"A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo. (Nelson Mandela) "

domingo, 1 de setembro de 2013

PROJETO DE FUTEBOL


TEMA : Aprendendo com o futebol

 O QUE OS ALUNOS PODEM APRENDER?

            Faremos com que os alunos tenham uma formação mais adequada, no referido esporte, sabendo discernir situações "problemas que surjam" habilidades motoras, capacidades físicas, de maneira natural e sem constrangimentos.
            Conseguir uma correta aprendizagem das ações técnicas, táticas, individuais, no grupo, que permitam um bom desenvolvimento em competição.
            Desenvolver a preparação física voltada para conseguir uma formação multilateral, através das capacidades: velocidade, força e resistência.
            Aprofundar o ponto de vista teórico, noções sobre o regulamento de jogos e aplicações do mesmo.
            Conseguir, através desse esporte, a sensibilidade de união, de equipe, do grupo, a responsabilidade e respeito aos colegas e adversários, principalmente a escola.

ESTRATÉGIAS A SEREM DESENVOLVIDAS

            Levando-se em conta que o futebol é um esporte de hábitos adquiridos, teremos três princípios básicos:

Trabalho teórico: este trabalho é importante, pois a criança terá a sua disposição, as noções importância da educação física na sua vida e conhecimento do jogo com suas regras e sistemas.
Trabalho recreativo e formativo: este trabalho é desenvolvido em forma de jogos recreativos em que o aluno irá adquirir o prazer para o jogo de futebol.
Trabalho desportivo propriamente dita: neste trabalho iremos dar noções dos jogos e atividades motoras ligadas nas atividades em questão.

COMO INICIAR OS CONHECIMENTOS

            Pretendemos transmitir e fixar fundamentos básicos, despertando paralelamente os gosto pelas atividades físicas e esportivas, para que o aluno busque motivação para desenvolver suas habilidades na modalidade.


RECURSOS PEDAGOGICOS

            Serão utilizados os seguintes recursos:

Texto das regras de futebol (campo oficial)
Fitas de vídeos cassetes didáticas
Matérias esportivos (bolas, cordas, cones, etc...).
Colchonetes para exercícios

CONEXÕES COM OUTRAS DISCIPLINAS E SABERES

Em Geografia trabalharemos, o clima, o relevo, pontos cardeais.
Em Ciências corpo humano, e a saúde.
Em Historia de onde surgiu o futebol, e suas raízes.
Em Português estudaremos gramática, ortografia, produção de texto, interpretação de texto, verbos, entre outros.
Em Matemática, trabalharemos os quatros operações, números ordinais, cardiais, fracionários, decimais, e inteiros.

ATIVIDADES PARA TODA TURMA

            Desenvolvermos um jogo completo, baseado em regras básicas do futebol, sendo elas respeitadas durante o jogo.


ATIVIDADE EM GRUPO

            Dividiremos a turma, em grupos de quatro alunos, desenvolvendo as seguintes atividades:

Marcação
Drible
Passes

ATIVIDADE INDIVIDUAL

Nas atividades individuais cada aluno trabalhara como conduzir a bola, o domínio da bola, com o peito, com o pé direito e esquerdo e com a coxa.


AVALIAÇÃO, O QUE COMPREENDERAM.

            O melhor método de avaliação desenvolvido ate hoje é aquele que o professor observa seus alunos na execução de seu esporte, efetuando comparações de suas habilidades, vendo se os alunos conseguem conhecer os seus limites e as possibilidades de seu corpo.

            Nas habilidades a avaliação será feita de testes elaborados pelo professor.

            Também será avaliada a participação do aluno na área social, através de observação do professor no que tange as atividades realizadas pelo aluno em relação aos seus companheiros e adversários.


PORTIFÓLIO

Nós estudantes trataremos das atividades físicas, motoras, culturais, sociais e afetivas.

Através de jogos que são muito importantes para a vida das crianças, auxiliamos ao seu desenvolvimento e socialização.

Nas atividades, tudo deve ser renovado, dando oportunidades para que as crianças compreendam e entendam as ordens dadas, saibam reagir diante da situação apresentada,m com raciocínio rápido, de acordo com os interesses do aluno.Exigindo a cada dia uma maior atualização e superação de nos professores que permitam garantir uma sólida formação física, técnica, tática de nossas crianças, possibilitando não somente atingir os níveis atuais de resultados esportivos, mas também no futuro, estes possam ser superados,


CONCLUSÃO

Concluímos que é de grande importância para escola e principalmente, para os estudantes a realização deste trabalho, tendo em vista que o mesmo potencializara o amor e a dedicação dos estudantes pela escola.Isso porque fará com que o aluno, como representante legitimo de sua comunidade e escola impenhe-se no sentido de vê-la incluída entre aqueles que tenham trabalho serio e bonito a ser feito e mostrado alem de seus limites físicos.

Essas turmas iram amenizar o problema social com a falta de opção e lazer, propiciando uma melhor integração escola comunidade viabilizando o melhor desenvolvimento esportivo para os alunos.

autora : Estagiária: Claudia Vasconcellos


O DIA DO ÍNDIO


TEMA: O Índio


JUSTIFICATIVA:

Esse tema foi escolhido por perceber que as crianças demonstraram grande interesse e curiosidade quando abordado o assunto, querendo assim conhecer um pouco dessa cultura. Nesse sentido pretende-se com esse tema proporcionar a alegria, descontração e conhecimento, despertando o interesse por novos saberes.


OBJETIVO GERAL:

Conhecer um pouco da história, dos hábitos e costumes indígenas.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Reconhecer a influencia indígena em nossa vida.
Compreender e respeitar os índios e sua cultura.
Utilizar as diferentes linguagens, corporal, oral, escrita, plástica e cênica.
Brincar, expressando as emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades.
Pesquisar o modo de vida dos índios de nossa região (Guaramirim).
Comparar através de fotos e gravuras o modo de vida dos índios, antes e dos dias de hoje.

QUESTIONAMENTOS:

Porque os índios moravam no mato?
Os índios comem pessoas?
Os índios tem irmãos?
Eles não ficavam doentes?
Os índios iam na escola?
Ainda existe índio?
Porque os índios usam roupa?
Como os índios dançavam se não tinha cd?
Os índios não tem medo dos animais?
Os índios sabiam escrever?
Porque os índios se pintam?
Os indiozinhos brincavam de carrinho e de boneca?
As crianças dos índios tinham professora?

METODOLOGIA:

Labirinto.
Tracejado.
Cruzadinha.
Ligar os conjuntos iguais.
Pinte o quadrado que tem mais elementos.
Colorir o triângulo com menos elementos.
Faça um risco na última oca.
Colorir a oca do meio.
Pintura com giz de cera, lápis e guache.
Modelagem de utensílios indígenas com argila.
Confecção das vestimentas e adornos, com jornal, penas de aves e milho.
Montagem de armas e instrumentos musicais.
Maquiagem de índio.
Dramatização com fantoches de dedo.
Desfile das crianças caracterizadas de índio.
Expressão corporal com danças e jogos.
Cantar, ouvir e dançar músicas relacionadas ao tema.
Jogos: passeio na floresta, dança da chuva, índio vivo, índio morto; estátua.
Natureza e Sociedade:

Pesquisar no mapa da região, os locais onde ainda são encontrados agrupamentos indígenas.
Como vivem, como se mantêm, as tarefas que realizam.
Conversação sobre a alimentação dos índios, batata, mandioca (aipim), milho, frutas encontradas na mata.
Higiene pessoal, a importância da mesma, escovação de dentes, unhas limpas e cortadas, cabelos cortados e limpos, como limpar os ouvidos.
O que são ocas, de que eram construídas, onde dormiam.
Vídeo: Pocahontas, assistir e conversar sobre.

Ética e Cidadania:

A importância do índio na formação da nação brasileira.
Comparar o moda de vida dos índios de antigamente com os de hoje.
Montar um índio com o contorno de um aluno, em papel kraft, as crianças irão trabalhar dentro do contorno fazendo, olhos, boca, nariz, orelhas e colorir. Depois de pronto recortar e colar na parede.
Juntos escolher um nome para o índio, fazer uma ficha e fixar junto ao desenho.
Roda da conversa sobre os direitos e deveres dos índios, também sobre preconceito.
Respeitar o índio, pois é um ser humano como nós.

Movimento:

Coordenação motora, através de exercícios como: recortar, rasgar, amassar, fazer bolinhas, manipulação de revistas e jornais, colagem.
Pular dançar, correr.
Manipular peças de encaixe.
Equilíbrio: andar somente em cima da faixa.
Andar na ponte.
Subir e descer na árvore
Linguagem oral e escrita:

Construção de pequenos textos coletivos sobre as descobertas realizadas.
Identificar a letra I de índio no seu nome e dos colegas.
Leituras sobre os indígenas.
Sons de índio usando as vogais, ex: uuuuuu, iiiiii, aaaaa, eeeee, ooooo.
Pesquisa com os pais:
De que eram feitas as ocas?

Qual era a alimentação dos índios?

O que eles vestiam? O que vestem hoje?

Como o índio vivia com a natureza?

Contos indígenas.
Trabalhos em grupos e individuais.
Descobrir o significado de algumas palavras indígenas como:
Mandioca: Uma indiazinha de um ano chamada Mani faleceu, e em sua sepultura nasceu uma planta bonita e grande, tornou-se conhecida como mandioca, uma mistura de mani e oca.

Guaraná: um menino (curumim) da tribo maués faleceu e por ser considerado um menino que trazia sorte á tribo, tupã, o deus determinou que tirassem os olhos da criança e o regassem com lágrimas. Dele nasceu então a planta da vida, o guaraná.

Vitória – Régia: Uma moça índia ao avistar jaci a lua, refletindo nas águas de um lago, não resistiu a magia e atirou-se no lago, desaparecendo nas águas. Jaci comovida a transformou em uma flor que flutua, a vitória-régia a estrela das águas.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante esse trabalho pude perceber nitidamente o interesse dos alunos em adquirir novos conhecimentos. Apesar da pouca idade das crianças, onde o tempo de concentração é pouco, ouve muita discussão e interesse por parte das mesmas, conversas produtivas e alegres.
Percebi que quanto mais as crianças são desafiadas e envolvidas nas atividades, elas se animam e acabam contagiando a todos, em especial a família, levam para casa o que aprenderam e trazem para a escola todo fato ou histórias contadas pelos pais. Também cobravam dos pais quando a professora pedia para trazer algum material de casa.
Ouve socialização, compreensão e afeto entre as crianças. Isso acontece a partir do momento em que o professor leva para a sala de aula assuntos do interesse da criança, abrindo espaço para questionamentos, perguntas, tornando as atividades prazerosas e significativas. Em todo o momento me senti segura quanto ao seguimento das atividades.
Professora Ana Maria Castro - 2º ano do Ensino Fundamental/ S.B.Campo/SP

Trabalho em sala de aula

Jornal na Sala de Aula


Objetivos:

- Estimular os alunos a encontrarem preferências por assuntos tratados nos jornais e a indicação daqueles que são rejeitados por alguma razão.

- Ensinar o aluno a selecionar os fatos, organizando-os, analisando-os, criticando-os.

- Levá-los a desenvolver operações e processos mentais que concorram para a contribuição do conhecimento.

- Motivá-los a ler de forma crítica, aumentando a cultura e desenvolvendo assim, suas capacidades intelectuais.


Atividades desenvolvidas:

- Elaboração de textos jornalísticos e publicitários;

- Criação da capa do jornal e posterior concurso para escolher a melhor;

- Ilustrações e fotos para serem utilizadas respectivamente em cada uma das colunas e seções do jornal;

- Confecção de charges, tirinhas, cruzadinhas, receitas, horóscopos e propagandas.


Avaliação:

            Será feita mediante a produção do jornal e exposição do mesmo no mural da escola.

            Após o término será analisado com os alunos os seguintes questionamentos:

- O que aprendi e com que estratégias?

- Que dificuldades encontrei?

- O que nos ajudou a resolver essas dificuldades?

A Litosfera

Biomas brasileiros

Revisão de Texto

Revisão de textos na alfabetização – 1º ano
Assunto - Pontuação

Tempo necessário: Aproximadamente 10 aulas

Introdução

Ensinar a revisar textos é um conteúdo que deve ser tratado desde as séries iniciais. O aluno precisa incorporar tais conhecimentos gradativamente, ampliar e fazer uso deles com o objetivo de deixar seus textos mais comunicativos, ou seja, objetivos na comunicação de idéias. Para isso, é necessário que o professor:

utilize diferentes tipos de textos pertinentes à série, colocando seus alunos em contato com bons modelos;
selecione em qual aspecto da revisão (coerência, ortografia, acentuação ou aspectos coesivos e de pontuação) o aluno focará a atenção, já que não é possível tratar de todos os aspectos ao mesmo tempo.

Este plano de aula propõe uma atividade cujo foco é a Pontuação. Nem sempre os alunos chegam à correção plena dentro do que havia sido proposto. Mas o objetivo não é alcançar a perfeição. O que importa é apresentar questões pertinentes nas situações didáticas, fazendo com que a turma reflita e avance.

Objetivos

Com esta atividade o aluno deve ser capaz de:

construir um comportamento revisor em relação a seu próprio texto e ao dos outros;
perceber que a pontuação é um recurso utilizado pelo autor para orientar o entendimento do leitor;
constatar que, na maioria das vezes, há mais de uma possibilidade de pontuação;
desenvolver a capacidade de argumentação;
desenvolver a atitude de colaboração.

Recursos didáticos

lousa e giz ou papel Kraft e pincel atômico; ou retroprojetor, transparência e caneta hidrográfica
papel e lápis

Organização da sala

Em pequenos grupos - duplas ou trios - para realização da atividade de escrita.

No coletivo, quando acontece a socialização das produções de cada sub-grupo.

Desenvolvimento da atividade/ procedimentos

Apresente um texto curto sem nenhuma marcação gráfica tais como ponto, maiúscula, travessão, parágrafo etc. Piadas são bastante interessantes para o exercício, desde que os alunos tenham tido contato com esse tipo de texto);

Peça aos alunos para marcar as unidades que facilitem a sua leitura com algum sinal;

Solicite que eles reescrevam o texto, utilizando as pontuações que julguem adequadas;

Socialize para todo o grupo as diversas possibilidades apresentadas pelos diferentes sub-grupos;

Discuta a adequação, o significado e o entendimento do texto pontuado de diferentes formas.

Avaliação

Durante o desenvolvimento da atividade, é possível avaliar como o aluno:

utiliza em outros contextos de produção escrita, os conhecimentos que constrói a respeito da pontuação (veja o 1º objetivo);
usa seus conhecimentos diante do texto para pontuá-lo a fim de atribuir significado a ele (veja o 2º e o 3º objetivos);
argumenta para defender o seu ponto de vista (veja o 4º objetivo);
colabora com o grupo (veja o 5º objetivo)


Contextualização

A revisão é um procedimento difícil para escritores iniciantes, pois requer distanciamento do próprio texto. As crianças nas séries iniciais são capazes de corrigir textos produzidos por outras pessoas mas, em se tratando dos seus próprios, dificilmente fazem uso desse conhecimento. Por isso, é interessante propor que as crianças comparem seus textos com os produzidos por outras pessoas e os analise em grupo. Isso deve ser feito em parceria e com quem já sabe fazer uso do procedimento da revisão. O professor deverá orientar o trabalho lançando questões que façam os alunos refletir e avançar, tais como:

Onde começa e termina a fala de tal personagem?
Por que você usou este ponto neste lugar?
O trecho pontuado por vocês está fazendo sentido? Explique o sentido desta frase.
Faz diferença usar a vírgula ou o ponto neste trecho? Por quê? Depois, cada agrupamento deve apresentar seu texto pontuado. Trata-se de uma ocasião rica para discutir e refletir, pois certamente surgirão diferentes formas de pontuar. Os alunos terão oportunidade de argumentar a validade ou não de cada trabalho apresentado.

Aprofundamento do conteúdo

Tradicionalmente, a gramática ensina que a pontuação é um conjunto de sinais que orienta a entonação da leitura em voz alta. Informações do tipo: "Usem o ponto final quando estiverem cansados. A vírgula serve para indicar uma paradinha. Usa-se ponto de interrogação para perguntar...", provavelmente estão embasadas na história da escrita, quando os livros eram escritos à mão, sem espaços entre as palavras e a leitura era feita em voz alta. Quem pontuava e dava um sentido ao texto era o leitor.

 

"A prática de leitura silenciosa disseminou-se a partir da produção de livros em escala industrial... Hoje, quando o texto impresso é formatado para ser lido diretamente pelo olho, sem precisar passar pela sonorização do que está escrito, esta função, de estreitar o campo das possibilidades de interpretação indicando graficamente as unidades de processamento e sua hierarquia interna, pertence ao escritor." (PCN - Língua Portuguesa - MEC/1997)

Bibliografia

Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa: de 1ª a 4ª série, Secretaria de Educação Fundamental, Brasília, 1997

Por trás das letras, Telma Weisz, FDE, São Paulo, 1992



Texto Caipira
O solo
Meio ambiente - A Floresta Amazônica
Projeto Música
PROJETO Música no Ensino Fundamental

1. Público Alvo: 5º ano do Ensino Fundamental


2. JUSTIFICATIVA

A música tem sido através dos séculos um das formas de comunicação entre os indivíduos, pretende-se refletir de que forma os afetos, os sentimentos e as sensações do aluno interagem com a aprendizagem das práticas da cultura musical.
Enquanto o ser está vivo, falando e se movimentando está expressando musicalidade e expressando suas emoções através de sons e "ritmos". Levando o educando a descobrir seu corpo como elemento criador da música, tornando uma fonte lúdica e criativa.
Ouvindo música os conceitos de ritmo, intensidade, altura e melodia são também percebidos, e, além disso, a criança habitua-se a relacioná-la a expressão de sentimentos e fazer com que ela se comunique através dela e tornamos as aulas muito mais atraentes e divertidas.
Temos por finalidade, oportunizar a aplicação dos conteúdos estudados durante as aulas e propor a vivência da interdisciplinaridade, alicerçada na habilidade de desenvolver uma aula interdisciplinar lúdica pedagógica que favoreça o aprendizado dos alunos.
Esse plano de aula favorece a interação do aluno no grupo, além de desenvolver uma série de habilidades que ajuda a criança a desenvolver uma aprendizagem com qualidade.

3.DURAÇÃO: 1 mês

4. OBJETIVOS
Visamos desenvolver no aluno a sensibilidade artística e musical. Isso é alcançado através do estudo da teoria musical complementada pela vivência cotidiana com obras de grandes compositores clássicos e populares.

4.1 OBJETIVO GERAL
Proporcionar as crianças à socialização através da música, para que ela possa descobrir seu corpo como elemento criador de música.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Reconhecer a importância da música na nossa vida.
• Saber diferenciar diversos ritmos musicais.
• Desenvolver a criatividade e a habilidade de interpretar letras de músicas populares.
• Identificar vários instrumentos.
• Criar o hábito de fazer uma audição consciente.
• Motivar para a vivência da música.
• Desenvolver a sensibilidade auditiva, o senso rítmico e a coordenação motora.
• Identificar materiais da região que se prestem à criação e novos instrumentos.
• Enriquecer com uso de novos instrumentos.
• Propiciar a socialização através de atividades em conjunto.


5. METODOLOGIA

Para alcançar os objetivos é necessário que o educador esteja pronto para permitir e estimular a participação do grupo espontaneamente em atividades musicais, em pesquisas e descobertas de sons, ritmos e melodias.
É indispensável que a música seja percebida e expressada antes de mais nada com o próprio corpo, sendo o ritmo e elemento musical que mais cedo e com mais força toda criança, precisa compreendê-lo através dos movimentos do corpo, como também, a própria a melodia, a intensidade, o timbre, todos os movimentos corporais podem ser vivenciados através da expressão corporal.
A educação musical abordada atualmente como música criativa. Pois ao ouvirem e interpretarem músicas através da expressão corporal livre e brincarem muitas e muitas vezes com os instrumentos, alguns grupos mostram desejo de tocar de forma mais organizada. O educador pode então estimular a formação da bandinha. A criança vai descobrindo a natureza dos sons e a partir de uma melodia, criar arranjos de vozes, instrumentos, levando a criança a criar músicas, elas precisam ter um vocabulário musical, isto é, representa por meios de sons livres, pesquisando sons, acompanhando ritmos com instrumentos simples, a prendem a cantar pequenas canções ou ouvir música clássica e popular em diferentes ocasiões.
• O ouvir é muito importante para nós nos comunicarmos. Claro que estamos ao mesmo tempo ouvindo, vendo, sentindo todas as coisas. O nosso olhar e nossos ouvidos são bastante espertos, pois vemos e ouvimos só o que queremos.

• Explorar os instrumentos quanto a cor, forma, textura, peso, espessura, tamanho, nome dos instrumentos, como utilizá-lo, a partir do momento em que a criança é capaz de segurar qualquer instrumento, começa para ela, a apaixonante experiência de tocar uma música.

• Os instrumentos vão proporcionar as crianças a oportunidade para realizar ações como sacudir, bater, raspar, produzindo efeitos sonoros variados. Assim ela satisfaz ao mesmo tempo sua necessidade de movimento e sua curiosidade.

• Com o trabalho com instrumentos também desenvolvemos habilidades cognitivas, afetivo-sociais e psicomotoras. Cada educador, entretanto, com seu grupo, poderá descobrir outras habilidades, desde que olhe com curiosidade, espírito criativo e criador os materiais que tem a sua disposição.

• Com o trabalho interdisciplinar abrangeremos muito mais o aprendizado do aluno.


6. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Música:
TERRA, PLANETA ÁGUA
( Guilherme Arantes)
ÁGUA QUE NASCE NA FONTE SERENA DO MUNDO E QUE ABRE UM PROFUNDO GROTÃO
ÁGUA QUE FAZ INOCENTE RIACHO E DESÁGUA
NA CORENTE DO RIBEIRÃO
ÁGUAS ESCURAS DOS RIOS
QUE LEVAM A FERTILIDADE AO SERTÃO
ÁGUAS QUE BANHAM ALDEIAS E MATAM A SEDE DA POPULAÇÃO
ÁGUAS QUE CAEM DAS PEDRAS
NO VÉU DAS CASCATAS RONCO DE TROVÃO

E DEPOIS DORMEM TRANQUILAS
NO LEITO DOS LAGOS, NO LEITO DOS LAGOS
ÁGUA DOS IGARAPÉS ONDE IARA MÃE D’AGUA
É MISTERIOSA CANÇÃO
ÁGUA QUE O SOL EVAPORA PRO CÉU VAI EMBORA VIRAR NUVENS DE ALGODÃO
GOTAS DE ÁGUA DA CHUVA
ALEGRE ARCO-ÍRIS SOBRE A PLANTAÇÃO
GOTAS DE ÀGUA DA CHUVA
TÃO TRISTES SÃO LÁGRIMAS NA INUNDAÇÃO
ÁGUAS QUE MOVEM MOINHOS

SÃO AS MESMAS ÁGUAS

QUE ENCHARCAM O CHÃO

E SEMPRE VOLTAM HUMILDES

PRO FUNDO DA TERRA, PRO FUNDO DA TERRA

TERRA, PLANETA ÁGUA, TERRA, PLANETA ÁGUA, TERRA

Com a música trabalharemos:
• Leitura e Interpretação da música
• Exploração do vocabulário
• Pesquisa sobre autores de algumas músicas
• Pesquisa e construção de instrumentos musicais
• Atividades de matemática
• Atividades de ciências
• Atividades de educação física
• Atividades de educação artística
• Atividades de história e geografia

7. RECURSOS QUE PODERÃO SER UTILIZADOS
( Para aguçar a curiosidade das crianças quanto a descoberta dos sons - caso o prof. queira)

• Bambu
• Frigideira de ferro
• Pedrinhas
• Conchinhas
• Rolhas
• Latas de refrigerante
• Coco maduro
• Verniz
• Lixa
• Corda
• Cabo de vassoura
• Galho de árvore
• Tampinhas
• Elásticos
• Copo de plástico
• Cilindro de bambu
• Arame de caderno
• Arame cozido
• Caixa de madeira
• Linha indiana
• Peneira de taquaras
• Chapinhas (tampinhas)
• Lâmpadas queimadas
• Cola branca
• Jornais (úmidos)
• Caixas de fósforos
• Latas (Nescau, neston,etc.)
• Papel de cimento (pacotes)
• Barbante
• Tesouras
• Palitos de fósforo
• Fita adesiva, Fita dupla face, Fita crepe
• Papel dobradura
• Plástico adesivo
• Furadeira
• Ferro
• Tampa de panela
• Madeira
• Grãos (arroz, milho, feijão, sagu, etc.)
• Botões
• Garrafas descartáveis
• Aparelho de som
• CDs
• Pincel atômico
• Colheres
• Socador de alho
• Ralador de queijo
• Martelo
• Prego
• Serrote
• Talhadeira



8. AVALIAÇÃO

A avaliação será feita de forma continua e sistemática, observando o desenvolvimento individual e coletivo do aluno, analisando as atitudes como: respeito, compromisso com o aprendizado. Também através do acompanhamento dos trabalhos realizados pelos alunos. Verificar se o aluno:

• Participou das atividades
• Se ele discutiu sobre a interpretação da música
• Se participou das pesquisas

• Se aplicou o vocabulário, (seus sinônimos), corretamente
• Assimilou o aprendizado
• Se conseguiu fazer a interpretação desejada
• Se conseguiu construir um instrumento musical
• Se participou coletivamente das atividades


9. BIBLIOGRAFIA


Caderno de Formação,Vivências Artísco-Pedagógicas, p. 59, UNESP, 2.004.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Qualificação profissional para o magistério. Educação artística: Música e artes plásticas. Livro 4, 2ª. ed., Rio de Janeiro. Funtevê, 1986.

www.mec.gov.br- Fundação Mario Covas

www.novaescola.com.br
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Encontrei esse projeto no BLOGGER DA PROFESSORA MERY

 Leitura com ludicidade


 TEMA: Leitura com ludicidade

2.1  - Delimitação do Tema:

A magia da leitura lúdica realizada pela coordenadora da sala de leitura, apresentando diversos gêneros literários infantis e juvenis, acontecendo quinzenal com todas as turmas da escola, aonde o encanto dos contos de fadas, dos causos, das  fábulas, lendas, causos e mitos, irão de encontro com o aluno na sala de aula, demonstrando encantamento  e ao mesmo tempo, desenvolvendo o gosto e o prazer dos educandos pela leitura.

2 – Introdução

3 – Problema

A leitura a partir de vários gêneros literários e de forma lúdica pode encantar, conquistar  e ao mesmo tempo desenvolver o gosto dos alunos para esse mundo mágico?  

4 – Hipótese

É possível desenvolver o gosto e o prazer pela leitura quando o aluno é oportunizado a ouvir e se encantar com a magia dos contos de fadas, com os causos, com as histórias diversas existentes no contexto da literatura infantil e juvenil.

5 – Objetivos
 
 5.1 – Objetivo geral

Disseminar a magia das histórias da literatura infantil, juvenil e seus derivados com ludicidade, envolvendo e  desenvolvendo o gosto, o prazer e o encantamento dos alunos pelo mundo mágico da leitura.     

5.2 – Objetivos específicos 
  • Identificar a importância da leitura com  histórias infantis, juvenis, dos contos, dos causos, das fabulas, mitos, lendas, cordéis;
  • Experimentar a leitura encantada e lúdica, saboreando pelo prazer de ouvir as histórias lidas e contadas;
  • Envolver-se no mundo mágico da leitura, através de recursos atrativos, lúdicos e cativantes;
  • Compreender o mundo mágico e imaginário  da leitura como algo a ser descoberto, algo a alicerçar o conhecimento do mundo que nos cerca;
  • Utilizar a leitura lúdica e a contação de histórias como algo favorável para o desenvolvimento da leitura com gosto e espontaneidade;

  • Avaliar as  diversas histórias lidas e contadas com ludicidade e encantamento,  como algo necessário a alicerçar e a desenvolver o gosto e o prazer dos alunos pelo mundo mágico da leitura;

6 – Justificativa

Nem dá pra balançar, fingir hesitar... Rota direta, o Sítio do Picapau Amarelo ! Neste perfeito território da infância , mil refúgios secretos para quem é criança, para quem quer voltar a ser...Para ouvir , ler ou inventar histórias, não há lugar melhor do que lagartear ao sol, debaixo da jabuticabeira...!!! (Fanny Abramovich)
A magia e o encantamento que uma história lida ou contada pode causar em qualquer pessoa quando ouve, é algo que aos poucos temos que ir acordando e passando esse mesmo gosto dos tempos em que ouvíamos as historias e os causos contados ou lidos pelos nossos pais, avós ou professores.
Hoje com tantas tecnologias, com o surgimento de tantos brinquedos eletrônicos, com tantos compromissos e encargos das escolas e também das famílias, vemos que as histórias mágicas vindas da literatura infantil, juvenil e da cultura popular,  estão sendo esquecidas pelas famílias ou pouco trabalhadas nas escolas.
Deparamos na realidade escolar, ao se trabalhar com a leitura, onde os textos, na maioria das vezes,  têm apenas as funções  da interpretação ou para a  produção de algo escrito ou reescrito, perdendo o lado mágico do faz de conta, do lúdico, da imaginação, do prazer e do encantamento do aluno em escutar e saborear com as asas da imaginação.
Desejamos que os nossos alunos sejam leitores, porém, nós  enquanto responsáveis pelo processo ensino-aprendizagem, envolvemos nossos alunos com  a escuta de bons textos, de bons livros ou com a magia da contação de histórias e causos do interesse deles?
Sobre isso podemos citar uma frase do professor Edmir Perrotti, da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, do curso de Políticas Públicas de Comunicação de Leitura, onde ele diz o seguinte:
”Contar histórias é uma arte, é fantástico e tem de ser cultivado desde muito cedo. O país preocupa-se em alfabetizar a população e, no entanto, não tem feito o mesmo esforço para que os cidadãos brasileiros sejam leitores.” (Revista Pátio, julho/setembro/2010)
Ao refletir as palavras do professor Edmir Perrotti, vemos a grandiosidade das histórias lidas ou contadas, pois se pretendemos desenvolver bons leitores, devemos envolvê-los por primeiro nesse mundo maravilhoso e encantador, ou seja, lendo para os alunos e junto com os alunos. Também contando histórias com ludicidade, com criatividade e imaginação.
Tudo isso contribui para o desenvolvimento de possíveis leitores, além, é claro, do contato com a fantasia e a magia das maravilhas encontradas no mundo da leitura, no viés da imaginação, onde o aluno descobre o prazer em ouvir uma boa história lida ou contada e ali descobre sozinho a saborear o mundo imaginário.
A leitura não deve ser trabalhada apenas com intuito de cobranças e produções, mas em primeiro lugar, devem-se buscar mecanismos pedagógicos para o desenvolvimento livre e autônomo da mesma. Quando almejamos alunos leitores, produtores e escritores devemos encantá-los e seduzi-los com leituras próprias, encantadoras e marcantes. Quando realizamos o ato da leitura, devemos demonstrar encanto ao ler ou ao contar, internalizar os personagens e o narrador, vivenciar com alegria a ato da leitura. Tais atitudes podem marcar a vida de maneira saudável para sempre do ouvinte e este tornar-se um leitor participante e ativo das descobertas existentes no mundo da leitura.
Vejamos o que diz Chalita quando se refere aos contos de fadas, à imaginação da infância:
Falar dos ensinamentos transmitidos por Cinderela significa fazer uma reverencia aos contos de fadas, historias que nos tocaram profundamente e conquistaram os nossos corações de forma arrebatadora. Geralmente essa sedução coletiva e deliciosa ocorre muito cedo, quando ainda vivemos no período mais ensolarado e significativo das nossas vidas: A infância. (CHALITA,2005,P.103)
Partindo da intenção de  realizar leituras dos livros de literatura infantil e juvenil e a contação de histórias , é que a coordenadora da sala de leitura da Escola Estadual de Ensino Fundamental Julieta Vilela Velozo, pretende desenvolver o projeto “Vem vindo histórias”, sendo este com o intuito de levar a leitura e as histórias de encontro com todos os alunos matriculados. Vemos que nossos educandos lêem pouco ou muitas vezes emprestam livros somente porque será cobrado algo em relação a leitura. Na verdade, nossos alunos precisam desenvolver o gosto prazeroso e amoroso pela leitura, mas para isso precisa ser seduzido e conquistado.
Assim, este projeto vai de encontro com o aluno na sala de aula  e fazer dali um lugar mágico, encantado e inesquecível. Utilizando recursos lúdicos para conquistar um publico de futuros leitores. Pretende-se que o aluno escute, saboreie e viaje na imaginação, sem cobranças e sem limites, apenas pelo prazer de escutar ou contemplar uma bela história lida ou contada.
7 – Procedimentos metodológicos:
Para realizar as leituras e a contação  de histórias de maneira mágica e lúdica, a coordenadora da sala de leitura irá de encontro com os alunos na sala de aula, preparando cronograma e planejando com antecedência o acontecimento dessas atividades. Contará também com o apoio dos professores abrindo espaços nas aulas para que este momento mágico venha acontecer além de suporte pedagógico da escola e recursos materiais.
Assim as histórias mágicas do “Projeto Vem Vindo Histórias” acontecerão da seguinte maneira:
ü  Leituras de livros infantis e juvenis da sala de leitura, dentre autores como: Monteiro Lobato, Eva Furnari, Vinicius de Moraes, Tatiana Belink, Cecília Meireles, Sylvia Orthof, Ziraldo, entre outros.
ü  Leituras e contação de histórias de Grim, contos de Andersen, contos africanos, histórias encantadas, histórias de assombração, contos de fadas, fábulas, literatura de cordel, entre outras;
ü  Leitura na hora do recreio – levar gibis, livros e montar bancas de livros no momento do recreio deixando os alunos livres para lerem conforme o gosto deles;
ü  Leitura de livros com a sacola literária – onde as turmas de 1º ao 5º ano receberão as sacolas com um livro apropriado para a faixa etária, este livro deve passar por cada aluno, sendo entregue e explorado a partir da leitura de todos. Será uma sacola por série;
ü  Leitura de livros com o carrinho de histórias – será utilizado um carrinho de supermercado para levar os livros até os alunos, seja no recreio, seja nas salas de aula;
ü  A contação e a leitura de histórias citadas a cima acontecerão também através de fantoches, dedoches, palitoches e avental de histórias – motivando e incentivando o prazer pelos livros e pelas histórias, vemos como leitura lúdica

8 – Cronograma

Este cronograma vai acontecendo conforme o agendamento dos professores em relação á vista da coordenadora em sala de aula para contar as histórias, sendo especificado depois das ações em forma de relatórios e registros comprobatórios.

9 – Avaliação

Serão avaliadas as capacidades de conhecimentos e compreensão dos alunos diante das histórias lidas e contadas, diante das informações identificadas interpretadas e/ou reconhecidas, pelo gosto de ouvir, sentir e presenciar momentos mágicos das histórias.

10 – Referências 

GESTAR I TP 4. Leitura e produção de texto. Brasília: 2005.

REVISTA NOVA ESCOLA. A viagem da leitura nas terras do faz-de-conta.São Paulo: Abril, 1998.
_________ . Ensinando tudo com histórias. São Paulo: Abril, 1995.
_________. Leitura as melhores estratégias para: ler por prazer, ler para estudar, ler para se informar. São Paulo: Abril, 2006.
_________. Leitura, descobrir o prazer de ler é o primeiro passo para formar leitores ( de qualquer idade). São Paulo: Abril, 2008.
__________.Produção de Texto - Revista Nova Escola. São Paulo:Abril, 2009.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS - TERCEIRO E QUARTO CICLOS DO ENSINO FUNDAMENTAL: LÍNGUA PORTUGUESA. Brasília
O QUE SÃO: CONTOS DE FADAS, MITOS, LENDAS E FÁBULAS

A narrativa é a arte de contar histórias tão antiga quanto o homem. Não há povo sem narrativa. As histórias narradas sempre acompanharam a vida do homem em sociedade. Através delas foi possível a preservação da cultura e durante muito tempo foram a única fonte de aquisição e transmissão do conhecimento (formas orais). Além disso, as narrativas estimulam a imaginação e povoam a mente de ideias, pessoas, lugares, acontecimentos, desejos, sonhos...
A importância da narrativa nas diversas circunstâncias de vida gerou vários modos de se contar uma história, ou seja, vários tipos de narrativas - lendas, contos, mitos, romances, fábulas etc.
Os contos, mitos, lendas e fábulas são antigas expressões da cultura que se eternizaram graças à tradição oral. passada de uma geração para outra, e do texto impresso.
* CONTOS DE FADAS *

Os contos de fadas emocionam, divertem, criam suspense, mexem com os sentimentos mais primitivos do indivíduo. Neles, o bem e o mal aparecem claramente esboçados, possibilitando perceber que a luta contra os problemas faz parte da existência humana. Por ter suas origens na tradição oral, muitos contos foram recebendo novos elementos. fazendo surgir muitas variações sobre o mesmo enredo (diferentes versões).
São textos que mantêm uma estrutura fixa: partem de um problema (como estado de penúria, carência afetiva, conflito entre mãe e filho), que desequilibra a tranquilidade inicial. O desenvolvimento é uma busca de soluções, no plano da fantasia, com introdução de elementos mágicos: fadas, bruxas, duendes, gigantes etc.). A restauração da ordem acontece no final da narrativa, quando se volta a uma situação de tranquilidade.
* FÁBULAS *

As fábulas são pequenas narrativas que transmitem em linguagem simples mensagens morais relacionadas ao comportamento no cotidiano. Em geral, a moral é acrescida por um pensamento final.
Algumas fábulas possuem personagens humanas, mas a maior parte delas mostra situações do dia-a-dia vividas por seres personificados - animais com características humanas. O comportamento dos animais representa os defeitos, as qualidades e os vícios dos seres humanos. É muito comum a presença de provérbios populares.
Os mais famosos fabulistas (autores de fábulas) foram: Esopo (Grécia, 600 A.C.) e La Fontaine (França, século XVIII). No Brasil. Monteiro Lobato (século XX) e nos dias de hoje Millor Fernandes, que as recriou de forma satírica e engraçada.
* LENDAS *

As lendas, assim como os mitos, são histórias sem autoria conhecida. Foram criadas por povos de diferentes lugares e épocas para explicar fatos para os quais as pessoas não tinham explicações, como o surgimento da terra e dos seres humanos, do dia e da noite e outros fenómenos da natureza. Também falam sobre heróis. heroínas, deuses, deusas, monstros e outros seres fantásticos.

É FUNDAMENTAL LEMBRAR...
Os contos, mitos, lendas e fábulas devem fazer parte do cotidiano da sala de aula. para que os alunos possam aprender mais sobre eles. ampliando o repertório, descobrindo a magia, conhecendo obras e autores consagrados, aproprian-do-se da linguagem e estabelecendo um vínculo prazeroso com a leitura e a escrita.
Uma das formas de esses textos entrarem na sala de aula é através da leitura diária realizada pelo professor. Lembre-se: os alunos que não sabem ler convencionalmente podem "ler" através da leitura do professor.

O QUE O LÚDICO PODE 


OFERECER ÀS CRIANÇAS?


O QUE O LÚDICO PODE OFERECER ÀS CRIANÇAS?


Construir um espaço na escola, onde o lúdico, o jogo e a brincadeira se tornem algo real, é um desfio e um compromisso muito grande, considerando que em nome da educação formal, inibe-se a criatividade, a liberdade, e até mesmo, a inteligência dos alunos, o que os deixa desmotivados para a aprendizagem. Sabe-se através de várias pesquisas e estudos realizados, que o lúdico é de fundamental importância para o desenvolvimento físico e mental da criança, auxiliando na construção do seu conhecimento e na sua socialização, englobando aspectos cognitivos e afetivos. O lúdico também é um importante instrumento pedagógico, que tem o poder de melhorar a auto estima e aumentar os conhecimentos da criança, quando utilizados com objetivos definidos. O ensino utilizando meios lúdicos, cria um ambiente gratificante e atraente, servindo como estímulo para o desenvolvimento entegral da criança. O ato brincar é tão antigo quanto o homem, na verdade o brincar faz parte da essência do ser humano. Hoje, pelo despreparo, os profissionais da área de educação, deixam este importante recurso de lado, desconhecendo a importância de brincar, ou seja, desconstrói, de certa forma, um grande processo de desenvolvimento.

Durante as brincadeiras, as crianças adquirem iniciativa e autoconfiança, quando lhes é permitido ter autonomia e liberdade. Proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração. No que diz respeito à socialização, as crianças exercem a liderança ou passividade, ou seja, desenvolvem a personalidade e o controle da mesma. Também colabora com o exercício da competitividade, pois o vencer é motivo de orgulho e prazer, bem como age diretamente na cooperação do grupo e da participação coletiva. As atividades lúdicas, quando bem administradas, trazem diversos benefícios às crianças.


"A tarefa essencial do professor é despertar a alegriade trabalhar e de conhecer." ( Albert Eisntein, cientista alemão, Como Vejo o Mundo )




LÚDICO: PIAGET X VYGOTSKY


O jogo simbólico é a representação corporal do imaginário, e apesar de nele predominar a fantasia, a atividade psico-motora exercida acaba por prender a criança à realidade. Na sua imaginação ela pode modificar sua vontade, usando o "faz de conta", mas quando expressa corporalmente as atividades, ela precisa respeitar a realidade concreta e as relações do mundo real. Por essa via, quando a criança estiver mais velha, é possível estimular a diminuição da atividade centrada em si própria, para que ela vá adquirindo uma socialização crescente. As características dos jogos simbólicos são:

* liberdade de regras (menos as criadas pela criança);
* desenvolvimento da imaginação e da fantasia;
* ausência de objetivo explícito ou consciente para a criança;
* lógica própria com a realidade;
* assimilação da realidade ao "eu".

No jogo simbólico a criança sofre modificações, a medida que vai progredindo em seu desenvolvimento rumo à intuição e à operação. E finalmente, numa tendência imitativa, a criança busca coerência com a realidade.
Na pré-escola, o raciocínio lógico ainda não é suficiente para que ela dê explicações coerentes a respeito de certas coisas. O poder de fantasiar ainda prepondera sobre o poder de explicar. Então, pelo jogo simbólico, a criança exercita não só sua capacidade de pensar ou seja, representar simbolicamente suas ações, mas também, suas habilidades motoras, já que salta, corre, gira, transporta, rola, empurra, etc. Assim é que se transforma em pai/mãe para seus bonecos ou diz que uma cadeira é um trem. Didaticamente devemos explorar com muita ênfase as imitações sem modelo, as dramatizações, os desenhos e pinturas, o faz de conta, a linguagem, e muito mais, permitir que realizem os jogos simbólicos, sozinhas e com outras crianças, tão importantes para seu desenvolvimento cognitivo e para o equilíbrio emocional.

Piaget:

Descreve quatro estruturas básicas de jogos infantis, que vão se sucedendo e se sobrepondo nesta ordem: Jogo de exercício, Jogo simbólico/dramático, Jogo de construção, Jogo de regras. A importância do jogo de regras, é que quando a criança aprende a lidar com a delimitação, no espaço, no tempo, no tipo de atividade válida, o que pode e o que não pode fazer, garante-se uma certa regularidade que organiza a ação tornando-a orgânica.
O valor do conteúdo de um jogo deve ser considerado em relação ao estágio de desenvolvimento em que se encontra a criança, isto é, como a criança adquire conhecimento e raciocina.
Constance Kamiie cita alguns critérios para que um jogo possa ser útil no processo educacional:

-Proposição de alguma coisa interessante e desafiadora para as crianças resolverem.
-Permitir que as crianças possam se auto-avaliar quanto a seu desempenho.
-Permitir que todos os jogadores possam participar ativamente, do começo ao fim do jogo.

O jogo para Vygotsky

Vygotsky estabelece uma relação estreita entre o jogo e a aprendizagem, atribuindo-lhe uma grande importância. Para que possamos melhor compreender essa importância é necessário que recordemos alguma idéias de sua teoria do desenvolvimento cognitivo. A principal é que o desenvolvimento cognitivo resulta da interação entre a criança e as pessoas com quem mantém contato regulares.
Convém lembrar também que o principal conceito da teoria de Vygotsky é o de Zona de Desenvolvimento Proximal, que ele define como a diferença entre o desenvolvimento atual da criança e o nível que atinge quando resolve problemas com auxílio, o que leva à conseqüência de que as crianças podem fazer mais do que conseguiriam fazer por si sós.
"No desenvolvimento a imitação e o ensino desempenham um papel de primeira importância. Põem em evidência as qualidades especificamente humanas do cérebro e conduzem a criança a atingir novos níveis de desenvolvimento. A criança fará amanhã sozinha aquilo que hoje é capaz de fazer em cooperação. Por conseguinte, o único tipo correto de pedagogia é aquele que segue em avanço relativamente ao desenvolvimento e o guia; deve ter por objetivo não as funções maduras, mas as funções em vias de maturação" (Vygotsky, 1979:138).
Não é o caráter de espontaneidade do jogo que o torna uma atividade importante para o desenvolvimento da criança, mas sim, o exercício no plano da imaginação da capacidade de planejar, imaginar situações diversas, representar papéis e situações do cotidiano, bem como, o caráter social das situações lúdicas, os seus conteúdos e as regras inerentes à cada situação.
Também não é todo jogo da criança que possibilita a criação de uma Zona de Desenvolvimento Proximal, do mesmo modo que nem todo o ensino o consegue; porém, no jogo simbólico, normalmente, as condições para que ela se estabeleça estão presentes, haja vista que nesse jogo estão presentes uma situação imaginária e a sujeição a certas regras de conduta. As regras são parte integrantes do jogo simbólico, embora, não tenham o caráter de antecipação e sistematização como nos jogos habitualmente "regrados".
Ao desenvolver um jogo simbólico a criança ensaia comportamentos e papéis, projeta-se em atividades dos adultos, ensaia atitudes, valores, hábitos e situações para os quais não está preparada na vida real, atribuindo-lhes significados que estão muito distantes das suas possibilidades efetivas. A atuação nesse mundo imaginário cria uma Zona de Desenvolvimento Proximal formada por conceitos ou processos em desenvolvimento.
Podemos sintetizar dizendo que: a regra e a situação imaginária caracterizam o conceito de jogo infantil para Vygotsky.
O autor também detecta no jogo outro elemento a que atribui grande importância: o papel da imaginação que coloca em estreita relação com a atividade criadora. (Vygotsky, 1999). Ele afirma que os processos de criação são observáveis principalmente nos jogos da criança, porque no jogo ela representa e produz muito mais do que aquilo que viu.
“Todos conhecemos o grande papel que nos jogos da criança desempenha a imitação, com muita freqüência estes jogos são apenas um eco do que as crianças viram e escutaram aos adultos, não obstante estes elementos da sua experiência anterior nunca se reproduzem no jogo de forma absolutamente igual e como acontecem na realidade. O jogo da criança não é uma recordação simples do vivido, mas sim a transformação criadora das impressões para a formação de uma nova realidade que responda às exigências e inclinações da própria criança” (Vygotsky , 1999:12).

Diferenças entre Vygotsky e Piaget

Esta idéia de transformação criadora é completamente diferente da idéia de Piaget de assimilação do real ao eu. Tanto em Vygotsky como em Piaget se fala numa transformação do real por exigência das necessidades da criança, mas enquanto que para Piaget a imaginação da criança não é mais do que atividade deformante da realidade, para Vygotsky a criança cria (desenvolve o comportamento combinatório) a partir do que conhece, das oportunidades do meio e em função das suas necessidades e preferências.
Como afirma Palangana (1994) as concepções de Vigostky e Piaget quanto ao papel do jogo no desenvolvimento cognitivo diferem radicalmente. Para Piaget (1975) no jogo prepondera a assimilação, ou seja, a criança assimila no jogo o que percebe da realidade às estruturas que já construiu e neste sentido o jogo não é determinante nas modificações das estruturas. Para Vygotsky o jogo proporciona alteração das estruturas.
De acordo com as concepções de Vygotsky, uma prática pedagógica adequada perpassa não somente por deixar as crianças brincarem, mas, fundamentalmente por ajudar as crianças a brincar, por brincar com as crianças e até mesmo por ensinar as crianças a brincar.



Bibliografia

PALANGANA, I. C. (1994) – "Desenvolvimento & aprendizagem em Piaget e Vygotsky (a relevância do social)" – São Paulo: Plexus.
PIAGET (1975) – A formação do símbolo na criança . Rio de Janeiro: Zahar Editores.
VYGOTSKY, L. S. (1999) – Imaginación y creación en la edad infantil. La Habana: Editorial Pueblo y Educación.







Tecnologia e ludicidade



Por Marlucio Luna



A entrada das tecnologias digitais na escola, principalmente aquelas ligadas à ludicidade, abre perspectivas inovadoras para educadores e alunos. Crianças e adolescentes deixam a condição de meros consumidores e assumem o papel de produtores de mídia, (re)criando linguagens e amplificando as possibilidades de expressão. Um exemplo da nova realidade é o estudante paulista que traduziu o livro Memória póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, para a escrita abreviada das mensagens de texto enviadas pelos telefones celulares. As mudanças ocorrem na velocidade da internet. Certezas e verdades caem por terra. Os games, acusados em um passado recente de estimular a violência e afetar a concentração dos jovens, foram absolvidos por vários cientistas. Estudos apontam que os jogos eletrônicos estimulam o córtex cerebral e melhoram o controle motor de garotos e garotas. Os debatedores Lynn Alves, Maria Tereza Freitas e Fernando Mozart destacam a necessidade de o educador abandonar preconceitos e encarar a tecnologia como elemento importante em seu trabalho.

A polêmica

O terceiro milênio começou sob o impacto da rapidez com que ocorrem os avanços tecnológicos. Sites, blogs, fotologs, games, softwares de comunicação instantânea e telefones celulares com câmeras digitais (foto e vídeo) e computadores (menores e mais potentes) são instrumentos cada vez mais utilizados por jovens de todas as idades. Essa nova realidade deu a crianças e adolescentes o poder de ir além do consumo passivo de produtos e serviços; transformou-os em autores em potencial.
As crianças e os adolescentes de hoje fazem parte da primeira geração imersa quase que totalmente na tecnologia. Namoros começam e terminam na web; a comunicação com os amigos ocorre através de programas como o Messenger ou o ICQ; sites de relacionamento — o Orkut é o maior deles — ajudam a criar grupos com interesses comuns; as pesquisas escolares estão ao alcance do mouse; as músicas e os filmes favoritos podem ser trocados pela internet; e até mesmo games podem ser jogados on-line, com cada um dos participantes em seu quarto. Tudo pode ser feito no computador.
Os pais se assustam com o poder de atração que as tecnologias exercem sobre os filhos. Ainda que, em muitos casos, sejam usuários da internet e tenham brincado na infância com os “avós” dos games de hoje, os responsáveis temem que a oferta excessiva de ferramentas tecnológicas afete a preparação de crianças e adolescentes para a vida adulta — principalmente no que se refere à educação.
A psicologia e a neurociência trazem boas notícias para pais e educadores preocupados com os efeitos da tecnologia no que diz respeito ao desenvolvimento de crianças e adolescentes. Pesquisas apontam que computadores, videogames, filmes e programas de TV com conteúdo adequado estimulam a seleção de informação, a capacidade de dedução e a lógica. Steven Johnson, autor do livro Surpreendente!: a televisão e o videogame nos tornam mais inteligentes, explica que diversões complexas desenvolvem a capacidade cognitiva, fazendo com que os jovens exercitem suas capacidades cerebrais com maior intensidade. Isso, segundo Johnson, as torna mais inteligentes.
Johnson destaca que, embora o conteúdo dos livros seja muito superior à da maioria dos produtos de entretenimento, os games têm um papel importante: seriam uma espécie de “ginástica” para o cérebro.
A teoria de Johnson encontra defensores em várias áreas. Neuropsicólogo do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, Daniel Fuentes crê que haja relação direta entre a evolução do QI médio nas últimas décadas em vários países e o crescente uso da tecnologia:
“Com o avanço da tecnologia e dos meios de comunicação nas últimas décadas, a carga de informação e a diversidade de estímulos aumentaram muito, o que vem tornando os jovens mais inteligentes.” (SOUZA) Nos Estados Unidos, o National Institute of Mental Health realizou uma pesquisa (resumo da pesquisa disponível emwww.nimh.nih.gov/press/prbrainmaturing.cfm) em que foiconstatada a capacidade de o cérebro se desenvolver durante toda a vida — e não só até os 12 anos, como se imaginava. O estudo revela que as mais profundas transformações na estrutura cerebral ocorrem até os 25 anos. O cientista Jay Giedd, coordenador da pesquisa, monitorou durante 13 anos, com o auxílio de exames de ressonância magnética, o cérebro de 1.800 jovens. As transformações por que passa a estrutura cerebral dos adolescentes são fruto da ação dos hormônios e da relação entre as massas branca e cinza do cérebro. Entre as conclusões de Giedd, uma chama a atenção: crianças e adolescentes que jogam games registraram aumento do córtex e melhora da coordenação motora.Uma outra pesquisa (relatório da pesquisa disponível emwww.bcs.rochester.edu/people/daphne/visual.html#video), esta realizada pela neurocientista Daphne Bavelier, da Universidade de Rochester, revelou outros aspectos positivos dos games. O estudo mostrou que jogadores habituais desenvolvem de forma mais acentuada a capacidade visual, a noção espacial e a coordenação motora. Caminho semelhante ao de Bavelier foi trilhado pelo professor da Universidade de Temple, na Philadelphia, Laurence Steinberg, que coordenou uma pesquisa sobre neuroplasticidade. Os dados indicaram que os estímulos dos jogos eletrônicos têm influência decisiva na organização neurológica. Steinberg enumera os principais benefícios:
“Atividades praticadas repetidamente estimulam mudanças no cérebro. Dependendo do jogo, há melhora na coordenação motora, na memória e nos reflexos." (MARTINS) Testes apontam que em algumas áreas o fato de ter brincado com games na adolescência tornou os jovens mais hábeis na vida profissional adulta. Os médicos que realizam cirurgia de videolaparoscopia com mais agilidade e precisão foram adolescentes que tinham familiaridade com games. Pilotos de avião também se enquadram nesse perfil. No caso da aviação comercial, os games chegaram a tal nível de sofisticação que já são usados no treinamento oferecido pelas empresas aéreas a seus comandantes e também por escolas de formação de pilotos. (NENO) Professor da Universidade de Wisconsin e autor do livro What video games have to teach us about learning and literacy, James Paul Gee reforça a corrente dos defensores dos games. Para ele, o jogo segue uma lógica semelhante àquela adotada pelos cientistas: construir uma hipótese, testá-la, refletir sobre os resultados, testá-la novamente e obter resultados melhores. Gee destaca que os games ensinam às crianças e aos adolescentes como traçar relações entre os fatos, não pensando neles como eventos isolados.
Os games representam apenas uma das várias vertentes da tecnologia no cotidiano de crianças e adolescentes. A internet, com suas múltiplas potencialidades, abriu espaço para que os jovens (re)criassem formas de expressão. A escrita calcada em abreviações e “transformações” de palavras — muito utilizada na comunicação instantânea (via ICQ, Messenger e softwares similares) — traz em si a rapidez dos dias atuais e, simultaneamente, resgata uma prática dos tempos da comunicação por telégrafo. Futuro e passado se mesclam.
Nessa forma de comunicação escrita usada por jovens não aparecem letras maiúsculas, pois há economia de toques no teclado por não se acionar a tecla “shift”. Nomes próprios, pronomes, substantivos, enfim, qualquer palavra pode ser encurtada. Vogais são suprimidas e o “k” substitui “ca” e “q” assume o lugar do “que”.
Na comunicação por telégrafo, o acento agudo era substituído pela letra “h”. A comunicação instantânea recupera essa prática. Cabe lembrar que o mesmo artifício foi utilizado nos primórdios da troca de mensagens pela internet. Como os equipamentos e programas eram importados, teclados e softwares de texto não previam o uso de acentos, pois eram produzidos originalmente para a língua inglesa — e, mais uma vez, o “h” cumpria tal papel.
Do teclado dos microcomputadores, a comunicação instantânea saltou para os visores dos telefones celulares sob a forma de “torpedos” — mensagens de texto transmitidas e recebidas pelos aparelhos. A falta de praticidade do teclado dos celulares gerou novas “artimanhas” para se ganhar tempo na digitação das mensagens. Um exemplo é a palavra “não”. No computador, sua grafia correta exige o acionamento de quatro teclas. No celular, são 11 os toques no teclado. O “naum” pode ser escrito com seis toques e reproduz a sonoridade da palavra. Uma solução prática e criativa.
O que surgiu apenas como uma forma peculiar de comunicação entre jovens começa a ter novas utilizações. O estudante paulista Fernando Monteiro, de 20 anos, “traduziu” o livro Memória póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, para a linguagem abreviada do celular. Durante duas semanas, Fernando se dedicou a colocar um dos maiores clássicos da literatura brasileira sob o formato ddonês. O termo ddonês foi criado pelo próprio Fernando Monteiro para essa variação da escrita usada nos textos enviados por e para telefones celulares. Nota-se que o nome deriva da palavra “dedo”, que na linguagem dos torpedos é grafada “ddo”.
A tradução foi publicada no blog de Fernando, disponível na URLhttp://brascubas.moblog.vivo.com.br/. Na apresentação do blog, o estudante explica os motivos que o levaram a reescrever o livro:
“Meu nome é Fernando e este monoblog é um trabalho experimental. Quero mostrar que fui a primeira pessoa do mundo a digitar um livro inteiro no teclado do celular, usando uma nova maneira de escrever.”
A obra é apresentada da seguinte forma no blog: “Memrias postmas de bras cubas” (Maxado d Acis) — disponível na URLhttp://brascubas.moblog.vivo.com.br/v1/post.aspx?ip=157922. Em um dos posts do blog, o estudante conta que uma editora o procurou para publicar a versão impressa da tradução. Entre os 65 comentários do post, apenas cinco (7,6%) elogiaram a iniciativa do estudante.
Fernando ressalta que sua tradução não tem características de um resumo e que apenas utiliza palavras mais curtas. Ele compara a tradução com a exibição de um filme em alta velocidade:
“Eu não gosto de ver o trailler, quero ver o filme inteiro. Agora, se posso ver o filme inteiro no modo forward e consigo entendê-lo, economizo um tempão e pego todas as idéias.” (BEGUOCI)
Entre os educadores, a escrita abreviada divide opiniões. Alguns a consideram uma ameaça que pode comprometer a capacidade de expressão dos jovens no futuro. Uma outra corrente acredita que a escrita abreviada é criativa e lúdica, estabelecendo códigos próprios da era digital.

Escrita teclada: uma nova forma de escrever?

A professora Maria Tereza Freitas, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), pesquisou durante quatro anos o uso da escrita teclada por adolescentes em e-mails e chats. Nestes, as conversas giravam em torno da temática jovem e abordavam, em sua maioria, questões relativas à sexualidade, ao entretenimento e às relações sociais. Já os e-mails mencionavam preocupações com a estética e a identificação dos jovens com personagens das histórias de RPG. Segundo ela, os personagens levam o adolescente a refletir sobre sua própria vida e sobre valores éticos.
A pesquisa mostrou que chats e e-mails representam espaços lúdicos e de construção da subjetividade do jovem — algo como os antigos diários escritos em cadernos. Assim, a internet levaria o adolescente a ler mais e a escrever de forma criativa, lúdica, prazerosa e interativa. “A escrita abreviada usada pelos adolescentes em chats e e-mails segue a lógica do teclado, do suporte. Ela constrói novos códigos, novas palavras, seguindo a oralidade”, destaca Maria Tereza. Aos críticos da escrita teclada, a educadora lembra que os usuários reconhecem que a linguagem é exclusiva da internet e não a transpõem para a escola.
Outro aspecto mencionado pela educadora diz respeito à utilização do teclado para a expressar entonações. Símbolos como :-) (alegre), :-( (triste), :-D (rindo do interlocutor) e -) (sorrindo de óculos escuros) — os emoticons — foram criados para quebrar a frieza dos textos, economizar tempo e humanizar as conversas.
A pesquisa mostrou que o envolvimento dos jovens com a internet se dá por etapas. Em um primeiro momento, o da descoberta, a web surpreende e encanta. No estágio seguinte, ela atrai o jovem para o papel de usuário de ferramentas como chats e e-mails. A partir daí, muitos buscam a criação de seus próprios sites — tarefa lúdica, que requer leitura técnica e uso da escrita (na formatação e na produção de conteúdo). Nesse processo, o adolescente se aproxima de outros suportes, como livros, revistas e jornais.
O processo de construção dos sites, destaca Maria Tereza, é artesanal, coletivo e ocorre pela troca de experiências. O recurso “recorta/cola” se torna um aliado fundamental para a estruturação das páginas na web. Orientações, dicas e comandos de programação são repassados para que o amigo virtual consiga colocar seu site no ar. Ao mesmo tempo em que o adolescente se reconhece como autor daquele produto de mídia, ele também percebe que a autoria foi diluída ao longo de um processo de troca de informações.
Nos sites ou blogs, os jovens expõem intimidades, abordando temas específicos — bandas, músicas, literatura e interesses característicos dessa etapa da vida. Seus interlocutores/leitores são outros jovens. A leitura se transmuta em escrita, pois os blogs têm áreas para comentários. Assim, a escrita se inscreve em textos anteriores, alterando e reconstruindo coletivamente o texto original.
Maria Tereza destaca ainda as novas formas de interação social geradas pela web. Os encontros virtuais com o outro são mediados pela escrita. Com isso, surgem novas práticas de sociabilidade: amigos íntimos se identificam por nicks (apelidos na internet), conhecem segredos íntimos uns dos outros, porém muitas vezes jamais se encontraram. As interações sociais no mundo virtual são simbólicas. A educadora lembra que as tecnologias sempre provocaram alterações profundas no modo de viver e que tal característica não é exclusiva da internet.
Uma das principais contribuições da web, na opinião de Maria Tereza, foi o surgimento do hipertexto, recurso de navegação por meio do qual o internauta “percorre” diversos textos que se conectam. É o leitor quem determina a versão final de seu roteiro de leitura, em um processo multilinear que propicia a interlocução. “Será que a escola conhece a riqueza dessa linguagem?”, pergunta.

Jogos eletrônicos

Por que os jovens têm tanto interesse pelos games? Por que os educadores resistem tanto às novas tecnologias? Estas indagações levaram a professora Lynn Alves, da Universidade do Estado da Bahia, a pesquisar o mundo dos jogos eletrônicos. Ela passou a freqüentar lan houses, participar de listas de discussão e navegar por portais e sites especializados.
Os games apresentam características como a cultura da simulação, as ações simultâneas, a linguagem icônica e a interatividade. Osjovens desempenham os papéis de atores e autores do processo. Além disso, estimulam a interação social, através de comunidades virtuais e troca de mensagens.A cultura da simulação inerente aos games encontrou na internet — e sua realidade virtual — o espaço perfeito para disseminação. A partir de chats, jogos eletrônicos e RPGs, os adolescentes experimentam novas habilidades cognitivas. Os games são espaços de catarse, apontam questões subjetivas de cada sujeito, apresentam desafios e trazem uma riqueza pedagógica pouco explorada pelos educadores. No caso do RPG, surgem ainda novas opções de narrativa.
Para Lynn, a escola ainda não entendeu como é o “aprender” dentro de uma realidade marcada pela tecnologia e se mantém atrelada a um modelo “enfadonho”. A descoberta de um “novo aprender” requer, segundo ela, a predisposição do educador em compreender a linguagem dos alunos.

Animação na escola

O assessor da presidência da MULTIRIO Fernando Mozart apresentou trabalhos com animação em linguagem flash desenvolvidos para o site do programa Século XX1 e a experiência da professora Amália Maria Mattos de Araújo, do Ciep Presidente Agostinho Neto (2ª CRE) — que, juntamente com os alunos, realizou o filme Ser criança, utilizando a técnica stop motion. Técnica de animação na qual a filmagem de bonecos ou objetos é realizada quadro a quadro, cena a cena, cada vez com um movimento ligeiramente diferente. A seguir, o filme é rodado com 24 quadros por segundo e cria, para quem assiste à animação, a ilusão de que a imagem se move.
Nas oficinas de animação organizadas pela MULTIRIO, os professores da Rede Municipal aprendem a utilizar softwares de animação (Webpainter, Pivot e Draw SWFi) para o desenvolvimento de atividades com os alunos. O objetivo é estimular a criatividade e a ludicidade de crianças e adolescentes.

Referências bibliográficas:-

BEGUOCI, Leonardo. Estudante traduz “Brás Cubas” para o celular. Folha de São Paulo, São Paulo, 18 jan. 2006.- MARTINS, Marília & CLÉBICAR, Tatiana. No mundo dos games. Revista O Globo, Rio de Janeiro, 22 ago. 2004.- NENO, Mylene. Mas que navegar, que nada! Jornal O Dia. Rio de Janeiro. 1 fev. 2004. Reportagem disponível em odia.terra.com.br/tecnologia/htm/geral_21158.asp.- SOUZA, Okly de & Zakabi, Rosana. Imersos na Tecnologia — e mais espertos. Revista Veja, São Paulo, 11 jan. 2005._________________________________________________________Marlúcio Luna é jornalista e editor de conteúdo do Site Século XX1, da MULTIRIO.





Aprender Brincando: O Lúdico na Aprendizagem


Autora: Juliana Tavares Maurício



A ludicidade é assunto que tem conquistado espaço no panorama nacional, principalmente na educação infantil, por ser o brinquedo a essência da infância e seu uso permitirem um trabalho pedagógico que possibilita a produção do conhecimento, da aprendizagem e do desenvolvimento.
Independentemente de época, cultura e classe social, os jogos e brinquedos fazem parte da vida da criança, pois elas vivem em um mundo de fantasia, de encantamento, de alegria, de sonhos onde a realidade e o faz-de-conta se confundem, apesar de a história de antigas civilizações mostrar o contrário, fazendo o brincar se transformar em pecado.
Nas sociedades de mudanças aceleradas em que vivemos, somos sempre levados a adquirir competências novas, pois é o individuo a unidade básica de mudança. A utilização de brincadeiras e jogos no processo pedagógico faz despertar o gosto pela vida e leva as crianças a enfrentarem os desafios que lhe surgirem. Esta pesquisa irá mostrar o quanto o “lúdico” pode ser um instrumento indispensável na aprendizagem, no desenvolvimento e na vida das crianças, tornar evidente que os professores e futuros professores devem e precisam tomar consciência disso, saber se os professores atuantes têm conhecimento de alguns conceitos, como o “lúdico” e a “brinquedoteca” e muitas outras questões sobre a relação do brincar com a aprendizagem e o desenvolvimento da criança.
A escolha do tema justifica-se pelo fato de que os resultados da educação, apesar de todos os seus projetos, continuam insatisfatórios, percebendo-se a necessidade de mudanças no âmbito educacional. Nesse sentido o lúdico pode contribuir de forma significativa para o desenvolvimento do ser humano, seja ele de qualquer idade, auxiliando não só na aprendizagem, mas também no desenvolvimento social, pessoal e cultural, facilitando no processo de socialização, comunicação, expressão e construção do pensamento. Vale ressaltar, porém, que o lúdico não é a única alternativa para a melhoria no intercambio ensino-aprendizagem, mas é uma ponte que auxilia na melhoria dos resultados por parte dos educadores interessados em promover mudanças.
A partir disso, vamos tornar evidente a importância do “lúdico” e como ele, os jogos, os brinquedos e as brincadeiras podem ser importantes para o desenvolvimento e para a aprendizagem das crianças.


I APRENDER BRINCANDO: O LÚDICO NA APRENDIZAGEM


Algumas definições importantes acerca do jogo no processo de aprendizagem, diferenciar o jogo, da brincadeira e do brinquedo, mostrando sua importância, e discorrer sobre a importância do lúdico no processo de ensino-aprendizagem.


1.1 O jogo no processo de aprendizagem


O brincar e o jogar são atos indispensáveis à saúde física, emocional e intelectual e sempre estiveram presentes em qualquer povo desde os mais remotos tempo. Através deles, a criança desenvolvem a linguagem, o pensamento, a socialização, a iniciativa e a auto-estima, preparando-se para ser um cidadão capaz de enfrentar desafios e participar na construção de um mundo melhor. O jogo, nas suas diversas formas, auxilia no processo ensino-aprendizagem, tanto no desenvolvimento psicomotor, isto é, no desenvolvimento da motricidade fina e ampla, bem como no desenvolvimento de habilidades do pensamento, como a imaginação, a interpretação, a tomada de decisão, a criatividade, o levantamento de hipóteses, a obtenção e organização de dados e a aplicação dos fatos e dos princípios a novas situações que, por sua vez, acontecem quando jogamos, quando obedecemos a regras, quando vivenciamos conflitos numa competição, etc. (CAMPOS)
Segundo PIAGET (1967)citado por , “o jogo não pode ser visto apenas como divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e moral”. Através dele se processa a construção de conhecimento, principalmente nos períodos sensório-motor e pré-operatório. Agindo sobre os objetos, as crianças, desde pequenas, estruturam seu espaço e seu tempo, desenvolvendo a noção de casualidade, chegando à representação e, finalmente, à lógica. As crianças ficam mais motivadas para usar a inteligência, pois querem jogar bem, esforçam-se para superar obstáculos tanto cognitivos como emocionais.
O jogo não é simplesmente um “passatempo” para distrair os alunos, ao contrário, corresponde a uma profunda exigência do organismo e ocupa lugar de extraordinária importância na educação escolar. Estimula o crescimento e o desenvolvimento, a coordenação muscular, as faculdades intelectuais, a iniciativa individual, favorecendo o advento e o progresso da palavra. Estimula a observar e conhecer as pessoas e as coisas do ambiente em que se vive. Através do jogo o indivíduo pode brincar naturalmente, testar hipóteses, explorar toda a sua espontaneidade criativa. O jogo é essencial para que a criança manifeste sua criatividade, utilizando suas potencialidades de maneira integral. É somente sendo criativo que a criança descobre seu próprio eu (TEZANI, 2004).
O jogo é mais importante das atividades da infância, pois a criança necessita brincar, jogar, criar e inventar para manter seu equilíbrio com o mundo. A importância da inserção e utilização dos brinquedos, jogos e brincadeiras na prática pedagógica é uma realidade que se impõe ao professor. Brinquedos não devem ser explorados só para lazer, mas também como elementos bastantes enriquecedores para promover a aprendizagem. Através dos jogos e brincadeiras, o educando encontra apoio para superar suas dificuldades de aprendizagem, melhorando o seu relacionamento com o mundo. Os professores precisam estar cientes de que a brincadeira é necessária e que traz enormes contribuições para o desenvolvimento da habilidade de aprender e pensar. (CAMPOS)


1.2 Brinquedo, brincadeira e jogo


Em todos os tempos, para todos os povos, os brinquedos evocam as mais sublimes lembranças. São objetos mágicos, que vão passando de geração a geração, com um incrível poder de encantar crianças e adultos. (VELASCO, 1996)
Diferindo do jogo, o brinquedo supõe uma relação intima com a criança e uma indeterminação quanto ao uso, ou seja, a ausência de um sistema de regras que organizam sua utilização. (KISHIMOTO, 1994)
O brinquedo contém sempre uma referência ao tempo de infância do adulto com representações vinculadas pela memória e imaginações. O vocábulo “brinquedo” não pode ser reduzido à pluralidade de sentidos do jogo, pois conota a criança e tem uma dimensão material, cultural e técnica. Enquanto objeto, é sempre suporte de brincadeira.
O brinquedo é a oportunidade de desenvolvimento. Brincando, a criança experimenta, descobre, inventa, aprende e confere habilidades. Além de estimular a curiosidade, a autoconfiança e a autonomia, proporcionam o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração e da atenção.
O brinquedo traduz o real para a realidade infantil. Suaviza o impacto provocado pelo tamanho e pela força dos adultos, diminuindo o sentimento de impotência da criança. Brincando, sua inteligência e sua sensibilidade estão sendo desenvolvidas. A qualidade de oportunidade que estão sendo oferecidas à criança através de brincadeiras e de brinquedos garante que suas potencialidades e sua afetividade se harmonizem.
Para Vygotsky (1994) citado por OLIVEIRA, DIAS, ROAZZI (2003), o prazer não pode ser considerado a característica definidora do brinquedo, como muitos pensam. O brinquedo na verdade, preenche necessidades, entendendo-se estas necessidades como motivos que impelem a criança à ação. São exatamente estas necessidades que fazem a criança avançar em seu desenvolvimento.
A brincadeira é alguma forma de divertimento típico da infância, isto é, uma atividade natural da criança, que não implica em compromissos, planejamento e seriedade e que envolve comportamentos espontâneos e geradores de prazer. Brincando a criança se diverte, faz exercícios, constrói seu conhecimento e aprende a conviver com seus amiguinhos.
A brincadeira transmitida à criança através de seus próprios familiares, de forma expressiva, de uma geração a outra, ou pode ser aprendida pela criança de forma espontânea (MALUF,2003).
É a ação que a criança desempenha ao concretizar as regras de jogo, ao mergulhar na ação lúdica. Pode-se dizer que é o lúdico em ação. Dessa forma brinquedo e brincadeira relacionam-se diretamente com a criança e não se confundem com o jogo (KISHMOTO, 1994).
Para a criança, a brincadeira gira em torno da espontaneidade e da imaginação. Não depende de regras, de formas rigidamente estruturadas. Para surgir basta uma bola, um espaço para correr ou um risco no chão (VELASCO, 1996).
Segundo VYGOTSKY, a brincadeira possui três características: a imaginação, a imitação e a regra. Elas estão presentes em todos os tipos de brincadeiras infantis, tanto nas tradicionais, naquelas de faz-de-conta, como ainda nas que exigem regras (BERTOLDO, RUSCHEL).
A brincadeira não é um mero passatempo, ela ajuda no desenvolvimento das crianças, promovendo processos de socialização e descoberta do mundo (MALUF, 2003).
O jogo pode ser visto como: resultado de um sistema lingüístico que funciona dentro de um contexto social; um sistema de regras e um objeto.
No primeiro caso, o sentido do jogo depende da linguagem de cada contexto social. Enquanto fato social, o jogo assume a imagem, o sentido que cada sociedade lhe atribui. É este aspecto que nos mostra porque, dependendo do lugar e da época, os jogos assumem significações distintas.
No segundo caso, um sistema de regras permite identificar, em qualquer jogo, uma estrutura seqüencial que especifica sua modalidade. Tais estruturas seqüenciais de regras permitem diferenciar cada jogo, ou seja, quando alguém joga, esta executando as regras do jogo e, ao mesmo tempo, desenvolvendo uma atividade lúdica. O terceiro sentido refere-se ao jogo enquanto objeto.
Os três aspectos citados permitem uma primeira compreensão do jogo, diferenciando significados atribuídos por culturas diferentes, pelas regras e objetos que o caracterizam.
Através do jogo a criança: libera e canaliza suas energias; tem o poder de transformar uma realidade difícil; propicia condições de liberação da fantasia; é uma grande fonte de prazer. O jogo é, por excelência, integrador, há sempre um caráter de novidade, o que é fundamental para despertar o interesse da criança, e à medida em que joga ela vai conhecendo melhor, construindo interiormente o seu mundo. Esta atividade é um dos meios propícios à construção do conhecimento.


1.3 A importância do lúdico na aprendizagem


O lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo”. Se se achasse confinado a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. O lúdico passou a ser reconhecido como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano. De modo que a definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. As implicações da necessidade lúdica extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo. (ALMEIDA)
O Lúdico apresenta valores específicos para todas as fases da vida humana. Assim, na idade infantil e na adolescência a finalidade é essencialmente pedagógica. A criança e mesmo o jovem opõe uma resistência à escola e ao ensino, porque acima de tudo ela não é lúdica, não é prazerosa. (NEVES)
Segundo PIAGET, o desenvolvimento da criança acontece através do lúdico. Ela precisa brincar para crescer, precisa do jogo como forma de equilibração com o mundo (BARROS).
Para VITAL DIDONET “é uma verdade que o brinquedo é apenas um suporte do jogo, do brincar, e que é possível brincar com a imaginação. Mas é verdade, também, que sem o brinquedo é muito mais difícil realizar a atividade lúdica, porque é ele que permite simular situações”. (BERTOLDO, RUSCHEL)
A ludicidade, tão importante para a saúde mental do ser humano é um espaço que merece atenção dos pais e educadores, pois é o espaço para expressão mais genuína do ser, é o espaço e o direito de toda a criança para o exercício da relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos.
O lúdico possibilita o estudo da relação da criança com o mundo externo, integrando estudos específicos sobre a importância do lúdico na formação da personalidade. Através da atividade lúdica e do jogo, a criança forma conceitos, seleciona idéias, estabelece relações lógicas, integra percepções, faz estimativas compatíveis com o crescimento físico e desenvolvimento e, o que é mais importante, vai se socializando.
A convivência de forma lúdica e prazerosa com a aprendizagem proporcionará a criança estabelecer relações cognitivas às experiências vivenciadas, bem como relacioná-la as demais produções culturais e simbólicas conforme procedimentos metodológicos compatíveis a essa prática.
De acordo com Nunes, a ludicidade é uma atividade que tem valor educacional intrínseco, mas além desse valor, que lhe é inerente, ela tem sido utilizada como recurso pedagógico. Segundo Teixeira 1995 (apud NUNES), várias são as razões que levam os educadores a recorrer às atividades lúdicas e a utilizá-las como um recurso no processo de ensino-aprendizagem:
• As atividades lúdicas correspondem a um impulso natural da criança, e neste sentido, satisfazem uma necessidade interior, pois o ser humano apresenta uma tendência lúdica; • O lúdico apresenta dois elementos que o caracterizam: o prazer e o esforço espontâneo.
Ele é considerado prazeroso, devido a sua capacidade de absorver o indivíduo de forma intensa e total, criando um clima de entusiasmo. É este aspecto de envolvimento emocional que o torna uma atividade com forte teor motivacional, capaz de gerar um estado de vibração e euforia. Em virtude desta atmosfera de prazer dentro da qual se desenrola, a ludicidade é portadora de um interesse intrínseco, canalizando as energias no sentido de um esforço total para consecução de seu objetivo. Portanto, as atividades lúdicas são excitantes, mas também requerem um esforço voluntário;
• As situações lúdicas mobilizam esquemas mentais. Sendo uma atividade física e mental, a ludicidade aciona e ativa as funções psico-neurológicas e as operações mentais, estimulando o pensamento.
Em geral, o elemento que separa um jogo pedagógico de um outro de caráter apenas lúdico é este: desenvolve-se o jogo pedagógico com a intenção de provocar aprendizagem significativa, estimular a construção de novo conhecimento e principalmente despertar o desenvolvimento de uma habilidade operatória, ou seja, o desenvolvimento de uma aptidão ou capacidade cognitiva e apreciativa específica que possibilita a compreensão e a intervenção do indivíduo nos fenômenos sociais e culturais e que o ajude a construir conexões. (NUNES)



O LÚDICO: A SUA IMPORTÂNCIA PARA AQUISIÇÃO DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA



A matemática aplicada de forma lúdica

O objetivo deste artigo é refletir sobre o emprego do lúdico nas escolas, sendo este de fundamental importância, e não deve ser negligenciado às crianças, sabendo, que a atividade lúdica só é eficaz se for desempenhada simultaneamente na função distrair e instruir. Percebe-se que brincando com jogos matemáticos as crianças elaboram raciocínio lógico e melhoram a sua comunicação, desta forma estão se socializando e aprendendo significativamente. A aprendizagem do educando é preocupação fundamental para a escola, hoje ela pode e deve se empenhar e interagir no sentido de trazer e oportunizar os jogos educativos incentivando um aprendizado matemático mais significativo, desenvolvendo habilidades essenciais para o desenvolvimento dos indivíduos envolvidos no processo educacional. Palavras-chaves: lúdico, aprendizagem, raciocínio-lógico, educação.

INTRODUÇÃO

Dentre os jogos pedagógicos encontra-se inúmeros jogos matemáticos, os quais despertam na criança um nível muito bom de conhecimento, sendo este fundamental para a educação de qualidade e com excelente desenvolvimento emocional e cognitivo das crianças. Estes jogosrepresentam um universo lúdico muito rico para ser vivenciado principalmente na Educação Infantil.
Para tanto, é necessário que os educadores tenham conhecimento e compreensão do domínio desses jogos para melhor aplicá-los e terem um retorno real segundo o seu planejamento, visando sempre o desenvolvimento das capacidades intelectuaisda criança.
Nesta perspectiva, quando a prática pedagógica é trabalhada a partir de atividades com o lúdico, os educadores são conduzidos a pensar em mudanças que sejam significativas para o meio educacional, dando ênfase ao desenvolvimento cognitivo e provocar o amadurecimento do ser humano como todoa partir da ludicidade.
Pode-se entender o universo lúdico como parte fundamental da construção social da subjetividade social da criança, elaborando valores que a sociedade lhe apresenta como importantes e indispensáveis para seu convívio social.
Com a introdução dos jogos matemáticos como recurso pedagógico, a criança aprende brincando e torna-se mais fácil o seu entendimento e compreensão de regras. As regras são de suma importância para a vida em sociedade, despertando também o companheirismo.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O jogo matemático deve ser utilizado dentro de uma proposta para desencadear e resolver os problemas matemáticos com uma aprendizagem significativa. Para tanto, é necessário a combinação de jogos e resolução de problemas nas séries iniciais. A Instituição Escolar poderá e deverá assumir uma postura crítica para desenvolver em seus educandos a capacidade de desenvolver habilidades operatórias e raciocínio lógico-matemático.
Para Antunes (1998) "A utilização dos jogos devem ser somente quando a programação possibilitar, e somente quando se constituírem em um auxílio eficiente, ao alcance de um objeto dentro dessa programação".
O jogo deve ter sempre um caráter desafiador para o educando, acompanhado de um planejamento educacional com objetivos propostos pelo educador.
Neste contexto observa-se a importância do planejamento do professor, pois o jogo deve estar inserido em suas atividades como suporte pedagógico e não como mero passa tempo.
Ressalta-se ainda a observação do educador na introdução do jogo, este deve ter a preocupação com a maturidade da criança quanto aos desafios a serem superados e ao mesmo tempo perceber quando o educando não estar sentindo interesse ou sente-se cansado.
Nota-se que quando se estuda a possibilidade da utilização de jogos matemáticos no processo ensino aprendizagem não apenas o seu conteúdo deve ser considerado, a maneira como o jogo se apresente tem grande valia no contexto, verificando a faixa etária do público alvo em questão.
Segundo Antunes (1998) "Existem quatro elementos que justificam e condicionam a aplicação dos jogos. Esses elementos se graduam segundo a sua importância".
1.Capacidade de se construir em fator de auto – estima do aluno;
2.Condições psicológicas favoráveis;
3.Condições ambientais;
4.Fundamentos técnicos.
Neste sentido destaca-se o reforço positivo devendo encerrar a atividade e deve ser seguido de entusiasmo convite para outro jogo. A posição clara dos alunos bem definidos. O jogo deve ser introduzido em um ambiente com espaço e condições favoráveis e a seqüência a ser obedecida tendo começo meio e fim.
Além das situações didáticas e cotidianas as situações problemas e os jogos constituem-se em propostas privilegiadas de ensino/aprendizagem com a matemática. Trabalhando matemática com jogos possibilita:
·Registros numéricos;
·Operações aritméticas;
·Argumentação entre jogadores;
·Representações mentais;
·Concentração.
O jogo é um importante aliado para o ensino formal da matemática, atravésde jogos como: boliche, bingos, dominó, baralho, dado, quebra-cabeça, xadrez, jogo da memória, jogo da velha, jogo dos primeiros números, na ponta da língua, blocos lógicos, linha da vida, caixa surpresa, números impares, números pares, brinquedos educativos, tridimensional, habilidades de calculo, módulos educativos (desenvolve-se habilidades operatórias).
Segundo Antunes (1998) "Entende-se por habilidade operatória uma aptidão ou capacidade cognitiva e apreciativa específica, que possibilita a compreensão e a intervenção de indivíduo nos fenômenos sociais e culturais e que o ajude a construir conexões".
No campo cultural verifica-se que as discussões sobre cultura sempre foram lugar de opiniões muito divergentes, destaca-se interesses econômicos, políticos e sociais. Em alguns grupos destaca-se o etnocentrismo aflorado. É importante perceber que somos todos indivíduos sociais e a formação cultural é um direito que cabe a todos.
Kishimoto, (2000) "defende que com a aquisição do conhecimento físico, a criança terá elementos para estabelecer relações e desenvolver seu raciocínio lógico matemático, o que é importante para o desenvolvimento da capacidade de ler e escrever".
É viável observar que para o sujeito apropriar-se de conceitos como de números é necessário que este exercite a ação mental sobre o objeto social de conhecimento.
Ainda para Kishimoto (2000) "Para o desenvolvimento do raciocínio lógico matemático, o mediador deve organizar jogos voltados para classificação, seriação, seqüência, espaço, tempo e medidas". A introdução de jogos como recurso didático nas aulas de matemática é tido como possibilidade para diminuir os bloqueios apresentados por alguns alunos, a respeito da matemática.

METODOLOGIA

A metodologia aplicada para construção deste artigo científico é com base em observações em salas de aula nas séries iniciais, vendo a necessidade da introdução do lúdico principalmente nas aulas de matemática, o referido artigo foi baseado em estudos bibliográficos nas obras de Celso Antunes e Kishimoto para embasamento teórico.
A pesquisa foi construída em várias semanas, observando o desenvolvimento das crianças nas salas de aula que eram aplicados os jogos matemáticos. Buscou-se informações e respostas para as várias indagações que o tema propõe.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No que concerne ao lúdico, através dos jogos matemáticos a criança se distancia do cotidiano entrando em um mundo repleto de imaginação, pois sabe-se que todo jogo acontece num tempo e espaço e possui seqüência e regras para cada tipo específico de jogo.
Nota-se que a maior parte dos jogos operatórios admitem dinâmica de grupo, valorizando o trabalho em equipe. Desta forma, prestam-se a servir de instrumentos para despertar o interesse e a atenção do educando, favorecendo até mesmo a disciplina em sala. É importante observar que se o jogo operatório não se apresentar estruturado em questões significativas, desafios intrigantes, propostas de reflexões ousadas, seus objetivos se perdem e sua finalidade fica reduzida.
Vale ressaltar que a nossa cultura valoriza muito a inteligência lógico-matemática muitas vezes, ser inteligente está associado a um desempenho muito bom em áreas ligadas a este tipo de inteligência. A inteligência lógico-matemática determinará a habilidade para o raciocínio dedutivo, além da capacidade para solucionar problemas estando estes, envolvendo números e demais elementos matemáticos.
Diante do expositivo, defende-se o uso dos jogos matemáticos em sala de aula, para que, sejam desenvolvidas as habilidades necessárias, paralelo ao aprender brincando num contexto educacional que vise o educando como ser integral.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, Celso. Jogos para Estimulação das Múltiplas inteligências. Petrópolis: Vozes, 1998.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogos, brinquedos, brincadeiras e educação. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2000.