"A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo. (Nelson Mandela) "

segunda-feira, 22 de julho de 2013

PROJETO: ALFABETIZANDO COM CANTIGAS


PROJETO: ALFABETIZANDO COM CANTIGAS




Área do Conhecimento: Língua Portuguesa – Alfabetização

Justificativa:
Ensinar às crianças a ler e escrever e se expressar de maneira competente na língua portuguesa. Esse projeto visa proporcionar um gênero que permita às crianças sentido à leitura e à escrita. Ao estabelecer relações entre o escrito e o oral, os alunos avançam em suas hipóteses de escrita.

Objetivos:
* Possibilitar que as crianças vivenciem, desde o início de seu processo de alfabetização, atividades que envolvam textos, palavras, letras significativas.
* Propiciar às crianças a aquisição de um repertório de letras de forma a contribuir para o desenvolvimento do processo de alfabetização.
* Estimular a pesquisa e a análise das palavras do texto.
* Propiciar aos alunos um trabalho rico e prazeroso na aquisição da escrita e da leitura.

Conteúdos:
Conteúdos conceituais: cantigas de roda
Conteúdos procedimentais: trabalhar com cantigas onde os alunos vão unir as palavras para montar as cantigas de roda: as letras das músicas mostram o sentido e a função da escrita.
Conteúdos atitudinais: o projeto possibilita com que os alunos realizem um trabalho coletivo, onde todos estejam envolvidos, provocando situações em que os alunos se ajudem mutuamente no processo de aprendizagem e incentivando a participação.


Procedimentos:
Trabalhar com as letras das cantigas. As letras serão copiadas em cartolina e afixadas na parede para que todos se familiarizem com o texto.
As atividades dependerão das hipóteses em que as crianças se encontrem. Os alunos já alfabetizados reescrevem as cantigas. Enquanto isso, os outros poderão executar diversas atividades como ordenar tiras de papel com versos, palavras e letras, marcar palavras que já conhecem ou sílabas que reconhecem. A turma ainda pode fazer exercícios de rimas, separando termos da frase, completar e ordenar versos e palavras.

Recursos:
Letras de cantigas de roda, audição de CDs, cartolinas, material para confecção de livros.

Culminância do projeto:
Será confeccionado pelo aluno um livrinho com todas as cantigas trabalhadas.

Avaliação:
Observar se através das atividades os alunos avançam no estabelecimento de relações entre o escrito e oral, e se obtiveram avanços na interpretação de textos, bem como nas habilidades gerais de

cachinhos dourados

maquete de casa para montar

A escolinha do Mar


A escolinha do Mar 
Ostra fica lá no fundo do mar. Nesta escola, as aulas são muito diferentes.
 O Dr. Camarão, por exemplo, dá aulas aos peixinhos menores: -
Um peixe inteligente presta atenção àquilo que come. Não come minhoca com anzol dentro. Nunca! O peixe elétrico ensina a fazer foguetes: - Quando nosso foguete ficar pronto, vamos à terra.
Os homens não vão a Lua? E o maestro Villa-Peixes ensina aos alunos lindas canções: “Como pode o peixe vivo Viver fora d’ água fria...” Os alunos desta escola não são apenas peixes. Há, por exemplo, Estela, a pequena estrela-do-mar, tão graciosa, que é a primeira aluna da aula de balé. Há Lulita, a pequena lula, que é a primeira em caligrafia porque já tem, dentro dela, pena e tinta. E há o siri-patola, que só sabe andar de lado e por isso nunca acompanha a aula de ginástica. Mas nem todos os alunos são bem-comportados. Quando o Dr. Camarão se distrai, escrevendo na concha, Peixoto, o peixinho vermelho, solta bolhas tão engraçadas que os outros riem, riem. O Dr. Camarão se queixa: - Estes meninos estão ficando muito marotos, fazem estripulias nas minhas barbas! No fim do ano, Dona Ostra, que é uma professora muito moderna, leva seus alunos para uma excursão pelo fundo do mar. Naquele ano, os preparativos para a excursão foram animadíssimos. Vocês sabem, o melhor da festa é esperar por ela. Um grande ônibus foi contratado para levar os alunos e professores. Ônibus marítimo, é claro, puxado por cavalos-marinhos. No dia da partida, todas as mamães foram despedir-se dos filhinhos e todas faziam muitas recomendações: - Veja lá, hein? Não vá chegar à beira do ar, e cuidado com as gaivotas! - Meu filho, não chegue perto do peixe-elétrico quando ele estiver ligado. É muito perigoso! - Adeus, adeus, boa viagem, aproveitem bem! E eles aproveitaram mesmo. Que beleza é o fundo do mar! E como aprenderam! - Veja, dona Ostra, que peixão tão grande, dando de mamar ao peixinho!
- Aquilo não é peixe, não, é uma baleia. As baleias são de outra família. Aparentadas com o homem. Por isso dão de mamar aos filhotes. E aprenderam muitas outras coisas. Viram os peixes-voadores, que davam grandes mergulhos no ar; viram os golfinhos, que são parentes das baleias, inteligentíssimos. E os tubarões, muito emproados, que andam sempre com seus ajudantes, os peixes-pilotos. O mais emproados de todos é o Barão Tubarão. Mora num grande castelo de madrepérola, com seu filho, o Tubaronete. Naquela noite, acamparam perto do castelo do Barão. Todos ajudaram a armar o acampamento e, quando tudo ficou pronto, juntaram-se e começaram a cantar; “Roda, roda, roda, pé, pé, pé. Caranguejo só é peixe Na enchente da maré...” Ouvindo aquela cantoria, o Tubaronete veio espiar o que havia. Ele era um peixe muito mal-educado, não ia á escola, nem nada, era um verdadeiro “play-peixe”. Começou a caçoar de todos, a imitar o jeito de cada um, que é uma coisa muito feia. Dona Ostra ficou aborrecida. - Olhe aqui, menino, se você quiser, pode ficar, mas tem que se comportar direitinho, como os outros. Tubaronete era mesmo muito mal-educado. Avançou para dona Ostra, vermelhinho de raiva: - Eu não preciso de vocês, seus peixes de água doce, seus peixes de lata! E arrancou a pérola de dona Ostra e fugiu, espirrando água para todos os lados. Dona Ostra se pôs a chorar: - Ai, minha pérola! Como é que vou passar sem ela? Já estava tão acostumada... - Ah, dona Ostra, não se aflija, não - disse Peixoto, que, apesar de pequenininho, era muito valente. - Eu vou já ao castelo buscar a pérola. Se ele não devolver, falo com o pai dele! Dona Ostra empalideceu: - Ai, não vai não! Eu tenho tanto medo de tubarão, ainda mais de tubarão barão. - Eu vou, sim. Se a gente ficar de braços cruzados, sua pérola não volta nunca mais. Chegando ao palácio do Barão, Peixoto bateu as barbatanas com toda a força: PLAC, PLAC, PLAC! Veio atender ao portão uma senhora enguia, de uniforme preto e touquinha branca na cabeça. - Boa noite, dona Cobra, diga ao Tubaronete que aqui está o Peixoto, que quer falar com ele sem demora – disse o peixinho. - Cobra, não! Dobre a língua, ouviu? Meus patrões não têm tempo a perder com senhores Peixotos...
E foi entrando, sem querer escutar o que Peixoto estava dizendo. Mas Peixoto não desanimou. Rodeou a casa até que encontrou uma janela meio aberta e foi entrando, mesmo sem convite. Lá estavam o Barão e o Tubaronete jantando. Peixoto, com o coração batendo muito, adiantou-se: - Desculpe, seu Barão, eu ir entrando assim, mas tenho umas contas a ajustar aqui com o seu filho. Cadê a pérola de dona Ostra? Devolva já, já! Tubaronete até engasgou de susto: - Eu ia devolver, eu ia, sim! Tome a pérola, eu estava brincando... O Barão Tubarão levantou-se, furioso: - De que é que vocês estão falando? Pelo que vejo, o senhor meu filho já aprontou mais uma das suas! É a vergonha da família Tubarão! Vou-lhe aplicar um castigo tremendo! Peixoto ficou com pena de Tubaronete: - Olhe, seu Barão, eu acho que o Tubaronete é assim, por que ele não sabe nada. Por que é que ele não vai á escola como os outros peixes? O Barão não disse nada, mas, no ano seguinte, Tubaronete foi o primeiro aluno que se matriculou na escola de dona Ostra. Faz muito tempo que essa história se passou. Tubaronete já não é mais aquele peixe sem educação que era naquele tempo. Ele, agora, é aluno de dona Ostra, dos mais aplicados. É ele quem apaga a concha para os professores, e é agora o melhor amigo do Peixoto. Os dois combinaram que, quando se formarem, vão ser sócios. Vão fundar uma grande agência de turismo, para fazerem sempre outras viagens pelo

O que os olhos não vêem


O que os olhos não vêem 

Havia uma vez um rei num reino muito distante, que vivia em seu palácio com toda a corte reinante. Reinar pra ele era fácil, ele gostava bastante. Mas um dia, coisa estranha! Como foi que aconteceu? Com tristeza do seu povo nosso rei adoeceu. De uma doença esquisita, toda gente, muito aflita, de repente percebeu... Pessoas grandes e fortes o rei enxergava bem. Mas se fossem pequeninas, e se falassem baixinho, o rei não via ninguém. Por isso, seus funcionários tinham de ser escolhidos entre os grandes e falantes, sempre muito bem nutridos. Que tivessem muita força, e que fossem bem nascidos. E assim, quem fosse pequeno, da voz fraca, mal vestido, não conseguia ser visto. E nunca, nunca era ouvido.
O rei não fazia nada contra tal situação; pois nem mesmo acreditava nessa modificação. E se não via os pequenos e sua voz não escutava, por mais que eles reclamassem o rei nem mesmo notava. E o pior é que a doença num instante se espalhou. Quem vivia junto ao rei logo a doença pegou. E os ministros e os soldados, funcionários e agregados, toda essa gente cegou. De uma cegueira terrível, que até parecia incrível de um vivente acreditar, que os mesmos olhos que viam pessoas grandes e fortes, as pessoas pequeninas não podiam enxergar. E se, no meio do povo, nascia algum grandalhão, era logo convidado para ser o assistente de algum grande figurão. Ou senão, pra ter patente de tenente ou capitão. E logo que ele chegava, no palácio se instalava; e a doença, bem depressa, no tal grandalhão pegava. Todas aquelas pessoas, com quem ele convivia, que ele tão bem enxergava, cuja voz tão bem ouvia, como num encantamento, ele agora não tomava o menor conhecimento... Seria até engraçado se não fosse muito triste; como tanta coisa estranha que por esse mundo existe. E o povo foi desprezado, pouco a pouco, lentamente. Enquanto que próprio rei vivia muito contente; pois o que os olhos não vêem,
nosso coração não sente. E o povo foi percebendo que estava sendo esquecido; que trabalhava bastante, mas que nunca era atendido; que por mais que se esforçasse não era reconhecido. Cada pessoa do povo foi chegando á convicção, que eles mesmos é que tinham que encontrar a solução pra terminar a tragédia. Pois quem monta na garupa não pega nunca na rédea!
Eles então se juntaram, Discutiram, pelejaram, E chegaram à conclusão Que, se a voz de um era fraca, Juntando as vozes de todos Mais parecia um trovão. E se todos, tão pequenos, Fizessem pernas de pau, Então ficariam grandes, E no palácio real Seriam logo avistados, Ouviriam os seus brados, Seria como um sinal. E todos juntos, unidos, fazendo muito alarido seguiram pra capital. Agora, todos bem altos nas suas pernas de pau. Enquanto isso, nosso rei continuava contente. Pois o que os olhos não vêem nosso coração não sente... Mas de repente, que coisa! Que ruído tão possante! Uma voz tão alta assim só pode ser um gigante! - Vamos olhar na muralha. - Ai, São Sinfrônio, me valha neste momento terrível! Que coisa tão grande é esta que parece uma floresta? Mas que multidão incrível! E os barões e os cavaleiros, ministros e camareiros, damas, valetes e o rei
tremiam como geléia, daquela grande assembléia, como eu nunca imaginei! E os grandões, antes tão fortes, que pareciam suportes da própria casa real; agora tinham xiliques e cheios de tremeliques fugiam da capital. O povo estava espantado pois nunca tinha pensado em causar tal confusão, só queriam ser ouvidos, ser vistos e recebidos sem maior complicação. E agora os nobres fugiam, apavorados corriam de medo daquela gente. E o rei corria na frente, dizendo que desistia de seus poderes reais. Se governar era aquilo ele não queria mais! Eu vou parar por aqui a história a que estou contando. O que se seguiu depois cada um vá inventando. Se apareceu novo rei ou se o povo está mandando, na verdade não faz mal. Que todos naquele reino guardam muito bem guardadas as suas pernas de pau. Pois temem que seu governo possa cegar de repente. E eles sabem muito bem que quando os olhos não vêem nosso coração não sente.

Como se Fosse Dinheiro


Como se Fosse Dinheiro 
Todos os dias Catapimba levava dinheiro para escola para comprar o lanche. Chegava no bar, comprava um sanduíche e pagava seu Lucas. Mas seu Lucas nunca tinha troco. Um dia, Catapimba reclamou de seu Lucas: - Seu Lucas, eu não quero bala, quero meu troco em dinheiro. - Ora, menino, eu não tenho troco. Que é que eu posso fazer? - Ah, eu não sei! Só sei que quero meu troco em dinheiro! - Ora, bala é como se fossa dinheiro, menino? Ora essa... Catapimba ainda insistiu umas duas ou três vezes. A resposta era sempre a mesma: - Ora, menino, bala é como se fosse dinheiro... Então, leve um chiclete, se não gosta de bala. Aí, Catapimba resolveu dar um jeito. No dia seguinte, apareceu com um embrulhão de baixo do braço. Os colegas queriam saber o que era. Catapimba ria e respondia; - Na hora do recreio, vocês vão ver... E, na hora do recreio, todo mundo viu. Catapimba comprou o seu lanche. Na hora de pagar, abriu o embrulho. E tirou de dentro... uma galinha. Botou a galinha em cima do balcão. - Que é isso, menino? - perguntou seu Lucas. - É pra pagar o sanduíche, seu Lucas. Galinha é como se fosse dinheiro... o senhor pode me dar troco, por favor? Os meninos estavam esperando para ver o que seu Lucas ia fazer. Seu Lucas ficou um tempão parado, pensando... Aí colocou uma moedas no balcão: - Está aí seu troco, menino! E pegou a galinha, para acabar com a confusão. No dia seguinte, todas as crianças apareceram com embrulhos debaixo do braço. No recreio, todo mundo foi comprar lanche. Na hora de pagar...
Teve gente que queria pagar com raquete de pingue-pongue, com papagaio de papel, com vidro de cola, com geléia de jabuticaba... O Armandinho quis pagar um sanduíche de mortadela com o sanduíche de goiabada que ele tinha levado... Teve gente que também levou galinha, pato, peru... E, quando seu Lucas reclamava, a resposta era sempre a mesma; - Ué, seu Lucas, é como se fosse dinheiro... Mas seu Lucas ficou chateado mesmo quando apareceu o Caloca puxando um bode. Aí, seu Lucas correu e chamou a diretora. Dona Júlia veio e contaram pra ela o que estava acontecendo. E sabe o que ela achou? Pois achou que as crianças tinham razão.. - Sabe, seu Lucas - ela falou -, bode não é como se fosse dinheiro. Galinha também não é. Até aí o senhor tem razão. Mas bala também não é como se fosse dinheiro muito menos chiclete. Seu Lucas se desculpava: - É, mas eu não tive troco? - Aí, o senhor anota, e no outro dia paga. Os meninos fizeram uma festa, deram pique-pique pra dona Júlia e tudo. Naquele dia, nem houve mais aula. Mas o melhor de tudo é que todos do bairro ficaram sabendo do caso. E, agora, seu Pedro da farmácia não dá mais compridos de troco, seu Ângelo do mercado não dá mais mercadoria como se fosse dinheiro. Afinal, ninguém quer receber um bode em pagamento, como se fosse dinheiro. É, ou não é?

Faca Sem Ponta Galinha Sem Pé

Faca Sem Ponta Galinha Sem Pé
 Esta é a história de dois irmãos.
Com eles aconteceu uma coisa muito esquisita, muito rara e difícil de acreditar.
Pois eram dois irmãos: um menino, o Pedro. E uma menina a Joana.
 Eles viviam com os pais, seu Setúbal e dona Brites. E os problemas que eles tinham não eram diferentes dos problemas de todos os irmãos. Por exemplo... Pedro pegava a bola para ir jogar futebol, lá vinha Joana: - Eu também quero jogar! Pedro danava:
 - Onde é que já se viu mulher jogar futebol? - Em todo lugar. - Eu é que não vou levar você! O que é que meus amigos vão dizer? - E eu estou ligando pro que os seus amigos vão dizer?
 - Pois eu estou. Não levo e pronto! Joana ficava furiosa, batia as portas, chutava o que encontrasse no chão, fazia cara feia.
Dona Brites ficava zangada:
 - Que é isso, menina?
Que comportamento!
Menina tem que ser delicada, boazinha...
- Boazinha? Pois sim! - respondia Joana de maus modos.
Ás vezes Pedro chegava da rua todo esfolado, chorando. - Que é isso?
- Espantava-se seu Setúbal. - O que foi que aconteceu?
 - Foi o Carlão! foi o besta do Carlão! Me pegou na esquina - choramingava Pedro.
Seu Setúbal ficava furioso:
- E você?
O que foi que você fez?
Por acaso fugiu?
Filho meu não foge!
Volte pra lá já e bata nele também.
 E vamos parar com essa choradeira!
Homem não chora!
Pedrinho desapontava:
 - Eu estou chorando é de raiva! É de ódio!
 Joana se metia :
- Homem é assim mesmo!
 Quando a gente chora é porque é mole, é boba, é covarde.
 Agora, homem quando chora é de ódio...
Pedro ficava furioso, queria bater na irmã.
Dona Brites entrava no meio:
- Que é isso, menino?
Numa menina não se bate nem com uma flor...
Pedro ia embora, pisando duro:
 - Só com um pedaço de pau... E as brigas se repetiam sempre.
 Quando Joana subia na árvore para apanhar goiaba, Pedro implicava:
- Mãe, olha a Joana encarapitada na árvore. Parece um moleque!
- Moleque é o seu nariz! - gritava Joana.
- Você toda hora está em cima de árvore, por que é que eu não posso?
 - Não pode porque é mulher!
 Por isso é que não pode.
 E não adianta vir com conversa mole, não!
 Mulher é mulher, homem é homem!
Quando Pedro botava camisa nova e se olhava no espelho, Joana já implicava:
- Olha a mulherzinha! Como está vaidoso...
Ou então quando Pedro ficava comovido com alguma coisa, como filme triste, que tem menininha sozinha, sem ninguém para cuidar dela, Joana já começava a caçoar:
- Vai chorar, é? E agora é de ódio, è?
Mas nas outras coisas eles eram bem amigos:
 Jogavam cartas, viam televisão juntos, iam ao cinema...
 Um dia... Tinha chovido muito e os dois vinham voltando da escola.
 De repente, Pedro gritou:
- Olha só o arco-íris!
- É mesmo! - disse Joana.
 - que grandão!
 Que bonito!
- Puxa! - espantou-se Pedro.
 - Parece que está pertinho!
Vamos passar por baixo? Vamos! Joana se riu:
 - Tia Edith disse que se a gente passar por baixo do arco-íris, antes do meio-dia, homem vira mulher e mulher vira homem...
- Que besteira! - disse Pedro
. - Quem é que acredita numa coisa dessas? E os dois se deram as mãos e correram, correram, na direção do arco-íris.
E de repente pararam espantados.
Eles estavam se sentindo esquisitíssimos!
- O que aconteceu?
- perguntou Joana.
 E a voz dela saiu diferente, parece que mais grossa...
 - Sei lá! - disse Pedro.
 Mas parou de pressa, porque ele estava falando direitinho como uma menina.
- Aconteceu comigo uma coisa muito estranha... - resmungou Joana.
- Comigo também... - reclamou Pedro.
E os dois se olharam muito espantados... E correram para casa.
Vocês podem imaginar o reboliço que foi na casa deles quando contaram o que tinha acontecido. No começo ninguém estava acreditando.
 - Que brincadeira mais idiota! - falou seu Setúbal.
- Vamos parar com isso? - disse dona Brites.
 Mas depois tiveram que se convencer...
E naquele dia, no jantar, ninguém brigou para saber se menina podia ou não podia fazer isso ou aquilo.
Afinal ninguém sabia direito quem era quem...
O pai e mãe de Joana e Pedro ficaram conversando até de madrugada
. - Acho melhor nem contarmos pra ninguém - dizia seu Setúbal.
 - Mas como é que vai ser? - argumentava dona Brites.
- Todo mundo vai notar! E podem até pensar coisa pior...
- E o nome deles? - perguntou seu Setúbal.
 - Como é que fica?
- É mesmo! - choramingou dona Brites.
 - A Joaninha, meu Deus, que tinha o nome da minha mãe.
 Que Deus a tenha em sua glória, agora vai ter que se chamar Joano!
Joano, Setúbal! Isso é lá nome de gente? E o Pedro, que horror!
Vai ter que se chamar Pêdra. Pode uma coisa dessas?
- E tem um outro problema em que estou pensando - disse seu Setúbal.
 - Está bem que a gente vista o Joano de homem... afinal as mulheres hoje em dia só querem se vestir de homem... mas vestir a Pêdra de mulher... não sei, não!
E se ele, quer dizer, ela, virar homem outra vez?
 - Ah, sei lá! - disse dona Brites. - Jà nem sei o que pensar. Acho melhor a gente ir dormir...
 No dia seguinte o problema da roupa foi resolvido com facilidade. Foi só vestir calça de brim nos dois, mais camiseta e tênis
. Joano e Pêdra estavam brincando e rindo, como se nada estivesse acontecido, disfarçando para que os pais não se preocupassem ainda mais do que já estavam preocupados.
Mas assim que saíram de casa ficaram sérios.
 Eles não sabiam como é que iam fazer na escola.
Logo na esquina, Pedro, quer dizer Pêdra, que agora era menina, deu o maior chute numa tampinha de cerveja que estava no chão
. - Vamos parar co isso? - disse Joano.
- Menina não faz essas coisas. - E eu sou menina? - reclamou Pêdra.
- É, não é? - Ah, mas eu não me sinto menina! Tenho vontade de chutar tampinha, de empinar papagaio, de pular sela...
- Ué, eu também tinha vontade de fazer tudo isso e você dizia que menina não podia - reclamou Joano.
- Mas é que todo mundo diz isso - disse Pêdra. - que menina não joga futebol, que mulher é dentro de casa...
- Pois é, agora agüenta!
 Não pode, não pode, não pode...
 - Ah, mas agora eu posse chorar a vontade, posse dizer fita, posso ter medo de escuro...
Quando tiver que ir buscar água de noite você é que tem que ir... e quando eu quiser ver novela ninguém vai me chatear... E eles ficaram ali, uma porção de tempo, discutindo a situação. De repente Pêdra lembrou-se de que precisava ir para o colégio. - Sabe de uma coisa? - disse Joano. - Eu é que não vou para escola desse jeito ridículo. - Não sei por que ridículo. Ridículo estou eu, aqui, virado em mulher. - E você quer ir para escola? - perguntou Joano. - Eu não - respondeu Pêdra. E sentou num murinho, muito desanimada. Joano sentou também. - Sabe de uma coisa? - disse Pêdra. - Nós temos é que encontrar o arco-íris pra passar por baixo outra vez. - Mas não está nem chovendo - choramingou Joano, que agora era menino mas bem que estava com vontade de chorar... - É, mas se a gente não procurar não vai encontrar. E se não encontrar vai ficar desse jeito o resto da vida! Então Joano tomou uma decisão: - Olha aqui. Eu vou mas não vou levar você, não! Vou é sozinho! Menina só serve pra atrapalhar. Pêdra ficou danada da vida: - Ah, é? Então vire-se! Eu também vou procurar sozinha e não quero conversa com você. Vamos ver quem encontra primeiro. E cada um foi para o seu lado, sem nem olhar para trás. Os dois rodaram o dia inteirinho, mas não tinha caído nem uma chovinha, de maneira que não havia jeito de encontrar o arco-íris. E no outro dia foi a mesmo coisa, e no outro, e no outro. E em casa as coisas estavam piorando cada vez mais. Um implicava com o outro, caçoava, proibia: - Menino não pode! - Menina não faz! - Onde é que já se viu? - Coisa mais feia!
- Vou contar pra mamãe!
Se o arco-íris não aparecesse logo... Até que um dia eles acordaram e estava chovendo a maior chuva que já tinha visto. Trovão, relâmpagos, água que não acabava mais. Os dois ficaram torcendo para a chuva passar. E quando passou, saíram, como sempre um para cada lado, procurando o arco-íris
. Joano chegou para lá da escola, num lugar onde ele nunca tinha ido.
 E já vinha voltando, desanimado, quando viu, bem na sua frente, o arco-íris. Joano correu e passou por baixo. Mas não aconteceu nada. Joano continuava Joano...
Com Pêdra aconteceu mais ou menos a mesma coisa. Andou, andou, até fora da cidade. E só quando vinha voltando é que encontrou o arco-íris, passou por baixo e nada!
Na porta de casa os dois se encontraram:
- Nada, hein? - perguntou Pêdra. - Nadinha! - respondeu Joano. - Que será que aconteceu? - disse um. - Que será que não aconteceu? - disse o outro. E os dois se sentaram - tão amigos! - e contaram, um ao outro, como é que eles tinham passado por baixo e nada tinha acontecido...
De repente Pêdra se levantou animada: - Espere um pouco! A tia Edith disse que tinha que passar embaixo do arco-íris antes do meio-dia, não foi? Então, pra desvirar tem que ser Depois do meio-dia, é ou não é? - É mesmo! - disse Joano. - E tem mais uma coisa.
Pra mudar de sexo nós passamos de lá pra cá, não foi?
 A gente vinha voltando da escola, não vinha?
Pois agora a gente tem que passar daqui pra lá, pra desvirar. Pêdra ficou olhando para Joano:
 - Sabe que você é bem esperta para uma menina? Joano respondeu: - Você também é bem esperta... pra uma menina.
 Os dois se riram como há muito tempo não faziam.
E juntos saíram á procura do arco-íris.
 E de repente lá estava ele. Grande, brilhante, colorido, como um desafio. Joano e Pêdra deram-se as mãos.
 E correram, juntos, em direção do arco-íris.
E finalmente perceberam que alguma coisa, novamente, tinha acontecido.
Então riram, se abraçaram e abraçados começaram a voltar para casa. Então Joana viu uma tampinha de cerveja na calçada.
Correu e chutou a tampinha para Pedro. Pedro devolveu e os dois foram jogando tampinha até em casa...

A Arca de Noé


 
Esta história é muito, Muito antiga.
Eu li Num livrão grande do papai,
Que se chama Bíblia. É a história de um homem chamado Noé. Um dia, Deus chamou Noé.
 E mandou que ele construísse
Um barco bem grande. Não sei por quê, Mas todo mundo chama esse barco De Arca de Noé.
Deus mandou Que ele pusesse dentro do barco Um bicho de cada qualidade.
Um bicho, não. Dois. Um leão e uma leoa... Um macaco e uma macaca... Um caititu e uma caititoa...
Quer dizer, caititoa não, Que eu nem sei se isso existe. E veio tudo que foi bicho. Girafa, com um pescoço Do tamanho de um bonde...
Tinha tigre de bengala. Papagaio que até fala. E tinha onça-pintada. Arara dando risada, Que era ver uma vitrola!
E um casal de tatu-bola... Bicho d´água, isso não tinha, Nem tubarão, nem tainha, Procurando por abrigo.
Nem peixe-boi nem baleia, Nem arraia nem lampreia, Que não corriam perigo...
E zebra, que parece cavalo de pijama... E pavão, que parece um galo Fantasiado pra baile de carnaval.
E cobra, jacaré, elefante... E paca, tatu e cutia também. E passarinho de todo jeito. Curió, bem-te-vi, papa capim... E inseto de todo tamanho. Formiga, joaninha, louva-a-deus...
Eu acho que Noé Devia Ter deixado fora Tudo que é bicho enjoado,
Como pulga, barata r pernilongo, Que faz fiuuummm no ouvido da gente. Mas ele não deixou. Levou tudo que foi bicho. Tinha peru, tinha pato.
 Tinha vespa e carrapato. Avestruz, carneiro, pinto... Tinha até ornitorrinco. Urubu, besouro, burro. Gafanhoto, grilo, gato. Tinha abelha, tinha rato... Quando a bicharada Estava toda embarcada,
E mais a família do Noé todinha, Começou a cair uma chuvarada. Mas não era uma chuvarada Dessas que caem agora.
Você já viu uma cachoeira?
Pois era igualzinho A uma cachoeira caindo, Caindo, que não acabava mais.
 Parecia o Rio Amazonas despencando.
E aquela água foi cobrindo tudo, tudo. Cobriu as terras, cobriu as plantas, cobriu as árvores, cobriu as montanhas.
Só mesmo a Arca de Noé, que boiava em cima das águas, é que não ficou coberta. E mesmo depois Que passou a tempestade Ficou tudo coberto de água.
E passou muito tempo. T
odo mundo estava enjoado
De ficar preso dentro da Arca, Sem poder sair nem um bocadinho. Os bichos até começaram a brigar. Que nem criança,
Que fica muito tempo dentro de casa E já começa a implicar com os irmãos. O gato e o rato Começaram a brigar nesse tempo
E até hoje não fizeram as pazes. Até que um dia... Veio vindo um ventinho lá de longe.
E as águas começaram a baixar. E foram baixando, baixando... E Noé teve uma idéia. Mandou o pombo
Dar uma volta lá fora Para ver como estavam as coisas. Os pombos são ótimos para isso. Eles sabem ir e voltar dos lugares,
Sem se perder, nem nada.
 Por isso é que Noé escolheu o pombo Para esse trabalho. O pombo foi e voltou Com uma folhinha no bico. E Noé ficou sabendo Que as terras já estavam aparecendo. E as águas foram baixando Mais e mais... Então a Arca pousou Sobre um monte. E todo mundo pôde sair E todo mundo ficou contente. E todos se abraçaram E cantaram. E Deus pendurou no céu Um arco colorido, Todo de listras. E esse arco queria dizer Que Deus era amigo dos homens, E que nunca mais Ia chover assim na terra. Você já viu, depois da chuva, O arco-íris redondinho no céu? Pois é pra sossegar a gente. Pra gente nunca mais Ter medo da chuva!

A CHÁCARA DO CHICO BOLACHA


A CHÁCARA DO CHICO BOLACHA






NA CHÁCARA DO CHICO BOLACHA,
O QUE SE PROCURA
NUNCA SE ACHA!

QUANDO CHOVE MUITO,
O CHICO BRINCA DE BARCO,
PORQUE A CHACARA VIRA CHARCO.

QUANDO NÃO CHOVE NADA,
CHICO TRABALHA COM A ENXADA
E LOGO SE MACHUCA
E FICA DE MÃO INCHADA.

POR ISSO, COM O CHICO BOLACHA,
O QUE SE PROCURA,
NUNCA SE ACHA!

DIZEM QUE A CHÁCARA DI CHICO
SÓ TEM MESMOS CHUCHU
E UM CACHORRINHO COXO
QUE SE CHAMA CAXAMBU.

OUTRAS COISAS, NINGUÉM PROCURE,
PORQUE NÃO ACHA.
COITADO DO CHICO BOLACHA!

(CECÍLIA MEIRELES)

sexta-feira, 27 de abril de 2012

BERÇÁRIO II 6 MESES A 1 ANO E MEIO BERÇÁRIO I e BERÇÁRIO II


EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGENS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL BERÇÁRIO I e BERÇÁRIO II 6 MESES A 1 ANO E MEIO
BERÇÁRIO I e BERÇÁRIO II

6 MESES A 1 ANO E MEIO



LINGUAGEM ORAL E ESCRITA
1
Distinguir a entonação do professor quando ele conta histórias e quando se comunica em situações cotidianas.
2
Acompanhar verbalmente contos de repetição a partir das narrações do professor.
3
Narrar trechos de histórias utilizando recursos expressivos próprios/ sugerido somente para o B II
4
Acompanhar a cantoria de parlendas, cantigas ou brincadeiras cantadas.
5
Expressar-se corporalmente, emitindo sonorizações, vocalizando com o apoio do professor.
6
Reconhecer e recitar parlendas e outros textos/ sugerido somente para o B II
7
Organizar seus balbucios em expressões que podem ser compreendidas por qualquer falante de sua língua.                                                                                                                  
8
Participar de situações coletivas de comunicação, ainda que não seja uma roda de conversa.
9
Expressar-se oralmente com ajuda do professor.
10
Expressar seus desejos, sentimentos por meio de gestos e balbucios.
11
Organizar oralmente as etapas de uma instrução, como seguir uma receita ou regras.

CONHECIMENTO MATEMÁTICO
12
Envolver os números em diferentes usos e funções.
13
Participar de experiências em que o número tenha a função de memória de quantidade.
14
Comparar quantidades com a ajuda do professor.
15
Reconhecer o espaço e sua representação a partir de diferentes pontos de referência.
16
Recitar a série numérica oralmente.
17
Noções de direção e posição, brincadeiras com o corpo.

Aprender a deslocar-se ou deslocar objetos no espaço.

Procurar objetos ou pessoas escondidas em diferentes lugares.

Manipular objetos de diferentes formatos e utilizar o conhecimento de suas propriedades para explorá- los com maior intencionalidade.

Manipular objetos variados de várias maneiras.



  NATUREZA E SOCIEDADE
18
Explorar texturas e algumas propriedades simples dos materiais como, por exemplo, a temperatura e consistência.
19
Iniciar pequenas explorações com alimentos, objetos e cheiros que ampliam suas experiências com sensações visuais, auditivas, gustativas e olfativas.
20
Observar reações de causa e efeito se for estimuladas a agir sobre objetos para ver como eles reagem.
21
Reconhecer a si pelo próprio nome, assim como seus pais e amigos e os diferentes adultos que têm contato direto na escola.

LINGUAGEM MUSICAL
22
Perceber os sons do ambiente e a reagir a sons e músicas.
23
Reconhecer suas músicas preferidas acompanhando- as por meio de movimento corporal.

24
Produzir sons batendo, sacudindo, chacoalhando, objetos sonoros e instrumentos musicais diversos, usando o próprio corpo e a voz.
25
Explorar as qualidades sonoras( intensidade,duração, timbre,altura) de objetos e instrumentos musicais diversos, mesmo sem reconhecê-las convencionalmente.
26
Explorar as possibilidades expressivas da própria voz.

MOVIMENTO
27
Imitar os gestos, movimentos e expressões das outras, adultos ou personagens de histórias diversas que forem lidas, contadas ou dramatizadas pelo professor.
28
Utilizar recursos expressivos da voz( entonações) e da expressão corporal.
29
Vestir fantasias, adereços e máscaras, usar algum tipo de maquiagem e brincar de ser coisas diferentes, utilizando elementos da linguagem teatral.
30
Apreciar o teatro de bonecos e fantoches, teatro feito com sombras e as manifestações teatrais com animação de objetos.

EXPERIÊNCIAS DE EXPLORAÇÃO DA LINGUAGEM CORPORAL
31
Explorar com progressiva autonomia, presteza e confiança os diferentes desafios oferecidos pelo espaço para além do berço
32
Manipular e explorar diferentes objetos, utilizando-se dos  movimentos básicos tais como: pegar, largar, etc.
33
Explorar desafios maiores oferecidos por meio de movimentos coordenados rudimentares e básicos.
34
Explorar e manipular objetos de diferentes características (formas, pesos, texturas, tamanhos, etc.).
35
Familializar-se com a própria imagem corporal.
36
Discriminar o que se refere ás sensações e percepções.
37
Imitar diferentes expressões faciais.
38
Participar de brincadeiras e danças.
39
Movimentar-se ritmicamente ao som de músicas de diferentes gêneros.
40
Interagir com um número diversificado de parceiros.
41
Imitar posturas corporais, gestos e falas dos parceiros, reproduzindo-os em outras situações.

DESENHO – ARTES VISUAIS
42
Observar outras crianças desenhando e marcar suportes com suas garatujas básicas.
43
Utilizar diferentes ferramentas, suportes e materiais e diferentes posições espaciais e corporais para desenhar.
44
Explorar diversas possibilidades de traçar garatujas.

ESPACIALIDADES
45
Explorar as relações de peso, tamanho, volume e direção das formas tridimensionais.
46
Explorar espaços bidimensionais e tridimensionais utilizando materiais e ferramentas diferentes e construir conhecimentos sobre o equilíbrio das formas, pesos e tamanhos dos diferentes objetos que compõem seus primeiros jogos.
47
Explorar suficientemente o espaço de seu entorno e movimentar-se nele autonomia e independência.

A EXPERIÊNCIA DA COR
48
Observar as transformações das cores nas misturas de composições não tóxicas, mais especificamente sucos, mingaus, gelatinas, etc.
49
Experimentar e articular visualmente as diferentes relações de claro e escuro na natureza e nos meios artificiais, como a pintura, a fotografia, o cinema, etc.
50
Usar diferentes materiais e ferramentas na exploração de objetos e fenômenos que envolvam a ocorrência das cores.
51
Explorar massas de cor e alterar sua aparência ou sensação tátil.

A CURIOSIDADE E A CRIATIVIDADE VISUAL
52
Observar e explorar os ambientes internos e externos de seu entorno onde podem ter acesso a diferentes manifestações no campo visual.
53
No contato com um ambiente visual voltado ao desenvolvimento de sua criatividade, as crianças podem reconhecer sua marca gráfica entre as produções de outras crianças.
54
Apontar sua produção entre as expostas na sala ou na roda de observação das produções do grupo.

EXPERIÊNCIAS VOLTADAS AO CONHECIMENTO E CUIDADO DE SI, DO OUTRO, DO AMBIENTE
55
Reconhecer as pessoas que lhe cuidam e a localizar-se no ambiente.
56
Interagir com outras pessoas em situações variadas.
57
Compreender e responder a entonações de voz, expressões faciais e corporais.
58
Aprender a lidar com seus sentimentos ajudados pelo professor.
59
Valorizar sobre a importância do outro.
60
Desenvolver o sentimento de bem estar, vestir-se, pentear-se, comer e higiene.
CUIDAR DE SI
61
Apropriar-se de hábitos regulares de higiene pessoal.
62
Usar corretamente os materiais necessários para sua higiene.
63
Perceber a vontade de ir ao banheiro e controle de suas necessidades fisiológicas.
64
Executar movimentos colaborativos ao vestir-se ou desnudar- se.
65
Comer sem ajuda, usar talheres adequadamente e conversar com colegas na mesa.
66
Valorizar o contato com a natureza
67
Reconhecer situações de perigo e tom
3ar precauções para evitá-las
68
Explorar espaços e praticar ações físicas.
69
Identificar produtos que não devem ser ingeridos.
APRENDER A RELACIONAR-SE
70
Brincar com os colegas e com eles criar um mundo de fantasias.
71
Partilhar jogos de regras ou brincadeiras tradicionais.
72
Fazer amigos, negociar significados e decisões.
73
Partilhar sentimentos e combater preconceitos.
74
Internalizar regras para conviver em grupo.
75
Saber cooperar em diferentes tarefas.
76
Conhecer suas limitações e possibilidades
77
Perceber que agressões podem provocar danos ou dor em outra criança.
78
Desenvolver atitudes de solidariedade em relação aos parceiros.
79
Partilhar com outras crianças conhecimentos e a identidade do grupo.
SABER DE SI
80
Aprender a familializar-se com a própria imagem.
81
Expressar- se corporalmente e verbalmente.
82
Reconhecer sensações produzidas por diferentes estados fisiológicos e comunicar ao professor.
83
Solicitar aconchego em situações cotidianas.
84
Conhecer seus recursos e limitações pessoais em determinadas situações
85
Identificar elementos que lhe provocam medo e buscar ajuda para superá- lo.
86
Reconhecer alguns elementos da sua identidade cultural, regional e familiar.
CUIDAR DO AMBIENTE
87
Guardar brinquedos e materiais nos devidos lugares depois de utilizá-los nas atividades.
88
Cuidar do entorno próximo e ter iniciativa de limpar o que está sujo.
89
Saber usar a água e energia elétrica sem desperdiçá-la.
90
Adquirir noções de cuidados e riscos ambientais.

EXPERIÊNCIA DE BRINCAR E IMAGINAR
91
Aprender a brincar com as professoras de esconder.
92
Procurar e achar objetos que forem escondidos.
93
Aprender a encaixar peças e empilhar cubos.
94
Participar com os colegas de brincadeiras de roda.
95
Participar de cirandas e brincadeiras de roda, cantando e fazendo gestos.
96
Reproduzir situações cotidianas no faz- de- conta mediado por objetos e indumentárias.
97
Aprender a brincar com marionetes reproduzindo falas simples de personagens que memorizaram ou que inventaram.
98
Construir com o auxílio do professor brinquedos de sucatas.
99
Bater com as mãos sobre uma superfície, entrar e sair de espaços pequenos.
100
Imitar gestos e cantos do professor e dos colegas.
101
Usar objetos de um modo inusitado e em substituição de outros

A PIPA E O VENTO


A Pipa e o Vento



A PIPA E O VENTO(Cleonice Rainho)

Aprumo a máquina, dou linha à pipa e ela sobe alto pela força do vento.

O vento é feliz porque leva a pipa, a pipa é feliz porque tem o vento.

Se tudo correr bem, pipa e vento, num lindo momento, vão chegar ao céu.

MATERNAL (3 ANOS OU A COMPLETAR 4 ANOS)


EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGENS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

MATERNAL (3 ANOS OU A COMPLETAR 4 ANOS)

A ESCRITA DO PRÓPRIO NOME

1
Identificar a escrita do próprio nome.

2
Reconhecer textos no cotidiano.

LINGUAGEM ORAL

3
Reproduzir os comportamentos, a gestualidade e a postura que o professor adota quando lê para a criança.

4
Reconhecer no livro as histórias que lhe são lidas.

5
Procurar ou pedir ao professor diferentes livros de sua preferência.

6
Reconhecer passagens de histórias a partir das imagens / ilustrações de um livro.


Distinguir a entonação do professor quando ele conta histórias e quando se comunica em situações cotidianas.


Acompanhar verbalmente contos de repetição a partir das narrações do professor.

BRINCAR COM AS PALAVRAS

7
Reconhecer e usar rimas em suas brincadeiras, espontaneamente, acionando os textos da tradição oral de memória, ou identificando e acompanhando a leitura do professor.

SITUAÇÕES DE COMUNICAÇÃO INFORMAIS

8
Participar de espaços de conversa coletiva, apoiando- se não apenas na fala complementar do professor, mas também em sua memória e em seus próprios recursos expressivos.

9
Escutar atentamente o que os colegas falam em uma roda de conversa.

10
Participar como falante numa conversa mediada pelo professor.

11
Emitir opiniões pessoais sobre um assunto.

12
Expressar seus desejos, sentimentos e necessidades por meio de gestos.

13
Participar de situações mais coletivas de comunicação, ainda que não seja uma roda de conversa propriamente dita.

14
Organizar oralmente com a ajuda do professor as etapas de uma instrução.

MATEMÁTICA

15


16
Procurar objetos ou pessoas escondidas em diferentes lugares.

17
Manipular objetos de diferentes formatos e utilizar o conhecimento de suas propriedades para explorá- los com maior intencionalidade.

18
Manipular objetos variados de várias maneiras.


Envolver os números em diferentes usos e funções.


Participar de experiências  em que o número tenha a função de memória de quantidade.


Comparar quantidade com ou sem a ajuda do professor.


Reconhecer o espaço e sua representação a partir de  diferentes pontos de referência.


Recitar a série numérica oralmente.


Noções de direção e posição.


Observar e reconhecer formas


Noções de sequenciação e classificação com diversos objetos e signos.


Identificar a passagem do tempo apoiado no calendário

NATUREZA E SOCIEDADE

19
Aprender a agir sobre objetos e materiais com ajuda do professor, fazendo misturas de água e areia ou modelando a massinha produzida, criando misturas.

20
Pesquisar algumas características físicas.

21
Observar diferenças e semelhanças entre o estado inicial e final dessas misturas.

22
Observar sua imagem refletida no espelho.

23
Observar outras pessoas e comparar algumas de suas características pessoais.

24
Ter familiaridade com formas de organizações sociais.

25
Lidar com regras e combinados.

26
Reconhecer diferenças e semelhanças entre sua organização familiar e a das outras crianças.

27
Identificar seus colegas e outros adultos dos espaços de educação infantil pelo nome.

28
Observar animais em livros, revistas e filmes.

29
Reconhecer sons produzidos pelos animais.

30
Registrar diferentes experiências vivenciadas


Valorizar a natureza, aprendendo hábitos e atitudes de preservação.


Reconhecer e familiarizar-se com as diversas datas comemorativas da Cultura  Brasileira.


Desenvolver noções de higiene e saúde.

LINGUAGEM MUSICAL

31
Cantar sozinha ou em grupo, partes ou frases das canções que já conhecem.

32
Participar de brincadeiras musicais.

33
Relacionar a música com a expressão corporal e a dança.

34
Identificar diferentes paisagens sonoras, percebendo suas qualidades.

35
Identificar o silêncio e os sons da natureza.

36
Reconhecer diferentes qualidades dos sons, ainda que não saibam nomeá-las convencionalmente.

37
Apreciar músicas instrumentais e diferentes expressões da cultura musical brasileira, bem como de outras culturas.

38
Reconhecer e demonstrar sua preferência por músicas instrumentais, canções, acalantos, cantigas de roda, parlendas, trava-línguas, mnemônicas, adivinhas,etc.

39
Participar de brincadeiras de roda e jogos musicais.


Produzir sons, batendo, sacudindo, chacoalhando objetos sonoros e instrumentos musicais diverso

MOVIMENTO

40
Explorar diferentes desafios oferecidos pelo espaço por meio de movimentos coordenados básicos.

41
Possuir autonomia para orientar- se corporalmente com relação a frente, atrás, no alto, em cima, etc.

42
Usar os movimentos básicos de pegar, lançar, encaixar, empilhar, etc. com presteza e autonomia na manipulação e exploração de diferentes objetos.

43
Usar os movimentos básicos que aprenderam a dominar, e algumas combinações.

44
Manipular e explorar objetos de diferentes características, formas, pesos, texturas, tamanhos, etc. com maior  presteza e autonomia, utilizando- se não apenas dos movimentos básicos como de algumas combinações de movimentos, empurrar e carregar, correr e lançar, etc.

45
Interagir com diferentes parceiros usando movimentos, gestos, expressões faciais, de modo a comunicar- se intencionalmente.

46
Expressar nas  brincadeiras determinadas posturas corporais, gestos e falas que delineiam determinados papéis.

47
Participar de danças de diferentes gêneros e outras expressões da cultura corporal.

48
Aprender a dançar ao som de músicas de diferentes gêneros, imitando, criando e coordenando movimentos.

49
Apreciar apresentações de dança de diferentes gêneros e outras expressões da cultura corporal.

50
Assumir um determinado personagem nas brincadeiras cantadas, no jogo simbólico e na teatralização de histórias conhecidas, com utilização ou não de máscaras, fantasias, maquiagem e adereços.

51
Participar de cirandas e brincadeiras de roda, cantando e fazendo os gestos sem precisar ter o professor como modelo.

52
Brincar de esconde e pega, jogar bola com supervisão do professor.

53
Ampliar a imitação de gestos, posturas e vocalizações de modelos (adultos, crianças, animais ou personagens de histórias).

54
Assumir papéis ao reproduzirem situações cotidianas no faz- de- conta mediado por objetos e indumentárias.

55
Imitar as ações de um personagem de uma história lida.

56
Brincar com marionetes reproduzindo falas simples de personagens que memorizem ou que inventem.

57
Construir, com o auxílio do professor, brinquedos com sucatas a partir de modelos.


Apreciar o teatro de bonecos e fantoches, teatro feito com sombra e as manifestações teatrais com animação de objetos.

ARTES VISUAIS

58
Constituir com a ajuda do professor um repertório de imagens de referência.

59
Reconhecer ilustrações de livros, em cartazes fixados na parede, etc.

60
Expressar suas idéias e sensações sobre imagens por meio da fala, do corpo ou de outras  experimentações artísticas nas mais variadas linguagens.


Desenvolver coordenação motora fina, rasgando, recortando, amassando e colocando diversos materiais e papéis.

DESENHO

61
Orientar a produção de seus desenhos por conhecimentos tipicamente visuais.

62
Reconhecer seus desenhos, distinguindo - os de outras crianças.


Aprender a pintar com diversos materiais em espaço delimitado.


Utilizar diferentes ferramentas, suportes e matérias em diferentes posições espaciais e corporais para desenhar.

ESPACIALIDADES

63
Explorar relações de peso, tamanho, volume e direção das formas bidimensionais ou tridimensionais ao construir formas planas e volumosas.

64
Expressar sensações a partir da exploração de materiais com texturas diversas e utilizá- los.

65
Experimentar diferentes pesos das formas e as relações de equilíbrio no manuseio de objetos tridimensionais.

A EXPERIÊNCIA COM A COR

66
Usar diferentes materiais e ferramentas para explorar objetos e fenômenos que envolvam diferentes possibilidades de cor.


Experimentar e articular visualmente as diferentes relações de claro e escuro na natureza e nos meios artificiais, como a pintura, a fotografia, o cinema, etc


EXPERIÊNCIAS VOLTADAS AO CONHECIMENTO E CUIDADO DE SI, DO OUTRO, DO AMBIENTE


Reconhecer as pessoas que lhe cuidam e a localizar-se no ambiente.


Interagir com outras pessoas em situações variadas.


Compreender e responder a entonações de voz, expressões faciais e corporais.


Aprender a lidar com seus sentimentos ajudados pelo professor.


Valorizar sobre a importância do outro.


Desenvolver o sentimento de bem estar, vestir-se, pentear-se, comer .




Apropriar-se de hábitos regulares de higiene pessoal.


Usar corretamente os materiais necessários para sua higiene.


Perceber a vontade de ir ao banheiro e controle de suas necessidades fisiológicas.


Executar movimentos autônomos ao vestir-se ou desnudar- se.


Comer sem ajuda, usar talheres adequadamente e conversar com colegas na mesa.


Valorizar o contato com a natureza


Reconhecer situações de perigo e tom
3ar precauções para evitá-las


Explorar espaços e praticar ações físicas.


Identificar produtos que não devem ser ingeridos.




Brincar com os colegas e com eles criar um mundo de fantasias.


Partilhar jogos de regras ou brincadeiras tradicionais.


Fazer amigos, negociar significados e decisões.


Partilhar sentimentos e combater preconceitos.


Internalizar regras para conviver em grupo.


Saber cooperar em diferentes tarefas.


Conhecer suas limitações e possibilidades


Perceber que agressões podem provocar danos ou dor em outra criança.


Desenvolver atitudes de solidariedade em relação aos parceiros.


Partilhar com outras crianças conhecimentos e a identidade do grupo.




Expressar- se corporalmente e verbalmente.


Reconhecer sensações produzidas por diferentes estados fisiológicos e comunicar ao professor.


Solicitar aconchego em situações cotidianas.


Conhecer seus recursos e limitações pessoais em determinadas situações


Identificar elementos que lhe provocam medo e buscar ajuda para superá- lo.


Reconhecer alguns elementos da sua identidade cultural, regional e familiar.




Guardar brinquedos e materiais nos devidos lugares depois de utilizá-los nas atividades.


Cuidar do entorno próximo e ter iniciativa de limpar o que está sujo.


Saber usar a água e energia elétrica sem desperdiçá-la.


Adquirir noções de cuidados e riscos ambientais.

EXPERIÊNCIA DE BRINCAR E IMAGINAR

Aprender a brincar com as professoras de esconder.

Participar de cirandas e brincadeiras de roda, cantando e fazendo gestos.

Reproduzir situações cotidianas no faz- de- conta mediado por objetos e indumentárias.

Aprender a brincar com marionetes reproduzindo falas simples de personagens que memorizaram ou que inventaram.

Construir com o auxílio do professor brinquedos de sucatas.

Imitar gestos e cantos do professor e dos colegas.

Usar objetos de um modo inusitado e em substituição de outros

quarta-feira, 25 de abril de 2012

A ADIVINHA DO JOÃO


A ADIVINHA DO JOÃO


Um rei tinha uma filha tão inteligente que decifrava imediatamente todos os problemas que lhe davam. Ficou com essa habilidade, muito orgulhosa, e disse que se casaria com o homem que lhe desse uma adivinhação que ela não descobrisse a explicação dentro de três dias. Se ela adivinhasse, o pretendente ia para a forca; mas se não adivinhasse, então o felizardo se casaria com ela. Nas forcas já estavam pendurados diversos pretendentes que apareceram com adivinhações e que a princesa adivinhou num instantinho.
Bem longe da cidade morava uma viúva com seu filho João, muito humilde e esperto. João teimou em vir ao palácio do rei apresentar uma adivinha à princesa, apesar dos conselhos de sua mãe que o via enforcado como sucedera a tantos outros.
Como a mãe não conseguiu mudar a ideia do filho preparou-lhe um bolo envenenado, para que sofresse menos do que nas mãos dos malfeitores e ser enforcado.
João arrumou a trouxa e partiuacompanhado de sua cachorrinha chamada Pita. Andou, andou, andou... até que com fome foi comer um pedaço do bolo, mas antes alimentou com um pedaço a Pita, que imediatamente passou mal e morreu. João, muito triste, enterrou a cachorrinha no meio do campo, porém sete urubus desceram e desenterraram para comê-la. Os sete urubus morreram também.
João seguiu seu caminho e com fome, atirou com uma pedra em uma rolinha, mas errou e matou uma perdiz. Apanhou-a e sem deixar de andar ia pensando como podia comer sua caça, quando avistou uma capela abandonada. João entrou e aproveitando a madeira do altar fez uma fogueira e assou a ave, almoçando muito bem.
Pouco adiante encontrou uma caveira em que um enxame de abelhas havia feito colmeia. Estando com sede, encontrou um pé de coqueiro, bebeu seu fruto até se fartar. Quase ao chegar ao reino reparou em um jumento, amarrado em uma árvore, que escavava o chão com insistência. João foi cavar também e descobriu um baú cheio de moedas de ouro.
Chegando ao reino, disse que tinha uma adivinhação para a princesa. O porteiro mandou-o entrar, mas todos riram-se daquele pobre moço com cara de matuto, mal vestido, de trouxinha às costas:
— Suma-se daqui, moço, se tem amor à vida. Rapazes dos mais distintos já falharam, e estão neste momento com as línguas de fora, nas forcas. Se é lá possível que um bobo como você consiga inventar uma adivinhação que a melhor adivinhadeira do mundo não adivinhe! Suma-se, enquanto é tempo. João, porém, tanto insistiu que foi levado à presença do rei.
— Sabes que arriscas a vida? — disse o rei
João declarou que sim, mas que estava disposto a tudo.
— Bem — exclamou o rei. — Nesse caso, apresente a sua adivinhação — e chamou a princesa. João foi e falou assim:
Saí de casa com massa e Pita A Pita matou a massa E a massa matou a Pita A Pita matou sete
Atirei no que vi Fui matar o que não vi Foi com madeira sagrada Que assei e comi Eu vi um morto carregando um vivo
Bebi água, não da terra nascida, nem do céu caída O que não sabia a gente Sabia um simples jumento Decifre para seu tormento A princesa pediu os três dias para decifrar e João ficou residindo no palácio, muito bem tratado.
A princesa pensou, pensou e não foi capaz de adivinhar. Pediu-lhe que repetisse a história. João repetiu-a três vezes, e a moça nada. Por fim, já com dor de cabeça, confessou ao rei:
— Impossível, meu pai. Esta eu não adivinho.
— Pois então abrace e beije o seu noivo — respondeu o rei.
E mandou que preparassem o reino para o grande casamento.

O Porquinho Feio


.O Porquinho Feio




Era uma vez uma mamãe pata que tinha cinco filhotes. Quatro deles eram os patinhos mais lindinhos, fofinhos e amarelinhos que você pode imaginar. Mas o quinto era cor de rosa, tinha focinho e um rabinho enrolado. “Ele é muito crescido para a sua idade”, pensava mamãe pata. “Será que ele é um filhote de peru como todos dizem?” Mamãe pata levou seus filhotes para a aula de natação no lago. Todos os patinhos pularam logo na água, até o cor de rosa, apesar de ele não nadar tão bem como seus irmãos.
 “Bem, aquele patinho com certeza não é um peru!”, pensou sua mãe.
No dia seguinte, chegou a hora de grasnar. Mamãe pata soltou um QUAC e cada um de seus filhotes a imitou. Mas, quando chegou a vez do patinho cor de rosa, no lugar de QUAC, ouviu-se ÓINC!
―Ele não é um pato! –gritaram todos.
―Ele é um porquinho feio, e não pertence ao nosso meio!
 E, assim dizendo, enxotaram o porquinho dali. Cansado, faminto e abandonado, o porquinho feio vagou durante vários dias em busca de um novo lar. Mas nem o passarinho lhe dava atenção.
 ―Suma daqui, seu porquinho feio! – gritavam, assim que o viam.
Um dia, o porquinho feio chegou a uma fazenda, e viu alguns porcos. Aproximando deles falou:
 ― Eu sei que sou um porquinho feio, mas será que posso ficar aqui, morando com vocês?
 ― Um porquinho feio?! – eles exclamaram.
 ―Você é o porco mais lindo que já vimos!
E, daquele dia em diante, ele viveu feliz para sempre.
(
Sugald Steer – São Paulo: Brinque-Book,1999)

Interpretação do texto
1 – Quem são os personagens da história?

2 – Qual foi a primeira lição que a mamãe pata ensinou a seus filhotes?
3 – Quando foi que a mamãe pata descobriu que o porquinho não era um pato?Por quê?
4 – O que a mamãe e os patinhos fizeram com o porquinho depois da descoberta? Assinale a resposta correta: ( ) Ensinaram o porquinho a ser como um pato. ( ) Mandaram o porquinho embora.
5 – Quanto tempo o porquinho vagou à procura de um novo lar?
6 – Em que momento da história o porquinho conseguiu ser feliz?
7 – A história conta que nem um passarinho quis lhe dar atenção. Copie da história o que o passarinho disse a ele.

O Ninho da Fera Espirradeira


O Ninho da Fera Espirradeira


 Todas as tardes, Narizinho pega sua boneca e vai passear à beira do ribeirão, onde se senta na raiz de um velho ingazeiro para dar farelo de pão aos lambaris. Não há peixe do rio que a não conheça; assim que ela aparece, todos correm numa grande faminteza. Uma vez, depois de dar comida aos peixinhos, Lúcia
sentiu os olhos pesados de sono. Deitou-se na grama com a boneca no braço e ficou seguindo as nuvens que passeavam pelo céu, formando ora castelos, ora camelos. E já ia dormindo, embalada pelo mexerico das águas, quando sentiu cócegas no rosto. Arregalou os olhos: um peixinho vestido de gente estava de pé na ponta do seu nariz. Vestido de gente, sim! Trazia casaco vermelho, cartolinha na cabeça e guarda-chuva na mão - a maior das galantezas! O peixinho olhava para o nariz de Narizinho com rugas na testa, como quem não está entendendo nada do que vê. A menina reteve o fôlego de medo de assustá-lo, assim ficando até que sentiu cócegas na testa. Espiou com o rabo dos olhos. Era um besouro que pousara ali. Mas um besouro também vestido de gente, vestindo um casaco preto, óculos e bengala. Lúcia imobilizou-se ainda mais, tão interessada estava achando aquilo. Ao ver o peixinho, o besouro tirou o chapéu, respeitosamente. ___ Muito boas tardes, senhor príncipe! - disse ele. ___ Viva, mestre Cascudo! - foi a resposta. Os dois começaram a examinar o local onde estavam, achando-o muito esquisito - e o príncipe bateu com a biqueira do guarda-chuva na ponta do nariz de Narizinho e disse: __ Creio que é de mármore - observou. O besouro então se abaixou, ajeitou os óculos no bico, examinou o nariz de Narizinho e disse: __Muito mole para ser mármore. Parece antes requeijão. O besouro achou muito interessante os buracos do nariz de Narizinho, lá foi examinar as tocas. ___ Vamos verificar se aqui não mora nenhuma fera. E para certificar-se cutucou bem lá no fundo. ___Hu! Hu! Sai fora, bicho imundo!... Não saiu fera nenhuma, mas como a bengala fez cócegas no nariz de Lúcia, o que saiu foi um formidável espirro
___ Atchim!... e os dois bichinhos, pegados de surpresa, reviraram de pernas para o ar, caindo um grande tombo no chão. ___Eu não disse? - exclamou o besouro, levantando-se e
escovando com a manga a cartolinha suja de terra. - É, sim, ninho de fera, e de fera espirradeira! Vou-me embora. Não quero negócios com essa gente. Até logo, príncipe! Faço votos para que sare e seja muito feliz. E lá se foi, bem depressa, zumbindo que nem um avião.
  Monteiro Lobato




a) Quem são os personagens dessa história? ________________ __________________________________________________
b) Quem é a principal personagem da história? _______________
c) O que Narizinho faz todas as tardes? _____________________ ___________________________________________________
d) O que fez Narizinho arregalar os olhos quando estava deitada a beira do ribeirão? ____________________________________ ____________________________________
e) Por que Lúcia começou a sentir cócegas na testa? ___________________________________________________
 f) Tinha alguma fera no nariz de Narizinho? _______ Então por que os bichos se assustaram? __________________________
7) Escreva como se vestia cada um dos personagens abaixo:
• O besouro: _______________________________________ ________________________________________________
• O peixinho: _______________________________________









.A Mulher que Matou os Peixes

.A Mulher que Matou os Peixes


Meu filho foi viajar por um mês e mandou-me tomar
conta de dois peixinhos vermelhos dentro do aquário. Mas era tempo demais para deixarem os peixes comigo. Não é que eu não seja de confiança. Mas é que sou muito ocupada, porque também escrevo histórias para gente grande. E assim como a mãe ou a empregada esquecem uma panela no fogo, e quando vão ver já se queimou toda a comida
___ Eu estava também ocupada escrevendo história. E simplesmente fiz uma coisa parecida com deixar a comida queimar no fogo: esqueci três dias de dar comida aos peixes!
Logo aqueles que eram tão comilões, coitados. Além de dar comida, eu devia sempre trocar a água do aquário, para eles nadarem em água limpa. E a comida não era qualquer uma: era comprada em lojas especiais. A comida parecia um pozinho horrível, mas devia ser gostoso para peixe porque eles comiam tudo. Devem ter passado fome, igual gente. Mas nós falamos e reclamamos, o cachorro late, o gato mia, todos os animais falam por sons. Mas peixe é tão mudo como uma árvore e não tinha voz para reclamar e me chamar. E, quando fui ver, estavam parados, magros, vermelhinhos – e infelizmente já mortos de fome. Vocês ficaram muito zangados comigo porque eu fiz isso? Então me dêem perdão. Eu também fiquei muito zangada com a minha distração. Mas era tarde demais para eu lamentar. Eu peço muito que vocês me desculpem. Daqui em diante nunca mais ficarei distraída. Vocês me perdoam?
CLARICE LISPECTOR



2) Responda:
 a) Quem conta a história?
 b) Qual era a profissão da mulher?
 c) Como ela devia cuidar dos peixes?
d) Por que ela se esqueceu de dar comida aos peixes?
e) Como ela se sentiu depois que os peixes morreram?
f) Para quem ela pede perdão pela morte dos peixes?

3) Use a sua imaginação e responda em seu caderno:
a) Como você imagina a mulher que deixou os peixes morrerem?
b) Você perdoaria a mulher? Por quê?
c) Você conhece outros livros dessa escritora?
d) Que outro título você daria para essa história?

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