domingo, 19 de maio de 2013
domingo, 24 de março de 2013
Teatro A ovelhinha Lana
Teatro: A Ovelhinha Lana
Personagens: Ovelhinha Lana, dª Anta, macaco Bogio, papagaio Charão, Lebre e Tatu-canastra.
Narrador: A bicharada estava toda reunida, dª Anta, o macaco Bogio e o papagaio Charão para ouvir a ovelhinha Lana contar a sua incrível aventura. Vamos acompanhá-la com bastante atenção.
Macaco: _ Vamos Lana comece a contar logo.
Ovelhinha Lana: _ Já vai seu macaco. Oh guri pq tanta pressa?!
Dª Anta: _ Todos estão comentando tua aventura.
Ovelhinha Lana: _ Está bem dª Anta vou contar-lhes tudo!
Papagaio: Nos mínimos detalhes, hein?!
Ovelhinha Lana: _ Pode deixar seu papagaio!
História da Ovelha Lana:
Ovelhinha Lana: _ Era bem cedo. O sol estava nascendo e fazia muito frio naquela manhã de inverno. Foi quando ouvi a doce voz do meu pastor.
Pastor: _ Bom dia minhas ovelhinhas! Ba... vamos sair do curral, vocês devem estar famintas, pois hoje vou levá-las para comer pastos bem verdes e beber águas refrescantes.
Ovelhinha Lana: _ Ba.. q bom. Nada melhor como uma refeição logo cedo! Hmm...
Ovelhinha Lana: Mas enquanto as outras ovelhas pastavam nos pampas, eu vi uma borboleta colorida, coisa rara. E sem perceber fui me afastando, me afastando do rebanho prá brincar com ela. Tú sabes como é Seu Macaco, ninguém resiste aos encantos de uma linda borboleta.
Macaco: Há.. eu sei!
Ovelhinha Lana: _ De repente caí num buraco muito fundo, fiquei assustada berrando mas meu pastor não me ouviu, já estava longe. Não demorou muito prá que duas orelhas enormes apontassem no alto do buraco e eu logo gritei por socorro. Era uma lebre grande que estava por perto e ouviu o balido. Méeeee...
Lebre: _ Não se preocupe ovelhinha, afinal eu sou a lebre mais veloz e mais forte destas bandas. Vou tirá-la desse buraco num piscar de olhos. Estenderei minhas longas orelhas e tú vai segurar nelas com toda a força.
Lana: _ Está bem lebre, pode puxar!
Lebre: _ É um, é dois e ... três. Já!
Lana: _ Aiiii (grita e cai). _ Que decepção a lebre não aguentou meu peso e caimos naquele chão duro. A lebre ficou machucada e dolorida.
Lebre: _ Ai! Ai guria acho melhor tu desistires de sair deste buraco, teu pastor não voltará mais. Eu vou dar no pé, pois estou todo quebrado! Ai, ai... mais veloz... mais forte... bá... tô todo machucado.
Lana: _ Eu fiquei ali sozinha, assustada e apavorada. Foi então que ouvi um barulho estranho que vinha do fundo do buraco. Tremia de medo e chorava.
Tatu-canastra: _ Barbaridade! Mas, que choradeira é essa guria?
Lana: _ Seu tatu-canastra! Pensei que não houvesse mais nenhum por esses pampas!
Tatu: _ É não é fácil continuar vivo com tantos perigos de morte hoje em dia. Não há mais ninguém que respeite os animais. Preciso tomar muito cuidado!
Lana: _ Seu tatu será que conseguirias me tirar desse buraco horrível? Preciso encontrar meu rebanho!
Tatu: _ Vai dar trabalho tchê! Mas vou tentar!
Lana: O tatu começou a escavar o mesmo buraco, pelo qual tinha vindo! Mas desta vez bem maior, para que eu entrasse e subisse. Quando terminou me empurrou para dentro e começou a gritaria...
Tatu: _ Força ovelhinhaaaaaaaaa!!! Coragem!!! Consegues!! (a ovelhinha: Mééééé) Vamos lá!
Lana: _ Fiz o máximo de esforço, mas não consegui. O buraco ainda era pequeno para mim. O tatu começou a ficar bravo.
Tatu: _ Bah.. tú também não ajudas nada! Eu acho que teu pastor não volta mais. É melhor tú desistires de sair daqui.
Lana: Mas é que...
Tatu: _ Eu não tenho tempo prá perder. Preciso fugir antes que anoiteça, porque de repente pode aparecer alguém querendo me pegar. Sabes como é: minha carne é tri-boa!! Vale muito!!
Lana: Oh gurizada vocês nem imaginam como eu fiquei: o sol se punha no horizonte, eu, toda suja de terra, sentia fome, medo de que algum lobo-guará estivesse por perto e me atacasse. O tempo foi passando...até que ouvi uma voz doce a me chamar. Era o meu querido pastor. Ele então me tirou daquele horrível lugar, me abraçou e me colou sobre os ombros!
Papagaio: _ Tú tinhas perdido as esperanças Lana?
Lana: _ Não seu papagaio. Mesmo quando todos me disseram que meu pastor não voltaria, eu sabia que ele me amava muito, sabia que ele iria me buscar até me encontrar e iria cuidar de mim.
Macaco: _ Bah..Uuu... seu pastor deve gostar muito de ti guria. Uuu Prá voltar ao pampa e ficar procurando até encontrar-te!
Lana: _ Eh por falar nisso, ele deve estar me procurando de novo! Tchau gurizada! Tchau seu papagaio! Tchau amigos!
Música......................................................................................F I M!!!
Fonte:
Fonte:
Título Livro | Ovelhinha Lana |
Nome Autor | VILLELA, Márcia |
Série | Coleção Vida Saudável 1ª Edição |
Nome Ilustrador | MW Editora e ilustrações Ltda |
Editora | Árvore da vida |
Ano Publicação | 2002 |
Pedagogia de Projetos
Projetar é sonhar, garante o educador Nilbo Nogueira. Afinal, tem coisa melhor que planejar e pôr em prática, na sala de aula, atividades de acordo com seus gostos e interesses? Mas não basta sonhar sozinho. Para ele, trabalhar com projetos deve ser uma criação coletiva da coordenação, dos professores e, principalmente, dos alunos. Esperando a professora dizer com que cor pintar o céu. Parece piada, mas é assim que o educador Nilbo Nogueira define o sentimento de muitos alunos nos processos tradicionais de ensino-aprendizagem. Especialista em projetos educacionais, ele não titubeia em apontar o fim da passividade em favor da interação como principal vantagem dos projetos. Se dependesse só de sua vontade, alunos passivos e professores ditando regras já seriam artigos de museu. Mas tal conquista não é fácil, admite. "Os alunos ainda não estão acostumados com a autonomia (...) a sensação é de que estão perdidos, pois não existe, no projeto, o professor dirigindo". Para ele, a questão é tão séria que, em vez de ir pondo planejamento, execução e avaliação de projetos onde antes havia aulas e provas, ele recomenda cautela e uma regrinha básica: é preciso que fique muito claro para os alunos o que é um projeto e qual o seu papel dentro dele. E se os alunos não se sentirem motivados a participar? "Duvido que eles prefiram ficar passivos dentro da sala de aula copiando textos do quadro-negro", desafia de pronto. Segundo ele, o problema é outro. Para explicar o papel do aluno, é preciso primeiro que os professores entendam seu próprio papel nessa dinâmica. Ele lamenta que ainda haja educadores que resistam aos projetos, "achando que a escola está arrumando mais serviço para eles". Para Nilbo, cabe ao professor apenas e tão somente mediar e facilitar as etapas do projeto. Quem interage e trabalha, na verdade, são os alunos. Segundo ele, às vezes o equívoco é tão grande que "alguns professores estão praticando a dinâmica de projetos em sala de aula solicitando a seus alunos atividades planejadas por eles ou pela coordenação pedagógica da escola". "Alguns esquecem que projetar é sonhar e que ninguém pode realizar o sonho do outro", conclui. Na entrevista a seguir, Nilbo Nogueira fala da necessidade de superar os modismos e mal-entendidos que envolvem os projetos e cita a Internet como um instrumento capaz de potencializar pesquisas, interações e trocas de informações para além dos muros da escola. A propósito, o Portal Educacional acaba de lançar o Concurso NetBrasil 2002, que vai premiar dois projetos educacionais que usarem a Internet com essa finalidade. Qual a principal vantagem em se trabalhar por meio de projetos educacionais? Impossível pensar o processo de ensino-aprendizagem sem múltiplas interações. O ensino formal, em que o aluno não participa e não interage em seu processo de construção do conhecimento, é algo mais do que questionável atualmente. Dessa forma, podemos citar, dentre várias vantagens dos projetos, a mais importante, que é a troca da passividade do aluno pela interação. Os projetos, com certeza, parecem suprir essa necessidade de fazer com que o aluno rompa com sua passividade e interaja de diferentes maneiras em todas as etapas de sua execução. Existem regras básicas que devem fazer parte de qualquer projeto, independentemente do tema tratado? Acredito que sim. De certa forma, nossos alunos ainda não estão acostumados com a autonomia, e, nos projetos, precisamos trabalhar com essa questão. Se não estabelecermos como primeira regra contar aos nossos alunos o que é um projeto e como se trabalha com o ato de projetar, eles terão a sensação de que estão "perdidos", pois não existe, no projeto, o professor dirigindo e ditando as tarefas, as atividades, a cor da caneta, a forma da maquete, o tipo de cartaz, etc. Entendido primeiramente o que é um projeto e qual o seu papel dentro dessa dinâmica, as regras seguintes são aquelas relacionadas às etapas de um projeto, que são norteadoras para seu planejamento, execução, depuração, apresentação e avaliação. A interdisciplinaridade ou a multidisciplinaridade é um requisito essencial de qualquer projeto? Seria se todos os projetos fossem interdisciplinares. Na prática, um projeto pode iniciar com apenas um professor de uma única disciplina tratando de um determinado conteúdo programático. No decorrer do projeto, conforme interesses e necessidades, outros professores e outras disciplinas podem interagir com o projeto em questão e, dependendo da forma, a multi ou a interdisciplinaridade poderão acontecer espontaneamente. De nada adianta a escola estabelecer como tema único para todas as séries e professores que o projeto desse bimestre será "Brasil 500 Anos" (ainda bem que já acabou esse modismo); um tema único de um projeto para toda escola não garantirá necessariamente a prática da interdisciplinaridade. Já presenciei inúmeros projetos que iniciaram em uma única disciplina e depois abrangeram outras, por necessidade e interesse de alunos e professores, assim como projetos de temas únicos em escolas que pretendiam praticar a interdisciplinaridade e, no final, cada professor trabalhou o tema de forma isolada. Qual a relação entre projetos e temas transversais? Embora isso não seja uma regra, os projetos, na prática, têm ocorrido em um determinado período letivo. Por exemplo: no primeiro bimestre ou no segundo semestre, etc. Dessa forma, um projeto temático não vai contemplar necessariamente o ano letivo inteiro. Quando nos referimos aos temas transversais, esperamos que, na prática, esse tema seja abordado, se possível, durante todo o ano letivo e por todos os professores. Espera-se que essa abordagem seja realizada pelos professores de forma sutil, incorporada ao seu conteúdo. Não podemos imaginar um tema transversal sendo tratado como um "caroço", ou seja, no meio do conteúdo, o professor dá uma parada, trata do tema transversal e depois volta a falar de seu conteúdo novamente, sem estabelecer nenhum tipo de relação. Fazendo uma metáfora, podemos imaginar uma disciplina como um bolo em que os conteúdos são seus ingredientes: a farinha, os ovos, etc. não aparecem isoladamente, mas sim na composição da massa. Imagine agora comer um bolo e encontrar um "caroço" de farinha! O tema transversal tratado de forma isolada do conteúdo tem essa mesma característica do "caroço" de farinha. Juntando essas situações, poderíamos questionar: é possível trabalhar os temas transversais com projetos? E a resposta seria sim, desde que contemplássemos as questões da forma (projeto) com a necessidade de abordagem (transversal). Que conselhos o senhor daria ao professor que resiste a trabalhar com projetos e a quem está aderindo a esse trabalho pela primeira vez? Não imaginar que o projeto é mais uma atividade que ele vai ter de fazer como tantas outras e que a escola está arrumando mais serviço para ele. No projeto, o professor não terá mais serviço, pois quem na realidade deve interagir e trabalhar são os alunos. O professor simplesmente deverá orquestrar essa atividade, mediando e facilitando suas etapas. Àquele professor que resiste a trabalhar com projeto, achando que terá mais serviço, eu aconselho estudar um pouco mais sobre o que é realmente um projeto, pois só assim perceberá que não é essa a proposta. Muitos resistem por causa dos conteúdos. Aconselho, nesses casos, que pensem então em trabalhar os conteúdos com projetos ou projetos dos conteúdos. Particularmente, acho que a resistência maior está no desconhecido e também na necessidade de ser mais flexível, já que é impossível trabalhar com projetos de forma rígida e inflexível. Num projeto, estamos abertos a tudo, pois projetar é uma referência ao futuro, que, em muitos casos, ainda é desconhecido. Que atitude (ou mudança de atitude) o professor deve ter ao assumir um projeto? Ele deve simplesmente ser mediador e facilitador de todas as etapas de um projeto. Nessa dinâmica, ele não dita regras nem conteúdos, mas, sim, orquestra a projeção de seus alunos. Como encaixar o trabalho com projetos no cronograma apertado e no currículo rígido das escolas? É difícil resolver essa questão, mas não impossível. Então, resta-nos questionar a forma de trabalho com esses conteúdos, bem como a real necessidade de alguns tópicos desses. De nada adianta ter um conteúdo programático "apertado" e o aluno aprender pouco de muito, ao passo que poderia aprender muito de pouco. Questiono particularmente não os conteúdos, mas, sim, a forma como são tratados. Tomando como referência os PCNs, verificamos que os conteúdos devem ser trabalhados de forma conceitual, procedimental e atitudinal. Na prática, o professor domina bem a forma de ministrar seus conteúdos conceitualmente. Mas como está trabalhando estes de forma procedimental e atitudinal? Uma boa saída para esses casos são os projetos, já que, ao projetar, os alunos demonstram atitudes e, ao executá-lo, trabalham com procedimentos. Como despertar o interesse dos alunos se eles já estiverem acostumados à rotina de classes e disciplinas? Começando aos poucos e devagar, de forma que eles rompam com esses "vícios" adquiridos. No primeiro momento, é complicado trabalhar com autonomia com quem sempre esperou a professora dizer de que cor era para pintar o céu. Volto a relembrar a regra básica que já mencionei, que é contar ao aluno o que é um projeto e como se trabalha com um projeto. Entendido qual é a proposta, duvido que eles prefiram ficar passivos dentro da sala de aula copiando textos e mais textos do quadro-negro do que trabalhar com autonomia, planejando e realizando aquilo que têm vontade e pelo que têm interesse. É necessário haver classes específicas para os projetos? Ou, pouco a pouco, os projetos acabarão substituindo o ensino baseado em disciplinas? Existe o ideal e o real. Hoje, o real é conseguir trabalhar com projetos dentro das disciplinas, junto com os conteúdos, e durante as aulas regulares. Espero que um dia consigamos chegar ao ideal, ou seja, o projeto englobando as disciplinas de forma integrada, sem haver a fragmentação das diferentes áreas do conhecimento. Algumas escolas já possuem uma "disciplina" chamada Projeto, que media todas as propostas das diferentes disciplinas. Aparentemente, o resultado parece ser interessante. Como avaliar um projeto? Existe a avaliação do projeto e das aquisições de conteúdos. Ao término da apresentação do projeto, considero como etapa final a avaliação, que na prática é uma sessão, mediada pelo professor, em que cada aluno faz sua auto-avaliação e autocrítica e, posteriormente, avalia e critica (com sugestões) os demais projetos. Como ferramenta de avaliação, podemos utilizar um "processofólio", que é uma pasta em que cada aluno registra todas as ações, descobertas, planejamentos, atividades, rascunhos, interesses, etc. Esse instrumento acaba sendo um registro passo a passo de todo o processo do projeto em questão, bem como o registro da evolução que ocorreu durante a seqüência de realização dos diferentes projetos. Pode-se dizer que um trabalho exclusivamente por projetos é mais eficaz? Difícil afirmar isso. Mesmo sendo um apaixonado e partidário da utilização dos projetos, tenho de reconhecer que existem outras possibilidades de interação dos alunos e outros processos que auxiliam na aprendizagem. Posso afirmar, sem sombra de dúvidas, que os projetos são uma das formas eficazes. Na sua opinião, a Internet pode ajudar a execução de projetos? Como? Pode e muito. Da mesma forma que trabalhamos com projetos em um espaço real de aprendizagem, também podemos trabalhar em um espaço virtual (ciberespaço) de aprendizagem. Os mesmos projetos que realizavam atividades em papel, isopor, cartolina, utilizando tintas, encenações, entrevistas gravadas em vídeo, etc., podem ser trabalhados com produção de documentos na Web. A diferença é que a apresentação final não necessariamente ocorrerá no espaço real (da escola), mas sim no ciberespaço, por meio de sites e home pages. Acho que a Internet não está sendo utilizada em todo o seu potencial. Muitos ainda a encaram como fonte de pesquisa e coleta de informações, esquecendo-se do rico arsenal de ferramentas de comunicação que podem propiciar um trabalho cooperativo. Dessa forma, os projetos podem ser trabalhados além das paredes da escola e por grupos distintos de diferentes regiões. Lentamente, as coisas estão caminhando para um trabalho no ciberespaço e, conseqüentemente, na colaboração da construção de uma inteligência coletiva. Percebe-se a preocupação de muitos professores em desvendar esses novos "mistérios". Particularmente, tenho presenciado isso em uma das disciplinas (Internet Pedagógica) que leciono num curso de pós-graduação. É válido que o professor recorra a projetos sugeridos em revistas ou sites, adaptando-os à realidade dos alunos, mesmo que ele tenha dúvidas sobre como criar projetos próprios? Não acredito que modelos copiados surtam efeito de projetos, mas, sim, de atividades e tarefas solicitadas aos alunos. Para o professor que nunca trabalhou com projeto, admito até a possibilidade de copiar e utilizar uma ou duas vezes um "modelo", mas a partir disso, vejo a necessidade de trabalhar na criação de projetos de forma coletiva, principalmente com seus alunos. Se projetar é sonhar, fica, então, a pergunta: Como poderei realizar "sonhos" de terceiros? Sobre essas adaptações, um mesmo projeto pode se aplicar a todas as idades, apenas variando o grau de dificuldade, como sugeriu Brunner em seu "currículo espiral"? Sim. Acredito que as adaptações de intensidade sobre um mesmo tema são fundamentais. Mas acho que proposto o tema e perguntado aos alunos quais seriam suas vontades, necessidades, interesses, etc., eles mesmo acabarão norteando a profundidade e abrangência do projeto. Dessa forma, creio que um tema único pode ser aplicado a diferentes faixas etárias, pois, em cada uma delas, surgirão naturalmente os diferentes interesses, variando conforme suas necessidades sobre a problemática proposta. Muitos professores já fazem projetos sem saberem que o estão fazendo, outros o fazem apenas no papel (muitas vezes são obrigados a fazer). Qual a mudança necessária na formação de professores para que a pedagogia de projetos realmente faça parte da rotina de nossas escolas? Para se praticar a dinâmica de trabalho com projetos, é necessário previamente estudar, ler e entender essa proposta de atuação em sala de aula. Acho que a falta de entendimento e compreensão está levando alguns professores à pratica de um modismo. Alguns professores estão praticando a dinâmica de projetos em sala de aula de forma equivocada, solicitando a seus alunos atividades planejadas por eles ou pela coordenação pedagógica da escola. Alguns esquecem que projetar é sonhar e que ninguém pode realizar o sonho do outro. Se for para sonhar na escola, que seja, então, um sonho coletivo da coordenação, dos professores e também dos alunos, pois, se não for dessa forma, os alunos estarão apenas realizando atividades que alguém propôs. Nesse caso, não estaremos trabalhando com projetos, estaremos apenas utilizando modelos e brincando de projetar. (Extraído de Educacional - Entrevistas)
Como fazer uma boa adaptação no Berçário
Preparação e parceria com a família são fundamentais para assegurar uma adaptação tranquila aos bebês que vão à escola pela primeira vez Fernanda Salla (novaescola@atleitor.com.br) Crianças inseguras, pais angustiados e sofrimento diante da separação iminente. Esse não precisa ser o retrato do início dos pequenos na creche. É possível diminuir o desconforto e proporcionar uma adaptação tranquila e saudável para os bebês e sua família. A fase de acolhimento na Educação Infantil é diferente para cada faixa etária e requer atenção redobrada com bebês de até 2 anos. Afinal, quase tudo é novidade para eles: a convivência com outras crianças e adultos (além do círculo mais próximo). O primeiro passo é conhecer bem a criançada. Entender seus costumes e medos ajuda a elaborar o planejamento. "Quando percebem que o educador sabe coisas que as fazem se sentir bem, elas ficam mais calmas", diz Rosa Virgínia Pantoni, mestre em Psicologia e coordenadora de assistência social da Creche Carochinha, ligada à Universidade de São Paulo (USP). Antes de receber a turma, é fundamental ler com atenção todas as informações contidas na ficha de anamnese (com histórico de saúde). Também é desejável fazer uma entrevista detalhada com a família. Durante o bate-papo, os pais podem esclarecer dúvidas e ajudar você e seus colegas a entender os hábitos da criança. "É um momento de ajuste de expectativas. É essencial escutar o que os familiares esperam e explicar os objetivos da instituição", diz Ana Charnizon, educadora da UMEI Aarão Reis, em Belo Horizonte. Mostrar interesse pela criança é uma forma de tranquilizar os pais. Vale perguntar como é a rotina em casa, do que a criança gosta de brincar e de comer e se possui objetos de apego. A entrevista pode ser finalizada com uma visita pelos ambientes. Bebês de até 10 meses estranham a escola, o modo como são colocados para dormir e a comida oferecida. É necessário prestar atenção nos aspectos sensoriais: deixar objetos pessoais, como mantinhas, chupeta e fronhas, junto ao berço ajuda na adaptação. A ausência dos pais não incomoda, mas a textura diferente do lençol do berço, a forma como são colocados para dormir, a temperatura da água do banho, sim. Depois de completar 1 ano, a adaptação muda um pouco. O foco principal agora é fazer com que o bebê se acostume à ausência dos responsáveis. Por isso, é necessário alternar momentos em que os familiares estejam próximos e distantes da criança. Nessa idade, ela já começa a estranhar quem não conhece e estabelece vínculos com alguns adultos. Faz parte do processo, então, manter os rostos conhecidos ao alcance da visão do pequeno. A separação é feita aos poucos, intercalando momentos de aproximação e de ausência, até que o bebê se acostume à rotina na creche. Outra estratégia para assegurar a tranquilidade é fazer um espaço para cada criança (leia a sequência didática). Assim, ela entende que há um lugar coletivo, mas que também existe um cantinho só dela, com seus objetos de apego ou brinquedos. Isso faz com que se estabeleçam vínculos com o local. Também é importante definir uma rotina, com horários e regras, para que os pequenos se sintam amparados. O choro nos momentos iniciais da separação é normal e deve passar logo, à medida que a criança percebe que é acolhida e compreendida. Caso o berreiro persista, isso pode ser sinal de insegurança. Outras manifestações de desconforto são o sono constante, a apatia e a recusa em comer. Reuniões e estudos periódicos permitem aprofundar o conhecimento a respeito do universo infantil e agir nesses casos. "A insegurança dos responsáveis influencia ansiedade dos pequenos. Por isso, os profissionais precisam estar preparados", explica Ana. Cabe ao educador acolher os bebês, reconhecer seus sentimentos e fortalecê-los emocionalmente. "As ações devem estar voltadas para a apresentação do novo ambiente de uma forma delicada", explica Clélia Cortez, formadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo. "O que está em jogo é o compromisso em transformar os sentimentos de angústia presentes neste momento em segurança e afeto", completa. Processo de acolhimento de bebês Objetivos - Construir um ambiente de acolhimento e segurança para os bebês e suas famílias. - Estabelecer diálogos com eles e ressignificar os gestos, as ações e os sentimentos por meio da linguagem. Conteúdos - Inclusão das famílias no processo de adaptação. - Respeito às singularidades de cada criança. Idade Até 2 anos. Tempo estimado Duas semanas. Material necessário Objetos de apego dos bebês e para os cantos de atividades diversificadas, uma foto de cada criança e livros de literatura infantil. Flexibilização Bebês com deficiência intelectual costumam apresentar um desenvolvimento mais lento que os demais. No entanto, no caso de deficiências menos severas, essas diferenças podem ser pouco notadas nos primeiros anos de vida. O bebê é capaz de desenvolver sua mobilidade (mesmo que tenha algumas limitações motoras) e também a capacidade de comunicação, embora costume apresentar dificuldades de equilíbrio e de orientação espacial. Certifique-se das limitações desta criança, respeite o ritmo de cada bebê e conte muito com a ajuda dos pais ou responsáveis para adequar os procedimentos nas situações de cuidado e de aprendizagem. Repetir atividades e oferecer objetos que façam parte do dia a dia do bebê são ações fundamentais que ajudam a criança nesse processo de acolhimento. Organizar um caderno de registros, com as evoluções e dificuldades de cada bebê em diferentes situações de aprendizagem também contribui para diagnosticar eventuais dificuldades da criança. Desenvolvimento 1ª etapa Leia a anamnese dos bebês ou entreviste seus familiares. Converse com eles sobre a possibilidade de uma pessoa próxima à criança acompanhar o período de adaptação e participar de situações da rotina para compartilhar formas de cuidados com o educador. Não é preciso que os pais estejam presentes. Outros responsáveis, como avós, tios e irmãos mais velhos, podem participar dos primeiros dias. 2ª etapa No primeiro dia, acompanhe os responsáveis nas situações de cuidado, como banho, alimentação e sono, e observe procedimentos e formas de interação (a entrega do objeto de apego no momento de sono, como foi interpretado o choro etc.). Monte alguns cantos (por exemplo, com jogos de encaixe) e se aproxime dos pequenos. Depois, faça uma roda com eles e as pessoas de sua referência para despedida e transforme os gestos e as ações observados em palavras. Converse sobre as brincadeiras, os interesses e o que foi possível aprender sobre eles: João gosta de bola, Marina tem um paninho etc. Fale que novas brincadeiras serão feitas no dia seguinte. No segundo dia, organize outros cantos, com bacias com água, bonecas e livros, por exemplo. Circule e participe das situações. Oriente as pessoas que acompanham o processo a ficar no campo de visão do bebê, mas que procurem desta vez não interagir o tempo todo. No momento de trocar a fralda, a referência familiar pode ficar ao lado do educador, enquanto ele realiza o procedimento explicando à criança o que foi que aprendeu sobre ela ("Eu já sei que você adora segurar seu urso ao ser trocado. Pegue aqui"). 3ª etapa No terceiro dia, brinque e abra espaço para a expressão de sentimentos e gestos. Procure dar sentido às ações com base nas experiências que os envolvem ("Seu bebê está com fome, José. Vamos preparar uma sopa?). As pessoas que acompanham os bebês podem se afastar do campo de visão deles. A saída deve ser comunicada às crianças. No quarto dia, mostre cantos variados. À medida que demonstrarem segurança, faça as despedidas das pessoas que os acompanham. Anuncie onde estarão (quem ainda fica na creche, quem vai tomar um café ou quem vai embora). Brinque e acolha os possíveis choros, pegando no colo, oferecendo brinquedos etc. Leia uma história. 4ª etapa No quinto dia, componha o ambiente com os três cantos que mais atraíram no decorrer da semana. Selecione fotos dos pequenos para a composição de um painel. Nesse dia, apresente cada um, diga o nome, do que já brincou, se é sapeca, brincalhão etc. Quando os responsáveis vierem buscá-los, compartilhe esse painel na presença dos bebês e crie um contexto de conversa que demonstre o pertencimento deles à creche ("Agora esta sala é da Estela também. Olha onde fica sua foto."). Na segunda semana, planeje os cantos com base nos interesses das crianças e no que julga pertinente para ampliar as experiências delas com o mundo -- a repetição de propostas é importante. Avaliação Observe o comportamento dos bebês. Se possível, empreste um brinquedo às mais resistentes, diga para cuidarem bem e trazerem de volta à escola.
Tem brincadeira? Tem sim senhor!!! :-)
LÁ VEM O RATO As crianças ficam em círculo e uma outra permanece no centro, segurando uma corda (cordel) em cuja extremidade prende-se um peso que será o "rato". Ao início do jogo, a criança do centro deve girar a corda junto aos pés dos participantes que devem pular não deixando que o rato os toque. A criança deve deixar o rato pegá-la, é afastada do jogo. O jogo terminará quando só restar uma criança no círculo, a que será a vencedora. CABO DE GUERRA (Puxar a corda) Os partidos alinham-se, com os jogadores uns atrás dos outros, cada grupo segurando uma metade de uma corda dividida igualmente entre ambos. A um dado sinal, começam a puxar a corda. Ganha a equipe que houver conseguido puxar maior parte para seu lado (deve ser colocado um lenço no meio da corda e marcar o centro no chão) ou a maior parte da corda ao cabo de um período de um ou dois minutos. (Cadeia) As equipes alinham-se atrás dos seus respectivos chefes, e cada jogador segura pela cintura o que lhe fica em frente. Os dois chefes, que se defrontam, seguram uma vara em posição horizontal, perpendicularmente a uma linha traçada no solo. A um sinal os partidos puxam para traz, tratando cada um de fazer todos os jogadores do lado oposto atravessarem a linha. Para tornar o jogo mais fácil, pode-se marcar uma segunda linha a 1,50 m (ou menos) de cada lado da linha central, ganhando o grupo que obrigar os outros a passarem essa marca. (Em fileira) Este interessante jogo de tração pode dispensar a corda. Na sua mais simples forma, as equipes formam fileiras de cada lado de uma linha traçada no chão. Consiste o jogo em puxar os membros da equipe oposta, fazendo-os atravessar a linha. O jogador que for assim arrastado passará para a equipe dos seus capturadores. Usando-se uma corda como linha de divisão entre as equipes, os jogadores colocam-se nos seus respectivos lados, com as mãos na corda, puxando os outros por meio dela. RACHA ou PELADA A " pelada " pode ser jogada em campos de várzea, praças, ruas de pouco movimento, gramados de jardins públicos, terrenos baldios, praias. Jogo de bola muito difundido entre crianças e adultos, sem distinção de idade. Qualquer espaço e uma bola é motivo para uma pelada ou racha, versão informal do popular jogo de futebol. Geralmente os peladeiros vão se reunindo aos poucos e, enquanto esperam a adesão de outros participantes, aproveitam para disputar linha de passe, bobinho, cascudinho, dupla, chute-a-gol. Estes jogadores que antecedem a pelada propriamente dita, são uma forma de atrair novos companheiros e, paralelamente, proporcionar o aquecimento dos jogadores. Reunido o grupo, com número fixo de participantes, mas sempre igual para cada lado, marcam-se as balizas que podem ser improvisadas de várias maneiras: camisas, chinelos, pedras, pedaços de pau, galhos de árvore. Dois elementos tiram o par-ou-ímpar e o vencedor começa a escolher seu time. Vão se alternando na escolha até que não sobre mais ninguém ou se atinja um número considerado suficiente. Normalmente, os primeiros a serem escolhidos são os melhores jogadores, ficando para o final ou indo para o gol, aqueles que são considerados ruins na linha-ataque ou na defesa. Quando a pelada se inicia com um número reduzido de peladeiros, à medida que novos elementos se aproximam da beira do campo, vão sendo escolhidos, entrando sempre um de cada lado. Na pelada as regras do futebol não são respeitadas, isto é, vale tudo. A única exceção é a mão na bola. Esta falta provoca a interrupção da partida e então é cobrada uma penalidade, que poderá ser um pênalti, caso o lance tenha ocorrido dentro da área.Quando jogada na rua ou em praças, frequentemente não há goleiros, sendo balizas demarcadas em tamanho bastante reduzido para dificultar o gol. Sem tempo determinado de duração - a não ser quando se combina previamente o número de gols - o jogo se desenvolve até escurecer, com incentivos e apupos dos assistentes e torcedores. Quando não há combinação prévia do número de gols da partida, o fim poderá ser determinado pelo primeiro gol feito a partir do momento em que alguém grita: - " Quem fizer o primeiro gol ganha!". A pelada, então, se torna mais animada com os dois times querendo ter a honra de marcar o último gol e, consequentemente, saírem vencedores. Fonte: Governo do Estado do Rio de Janeiro - Folclore fluminense, 1982.
A diferença entre adaptar-se e ser acolhido
A qualidade do acolhimento deve garantir a qualidade da adaptação. O nome adaptação pode sugerir apenas o esforço que a criança realiza para ficar e bem, no espaço coletivo com pessoas grandes e pequenas, todas na maioria das vezes desconhecidas, enfrentando relações, regras e limites diferentes do espaço do lar a que esta acostumada. Há de fato sempre um grande esforço por parte da criança que chega e que está conhecendo o ambiente novo, mas entendemos que o processo de conhecer e estabelecer novos vínculos depende fundamentalmente da forma como a criança é ACOLHIDA. Considerar a adaptação sobre o espaço de acolher, aconchegar, procurar oferecer bem-estar, conforto físico e emocional, amparar, amplia significativamente o papel e a responsabilidade da instituição de educação neste processo. O acolhimento deve acontecer todo dia na entrada; após uma temporada sem vir à escola; quando algum imprevisto acontece e a criança sai mais tarde; depois que as outras já saíram; após um período de doença, e enfim, sempre que o adulto julgar conveniente, porque é bom para toda criança ser bem recebida e sentir-se importante para alguém. Nós adultos também somos sensíveis ao acolhimento. Quando somos bem recebidos, em qualquer lugar, em geral nossa reação é de simpatia e abertura, o que nos leva a esperar o melhor daquele ambiente e daquelas pessoas. PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO PODEM AUXILIAR NOS PRIMEIROS DIAS DA CRIANÇA, DOS FAMILIARES, DOS PRÓPRIOS EDUCADORES E DE TODA EQUIPE ESCOLAR. Por que a adaptação é tão difícil para a criança, a família e o educador? A discussão sobre a acolhida das crianças na instituição escolar já tem história na educação de nosso país. As dificuldades enfrentadas nos primeiros dias pelas crianças ao ingressar em uma instituição, eram vistas como um mal necessário, pelo qual, todas deveriam passar. Era comum apostar que mais cedo ou mais tarde acabariam se acostumando, porque de um jeito ou de outro isso acabava acontecendo. Sofrimento, insegurança, desamparo, que para muitos adultos, a lembrança dos primeiros dias de escola faz parte com recordações pouco agradáveis. Com o passar do tempo a educação começou a considerar esse período, preocupando-se cada vez mais com os sentimentos, as emoções, a individualidade, a construção da identidade e o processo de socialização das crianças. Sendo possível amenizar consideravelmente esse impacto, por meio de um planejamento e da antecipação de problemas comuns nessa fase. Consideramos que o planejamento cuidadoso da entrada da criança na escola deve ser inerente ao projeto educativo de cada instituição, um indicador de qualidade de serviço prestado. O acolhimento pode ser enfocado de diferentes pontos: O da criança, pelo significado e emoção despertados pela passagem de um espaço seguro e conhecido para outro em que é necessário um investimento afetivo e intelectual para poder estar bem; O das famílias, que compartilham a educação da criança com a instituição; O do professor, que recebe uma criança desconhecida e ainda tem as outras do grupo para acolher; O das outras crianças, que estão chegando ou que fazem parte do grupo e precisam encarar o fato de que há mais um com quem repartir, mas também com quem somar; O da instituição, nos aspectos: organizacional e de gestão, que precisam prever espaço físico, materiais, tempo e recursos humanos capacitados para essa ação. O da equipe escolar, que precisa respeitar os comportamentos das crianças nesse período e se preparar para as previstas situações. COMO AS CRIANÇAS PODEM VIVER A ENTRADA NA INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO. Para a criança, entrar na escola implica um processo ativo de construção de novos conhecimentos e de vínculos. Quando chega à instituição, ela já pode ter expectativas sobre o comportamento dos adultos, das outras crianças e até mesmo sobre a forma de se relacionar com os objetos e brinquedos, pois construiu referência a partir de suas vivências e experiências. Ela precisa de um tempo para ver com clareza as diferenças entre sua casa e a escola e para que transfira seus sentimentos básicos de confiança e segurança para alguém. Esse tempo é bastante individualizado – algumas passam por esse momento de forma mais rápida, outras mais lentas. Grande parte das crianças costuma reagir fortemente à separação de diferentes maneiras: podem chorar ou, ao contrário, ficarem muito caladas, podem agredir outras crianças, podem adoecer, recusar-se a comer, a dormir, a brincar. É preciso acolher essas manifestações e conhecer a forma de cada um reagir, considerando como natural dentro desse processo, sem rotular a criança a partir disso. Algumas crianças têm rituais específicos (costumes) e ficam apegadas a eles. Essas coisas possuem um significado especial para elas, pois criam a ilusão de que a mãe ou a pessoa na qual investem afeto estão próximas, lhes proporcionando maior conforto emocional e segurança. Deixar que a criança mantenha seu jeito de ser, seus rituais e sua rotina individualizada, para aos poucos se ajustar ao grupo, proporciona suavidade à transição, sem rupturas bruscas e maior controle do adulto sobre o processo. Conversar com a criança sobre seus sentimentos, sobre a nova rotina, esclarecendo o que vai acontecer com ela, ajudá-la a expressar seus sentimentos e a valorizá-la enquanto pessoa são cuidados que a ajudarão a desenvolver sua autonomia para lidar com as novas situações. Esse período cuidadosamente planejado promove a confiança e o conhecimento mútuos, favorecendo o estabelecimento de vínculos afetivos entre as crianças, as famílias e os educadores. Vale lembrar que o fato de ter uma pessoa familiar junto à criança na escola, caso seja preciso nesse período inicial, possibilita à família conhecer melhor o local e o educador com quem a criança vai ficar. Geralmente isso faz com que todos adquiram maior segurança. Algumas famílias acreditam que é preferível sair escondido quando deixam a criança na escola, a fim de evitar seu choro. É preferível que a criança veja e saiba que estão saindo, que expresse sua tristeza ou raiva e que seja consolada. Com o tempo, ela vai perceber que voltam todos os dias. É importante, nessa fase, que todos: pais, educadores e equipe escolar possam compreender e respeitar o momento de cada criança de conhecer o novo ambiente e estabelecer novas relações. Muita gente não gosta do termo “adaptação”. No dicionário “Aurélio”, adaptação quer dizer ajustamento, acomodação, o que é diferente das mudanças que vemos acontecer na instituição. Quem se ajusta ou se acomoda é aquele que se submete a uma situação seja boa ou ruim. A submissão é tudo o que as pessoas que trabalham com educação querem evitar. Muitos não gostam do termo “adaptar”, então cabe a todos interpretá-la de forma adequada para o atendimento de nossas crianças (ROSSETTI-FERREIRA, 2002, p. 51) Esse período deve ser considerado um momento muito especial. Assim, merece reflexão e planejamento por parte de toda a equipe. Diante disso seguem algumas situações a serem planejadas durante as primeiras semanas de aula e que conforme necessidade poderão se estender ao longo do ano. A acolhida e a despedida das crianças. A chegada ou saída dos pais, momentos em que o professor pode colher informações importante. O respeito à necessidade da criança em permanecer com um objeto que lhe dê segurança como: chupeta, fraldinha, ursinho ou outros. A atenção à ansiedade, a falta de vontade de comer ou desânimo da criança. É importante conversar com os pais sobre como era o seu ritmo/rotina em casa. Respeito às crianças que pedem a presença dos pais na escola – nesse caso é importante ver a necessidade de cada criança. A escola deve resolver essa situação da melhor forma, conversando com a criança e com seus pais. O acompanhamento das crianças nos primeiros dias durante as refeições deve ser feito direto pelo educador. Lembrando que esse pode ser assim durante todo o ano. O respeito ao tempo de alimentação das mesmas deve ser atendido. A apresentação dos espaços da escola às crianças: banheiros, bebedouros, salas de aulas, cantina e também a apresentação dos profissionais que trabalharão e acompanharão as crianças e suas funções. O acompanhamento dos alunos aos sanitários, a organização da entrada e das saídas, principalmente o cuidados com as crianças que utilizam transporte – combinar com a direção da escola sobre como será realizada. O cuidado com as atitudes de toda equipe para com as crianças (tom de voz, paciência, carinho,...). A preparação de um ambiente acolhedor, estimulador e agradável, além da sala. O cuidado para evitar o constrangimento da criança em situações como: fazer xixi na calça, derrubar comida, e a que apresentar ansiedade, nervosismo. Conhecimento do prontuário dos alunos se interando de informações importantes. “Essa fase inicial, em que a criança, família e educador estão se conhecendo, pode durar dias ou meses. Pensando melhor, sempre estarão se conhecendo. por isso se diz que a adaptação, de certa forma, nunca termina”. (Rossetti Ferreira, 2002) Referências: AZEVEDO, Heloisa Helena; SILVA, Lúcia Isabel de C. A concepção de infância e o significado da educação infantil. Espaço da Escola. Revista do Professor, n 34, p.33-40, out/dez.1999. ROSSETTI-FERREIRA. Os fazeres na educação infantil. São Paulo: Cortez, 2002.
sábado, 27 de outubro de 2012
TEATRO A LUVA LULU
Esta história conta, em linguagem simples e infantil, uma aventura emocionante e envolvente. A LUVA LULU ensina a criança a ser perseverante na busca de seus objetivos e não desanimar diante das dificuldades. É destinado a crianças de zero a oito anos, recomendado especialmente aos pais e educadores que tenham o objetivo de desenvolver o aspecto espiritual e moral de seus filhos e alunos, proporcionando-lhes ainda atividades de estímulo à audição, atenção, memória e criatividade. A Luva Lulu é feita à imagem e semelhança da mão, sem a mão ela é vazia e inútil. Da mesma forma o homem foi feito à imagem e semelhança de Deus. Sem Deus o homem é vazio e sua vida não tem sentido. Que por meio desta história Deus abençoe à todos, desenvolvendo a razão da existência humana.
LUVA LULU Luva Lulu estava muito triste, pois não encontrava ninguém que a preenchesse. Ela era tão murchinha... tão murchinha! Resolveu então, pegar as malas e partir à procura de seu dono. Lulu andava muito ansiosa pelo caminho, quando avistou ao longe uma casa de fazenda. Pensou consigo: Vou até lá para ver se encontro alguém que se pareça comigo. Já a caminho, veja só quem Lulu encontrou: __ Que bom encontrar você, galinha, disse Lulu toda sorridente. __ Que você quer de mim? Nunca a vi antes, nem a conheço! __ Quantos dedos você tem galinha? __ Bom, deixe-me ver: um, dois, três... e mais um atrás. __ Só quatro dedos! Hum, mesmo assim, não me custa tentar. Será que você poderia colocá-los em mim? Apesar do esforço das duas, nada conseguiram. Assim, Lulu partiu tão triste e pensando consigo: Acho que nunca encontrarei meu dono. Sempre olhando para a casa da fazenda, a luva Lulu prossegue sua viagem, quando de repente é atropelada por um porquinho que fugia. __ Espere, seu porquinho, quero falar com você. É muito importante. Será que eu poderia dar uma olhada no seu pé? E o porquinho, meio encabulado, levantou o pé como a Luva pediu. Lulu ficou tão decepcionada! O pé era grande e tinha duas unhas horríveis e sujas. Mas como Lulu não queria desistir, pediu que seu porco tentasse colocar o pé nela. Sabem o que aconteceu? Lulu ficou toda suja de lama. O pé do porco não lhe serviu e ela partiu sem esperança. Chegando bem perto da casa, adivinhe quem veio receber Lulu? Foi o guarda da fazenda, um cachorro grande e que metia muito medo. __ Quem é você? Eu não posso deixar nenhum estranho entrar aqui. Vá embora, disse o cachorro. Lulu quase nem podia falar de tanto medo: Quan... quantos de... dedos você tem? __ Dedos? Você está brincando comigo? Respondeu o cachorro. __ Preciso de alguém com cinco dedos para preencher-me. Eu sou vazia e muito infeliz. E o cachorro, que não era tão mau, ficou com tanta peninha de Lulu que tentou colocar os pés nela. Mas a tentativa foi em vão __ o cachorro só tinha quatro dedos. A última esperança de Lulu era que alguém da casa pudesse recebê-la. Corajosamente bateu à porta e bem quietinha ficou, esperando alguém aparecer. Foi então, que Pedrinho abriu a porta e viu Lulu. __ Oba! Ganhei uma luva! Serve exatamente em mim. Com esse frio era a única coisa que eu precisava. Pedrinho lavou Lulu e não mais a tirou das mãos. E ela toda feliz, pensou: “Até que enfim encontrei aquele que me preenchesse!”. Somos como a Luva Lulu que precisava de alguém para preenchê-la. Muitas vezes nos sentimos tristes, porque somos vazios por dentro. Procuramos fazer muitas coisas para alegrar-nos, mas elas não nos preenchem. Continuamos murchinhos. Assim como os pés da galinha, do porco e do cachorro não cabiam na Luva Lulu, também as muitas coisas que tentamos fazer não cabem dentro de nós. Só há uma pessoa que pode preencher e alegrar você. Na verdade, você foi feito parecido com Ele, para que Ele viesse morar em você. Essa pessoa é Deus. A luvinha procurou alguém que a preenchesse, e achou. Se você buscar a Deus também O encontrará. Assim você nunca mais será vazio.
Dinâmicas
MARCHA DOS CHAPÉUS Os participantes formam um círculo e marcham ao compasso da música, um atrás do outro como os chapéus postos, menos um. Os chapéus devem ser passados ao companheiro que marcha na frente. Quando a música cessa repentinamente, um ficará sem chapéu e este deve sair do círculo, levando um chapéu. O último que consiga manter seu chapéu será o vencedor. Pode-se fazer a brincadeira com um só chapéu no círculo. O participante que ficar com o chapéu na cabeça ao cessar a música, sairá do círculo. Ovelha Perdida Uma criança é escolhida e seus olhos vendados. Uma vara é colocada em sua mão, enquanto os outros formam um círculo ao seu redor. O cego vai apontando com a sua vara e pergunta: “Você é a Minha Ovelha Perdida?” A pessoa apontada deve pegar a vara e levá-la perto da sua boca e emitir um balido, disfarçando a voz, mas se for reconhecida deverá tomar o lugar do cego. Cada vez que isto acontece, os jogadores mudam de lugar para não ser reconhecida a sua posição. Fazendo Compras Um círculo com uma pessoa no centro. O participante que vai fazer compras dará voltas ao redor do círculo e deter-se-á em frente de um dos participantes e dirá, por exemplo: “Vou ao México, que posso comprar?” Imediatamente, contará até dez e antes que termine, o concorrente a quem está falando terá que mencionar três coisas que comecem com M (como manteiga, medicamentos, meias). Se não conseguir fazer isto, então ele tomará o lugar do que vai fazer compras. Poderá mencionar qualquer lugar e as coisas compradas terão que começar com a inicial do nome do lugar. Caçar na Natureza Jesus usava a Natureza para as suas ilustrações. Divida a classe em três ou quatro grupos. A cada grupo deve ser dada uma lista idêntica de artigos que devem ser encontrados. Ninguém pode sair da área designada. Sugestões: sementes, trevo, haste de grama, folha de árvore, penas de aves, varinhas, pedaços de papel. Especifique um limite de tempo de mais ou menos 3 a 5 minutos. O grupo que conseguir mais itens é o vencedor. Seguem para Samaria Fazer uns quadrados no chão formando um grande círculo. Um quadrado para cada criança menos um que será o que “sobra”. Cada jogador ficará dentro do seu quadrado até que receba um toque do que sobra, ao este estar circulando e dizendo: “Segue-me para Samaria”. O que foi tocado coloca a sua mão no “sobra” e o segue. À medida que os outros vão sendo tocados e vão aumentando a fila que vai sendo unida pelas mãos no ombro, o líder pode gritar: “Os romanos vêm vindo”. Então, todos correm para os seus quadrados. O que ficar sem quadrado é “sobra”. Corrida de Jornais A cada participante são fornecidas duas folhas de jornal. Cada passo na corrida deve ser dado em cima dos jornais. Desta maneira, ele põe uma folha no chão, pisa em cima; põe a outra no chão, pisa em cima; pega a primeira que ficou para trás, trazendo-a novamente à frente, e assim sucessivamente até alcançar o alvo. (Percorrer todo o trajeto estipulado). Rinha de Galo Prender com um alfinete uma figura ou objeto nas costas de dois jovens para que estes descubram mutuamente o que têm nas costas. Cada um procurará ver primeiro o que tem seu companheiro nas costas, procurando evitar que o outro veja a sua. Premiar o primeiro a descobrir. ATENÇÃO! CONCENTRAÇÃO! Formação: Em círculo, sentados na sala de aula ou à vontade. Desenvolvimento: Ao iniciar o jogo, todos dirão: “__ Atenção! Concentração!” Logo em seguida baterão palmas 3 vezes. “__ Atenção” – 3 palmas “__ Concentração” _ 3 palmas “__ Diga o nome” _ 3 palmas “__ Nome de” _ 3 palmas A seguir o líder ou uma criança por ele indicada falará e os demais baterão palmas da seguinte maneira: “__ Uma fruta” _ 3 palmas “__ Que você” _ 3 palmas “__ Mais gosta” _ 3 palmas Logo após da ordem indicada pelo líder cada criança dirá o nome de uma fruta e baterá 3 palmas, que será acompanhada por todo o grupo. Depois de que todas as crianças tiverem dito o nome de uma fruta, o líder ou outra criança, sem intercessão, continua a brincadeira, dando nova ordem. Poderão ser lembrados: nomes de cidades, bairros, países, acidentes geográficos, pessoas da Bíblia, cores, animais, comidas, sobremesas, etc. Pagarão prendas os que errarem. DENTRO! FORA! Formação: Ao redor de um círculo grande ficam as crianças. Desenvolvimento: O líder ordena Dentro ou Fora e todas as crianças cumprem as ordens pulando com os pés juntos para dentro ou para fora do círculo. De vez em quando o professor repete a mesma ordem. As crianças que erram são eliminadas provisoriamente, isto é, até serem substituídas por outras que cometeram a mesma falta. CAMALEÃO Formação: Este jogo necessita de um espaço relativamente plano, delimitado. Jogam pelo menos seis crianças. Coloca-se uma criança (camaleão), virada de olhos tapados pelas mãos. As restantes crianças estão colocadas à vontade, a uma distância de cerca de dez metros. Desenvolvimento: Ao sinal de início do jogo, as crianças perguntam em coro àquela que está de costas: “Camaleão, de que cor?” . O camaleão responde dizendo uma cor, por exemplo, o azul. Mal diz a cor, neste exemplo, o azul, o camaleão vira-se e começa a correr atrás dos colegas, que fogem. Ao fugir, as crianças procuram um objeto da cor escolhida e tocam nele, a fim de se livrar. Neste caso, o camaleão não as pode caçar. Só pode caçar aquelas crianças que ainda não se livraram, ou seja, não tocaram na cor escolhida. Se o camaleão tocar em alguém antes de se livrar, este passa a ser o novo camaleão. Se o camaleão não conseguir caçar ninguém, continua nesta função. CAIU EM MIM Objetivo: Esta dinâmica pode ser considerada um exercício de integração, no entanto, é mais adequada para grupos que já se conhecem, objetivando o lazer e a descontração. Procedimentos: 1. Orientar para que todos fiquem assentados em círculo; 2. Distribuir papeletas e lápis para cada participante; 3. Cada pessoa escreverá na sua papeleta alguma coisa que o vizinho da direita realizasse. Pode ser qualquer coisa: imitar alguém, cantar uma música, imitar um animal, etc; 4. Deverão assinar o nome nas papeletas 5. O facilitador recolhe todas as papeletas; 6. Após recolher as papeletas, dá o mote: “Aquilo que você quiser para si não deve desejar para os outros… Portanto, o que você escreveu na sua papeleta, quem vai executar é você! (ninguém pode se recusar a participar) 7. Iniciar por voluntários, até que todos tenham concluído.
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