Às vezes, Mudar para Melhor, para muitos, pode significar o Pior...
Quem está com dor não espera para resolver no dia seguinte...
Depois de enriquecer como dono de uma fórmula mágica capaz de acabar de vez com a calvície, aquele cientista, que passou a enfrentar sérios problemas por não ter mais onde guardar tanto dinheiro, resolveu reunir a imprensa para tornar público seu grande segredo.
"Observando o coco, a fruta, percebi como ela era peluda. Aí foi fácil isolar o gene responsável por criar cabelo em uma quenga de coco, depois foi só aplicar o princípio à genética humana, e o resto da história, bem, essa parte todos já conhecem!”
Todos se entreolharam pasmos, como era possível algo tão simples ser a solução de um dos maiores dilemas da vaidade humana. Mas a bomba maior ainda estava por vir, pois naquela ocasião, ele, o grande inventor, faria outra revelação, esta capaz de resolver quase todos os problemas da humanidade. E em meio à agitação que acabara por se formar diante do exposto, ele pede silêncio, e calmamente acrescenta:
"Senhores, acabo de descobrir a célula tronco de todos os vegetais existentes em nosso planeta. Isso significa simplesmente que, a partir de agora, sem nenhum processo transgênico, podemos transformar qualquer vegetal em outro vegetal. Por exemplo, podemos transformar um grão de arroz, em milho, e assim por diante. E mais, podemos transformar capim em árvores frutíferas etc. Usem então a vossa imaginação, para sentirem o poder dessa descoberta! E mais, logo faremos a mesma coisa com os minerais!”
A coisa era maior do que suas palavras podiam expressar naquele momento. Os alimentos agora podiam ter sabores, qualquer sabor, ou sabores mistos, ou cores, ou cheiros, ou as vitaminas desejadas. Assim, agora era possível produzir feijões do tamanho de abóboras, dotadas naturalmente de complexos vitamínicos, e com sabores variados. Isso resolvia de vez a questão da fome e dos combustíveis bio-renováveis, uma vez que um gramado de tamanho médio, podia se transformar num imenso canavial, com canas de caules tão grossos, ou mais, que o tronco de um Baobá[2].
Seguindo esse princípio, mesmo o lodo dos esgotos ou terrenos úmidos, podia ser convertido em imensas plantações de qualquer coisa, e mesmo de arroz, com grãos do tamanho de melancias gigantes, vitaminados, imunes a todas as pragas, resistentes ao calor e frio, a seca, etc.
E mais importante, ele estava disposto a abrir mão da patente, torná-la pública, genérica, para que todos pudessem se beneficiar daquele processo. Mas, antes de tornar público sua descoberta, para testar a viabilidade de um projeto de tal magnitude, de repente colocado em mãos dos cidadãos comuns, ele patrocinaria uma comunidade, onde iria simular a aplicação da técnica, e assim, poderia aferir os resultados.
Seria uma espécie de piloto de provas. E dentre os integrantes, ter-se-ia representantes de todas as classes sociais, credos, preferências, manias, enfim, um microcosmo da humanidade. Se a coisa funcionasse ali, se não houvesse desentendimentos ou conflitos de interesses, funcionaria no resto do mundo, em qualquer parte.
E como todos queriam participar do projeto, logo, antes de tudo, uma grande confusão teria que ser resolvida. As instituições políticas, grupos religiosos, grupos étnicos, grupos sem grupo, contestadores, como sempre, queriam lugar de destaque no projeto. Seriam privilégios proporcionais ao tamanho de sua presença social, ou importância perante a opinião pública. E aqueles contrários às mudanças transgênicas, também logo reclamaram do seu espaço, argumentando que precisavam ver de perto os efeitos daquela coisa. É claro que se houvesse entendimento, teria lugar para todo mundo.
"Observando o coco, a fruta, percebi como ela era peluda. Aí foi fácil isolar o gene responsável por criar cabelo em uma quenga de coco, depois foi só aplicar o princípio à genética humana, e o resto da história, bem, essa parte todos já conhecem!”
Todos se entreolharam pasmos, como era possível algo tão simples ser a solução de um dos maiores dilemas da vaidade humana. Mas a bomba maior ainda estava por vir, pois naquela ocasião, ele, o grande inventor, faria outra revelação, esta capaz de resolver quase todos os problemas da humanidade. E em meio à agitação que acabara por se formar diante do exposto, ele pede silêncio, e calmamente acrescenta:
"Senhores, acabo de descobrir a célula tronco de todos os vegetais existentes em nosso planeta. Isso significa simplesmente que, a partir de agora, sem nenhum processo transgênico, podemos transformar qualquer vegetal em outro vegetal. Por exemplo, podemos transformar um grão de arroz, em milho, e assim por diante. E mais, podemos transformar capim em árvores frutíferas etc. Usem então a vossa imaginação, para sentirem o poder dessa descoberta! E mais, logo faremos a mesma coisa com os minerais!”
A coisa era maior do que suas palavras podiam expressar naquele momento. Os alimentos agora podiam ter sabores, qualquer sabor, ou sabores mistos, ou cores, ou cheiros, ou as vitaminas desejadas. Assim, agora era possível produzir feijões do tamanho de abóboras, dotadas naturalmente de complexos vitamínicos, e com sabores variados. Isso resolvia de vez a questão da fome e dos combustíveis bio-renováveis, uma vez que um gramado de tamanho médio, podia se transformar num imenso canavial, com canas de caules tão grossos, ou mais, que o tronco de um Baobá[2].
Seguindo esse princípio, mesmo o lodo dos esgotos ou terrenos úmidos, podia ser convertido em imensas plantações de qualquer coisa, e mesmo de arroz, com grãos do tamanho de melancias gigantes, vitaminados, imunes a todas as pragas, resistentes ao calor e frio, a seca, etc.
E mais importante, ele estava disposto a abrir mão da patente, torná-la pública, genérica, para que todos pudessem se beneficiar daquele processo. Mas, antes de tornar público sua descoberta, para testar a viabilidade de um projeto de tal magnitude, de repente colocado em mãos dos cidadãos comuns, ele patrocinaria uma comunidade, onde iria simular a aplicação da técnica, e assim, poderia aferir os resultados.
Seria uma espécie de piloto de provas. E dentre os integrantes, ter-se-ia representantes de todas as classes sociais, credos, preferências, manias, enfim, um microcosmo da humanidade. Se a coisa funcionasse ali, se não houvesse desentendimentos ou conflitos de interesses, funcionaria no resto do mundo, em qualquer parte.
E como todos queriam participar do projeto, logo, antes de tudo, uma grande confusão teria que ser resolvida. As instituições políticas, grupos religiosos, grupos étnicos, grupos sem grupo, contestadores, como sempre, queriam lugar de destaque no projeto. Seriam privilégios proporcionais ao tamanho de sua presença social, ou importância perante a opinião pública. E aqueles contrários às mudanças transgênicas, também logo reclamaram do seu espaço, argumentando que precisavam ver de perto os efeitos daquela coisa. É claro que se houvesse entendimento, teria lugar para todo mundo.
E nesse vai e não vem, Passaram-se então muitos anos, desde o anúncio da coisa, até o fim das discussões reivindicatórias. E quando tudo parecia resolvido, descobre-se que o cientista, detentor único da fórmula mágica, já não mais existia. Sendo excêntrico, não costumava anotar em lugar algum suas descobertas, e assim, tudo se perdera, para sempre.
Ao que alguém no meio da multidão lamenta: “Parece que a resolução de um problema não é a coisa que se busca, mas antes disso, a multiplicação desse mesmo problema”.
Moral da história: A quem está realmente com fome, pouco importa a origem do alimento.
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