenas somente cinqüenta centavos, ou dois por um vale. Vocês pode leva também pras criançada em casa. Eu vivo com minha mãe deficiente e mais doze irmão. Aquelas pessoa que pudere me ajudar, Deus lhe proteja. Quem não pudé contribuir, Deus lhe dê em dobro, viu. Um bom dia a todos e uma boa viaje.
    O menino não consegue vender, então insiste.
    - Compra aí, tio. Dois por um real ou um vale. Compra, tia, só pra me ajudá. Branco também tem fome, tia.
    As pessoas viram o rosto, ignoram ou desprezam friamente o menino.
    Dois Passageiros Negros, um deles comenta:
    PN I – Devia ser proibido esses moleques brancos entrarem no ônibus. Nunca se sabe, pode ser até bandido..
    PN II –São todos uns preguiçosos. Gente dessa cor não quer estudar, nem emprego sério, se acostuma na miséria.
    De repente, o segundo passageiro se despede do primeiro e desce do ônibus. O menino faz menção de sentar ao lado desse passageiro, ao que este reage dizendo:
    PN I – Ei! Menino branco, o que é que você faz aqui?
    MoB - Vou sentar.
    PN I – Aqui, mesmo, não. Vai roubar outro pra lá, seu fedorento!
    MoB – Eu tô trabalhando, moço.
    PN I – Branco não senta do meu lado, vai pra lá com esse teu nariz afilado, venta de flecha.
    MoB – Qué isso?
    PN I – Sai pra lá.
    MoB – O senhor é racista!
    PN I – Racista, não. Olha que eu te processo por calúnia.
    MoB – Então, me respeite.
    PN I – Ora, seu moleque. O problema de gente da tua laia é que não quer estudar. Meu preconceito é com essa tua classe desclassificada. Se for branquelo, pra mim tanto faz!
    Os dois saem discutindo.
    MÚSICA MISÉRIA S.A.,O RAPPA
    INTERVALO
    CB – O negócio é embranquecer, melhorar o sangue. Só assim a sociedade vai melhorar.
    CN – Tornar-se negro é reconhecer e ter orgulho de sua origem e cultura africana.
    CENA VI
    MÚSICA HOW DO SPEAK, DE ETTA JAMES
    Um casal de namorados em momento de ternura no passeio público, de mãos dadas. Enquanto isso, um mendigo levanta-se e observa o casal, uma negra e um branco, e comenta com o público.
    M – Branquelo transparente se deu bem, hein?! Arranjou uma moça linda pra namorar. É... Mas, aí tem. Com certeza, ou ele tem grana, ou fez feitiço pra ela ou ela é cega. Uma mulher dessa, de boa aparência, boa pessoa, namorando um elemento desse. Ah, se fosse minha filha...
    Entra o pai da moça negra.
    PN – Minha filha, que vergonha. Afasta-te dessa coisa feia, desse branco sujo.
    MÇN – Mas, Pai, eu...
    PN – Cala a boca! Não estou dizendo! Escuta bem: filha minha não namora com malandro.
    RB – Mas, eu trabalho, Doutor.
    PN – Que trabalha! Gente da tua cor só serve para limpar chão e morar na cadeia.
    MÇN – Papai!
    PN – Vamos para casa. Não a quero conversando com esse.. esse...sem cor... esse bacalhau!
    A expressão do rapaz é desoladora. Ele se queda tão chocado que não consegue chorar, apenas fica de olhos vidrados e sai cambaleante.
    Entra o propagandista e lhe anima, convidando-o a comprar, e o leva para fora de cena:
    P –Tudo isto é fácil de resolver. A linha Enrolaife trouxe para você o mais fabuloso enegrecedor. Você dorme pálido e acorda de cor.
    INTERVALO
    CB – Viram isto? Ora, senhoras e senhores, é a prova de que nossa sociedade é justa e igualitária. Não precisa desse negócio de cotas, é besteira. Até eu, que sou branco puro, me misturo com as neguinhas de vez em quando.
    CN – Somos diferentes na beleza e na cultura. A sociedade racista nos trata diferente (pior), como se não fôssemos gente. Por isso, é preciso leis que combatam a desigualdade, equilibrem a balança social.
    RAP
    QUANDO
    VOCÊ NÃO SENTA AO LADO DE NEGRO NO ÔNIBUS.
    QUANDO
    VOCÊ REPETE QUE GOSTA DE PRETO,
    QUANDO PRETO É BONITO,
    E A EMPREGADA PRETA LHE AGRADA.
    É RACISMO, MANO! É RACISMO, MANO!
    QUANDO
    CÊ TEM VERGONHA DE SE DIZER PRETO,
    É MORENO, MESTIÇO, CAFÉ COM LEITE, MULATO
    JAMBO, PARDO VOCÊ QUER SER.
    QUANDO
    CHAPA O CABELO POR VERGONHA E NÃO VAIDADE,
    E QUER SEU FILHO CASADO COM BRANCO,
    LOIRA BONITA QUE LHE DÊ KNOW HOW,
    É RACISMO, MANO,
    SUICÍDIO MORAL!
    É RACISMO, MANO! É RACISMO!
    CENA VII
    Menina Branca limpa o chão da casa. De repente, pára e exibe seu pixaim, orgulhosa.
    MaB – Sou uma nova pessoa, Enrolaife mudou a minha vida. Sou quase uma negra pura. Ah! Como eu queria ter a pele preta, aquele lindo brilho nos olhos e o sorriso alvo. Por que será que Deus me castigou com essa pele desbotada, opaca, sem vida.
    Mas, com Enrolaife, ao menos meus cabelos se ajeitaram, e eu tenho mais orgulho de mim mesma. Se eu tivesse grana, casava com um negro ma-ra-vi-lho-so.
    A menina continua a limpeza. Entra o Senhor Negro.
    SrN – Ei, menina, você não está limpando direito esse piso. Que imundície! Mas, (a pega pelo braço e olha a pele dela) Ah! Claro! Tinha de ser. Logo vi que era serviço de branco.
    MaB – Mas, seu minino, dá até pra ajeitar os cachos no espelho que tá esse chão.
    SrN – Vocês, brancos, não se ajeitam mesmo, quando não sujam na entrada...
    MaB – Não seu minino,meu irmão vai é ser doutor, tá istudando.
    SrN – Rá! Rá! Com certeza. Escuta, ô, mocinha, lugar de branco é na favela e no sanitário. Teu irmão tem que aprender o lugar dele.
    Chega a Senhora Negra de cabelos lisos, esposa desse Senhor.
    SaNL – Querido! Não se misture com essa gente! Gente assim só enegrece quando tem talento pra cantar, jogar futebol, ser atleta. Alguns brancos merecem viver no nosso mundo, são vencedores, são bonitos, são exceção.
    MaB – Vocês são é racista.
    SaNL – Não diga besteira, minha filha. Se há discriminação é social. Existem pessoas por aí (nós, não, claro, somos humildes), existem pessoas por aí que tratam mal os pobres. Os pobres, coitados, são desprezados. Não tem nada a ver com brancura.
    SAMBA
    ALMA NÃO TEM COR
    POR QUE EU SOU NEGRO
    ALMA NÃO TEM COR
    POR QUE EU SOU BRANCO.
    EU SOU AMARELO
    DE PELE VERMELHA.
    MAS, IGUAL A VOCÊ
    EU TENHO ALMA NEGRA.
    EU SOU AMARELO
    DE PELE ROSÉ
    MAS TENHO ALMA BRANCA
    IGUAL A VOCÊ
    EU SOU AMARELO,
    DE PELE ESCURA,
    MAS TENHO ALMA ÍNDIA
    TIPO A SUA.
    E SINTO DOR, E SINTO DOR,
    SORRIO E SOFRO.
    ALMA NÃO TEM COR, NÃO TEM COR.
    SOMOS O POVO.
    CENA VIII
    Amigos Negros reunidos num bar.
    A1 – Tu sabes a diferença entre um branco e um rato? O rato tem inteligência.
    A2 – Essa é boa. E tu sabes o que acontece se a gente jogar um branco de cima de um prédio?
    A3 – Ele morre?
    A2 – Não. Se cair no chão é leite azedo, se voar é PEIDO.
    A1 – Beleza! Rá! Rá! Rá!
    A3 – Só sei que negro correndo é atleta e branco correndo é comédia.
    A1 – Rá! Isso aí. Vi um branco correndo, é um monte de carne mole.
    A3 – Eu gosto de branco, principalmente com cebola e batata.
    A2 – Ei! Ó os homens aí.
    O camburão estaciona. Descem os policiais, salivando para humilhar alguém. Vão direto ao grupo de brancos. Enquanto isso, os amigos negros observam e riem.
    P1 – Vocês aí! Ô pivete, documento!
    RB1 – Mas, não são nem dez da noite.
    P1 – Tá me desafiando. Moleque? Cadê a identidade?
    P2 – É isso aí! Respeito, malandro. Todo mundo no chão!
    RB2 – Ei! A gente trabalha, viu. Por que não revista aqueles boyzinhos ali?
    P2 – Cala a boca, brancalhada! Vamo lá, todo mundo recolhido!
    Gritaria geral. Mas, não há como resistir, os policiais estão armados, e, facilmente, amarram com cordas os rapazes e os empurram para dentro do camburão.
    A cena congela.
    EPÍLOGO
    CN - Isto que vocês acabaram de assistir é uma farsa? Os lugares estão errados? Eu respondo!
    Tudo isso acontece diferente. Esse mundo o negro vê. Mas, no lugar do branco está ele. E muita gente acha comum, engraçado, normal.
    Agora, quando o branco fica no lugar do negro, as pessoas talvez achem estranho, chocante, sem sentido.
    Ei, negro! Ponha-se no seu lugar!
    É isso o que diz o racista, achando que é justo.
    E eu, agora, digo: Ei, branco, ponha-se no meu lugar! E você vai ver como é ter na pele, no cabelo, em todo o teu ser... A marca que te faz ser visto como o diferente, o esquisito, o inferior.
    Então, pense no que acabou de ver. E, ponha-se no meu lugar.
    Ponha-se no meu lugar! E me diga:
    Isso é racismo? Isso é racismo?
    TEMPO PARA A PLATÉIA
    E, lembre-se, negro não é coitado, é injustiçado.
    VOLTA A MÚSICA IDENTIDADE



    JULIETA & ROMEU
    Uma adaptação da obra “Romeu e Julieta” de William Shakespeare.
    Belém, Icoaraci, outubro de 2006.
    Ricardo Torres
    PRÓLOGO
    PRIMEIRO ATO
    CENA I
    Dois servos entram a conversar.
    GREGÓRIO- Sansão, não podemos agüentar desaforo!
    SANSÃO- Claro, Gregório, não somos carregadores.
    G- Estou falando de não aceitar ofensa!
    S- Isso! Não aceitamos presentes de qualquer um!
    G- E se tu visses um Montecchio?
    S- Ah!...Eu não aceitaria presente nenhum deles.
    G- Os montecchio são cães!
    S- É, Cães! Eu lato para eles ...Au! Au!
    G- Ei! Aí vem um deles!
    Entra um outro servo. Sansão late para ele.
    SANSÃO- Au!Au!
    SERVO MONTECCHIO- Estás latindo para mim, senhor?
    SANSÃO- Estou latindo.
    SM- Mas, é para mim, senhor !?
    S-Se eu disser que sim, vou preso? (pergunta a Gregório)
    GREGÓRIO- Sim.
    (Sansão balança a cabeça negando).
    SM- Queres brigar, senhor?
    S- Nããão...
    SM- Pois, aqui estou.(começa a briga, com empurrões, trapalhada e gritaria).
    Chega outro servo e grita.
    - Capuletos! ou melhor, servos de Capuleto! ou melhor, covardes!
    Chegam servos das duas famílias, e por fim, os chefes das mesmas. E os cidadãos reclamam.
    CORO - Aí vem, o velho Capuleto! Aí vem o velho Montecchio!Empurrões! Confusão! Gritos! Pavor!Fora Capuletos! Fora Montecchios!
    Entra o Príncipe.
    - Vassalos! Bundões! Meninos maus! Inimigo da paz! Banham espadas com sangue de vizinhos! É a terceira vez que brigam como gangues e acabam com o sossego de todos! Da próxima vez serão punidos com a morte na forca.
    Entra a Sra. Montecchio.
    - Alguém viu Romeu? Ainda bem que meu filhinho não está aqui...
    CENA II
    Romeu, choroso. Entra Benvólio.
    R- Ah! Meu espírito se arrasta pelas horas, carrego a tristeza nas costas como um caracol. Quem eu quero não me quer!!!
    B- Romeu! Tanta mulher por aí dando sopa!
    R- Mas eu só enxergo uma...(passa uma garota rebolando e ele dá uma boa olhada).
    CENA III
    SR CAPULETO – Vai, cabeça, convida as pessoas desta lista para nosso grande baile, devemos agradar o príncipe.
    Servo sai, olha a lista e começa a tentar soletrar.
    GREGÓRIO- Si-so-ba-ma-le-ti-ca-ah! Agora lascou-se, eu não sei ler. Tenho de arranjar alguém pra decifrar.
    Passa Romeu.
    G- Ei, rapaz. Tô fazendo uma pesquisa sobre leitura. Tu sabes ler?
    R- Claro.
    G- Então vá, prova, lê esta lista.
    R- Amadeu Calisto e família. Pode comemorar! Você foi convidado!
    Estrúbulo Saavedra Pinheiro e sobrinha.
    Rita Amaralis e papagaio. Você foi convidado!
    Lorenzo Hebert Rodrans. Pode comemorar!
    Ivanu Terno de linhaça
    Tostão de Araújo Cruzeiro.
    Raimunda Favacho , pode comemorar! Você foi aprovada! Você passou ...
    É ... Foi convidada pra festa do... do...
    G-Capuleto, isso mesmo. É, você leu tudo certinho, mesmo. Me dá a lista.
    R- Espera aí, a Raimunda vai estar lá!?
    G- Vai, e se tu não fores amigo de Montecchio, apareça lá também, vai ter muita comida de graça.
    R- Demorou.
    CENA IV
    Festa na casa dos Capuleto. Entram Romeu e Benvólio.
    ROMEU - Festão.
    BENVÓLIO- Só.
    Romeu avista ao longe uma linda moça, junto à Ama. O garçom passa e Romeu indaga.
    ROMEU- Quem é aquela Princesa?
    GARÇOM- Não sei, senhor.
    R- Realmente, ela está de máscara. Mas, se mesmo assim sua beleza encanta, imagina. Ela é como um anjo, será que doeu quando caiu do céu ou tinha pára-quedas. Será que ela gosta de brigadeiro? Qual será seu signo? Ela desliza, desliza no ar (Julieta começa a dançar brega) como uma tampa de margarina caindo. Não, não, como uma ficha de refrigeranteretirada...Melhor, ela se parece com uma jóia feita de sol, iluminando a noite... égua, onde foi que li isso?
    BENVÓLIO – Será por causa desse sol que está esse calor?
    TEOBALDO (num outro canto) – Ei! Aquele não é o paspalho do Romeu!
    SR. CAPULETO – Não, parece que é o Romeu mesmo.
    T- Vou matá-lo.
    SR. CAPULETO- Na-na-ni-na-não! Tá doido,tá doido, tá doido? Deixa, ele está se portando como um cavalheiro (Romeu tira meleca do nariz, limpa na própria roupa e coça o saco, tudo isso olhando pra Julieta, que o observa curiosa), nem comeu muito.
    T- Isso não vai terminar bem. Ele vai dançar nessa.
    Romeu aproxima-se de Julieta. Toca a mão de Julieta.
    R-Se minhas mãos sujam as tuas, quisera eu resolver com um toque de meus lábios (beija sua mão).
    JULIETA- Não, Senhor mendigo (pois assim está fantasiado Romeu), tuas mãos são macias e educadas. E mais, mãos de princesas são para tocar mãos de súditos.
    R- E as princesas têm boca?
    J- Claro! Como iriam falar? Elas têm boca para dar ordens.
    R- Ordena, então, que os lábios façam o que as mãos fazem (beija Julieta).
    J- Mas, tu me contaminaste com a saliva do povo. Ordeno que resolvas isso.
    R- Ah! Então, devolva-me minha pobreza (beija-a de novo).
    J- Beijas como um nobre...
    R- Não diga que beijo como nobre, pois só os pobres beijam bem, pois não têm vergonha de beijar.
    AMA- Julieta, passa pra dentro, tua mãe tá te chamando!
    ROMEU – Quem é a mãe dela?
    AMA- Ora a dona da casa.
    R- Cacilda! Minha vida nas mãos de meu inimigo.
    A- O quê?
    R- Nada, nada...
    JULIETA (para a Ama)– Quem são aqueles rapazes?
    A- Parentes do Montecchio.
    J- E aquele que não dançou? Vai lá, pergunta o nome dele.
    (Ama vai, e quando volta...)
    A- É Romeu, filho do velho Montecchio.
    J- Não! Meu amor é meu ódio! Vi o amor cedo e conheci tarde.
    CORO – Agora, morreu o antigo encanto, e a paixão tomou tudo. A antiga beleza perdeu-se e no seu lugar os amantes perdem-se no olhar um do outro. Mas, inimigos não podem se enamorar nem ficar. Só que o amor cria fugas, inventa esconderijos para escapar da tirania, e as loucuras ficam doces.
    SEGUNDO ATO
    CENA I
    Romeu pula o muro e se esconde por trás do arbusto para observar Julieta.
    ROMEU – Quem ri das feridas nunca se esbrechou. Mas... O que é isso? (sai Julieta à janela).O sol nascendo a essa hora da noite? Ah, é ela que vem à janela. Poxa! precisava vir com a cara cheia de creme? Não importa, a lua inveja Julieta, pois tem mais buracos na cara que ela. Mas, ela fala...
    J- Ai de mim!
    R- Oh! Que mãozinha linda, que tatuagem... Ei! Tá muito saidinha essa Julieta. Mas, que anjo...
    J- Ó, Romeu, Romeu! Sai de casa e muda teu nome. Diz que me ama e eu deixo minha casa e deixo de ser amamãezada.
    Romeu fica indeciso sobre mostrar-se ou não à Julieta.
    R- Agora eu falo.
    J- Teu nome é meu inimigo, mas não tu. O que é teu nome, Montecchio??
    R- Eu...
    J- Cala-te! Estou falando sozinha........Se a rosa tivesse outro nome não continuaria tendo o mesmo perfume e custando caro? Romeu, deixa teu nome e toma-me.
    R- Eu tomo! Meu nome agora é amor!
    J- Quem é!?
    R- Não digo meu nome, que é teu inimigo.
    J- É Romeu! Como chegou aqui? (Romeu sobe até a sacada)
    R- As asas do amor, e uns arranhões no joelho.
    J- Romeu, tu me amas?
    R- Juro.
    J- Não jura que é pecado.
    R- Então disconjuro!
    J- Oh! Não me amas.
    R- É claro.
    J- Mas é de noite.
    R- Meu amor, que a noite nunca acabe.
    J- Mas, já me chamam lá dentro.
    R- Diz que está na privada.
    J- Não dá, o banheiro é lá embaixo.
    R- Então, tchau. Boa noite.
    J- Vai, depois a gente se fala.
    R- Boa noite.
    J- Boa noite.
    R- Mil vezes boa noite.
    J- Boa, boa, vai!vai! égua, coisa chata.
    CENA II
    Romeu vai falar com o Frei.
    FREI – Cadê aquela tristeza, rapaz? Já está com outra donzela?
    ROMEU- Se ela é donzela, não me interessa. Eu a amo, e ela é linda.
    F- Romeu, juízo Romeu.
    R- Ah, Frei Lourenço, o amor não segue conselhos.
    F- Por isso faz burrada.
    R- Burros são lindos animais de Deus.
    F- Cuidado, essa pode te botar chifre também.
    R- Oh, os bois são fortes e magníficos.
    F- Senhor! Esse enlouqueceu de novo. E é doidice pior que a outra .
    R- Aí vem ela.
    F- Ma...Mas... É Julieta Capuleto!
    R- É ... Meu amor.
    F- Dois malucos. E eu de laranja na história.
    R-Romeu – Frei, case-nos.
    F- Quê que é isso!?
    (Esta parte é cantada).
    JULIETA – Seu Frei, eu quero me casar.
    F- Oh, minha filha, você diga com quem.
    J- Eu quero me casar com o Romeu.
    F- Com o Romeu você se casa bem
    J- Por que, Seu Frei?
    F- O Romeu é leso que nem tu, e vai ter que agüentar tatu também.
    CENA III
    Casamento.
    FREI – Que o céu sorria, que a terra não nos faça chorar. Marido e mulher, não comem na mesma colher. Bebem da mesma água, mas cada um na sua taça. Fazem compras, mas o marido é que paga. Tu, Romeu, aceita a figura da Julieta para amá-la e aturá-la para sempre?
    ROMEU- Para sempre é muito (Julieta o belisca). Ok! Ok!
    F- E tu , Julieta, te serve este traste... epa... Romeu como legítimo esposo até que a morte finalmente os separe, e não sei que tem mais lá?
    JULIETA- Yes.
    F- Então, tá então... Eis que sois agora uma só família, e uma só despesa. Deus os abençoe.
    CENA IV
    Entra Mercúcio Montecchio. Depois chega Teobaldo Capuleto.
    TEOBALDO – Eia, Montecchio. Posso lhe dar uma palavra?
    MERCÚCIO- Uma palavra? Não, quero mais que isso.
    T- Está afim de um beijo, Mercúcio?
    M- Dê um selinho em minha espada,Teozinho.
    Brigam. Em seguida chega Romeu. Mercúcio está morrendo.
    ROMEU- Meu amigo, Mercúcio, que há?
    MERCÚCIO- Um ferimento leve.
    R- Ah! Então até mais tarde.
    M- Não, Romeu! Estou indo, estou indo!
    R- Para onde?
    M- Estou morrendo, seu paspalho!
    R- Coração?
    M- Espada.
    R- Quem foi? (mercúcio aponta Teobaldo com o bico).
    R- Teobaldo! Rato fujão! (Corre atrás de Teobaldo). Quero vingança.
    TEOBALDO- Infelizmente, a vingança acabou. Temos apenas lâmina decepadora de cabeças.
    R- Verme...
    T- Ei! Eu ouvi isso.
    R- Então, junta-te à alma de Mercúcio.
    Teobaldo cai morto. Entra o Príncipe.
    PRÍNCIPE- Quem fez esta bagunça toda?
    CORO – Foi ele! Não, foi ele! Ele! Foi! Não! Foram Romeu e Teobaldo!
    P- Porque foi o único assassino a sobreviver, Romeu vai ser exilado. Fora Romeu!
    TERCEIRO ATO
    CENA I
    Quarto de Julieta
    AMA – Minha senhora, a tragédia caiu sobre nós. Teobaldo, teu primo, passou dessa pra melhor.
    JULIETA – Ficou rico?
    A- Não, bobona, foi assassinado!
    J – Quem o fez?
    A- Romeu, e este foi banido da cidade.
    J- Miséria, a minha alma está feliz e envergonhada com a vida de meu amor.
    Entram Senhor e Senhora Capuleto.
    SR CAPULETO – Eis aqui, minha filha, o teu noivo que escolhi.
    JULIETA- Que é isso, pai?
    SRA. CAPULETO – Ora, Julieta, Paris é de família nobre e rapaz honesto.
    J- E o kiko?
    SR. CAPULETO – Está decidido. Casas querendo ou não, que o assassino já não está na cidade.
    CENA II
    Julieta e Frei Lourenço.
    F- Aqui está Julieta, este remédio é uma imitação da morte. Chega em casa, aceita teu noivo , depois toma isso e deita. Após teu sepultamento, acordarás e fugirás com Romeu.
    J- Como ele saberá.
    F- Mandei um menino entregar-lhe um bilhete.
    CENA III
    Quarto de Julieta. Entra o seu pai.
    SR. CAPULETO – E aí, casarás com Páris?
    JULIETA- Se é para bem do bolso e felicidade desse bundão, diga a todos que fico, aliás, caso.
    Julieta fica só e toma o remédio. Em seguida, sua mãe entra.
    SRA. CAPULETO- Ai de mim!
    SR. CAPULETO– Onde dói, mulher!?
    SRA- No peito, na alma!
    SR- É esse sutiã apertado. Eu te disse.
    SRA- Nossa filha está morta,
    SR- Sobre a mais linda flor de meu jardim caiu o mais frio terror, e sobre mim o castigo pior.
    QUARTO ATO
    CENA ÚNICA
    Enterro de Julieta. Depois, saem todos.
    Em seguida, aparece o menino de recado, brincando bola, sem ligar para o bilhete que tinha de entregar.
    Entra Romeu na catacumba, se aproxima do corpo de Mercúcio, e só depois avista Julieta.
    ROMEU- Neste veneno, minha vida vai embora. Mas, já estava morto longe de minha senhora. Não é possível...Julieta! Meu amor, eis que me encontrarei contigo...Será que há vida após a morte? É, mas já que eu tô aqui mesmo... (toma o veneno).
    Acorda Julieta.
    J -Romeu, dormiu me esperando, meu amor. Mas... Oh! Não! O sono eterno! Uma faca, Uma espada! Ei! Com que ele se matou?
    R - Com veneno, besta... (fala Romeu quando Julieta vira-se chorando).
    J - Ah! Foi veneno, sinto o cheiro. Pô, que mau hálito Hein! Romeu. Estavas exilado no lixão, era?
    Tapando o nariz, beija Romeu sugando-lhe o veneno. Morre Julieta, estrebuchando.
    Entra Frei Lourenço.
    F – Que Tragédia! Mas não era pra ser comédia professora!? Morreu, morreu. [baixo: antes eles do que eu...]. Deus os tenha jovens amantes, pois o mundo não lhes compreendeu.
    Os corpos são carregados até a praça central.
    Todos chegam comovidos. Entra o Príncipe.
    Príncipe- O ódio das famílias mata a flor que acaba de desabrochar. A insensatez da violência foi maior e a paixão feneceu.Mas, o certo é que jamais houve história de amor tão triste e maluca como esta de Julieta e Romeu.