Como fazer a transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental
05/02/2015 às 11:22 am | Ensino Fundamental - Eduarda Mayrink
A saída da Educação Infantil e a entrada no Ensino Fundamental marcam uma passagem importante na vida das crianças. Nesse período, os alunos conhecem os novos professores e colegas, e muitos deles também precisam se adaptar a uma nova escola. O professor e o coordenador podem contribuir para que todas essas novidades se encaminhem de um jeito natural e bem-sucedido, não apenas com os alunos, mas também com as famílias.
No 1º ano, a criança começa a ter uma rotina de alfabetização e a ser avaliada constantemente. As brincadeiras ainda devem ter seu espaço, mas o tempo será diminuído e a hora de estudar ganhará mais importância. Na mochila, a boneca ou o carrinho ainda poderão estar presentes, mas dividirão espaço com livros e cadernos. As responsabilidades, aos poucos, também irão crescer: haverá mais lição de casa, além de provas e notas. É natural que nesse momento os pais se sintam inseguros e tenham dúvidas sobre como seu filho irá lidar com essa situação.
No 2º ano, a responsabilidade aumenta ainda mais, pois o brincar já não está tão presente. Além disso, há muitos alunos novos na escola que necessitam de uma boa recepção por parte da equipe escolar e passam por uma grande mudança em relação às amizades, ao ambiente e à nova rotina. Toda mudança traz certo desconforto, e por isso essa acolhida precisa ser bem planejada.
No planejamento inicial com o professor do 1º ano, costumo orientá-lo a propor uma carga horária gradativa, mantendo atividades lúdicas como a hora do pátio, a leitura de histórias e as brincadeiras com fantoches. Outra questão que discutimos é o papel do professor de intermediar a adaptação da criança a essa nova rotina e, aos poucos, garantir sua autonomia. Esse processo é algo que a própria criança precisa enfrentar, e o docente deverá respeitar o tempo e o ritmo de cada um.
Por sua vez, as famílias precisam ser acolhidas e receber o apoio não apenas dos professores, mas também da equipe gestora. É muito comum nos deparar com pais tirando dúvidas com o docente na porta da sala e pedindo ajuda para o filho. Para que isto não ocorra, uma das minhas ações de início do ano letivo é promover reunião com os pais para explicar como funciona a escola e tranquilizá-los. Eles devem conhecer a nova rotina dos filhos, a estrutura de trabalho, como eles serão avaliados e quais conteúdos serão trabalhados.
Procuro trabalhar de maneira preventiva, conversando com os docentes sobre as atitudes mais adequadas para lidar com os alunos em sala de aula e também com as famílias. Uma ideia é elaborar um documento de orientação (um guia) para os pais, contribuindo para que a transição ocorra da melhor maneira possível. Contar com o apoio deles é essencial para que a criança se sinta segura e pronta para iniciar uma nova fase.
E vocês, que ações realizam para garantir uma transição tranquila?
Abraços,
Eduarda
Como preparar os professores e os pais para a adaptação dos pequenos
03/02/2015 às 10:00 am | Educação Infantil - Leninha Ruiz
Os primeiros dias de aula das crianças de 2, 3 ou 4 anos que estão vindo pela primeira vez para a escola são um grande desafio para o professor por vários motivos. Ele ainda não sabe o nome de cada uma, as famílias estão ansiosas e solicitam atenção especial do docente para os filhos e, em geral, 3 ou mais pequenos choram ao mesmo tempo em sala. É um sufoco! Ainda houve um ano em que, no meio de tudo isso, duas mães queriam filmar o primeiro dia de aula e outras ficaram pedindo para a professora fazer pose com as crianças. É claro que, rapidamente, explicamos para elas que isso não era permitido.
Por acontecimentos como esses é que o bom planejamento do período de adaptação deve começar pela realização de uma reunião com os pais. No primeiro encontro com a família, que precisa ser realizado antes do início das atividades com as turmas, o professor precisa mostrar segurança no fazer pedagógico e procurar conhecer os responsáveis, demonstrando interesse pelos pequenos. Se os pais sentirem confiança e respeito pelo profissional, o processo de adaptação e de aprendizagem tem tudo para ser um sucesso.
A pauta da reunião de pais
É fundamental tratar de algumas questões com os pais das crianças novatas. A primeira delas é explicitar bem como será a rotina de atividades na escola e quais são os papeis da família (clique aqui para ver algumas orientações para os pais) e do professor. Precisamos deixar claro que as primeiras semanas são pensadas cuidadosamente para acolher cada uma das crianças e integrá-las à escola e à turma. É sempre bom lembrar que o professor precisa dar atenção para muitos alunos e, por isso, não poderá se dedicar exclusivamente a apenas um dos pequenos, como alguns pais às vezes nos pedem.
Outros pontos que não podem deixar de ser discutidos no encontro são o funcionamento, as regras e os horários da instituição, as formas de comunicação entre pais e professores e os procedimentos em caso de algum incidente. Sobre o último item, lembre que a escola é um lugar de muitas brincadeiras e exploração, então, é comum que as crianças voltem para casa com o uniforme sujo de areia, terra ou tinta. Isso é saudável e esperado.
Orientações para o professor
Como coordenador pedagógico, a primeira orientação que você necessita dar aos docentes é que eles precisam estar cientes de que as duas primeiras semanas de aula são atípicas. As crianças não vão chorar tanto o ano inteiro e os pais também ficarão mais seguros e menos ansiosos com o passar do tempo. Outro ponto importante é pedir a eles que recebam as crianças com carinho, paciência e atenção, abaixando-se para falar com elas e pegando no colo, caso isso a deixe mais segura.
O segundo tópico a ser tratado é a preparação da sala de forma acolhedora. Uma possiblidade é montar cantos definidos e duplicados. Por exemplo, o docente pode planejar dois cantos de modelagem, dois de jogos de encaixe, dois de desenho, dois cantos de faz de conta e um tapete bem grande com livros variados. O objetivo é dar opção de escolha para os pequenos na primeira atividade diária. Nesse momento, pode-se abrir espaço para que um dos responsáveis pelas crianças que estão mais inseguras permaneça na sala de aula. O ideal é que seja apenas um adulto por vez e por um tempo determinado.
Para os momentos depois do diversificado, é interessante que os professores sejam orientados a planejar atividades coletivas, como contação de histórias com fantoches, brincadeiras com água e no tanque de areia e pintura coletiva no papel kraft. Repeti-las ao longo da semana, variando as histórias e os apetrechos das brincadeiras, é uma maneira de marcar bem a rotina e deixar as crianças mais seguras, pois sabem o que vai acontecer. Se alguma atividade não der certo, é interessante o professor conversar com os colegas para saber como fizeram alguns encaminhamentos e se isso atraiu a atenção dos pequenos.
Durante as primeiras semanas, o papel do coordenador é acompanhar de perto o trabalho de cada professor e orientar os familiares, que, aos poucos, devem ir se afastando da escola, até não precisar mais permanecer ali. No início, os responsáveis podem ficar próximo à porta da sala, onde as crianças podem vê-los. Depois de um tempo, eles podem ficar na escola, mas longe do olhar dos pequenos. Se for realmente necessário, será fácil chamá-los. Por fim, conversamos com eles e pedimos para que confiem na equipe, pois, mesmo que as crianças chorem, o professor terá condições de ampará-las. Só assim os pequenos se adaptarão ao novo ambiente e estabelecerão um vínculo afetivo com o docente.
E você, já preparou seus professores para o recomeço das aulas? Boa sorte!
Um abraço, Leninha
Como fazer a semana pedagógica em pouco tempo
29/01/2015 às 12:35 pm | Ensino Fundamental - Eduarda Mayrink
Com o fim das férias e o início de um novo ano letivo, chega o momento de organizar as ideias, avaliar o ano anterior e estabelecer novas metas. No entanto, para planejar o retorno às aulas, é preciso levar em conta a realidade de cada escola e cada município. Enquanto algumas instituições possuem uma semana de organização pedagógica, outras reservam somente um ou dois dias para realizar o planejamento.
Neste ano, terei somente um dia para fazer uma reunião com toda a equipe. Portanto, preciso saber o que deve ser priorizado e definir os conteúdos básicos para esse primeiro encontro. Em seguida, durante o resto da semana, os aspectos específicos das turmas serão discutidos individualmente com cada um.
Para me organizar, elaboro uma lista das ações que preciso desenvolver:
- Planejamento da semana pedagógica: antes da reunião com os docentes, é essencial reunir-se com a equipe gestora para definir as atividades que deverão ser desencadeadas nesta semana.
- Avaliação do ano anterior: durante o ano letivo, anoto ideias e sugestões para repensar algumas práticas que não estão sendo muito eficazes. Na avaliação, retomo os meus registros para nortear a discussão com os professores. É o momento de escutá-los e buscar ajustes e melhoramentos na aplicação do PPP, garantindo um trabalho de parceria. Essa avaliação com o grupo é uma ótima oportunidade para elaborar atividades que auxiliem e melhorem cada vez mais a prática pedagógica.
- Organização básica das turmas: organizo as turmas em parceria com a equipe gestora e apresento aos docentes a lista dos seus alunos. Depois, realizo reuniões individuais para conversar sobre os dados das turmas e o currículo específico de cada uma, além de identificar os alunos com mais necessidades de aprendizagem.
- Reuniões individuais: com os dados de cada turma em mãos (documentos, mapas de aprendizagens, fichas individuais, relatórios de resultados, índices de alfabetização e conteúdos trabalhados), analiso e apresento para o professor a turma que lecionará. Conhecer o perfil de cada aluno e da classe como um todo é essencial para traçar metas e objetivos para o ano.
- Organização da agenda: é importante construir o calendário escolar com a participação dos educadores. Juntos, a equipe gestora e os docentes devem definir os horários de formação permanente em que toda a equipe deverá estar presente e aqueles que serão realizados individualmente. Também é um bom momento para fazer uma previsão de datas para as reuniões de pais.
- Planejamento da primeira semana de aula: nesse encontro, discutimos como será feito o acolhimento dos alunos e as atividades que serão propostas para um melhor conhecimento das turmas. O coordenador pode abordar de forma geral o que deve ser feito nesse período para que os docentes iniciem seu planejamento.
Também considero importante criar um ambiente escolar agradável em que todos se sintam a vontade para propor ações e metas a serem desenvolvidas durante o ano escolar.
E vocês, como organizam o planejamento do início do ano?
Abraços,
Eduarda
Orientações pedagógicas iniciais: as faixas etárias e as intervenções eficazes
27/01/2015 às 10:00 am | Educação Infantil - Leninha Ruiz
Na última semana, compartilhei com vocês como organizo a semana pedagógica. Nesse texto (vocês podem ler aqui), disse que, no segundo dia da semana, é pertinente fazer uma reunião por nível com os diferentes grupos de professores. A ideia é reservar um momento para discutir as características de cada faixa etária, suas necessidades de aprendizagem e as intervenções mais pertinentes. Certamente, isso qualificará o trabalho da equipe, uma vez que as orientações para as turmas de 2, 3, 4 e 5 anos diferem muito.
O cronograma que pensei para me reunir com cada um desses grupos foi o seguinte:
Horário | Professores das turmas de |
7h às 9h | 2 anos |
9h15 às 11h | 3 anos |
11h às 12h | 4 anos |
13h30 às 15h30 | 5 anos |
Como vocês podem perceber, o menor tempo foi destinado para os professores das crianças de 4 anos e o maior para os das turmas de 5 anos. A razão para isso é que, na escola em que atuo, todos os docentes do primeiro grupo já são experientes, enquanto o segundo conta com a maior parte dos novatos. Outra questão que é importante destacar é que, no período em que não estão em reunião comigo, os professores continuam a organização das salas de aula e dos materiais que serão expostos nela, como listagem dos alunos, cartões de chamada, entre outros.
Como acontece a reunião
Quando elaboro a pauta dos encontros, destaco duas questões que deverão ser discutidas com todos os grupos de professores.
- Quais são as melhores atividades para o período de adaptação em cada faixa etária?
- Como organizar a sala de aula considerando a idade e a autonomia das crianças?
Com base nelas, promovo um debate e incentivo que a equipe compartilhe o conhecimento que já tem e dê dicas para qualificar a prática do colega.
Entrego um impresso com duas colunas: a primeira já preenchida com as características da faixa etária e a segunda em branco sobre as possíveis intervenções pedagógicas (cliqueaqui para ver o exemplo da turma de 2 anos). O objetivo é preenchê-la junto com os professores (levo uma cola comigo para não me esquecer de nenhum item fundamental. Veja aqui), garantindo que eles se sintam autores desse registro. Para tanto, é preciso que o coordenador dê voz a todos, tomando cuidado para controlar aqueles que querem dominar a conversa ou fugir do tema e incentivando aqueles que ficam calados, por timidez ou por ser novo no grupo.
Nessa reunião, também apresento um arquivo de imagens que colecionei ao longo dos anos, com boas soluções de organização da sala de aula. Com base nelas, falo sobre cantos de leitura e de faz de conta, prateleiras de jogos e brinquedos, bons modelos de murais, entre outros aspectos. Uma boa foto pode mostrar claramente o que esperamos do professor e o quanto a organização pode impactar na construção da autonomia dos pequenos.
E você, já elencou o que é prioridade ser abordado nas primeiras reuniões com os professores?
Um abraço, Leninha
A elaboração do plano de trabalho das disciplinas
22/01/2015 às 10:42 am | Ensino Fundamental - Eduarda Mayrink
Muitas decisões precisam ser tomadas no início do ano letivo levando em conta o percurso do ano anterior em aspectos como o conteúdo trabalhado, as condições didáticas oferecidas e os resultados alcançados. Uma delas é como elaborar o plano de trabalho na área de cada disciplina, que deve definir o que será abordado em sala de aula e quais atividades serão propostas.
Nesse período, organizo uma reunião com os professores para traçar as diretrizes do plano para cada etapa da escolaridade, levando em consideração as avaliações dos anos anteriores. Além de identificar os conteúdos que devem ser priorizados, uma das condições para a elaboração dessa pauta é o levantamento das modalidades organizativas que serão utilizadas. É tarefa do docente descobrir qual delas (as atividades permanentes, as sequências didáticos ou os projetos) se adapta melhor a cada conteúdo.
No caso de Língua Portuguesa, por exemplo, o professor deve reconhecer a diferença entre realizar um projeto de contos ou uma sequência didática de leitura de várias versões de um conto; entre a realização de atividades de leitura e escrita em um projeto ou a realização das mesmas no contexto de atividades permanentes. O trecho abaixo, retirado do Programa de Formação de Professores Alfabetizadores (Profa), do Ministério da Educação (MEC), serve de apoio a essa reflexão:
“(…) a defesa dos projetos como modalidade privilegiada de organização dos conteúdos escolares não significa que tudo passa a ser abordado por meio de projetos. É tarefa do professor identificar qual a melhor forma de abordar o que deve ensinar aos alunos: há conteúdos que não demandam um tratamento por meio de projetos, há conteúdos que não têm uma contextualização possível, há conteúdos que precisam ser sistematizados, e outros não, há conteúdos que são recorrentes em toda a escolaridade, e outros circunstanciais… O fundamental é saber que os conteúdos escolares são ensinados para que os alunos desenvolvam diferentes capacidades (ou seja, estão a serviço dos objetivos de ensino): a forma de abordá-los deve ser aquela que melhor atende ao propósito de desenvolver essas capacidades.”
Portanto, além de detectar as necessidades de aprendizagem dos alunos de cada ano, os docentes precisam compreender que, de acordo com a modalidade escolhida, as situações didáticas podem promover aprendizagens distintas. É preciso garantir o equilíbrio e a diversidade das atividades, tendo em vista que elas podem cumprir diferentes propósitos e objetivos. Definidos os conteúdos e a forma de ensiná-los, o plano semestral estará pronto para ser colocado em prática.
E vocês, como elaboram o plano de trabalho para o primeiro semestre?
Um abraço e até a semana que vem,
Eduarda
A semana pedagógica numa escola de Educação Infantil
20/01/2015 às 10:00 am | Educação Infantil - Leninha Ruiz
Em escolas que atendem crianças até 5 anos, existem muitas especificidades para levar em conta na semana de planejamento. Duas delas são principais. A primeira é que o professor precisa estar bem ciente das características da faixa etária com a qual ele vai trabalhar, algo que pautará suas ações ao longo de todo o ano. A segunda é que uma boa e eficaz organização do espaço físico é uma intervenção pedagógica determinante para a implantação de um ambiente que impacta diretamente na construção da autonomia da criança, um dos objetivos centrais dessa etapa da Educação Básica.
Abaixo, compartilho com vocês um cronograma de semana pedagógica, no qual reservo tempo para discutir com a equipe essas duas questões principais, além de outras, como o plano de adaptação, o planejamento anual e a pauta da reunião de pais. Para formulá-lo, considero que os professores permanecem meio período na escola, diariamente.
1º dia: Acolhimento e explicitação dos combinados da escola
Nesse dia, a primeira ação é realizar um acolhimento dos professores, estagiários e funcionários, apresentando os modos de funcionamento da instituição para os novatos e relembrando-os para os veteranos. Depois disso, o coordenador pedagógico pode convidar os docentes a explorar a sala na qual vão trabalhar, verificar quais materiais precisarão ser providenciados, delegar algumas tarefas para os estagiários e dividir o trabalho com o colega que atuará no período contrário. No texto da semana passada (clique aqui para ler), vocês podem encontrar as diretrizes que adotei para esse primeiro encontro de forma mais detalhada.
2º dia: Reunião por nível
No segundo dia de trabalho, o coordenador pedagógico precisa organizar um cronograma para se reunir com os grupos responsáveis pelas turmas de cada faixa etária. Para que ninguém fique sem atividade, enquanto uma equipe é atendida, a outra pode continuar a arrumação. A pauta dessa reunião é conversar sobre as características específicas de cada nível e refletir sobre as ações e intervenções do professor, que dependem da idade das crianças. Vou tratar sobre esse assunto com mais cuidado na próxima semana, mas já adianto que o coordenador deve providenciar com antecedência os materiais que serão utilizados para o estudo, como fotos das diferentes formas de organizar uma sala de aula e de montar cantos de faz de conta, as possiblidades de arranjo de listas, calendários, produções das crianças e alfabeto nas paredes, e cópias dos projetos e sequências que já foram realizados nos anos anteriores e que serão revisadas para a utilização neste ano.
3º dia: Elaboração do plano de adaptação e da pauta da reunião de pais
Mesmo que as crianças já tenham frequentado a escola nos anos anteriores, elas sempre precisam de um tempo para se adaptar à nova rotina, ao novo professor e à nova sala. Os pequenos que estão chegando pela primeira vez, precisam de ainda mais atenção por parte da equipe, que também tem de lidar com as expectativas e ansiedades das famílias. Portanto, é imprescindível a formulação de um plano de adaptação, que deve ser compartilhado com as famílias na reunião de pais. Dessa maneira, elas podem ficar mais seguras sobre o que os filhos farão. Nas próximas semanas, também vou preparar um texto só para falar sobre isso. Outra atividade prevista para o terceiro dia da semana pedagógica é a preparação da pauta da primeira reunião com os responsáveis. Nela, devemos prever, além do esclarecimento sobre o período de adaptação, a explicação da rotina e das metas da escola.
4º dia: Reflexão sobre as situações didáticas
Reunidos por nível, os professores iniciam a escrita e revisão dos planos do primeiro semestre. A ideia não é concluir tudo nesse dia, uma vez que os profissionais precisam de algum tempo para conhecer o perfil das turmas, mas começar a pensar nos objetivos e situações didáticas mais adequados em cada eixo (Oralidade, Leitura e Escrita, Matemática, Arte, Movimento, Música e Natureza e Sociedade), de acordo com a faixa etária. Nesse momento, o coordenador deve retomar os planejamentos já testados e avaliados (cliqueaqui para saber mais). A continuação desse trabalho será retomado cerca de 10 dias depois, para que a equipe defina o planejamento. Se possível, suspenda as aulas por dois dias ou utilize o horário de trabalho pedagógico coletivo (HTPC) para esse trabalho.
5º dia: Continuação dos planejamentos do dia anterior
Em São José dos Campos, onde trabalho, as escolas não costumam ter cinco dias para realizar o planejamento do início do ano. Em geral, são apenas dois. No terceiro, acontece a reunião de pais e, no quarto, o início das aulas. No entanto, quando é possível reservar a semana toda, deixamos o 5º dia para dar continuidade às reflexões sobre as situações didáticas.
É muito trabalho para iniciar bem o ano, não é? Mas eu garanto que vale a pena começar com tudo bem organizado e planejado!
Um abraço, Leninha
A organização da rotina dos alunos com necessidades educacionais especiais
15/01/2015 às 11:08 am | Ensino Fundamental - Eduarda Mayrink
Na semana passada, escrevi sobre o atendimento de crianças portadoras de necessidades educacionais especiais (NEE) na escola em que atuo. Hoje, gostaria de compartilhar algumas das ações que realizo com os professores para integrar esses alunos na comunidade e compreender as singularidades de cada um.
Na escola, atendemos um aluno com paralisia cerebral que frequenta a instituição deste a Educação Infantil. Observando a rotina dele, verifiquei que ele passava a maior parte do tempo dentro da sala de aula, acompanhado por um professor de apoio. A maior preocupação desse docente era a alfabetização e o desenvolvimento dos conhecimentos matemáticos da criança. Mas como desenvolver as outras habilidades?
Para responder a essa questão, iniciei uma pesquisa com o professor regente e o de apoio sobre as características desse aluno. Conhecer a deficiência e entender como ela se manifesta é uma ação que considero importante para valorizar as potencialidades do aluno e não exigir demais dele.
Após o estudo, discutimos quais atividades deveríamos propor para que ele participasse ativamente do contexto social e cultural da escola. As etapas foram as seguintes:
1) Observação da rotina do aluno e levantamento das intervenções com os docentes: nesta etapa, investiguei os conhecimentos que o professor tinha sobre a deficiência e quais seriam as suas necessidades de aprendizagem para lidar com a criança.
2) Estudo da deficiência e das potencialidades que deveriam ser desenvolvidas: muitas vezes, o professor não conhece o tipo de deficiência que o aluno tem, o que ele é capaz de fazer e quais atividades podem ser planejadas. Por isso, estudar cada caso é importante para de fato incluir a criança respeitando sua individualidade.
3) Planejamento detalhado e organização da rotina do aluno: planejamos em conjunto as atividades que seriam realizadas na sala de aula. Elas foram elaboradas com base em nossos estudos, de forma a incluir o aluno na rotina da escola. Organizamos, então, momentos de leitura; aulas práticas de Geografia, História, Ciências, Arte e Educação Física; jogos e brincadeiras; apresentações culturais e festas. Já para os momentos individuais, pensamos em atividades específicas.
4) Avaliação do processo: a avaliação foi feita por meio do registro das falas do aluno, fotos, vídeos e relatórios do professor.
5) Apresentação dos registros para os pais ou responsáveis: organizamos dois momentos específicos com os pais ao longo do processo. No primeiro encontro, explicamos as atividades desenvolvidas, levando em conta as possibilidades dentro da nossa realidade. No segundo, ouvimos as percepções dos pais e apresentamos as nossas observações sobre a aprendizagem e o desenvolvimento da criança.
Após esse trabalho, que foi iniciado há um ano e meio, o aluno passou a ser enxergado na rotina da sala de aula. As atividades estão sendo aprimoradas a cada dia, e acredito que as dúvidas e questionamentos dos professores ficaram para trás.
E vocês, que ações realizam para incluir e valorizar os alunos com NEE?
Até a próxima quinta-feira!
Eduarda
Construindo a pauta da primeira reunião com a equipe
13/01/2015 às 10:00 am | Educação Infantil - Leninha Ruiz
O início do ano é um momento bem gostoso na escola. Com a bateria recarregada das férias, voltamos com ânimo para recomeçar e com a intenção de fazer um trabalho melhor do que o do ano anterior. Nessa época, também nos deparamos com novos profissionais que vêm compor a equipe junto com os veteranos. Por isso, é preciso compartilhar com eles o que se espera de seu trabalho e como é o funcionamento da instituição. Essa é uma tarefa da primeira reunião com o grupo, que tem como meta integrar os novatos e retomar os combinados do dia a dia com todos.
É claro que toda escola tem suas peculiaridades, com modos próprios de funcionamento e procedimentos que constituem a identidade da Instituição. O que funciona numa escola com apenas seis salas de aula, por exemplo, pode não dar certo num lugar com dez ou 12 salas, assim como será determinante para a organização do trabalho se o atendimento é de meio período ou de período integral. De qualquer maneira, o que é comum a todas as instituições é que as condutas que já foram testadas e aperfeiçoadas precisam estar registradas para nortear as ações futuras e – o mais importante – precisam ser comunicadas para assegurar que todos estejam cientes.
Diretrizes para o encontro
Vou compartilhar com vocês as diretrizes de uma escola que atende cerca de 350 crianças de 2 a 5 anos, em meio período.
No ano anterior, notamos que muitos encaminhamentos precisavam ser alinhados para garantir uma unidade na ação dos diferentes professores. Para isso, montamos uma comissão composta por três docentes, dois funcionários e da equipe de direção para elaborar um documento com orientações claras sobre os procedimentos mais adequados em algumas situações. Esse documento, chamado de Orientações Gerais (clique aquipara ver um exemplo), será compartilhado na primeira reunião com professores e estagiários, esclarecendo que tal documento será anualmente revisado e que novos itens ainda poderão fazer parte dele.
A pauta do primeiro encontro, que acontecerá numa segunda-feira, é bem simples. Abaixo, compartilho o que imaginei para esse momento.
Acolhimento (30 minutos): receber todos os professores e estagiários com café e biscoitos. Será um momento descontraído para que novatos e veteranos possam se conhecer e conversar livremente. A equipe de direção ficará atenta para inserir todos no bate-papo.
Apresentações e orientações gerais (60 minutos): pedir a cada pessoa que se apresente, dizendo onde vai atuar e onde atuou no ano anterior. Na sequência, entregar uma cópia das Orientações para os participantes com a recomendação de deixá-la colada no seu caderno de registros ou na pasta de planejamento para eventuais consultas. Ler e explicar cada um dos itens.
Apresentar o cronograma da semana (15 minutos): dizer que haverá um dia para reunião por nível com a coordenação (terça-feira) dois dias para o planejamento (quarta e quinta-feira), e outro dia para a reunião de pais (sexta-feira). Na semana seguinte, iniciam-se as aulas.
Organização da sala de aula (120 minutos): será o momento mais longo da reunião, pois cada dupla de professor (o da manhã e o da tarde) se dirigirá a sua classe e precisará retirar todos os materiais dos armários e das caixas para organizá-los nas prateleiras. Também será necessário forrar os murais e providenciar a listagem com os nomes dos alunos para confeccionar os crachás para as primeiras semanas de aula. Essa organização terá continuidade na quarta e quinta-feira, dias de planejamento.
Recomeçar é muito bom e, se instauramos um clima de parceria e comprometimento desde o início, podemos fazer a diferença nos resultados do trabalho pedagógico e no bom relacionamento entre todos, não é mesmo?
Bom recomeço para você!
Um abraço, Leninha
Como garantir que a escola seja de fato para todas as crianças
08/01/2015 às 2:10 pm | Ensino Fundamental - Eduarda Mayrink
A inclusão tem ganhado importância nos últimos anos, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido. A Constituição de 1988 determina o acesso ao Ensino Fundamental regular a todos, e deixa claro que as crianças com necessidades educacionais especiais (NEE) devem receber atendimento especializado complementar. Esse processo, no entanto, é uma tarefa difícil e que exige o empenho de todos os envolvidos.
Na escola que coordeno, o que mais me ajudou a lidar com as especificidades de aprendizagem dos alunos foi observar o contato entre eles e os docentes no cotidiano da sala de aula. Com isso, constatei que os professores não possuíam o preparo necessário para trabalhar com essas crianças. Eles faziam muitas perguntas: O que fazer? Quem deve fazer? Quem vai me ajudar? Eu vou ficar sozinho na sala? Assim, foi preciso elaborar um processo formativo para estudar e compreender as características dos estudantes com NEE.
Nosso caminho inicial foi planejar ações concretas para garantir a aprendizagem de todos, levando em conta as potencialidades de cada um. Foi essencial compreender a necessidade de cada aluno e identificar as medidas que poderíamos tomar não somente no aspecto pedagógico, mas também social e cultural, como a participação em apresentações, gincanas, teatros, oficinas e atividades recreativas. O ensino deve propiciar o desenvolvimento da criança em todos os aspectos, para que ela tenha condições de participar das atividades e se integrar na comunidade.
A cobrança dos pais também era algo que me preocupava muito. Como apresentar para eles o trabalho desenvolvido e promover um avanço nas aprendizagens dos estudantes? Constatei que a participação das famílias é essencial para que a inclusão seja efetiva e, por isso, elas devem ser incluídas em todo o processo. A gestão da escola precisa se comunicar com os pais e responsáveis para conhecer melhor a criança e descobrir as suas características pessoais. Isso garante que o ritmo e as singularidades de cada aluno sejam respeitados e valorizados.
Hoje, acredito que promover uma inclusão efetiva cabe na prática ao professor e à escola, por meio da observação e do planejamento das atividades e das aulas de forma eficaz. Além disso, também depende da participação ativa da família, que pode ajudar a instituição a lidar melhor com os pequenos.
E vocês, como lidam com os alunos com necessidades educacionais especiais?
Abraços,
Eduarda
Uma reflexão sobre o planejamento semanal com os professores
01/01/2015 às 10:00 am | Ensino Fundamental - Eduarda Mayrink
A rotina da coordenação pedagógica precisa ser bem planejada para contemplar as atividades com os professores, os seus próprios estudos, a observação de sala de aula e as reuniões com a equipe gestora. Apesar de todas as tarefas serem muito importantes, a coordenadora Eduarda Mayrink considera que os encontros com os docentes devem ser prioridade. Por isso, ela reserva um tempo determinado da semana para eles.
Neste texto, um dos mais lidos do ano, ela conta como elabora o planejamento semanal de acordo com a rotina de cada um e explica como prepara os conteúdos que serão abordados nas formações. Confira!
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