A criança e a Pintura - Dicas para exploração em sala de aula
Por Gi Barbosa
Já diz o slogan de uma famosa marca de sabão em pó:
“ Por que se sujar faz bem”.
E é verdade. Não que se deva mergulhar o aluno em uma poça de lama, mas
acredito que em sala de aula, sobretudo de educação infantil é
necessário um pouco de bagunça em meio a disciplina para gerar certo
equilíbrio.
Trabalhar com tintas e texturas é uma excelente forma de fazer uma
bagunça saudável , criativa e sobretudo produtiva, já que nos primeiros
anos de vida a criança está mergulhada em um mundo que lhe é próprio e
onde as imagens são fundamentais na forma como vêem e exploram esse
mundo , sendo a pintura um dos meios , pelo qual, a criança poderá
ampliar suas percepções e possibilidades de explorá-lo.
Para OSTETTO:
"não é mesmo novidade dizermos que é pelas diferentes experiências com/no
mundo sensível que a criança vai se apropriando de formas mais
complexas de ver e ler esse mesmo mundo sentido."
Cabe, portanto ao professor proporcionar ao aluno situações diversas que
possam contribuir para seu pleno desenvolvimento, afinal, é por meio de
experiências e estímulos de adultos e professores , bem como das
relações sociais com seus colegas, que a
criança poderá ter uma possibilidade maior de leitura de mundo , pois é
através de suas vivências que ela fundamenta suas ações e passa a
compreender melhor o mundo à sua volta.
Mas o trabalho com artes e pintura não serve apenas para a criança explorar e compreender o mundo através de suas
expressões artísticas, a pintura também favorece o desenvolvimento da coordenação
motora e é uma fonte geradora de prazer e aprendizado.
A criança pode trabalhar com tinta desde o primeiro ano de vida,
para isso é preciso a utilização de tintas especiais comestíveis como
você pode encontrar acessando http://gibarbosa1.blogspot.com.br/2012/08/receitas-de-tintas-caseiras-comestiveis.html.
Para a artista dinamarquesa Anna Marie Holm , aos 5 meses a criança já pode começar a pintar.
"Nessa idade, ele já estende o braço para agarrar objetos e, aos poucos, pode ser estimulado a pintar e rabiscar".
No site http://bebe.abril.com.br/materia/a-idade-para-comecar-a-desenhar coletamos as seguintes dicas para estimulação da criança em cada fase de seu desenvolvimento.
0 a 12 meses
DICAS
A escolha do material
Para evitar alergias e intoxicações, ofereça apenas tintas, lápis e giz
atóxicos. Antes de comprar, verifique se esses materiais são indicados
para a faixa etária do seu filho.
BRINCADEIRAS
Meias musicais
Improvise um varal bem próximo ao chão e pendure algumas meias velhas,
colocando um sino ou guizo dentro de cada uma. Enquanto pinta os pares,
com pincel e tinta, o bebê vai se divertir ouvindo os sons. Roupas
coloridas.
Uma camiseta usada pode servir de tela para o pequeno artista. Agora,
ele pode as mãos para colorir a peça - ou até mesmo um pincel ou uma
escova velha. Lembre-se: ele é quem decide. E não se assuste se, de uma
hora para outra, passar a colorir o corpo e a própria roupa que está
usando. Faz parte da brincadeira.
1 a 3 anos
Um pincel molhado de tinta, um papel aberto no chão e liberdade para
fazer a maior bagunça - a receita para envolver o seu filho no mundo das
artes é simples assim. "É só dar espaço à criança, não impor muitos
limites e deixá-la se expressar naturalmente", ensina a educadora e
artista plástica dinamarquesa Anna Marie Holm, em entrevista ao site do
seu bebê. Ela esteve recentemente no Brasil para lançar o livro
Baby-Art: Os Primeiros Passos com Arte. As atividades propostas por Anna
Marie são pra lá de divertidas, deixam os pequenos mais relaxados e
estimulam o desenvolvimento motor. "É fazendo arte que as crianças
desenvolvem a sensibilidade e adquirem uma consciência maior dos
sentidos", ressalta a especialista. Então siga as dicas da expert e
experimente suas sugestões de atividades para crianças de 1 a 3 anos de
idade.
DICAS
A escolha do material
Para evitar alergias e intoxicações, ofereça apenas giz, tintas e lápis
atóxicos. E, antes de comprar, verifique se esses materiais são
indicados para a faixa etária do seu filho.
De tudo um pouco
Camisas velhas, panos, sapatos, chapéus, bolsas e meias podem - e
devemm - ser aproveitados pelo pequeno artista. "A ordem é justamente
fazer arte em qualquer lugar e sempre com muita improvisação. Seu filho
não precisa de materiais especiais nessa fase", lembra a artista.
Ao ar livre é melhor
Um jardim, uma praça, um quintal - quanto mais espaço seu filho tiver
para explorar na hora de criar arte, melhor. Ele pode, por exemplo,
fazer experimentações com a terra ou, se tiver vontade, pintar folhas e
pedras. "O resultado é imprevisível, mas é importante deixar a criança
livre para fazer suas escolhas", sugere Anna Marie.
Papel colorido
"Por que a superfície onde a criança vai pintar precisa ser branca?",
questiona a educadora. Ela recomenda variar um pouco esse suporte - o
papel branco - oferecendo também tecidos estampados e folhas coloridas
para a criança pintar. Isso, garante, estimula a percepção das cores.
BRINCADEIRAS
Jornal na parede
Estenda o jornal em um cavalete improvisado, feito com placas de
eucatex, ou prenda as páginas numa parede. Com pincéis de vários
tamanhos e tinta preta diluída em água, seu filho poderá pintar o texto e
as ilustrações como quiser.
Gravuras de beijos
Separe um batom vermelho e algumas folhas brancas. Mostre à criança
como pintar a boca e imprimir beijinhos no papel. Depois, deixe-a
brincar sozinha e se divertir com o resultado.
3 a 5 anos
Uma praça, um jardim, um quintal, uma varanda - qualquer espaço, de
preferência ao ar livre, serve de ateliê infantil. Basta dar a eles o
materiais certos e uma boa dose de liberdade. "Papéis e até objetos
velhos, como camisas e meias, podem ser utilizados pelas crianças nessa
idade", acredita a educadora e artista plástica dinamarquesa Anna Marie
Holm, em entrevista ao nosso site.
Anna Marie esteve recentemente no Brasil para lançar o livro Baby-Art:
Os Primeiros Passos com Arte (Editora Moderna, 2007). O segredo que
descobriu, depois de 17 anos trabalhando com crianças na Dinamarca, é
simples: basta deixar os pequenos livres para fazer experimentações e se
divertir com o resultado. "Os pais e as mães podem acompanhar, mas de
igual para igual e sem interferir demais", sugere.
Com a mão na massa - e nas tintas, papéis, pincéis, barro... - meninos e
meninas percebem as diferentes cores, texturas, cheiros e sons do
ambiente à sua volta. E logo a brincadeira se revela um ótimo estímulo
para os sentidos.
Conheça as dicas de Anna Marie para crianças menores a partir de 3 anos.
DICAS
A escolha do material
É fundamental usar tintas e lápis de cera atóxicos. Mas, nessa altura, a
criança também pode experimentar a massinha e a argila, entre outros
materiais.
BRINCADEIRAS
Pintura rupestre
Com giz de cera na mão, a criança pode desenhar sobre as pedras da
praça ou do quintal. Você também pode adaptar a brincadeira, liberando o
muro da casa ou pedaços de madeira para o pequeno artista fazer suas
intervenções.
Rabo rabisca
O primeiro passo é construir uma trilha de folhas de papel. Basta
emendar várias e, depois, colocá-las no chão. Pegue um cordão comprido,
molhe uma extremidade na tinta e pendure a outra na cintura do seu
filho. Enquanto ele corre, dá volta e saltita sobre o caminho de folhas,
o rabo improvisado vai riscando sem parar.
É necessário, portanto que a visão do educador para a pintura da criança
em suas diversas fases de desenvolvimento esteja além do que diz
respeito ao desenvolvimento da coordenação motora ou da sensação de
prazer no momento da realização da atividade, mas que possa levar em
consideração que a pintura é também uma forma de expressão e de
exploração pela qual o aluno explora e compreende o mundo à sua volta.
REFERÊNCIAS
OSTETTO, Luciana Esmeralda. Entre a prosa e a poesia: fazeres, saberes e
conhecimento na educação infantil. In: PILOTTO, Silva Sell Duarte
(org.). Linguagens da arte na infância. Joinvile-SC: UNIVILLE, 2007. p.
29-45.
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